Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador juíza Sucilene Engler. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador juíza Sucilene Engler. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de março de 2019

Barraco entre advogado e testemunha interrompe júri do caso Bernardo

Caso Bernardo Bate-boca entre advogado e testemunha interrompe júri

Grito, dedo em riste e cenas típicas do programa 'Casos de Família'

Uma briga entre o advogado de Edelvânia Wirganovicz e a testemunha de defesa Luiz Omar fez a juíza Sucilene Engler interromper o júri popular do caso do menino Bernardo nesta quarta-feira, 13, no começo do terceiro dia de julgamento, em Três Passos. Quando Omar, ex-funcionário de uma chácara de Leandro Boldrini, foi perguntado por Jean Severo, advogado de Edelvânia, se Graciele Ugulini tinha uma amante, Omar pediu ao advogado para falar mais baixo. “Eu não tenho problema”, disse ele, apontando para os ouvidos.

O advogado, que já falava alto, subiu ainda mais o tom de voz. “O senhor está mentindo aqui”, disse gritando e apontando o dedo para a testemunha. Parecia cena do programa Casos de Família. Severo foi além: “O senhor não vai falar assim comigo, esse é o meu jeito de trabalhar.”
A juíza, em repreensão ao advogado, interrompeu a audiência e o chamou para uma sala reservada para explicar sobre as normas do júri. Na volta, Jean Severo retomou o bate boca com a testemunha: “Por que está me encarando?”

A juíza, mais uma vez, repreendeu o advogado e disse que o mesmo não poderia fazer mais perguntas à testemunha Luiz Omar.  Minutos depois, uma nova interrupção. Oficiais de justiça chamaram a juíza para ir falar com outras testemunhas, algumas delas com problemas de pressão alta. Como se vê, o terceiro dia do júri começou bem tumultuado.

Veja



terça-feira, 12 de março de 2019

Sedativo, soda cáustica e cova: como o menino Bernardo Boldrini foi morto

Saiba como foi o primeiro dia do júri popular do caso que chocou o Brasil

Com atraso de três horas e meia, foi iniciado às 13h desta segunda-feira, 11, em Três Passos (RS) o primeiro dia do júri popular dos quatro acusados do assassinato de Bernardo Boldrini, de 11 anos, desaparecido e morto no dia 4 de abril de 2014, uma sexta-feira. A audiência é comandada pela juíza Sucilene Engler. O corpo do garoto foi encontrado dentro de uma cova na cidade de Frederico Westphalen (RS), no dia 14 do mesmo mês, perto de um rio. Estão sendo julgados Leandro Boldrini, pai da vítima, Graciele Ugoline, madrasta, Edelvânia Wirganowicz, amiga de Graciele, e Evandro Wirganowicz, irmão de Edelvânia. Os réus alegam inocência.

A primeira e mais aguardada testemunha do dia foi Caroline Virgínia Machado, delegada que presidiu o inquérito sobre o caso. Caroline relatou ao longo de quase quatro horas e meia detalhes de alguns depoimentos colhidos ao durante os trabalhos. Segundo ela, Bernardo morreu por uma dosagem alta de Midazolam em seu corpo, droga usada para sedar pacientes em situações como a realização de endoscopia. Em doses elevadas, o remédio tira a capacidade respiratória do organismo.

A presença de Midazolam foi detectada no fígado, nos rins e no estômago do garoto. Há duas possibilidades de aplicação da droga: via oral (comprimidos foram comprados em farmácia por Graciele e Edelvânia) e por injeção (ampolas do remédio foram retiradas do consultório de Boldrini). Pelo estado de decomposição do corpo, não pôde ser analisada a presença de picadas na pele. Após as injeções letais, o menino foi jogado em uma vala cavada dois dias antes onde depois recebeu soda cáustica antes de o buraco ser fechado com ele, já morto, dentro.

Cupons fiscais e imagens de câmeras mostram que Graciele e Edelvânia compraram ferramentas como pá, além de soda cáustica e do remédio, na quinta dia 2 (dois dias antes do assassinato). Segundo a delegada Carolina, as duas rés foram infelizes na tentativa de abrir a cova, não tiveram forças, por ser um solo cheio de raízes. Daí a decisão de acionar Evandro Wirganowicz, irmão de Edelvânia, chamado para exercer essa função. Imagens de segurança mostram que o carro dele foi até a região onde Bernardo foi encontrado. Em um primeiro momento, Evandro negou ter ido até aquela parte da cidade – depois de contestado pelas imagens de segurança que mostraram seu veículo, deu a versão de que teria ido pescar. O advogado de Evandro, Luiz Geraldo Gomes do Santos, diz não haver nenhuma prova real – compra de ferramentas, por exemplo – e que trata-se de uma injustiça a prisão preventiva de seu cliente.

Segundo a testemunha de acusação, a madrasta Graciele elaborou um álibi para justificar a ida à cidade de Frederico Westphalen: a compra de uma TV. Para isso, ela deixou um bilhete de anotação em sua residência de forma a não esquecer tal compromisso (mas, na realidade, era para ser usado como prova). No dia do sumiço do menino, Graciele não informou às duas babás da residência que levaria Bernardo com ela para comprar o eletrodoméstico. Ocorre que, no caminho entre Três Passos e Frederico Westphalen, Graciele recebeu uma multa por excesso de velocidade – um policial viu o garoto no banco de trás de sua caminhonete.

Comportamento suspeito
A delegada Cristiane Moura, a segunda testemunha ouvida neste primeiro dia de júri, lembrou do comportamento suspeito do pai, Leandro Boldrini. Médico cirurgião, ele não interrompeu a sua agenda de cirurgias na segunda-feira – três dias após o suposto sumiço do garoto. Um médico, colega de trabalho de Boldrini, disse em depoimento que o pai de Bernardo chegou assoviando ao centro cirúrgico. As duas delegadas e testemunhas afirmam que Edelvânia receberia 90.000 reais pela ajuda na execução do crime e ocultação do cadáver. O objetivo dela seria pagar um apartamento. Edelvânia, aliás, tentou esconder da polícia o contrato de compra e venda de um imóvel durante uma busca em sua residência. O dono da construtora onde Edelvânia comprou uma casa contou que ela pagou 6.000 reais, em cédulas de 100 e 50 reais, o que as delegadas acreditam ser um adiantamento pelo trabalho – dinheiro pago por Graciele.

Na tarde de hoje, o advogado de Graciele informou que sua cliente dispensou testemunhas de defesa. Ao todo, no júri popular, serão ouvidas quinze testemunhas (cinco de acusação e dez da defesa do réu Leandro Boldrini). No primeiro dia, apenas duas testemunhas foram escutadas. O julgamento será retomado nesta terça-feira, às 9h.

Revista Veja