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sexta-feira, 27 de maio de 2022

'Câmara de gás' da PRF em Sergipe: Saiba as diferenças entre armas lacrimogêneas e spray de pimenta - O Globo

Homem morreu após ser colocado no porta-malas de viatura da PRF; óbito de Genivaldo de Jesus Santos foi causado por asfixia e insuficiência respiratória

Morto por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda na tarde desta quarta-feira, Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, foi submetido a gás lacrimogêneo e spray de pimenta durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no município de Umbaúba, no litoral de Sergipe. Imagens publicadas nas redes sociais mostram que agentes da corporação prenderam, algemaram e colocaram a vítima no porta-malas de uma viatura. De dentro do veículo saía fumaça da queima de agentes químicos.

De acordo com a PRF, os policiais usaram "tecnologias de menor potencial ofensivo" na abordagem. De fato, tanto o gás lacrimogêneo quanto o spray de pimenta são considerados armas não letais. Mas embora tenham essa classificação, as substâncias químicas que compõem esses armamentos podem resultar em mortes.— A classificação de não letal quer dizer que a pessoa não vai morrer imediatamente após a ação desses armamentos, de forma instantânea. Mas isso pode acabar acontecendo, a depender de uma superdosagem, por exemplo. Uma bala de borracha também não é considerada arma letal, mas ela pode matar se pegar no olho de alguém e causar uma hemorragia — explicou Fernando Razuck, do  Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD).

Razuck é autor de um artigo sobre o assunto publicado na Revista Militar de Ciência e Tecnologia, do Instituto Militar de Engenharia (IME).

Tipos de armas
O gás lacrimogêneo e o spray de pimenta são armas químicas não letais. Elas são constituídas por químicos tóxicos inseridos em pulverizadores.
Esses pulverizadores são disparados por artefatos explosivos, mas sua carga não provoca de fato uma explosão, mas somente a queima do agente químico em seu interior.
'Câmara de gás': homem morre ao ser colocado em viatura da PRF em Sergipe

'Câmara de gás': homem morre ao ser colocado em viatura da PRF em Sergipe

Substâncias usadas
A capsaicina é o principal agente químico utilizado em sprays de pimenta. Trata-se de um princípio ativo encontrado em pimentas e pimentões. No entanto, a capsaicina usada nas armas não letais está em concentrações centenas de vezes maiores na comparação com a forma encontrada na natureza.

No gás lacrimogêneo há diferentes tipos de substâncias usadas, todas à base de gás carbônico, explica Razuck. O mais utilizado é o ortoclorobenzilmalononitrila, conhecido pela sigla CS.

Efeitos no corpo
Os agentes químicos usados em gás lacrimogêneo e o spray de pimenta inibem a entrada de oxigênio a partir do sangue, e podem levar à asfixia e morte, dependendo da exposição às substâncias.

Os efeitos imediatos do gás lacrimogêneo são ardência intensa nos olhos, seguida de produção excessiva de lágrimas. O spray de pimenta tem efeito semelhante, mas também causa irritação nas vias respiratórias.

Letalidade
Embora considerados não letais, o gás lacrimogêneo e o spray de pimenta podem causar morte. De acordo com Razuck, dois fatores podem ser fundamentais para um desfecho trágico após o uso desses armamentos.

O primeiro é a predisposição da pessoa, que pode ter alguma reação alérgica aos agentes químicos usados nessas armas. O segundo é a super exposição. — A superdosagem, a aplicação em ambiente fechado ou a ação contínua podem elevar os batimentos cardíacos e fazer o pulmão ficar sem capacidade de arejar o suficiente — disse Razuck.

Brasil - O Globo


sexta-feira, 31 de julho de 2020

Pico da pandemia já passou, segundo registros de óbitos por Covid-19 nos cartórios - Cristina Graeml

Pandemia no Brasil

O pico da pandemia já passou. Foi em maio segundo registros de óbitos por Covid-19 nos cartórios brasileiros. Eu sei que você cansou de ver notícias recentes de que a doença estava fazendo mais de mil vítimas fatais por dia no Brasil. Os números "oficiais", aqueles repassados pelos secretários de saúde dos municípios às secretarias dos estados e, destas, para o Ministério da Saúde, falavam em 1,1 mil mortes diárias; 1,2 mil até 1,4 mil.

Só que isso não aconteceu. Não sou eu que estou dizendo. São as estatísticas oficiais dos cartórios de registro civil, onde são registrados os óbitos. Pegando os cartórios como referência vemos que há algo errado nas informações que nos passam todos os dias: o pico da pandemia já ficou para trás faz algum tempo! Essa fonte não tem como questionar, porque se a morte não for registrada em cartório, onde é emitido o atestado de óbito, a família da pessoa que morreu não pode fazer o enterro ou a cremação do corpo.

Antes de mais nada é preciso reforçar uma explicação fundamental. Esses números de mil e poucos mortos por dia que a imprensa divulga, porque são os oficiais constantes no portal do Ministério da Saúde, costumam ser a soma das notificações de mortes repassadas pelos estados. Só que tem cidades e estados mais organizados, que conseguem levantar os números diariamente, e outros que demoram para confirmar as mortes, atualizar a estatística e, quando fazem isso, informam mortes ocorridas ao longo de vários dias seguidos - um pacote inteiro de informações, às vezes referentes a até mais de uma semana.

Na planilha do Ministério da Saúde, que qualquer um pode acessar buscando por Coronavírus Brasil (e você pode conferir clicando aqui), os números são atualizados por data de notificação. Assim, se uma cidade passar quatro dias sem informar nada e depois, num único dia, disser que houve 80 mortes, por exemplo, a site e o aplicativo do Ministério da Saúde jogam essas 80 mortes na data em que a informação chegou. Vai parecer que nos dias anteriores ninguém morreu e no dia tal, de repente, houve 80 mortes. Para conferir como os números "oficiais" informados por estados e municípios são diferentes das mortes efetivamente ocorridas a cada dia basta olhar o portal da transparência Covid-19 dos cartórios. Vou pegar a data de quarta-feira, 29 de julho como exemplo.

Nesta data o Ministério da Saúde recebeu dos estados a confirmação de mais 921 mortes, não necessariamente ocorridas na quarta-feira. No portal da transparência dos cartórios de registro civil do Brasil, que você também pode achar facilmente na internet buscando por mortes cartórios (ou clicar direto aqui), no dia 29 de julho foram registrados 304 óbitos por suspeita ou confirmação de Covid-19. É um terço das que tinham sido notificadas naquele dia ao Ministério da Saúde. Como eu disse no começo do artigo nesta análise optei por usar como base apenas os óbitos registrados em cartório, porque ali não tem confusão: a pessoa morre, o parente pega o laudo médico com a causa da morte e vai no cartório fazer o registro.

Pico da pandemia no Brasil
Ninguém fala disso, mas o pico da pandemia no Brasil já passou, foi em maio. Pelo menos é o que aparece no gráfico do portal da transparência dos cartórios, que tem um painel só com o registro de mortes por suspeita ou confirmação de Covid-19. Clicando por data específica no gráfico aparece que no começo de maio eram registrados por dia entre 630 e 650 novos óbitos. O número foi subindo até chegar ao ponto mais alto no dia 25 de maio, quando morreram 997 brasileiros de Covid-19. Veja que não chegou a mil.

Nos cartórios de registro civil em nenhum dia desde o início da pandemia foram registrados mais de mil óbitos. O recorde foi 997 mortos no dia 25 de maio. Depois esse número começou a cair. No site dos cartórios de registro civil a curva mostra que nas duas últimas semanas de maio e na primeira semana de junho morreram todos os dias mais de 900 pessoas. Depois a queda é gradual; pequena, mas gradual. Na segunda e terceira semana de junho houve o registro diário de mais de 800 mortes (entre 800 e 900). No fim do mês de junho caiu mais um pouco, para a faixa entre 700 e 800 mortes diárias. E ficou assim por mais 3 semanas até a metade de julho.

Desde o dia 22 de julho a queda passou a ser mais acentuada, com 600 e poucos registros de óbitos por dia; depois 500 e poucos; 400 poucos... Em uma semana, no dia 29, já estava em 304. Como eu disse antes os cartórios chegaram ao fim de julho registrando um terço das mortes diárias informadas ao Ministério da Saúde por estados e municípios. Por que a soma dos números que chegam às secretarias de saúde supera as 900 mortes diárias é um mistério.

Ao longo dos últimos meses surgiram muitas hipóteses e até denúncias de que o número de mortos por Covid-19 foi superestimado por alguns governantes para justificar a compra de equipamentos e a construção de hospitais de campanha. Não há comprovação disso, mas já se sabe de desvios de verbas públicas durante a pandemia; já existe até ex-secretário de saúde preso e prefeitos e governadores ameaçados de impeachment.

Contradições nos números de mortos
Fato é que nem o total de mortes por Covid-19 registradas em cartório bate com os dados informados ao Ministério da Saúde e registrados no boletim oficial, em que a imprensa costuma se basear. Pelo boletim, o Brasil já superou a marca dos 90 mil mortos. Nos cartórios, de 16 de março (data da primeira morte confirmada pela doença no país) até esta quarta, 29 de julho, foram 83.561 óbitos. A diferença é de 6,5 mil mortes!

6,5 mil corpos não se escondem por aí. A diferença pode estar na chamada causa mortis. Estados e municípios podem realmente ter informado ao Ministério da Saúde que milhares de pessoas que morreram por outros motivos tiveram Covid-19 e faleceram em consequência da doença, sendo que não foi esta a causa real apontada pelos médicos que emitiram os laudos usados pelos cartórios como referência para emitir os atestados de óbito.

Chego a esta hipótese após analisar outras estatísticas dos cartórios, as que apontam as mortes por doenças diferentes e até por causas indefinidas. Veja que curioso: do ano passado pra cá caíram as mortes por infarto, AVC, insuficiência respiratória... Será que está mesmo morrendo menos gente de problemas cardíacos e respiratórios do que antes ou as estatísticas dos últimos anos se mantêm, mas como esses doentes contraíram coronavírus, a causa mortis registrada foi Covid?

O que chama especial atenção é o gráfico das mortes por pneumonia. No portal diz que em 2019 (de 16 março a 29 julho) morreram de pneumonia no Brasil 90.052 pessoas – número praticamente igual ao das vítimas de Covid. Esse ano, no mesmo período, a pneumonia fez 30% menos vítimas fatais: 61.227 pessoas. É no mínimo estranho que, de um ano para o outro, de repente, a diferença de pessoas que morrem da mesma doença caia tanto.

Pessoalmente não acredito que este ano esteja sendo diferente dos anteriores em relação à pneumonia. Como falei antes, é possível que o número de pessoas que tiveram a doença no primeiro semestre de 2020 e morreram por isso seja mais ou menos parecido com o do ano passado, só que este ano contraíram também o coronavírus, que acabou sendo apontado como o causador da morte. Deixo as conclusões para você, mas gostaria de saber sua opinião. Você confia mais nas estatísticas do cartórios, que emitem os atestados de óbito, ou das secretarias municipais e estaduais de saúde, que abastecem a planilha do Ministério da Saúde?

Acha que o pico da pandemia foi em maio; depois passamos pelo chamado platô em junho e comecinho de julho e, agora, já estamos vendo a curva de mortes cair? Ou prefere continuar olhando para o número de mil mortes por dia, como se estivéssemos, agora, no pico da pandemia? Não é uma questão de ser negacionista, como virou praxe dizer por aí, mas de ser realista. Eu acredito nos registros oficiais dos cartórios.

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    Só falam de mortos e doentes, mas os recuperados são celebrados com festa! 

Cristina Graeml, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes