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quinta-feira, 9 de julho de 2020

CSMPF pede saída de Eitel, para quem eleição de Bolsonaro é "obra divina"

Alegação é de que o secretário-geral Eitel Santiago afeta imagem do órgão ao creditar a eleição de Bolsonaro à "obra divina" e acusar forças-tarefas de atuarem ilegalmente

Membros do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) enviaram ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um memorando em que pedem que ele considere “se é oportuno e conveniente” que o subprocurador Eitel Santiago de Brito, secretário-geral do MPF, continue no cargo. A ação ocorreu após ele acusar as forças-tarefas de atuação ilegal e declarar que a eleição do presidente Jair Bolsonaro “foi uma obra divina”. Esse é o mais novo capítulo da crise interna do órgão, marcada por questionamentos sobre a independência de Aras à frente do cargo.

O ofício foi encaminhado após Eitel Santiago, braço-direito do procurador-geral, conceder entrevista à emissora CNN Brasil afirmando que “as forças-tarefas do MPF funcionam, por vezes, de forma ilegal” e que prisões na Lava-Jato foram usadas “como instrumento de tortura” para forçar delações premiadas. Também durante a entrevista, ele disse que os adversários do presidente da República “precisam compreender que foi Deus o responsável pela presença de Bolsonaro no poder”.

[Não cabe discutir se o Conselho tem competência ou não para sugerir ao procurador-geral o que ele deve considerar ou não? 
Cabe perguntar: esquecem os ilustres conselheiros que TUDO que acontece no Universo depende da vontade de DEUS?

Não é surpresa que sempre que o homem, de forma estúpida e até irresponsável, começa a questionar DEUS, surjam pandemias e outros 'lembretes' de quem realmente é o SER ABSOLUTO, ONIPOTENTE, ONISCIENTE, SUPREMO que tudo pode.

Os demais, o resto, são meras criaturas.

As pandemias correrão existirão sempre que a criatura ousar questionar o CRIADOR.

Na hora da verdade alegar a laicidade do Estado tem valor zero.]
“Faz-se absolutamente imperativo assinalar a discordância e o profundo desconforto que tais colocações do secretário-geral Eitel Santiago de Brito Pereira — verbalizadas ao arrepio de suas funções administrativas — estão causando no seio da instituição, implicando, em muitos aspectos, indevida ingerência na esfera de atuação de outros órgãos que compõem o Ministério Público Federal”, afirmam os subprocuradores Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, Nívio de Freitas Silva Filho, José Adonis Callou de Araújo Sá e Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. [pergunta sobre o aspecto profano do questionamento apresentado ao Chefe da PGR, Augusto Aras:
- se a lista tríplice da ANPR tivesse sido seguida, será que tais questionamentos existiriam? Um dos nomes  que assina o documento constava daquela lista.]

Segundo eles, a fala de Brito sobre “atuação ilegal” das forças-tarefas, incluindo a Lava-Jato, “alimenta, de maneira perigosa e indevida”, dúvidas quanto à legalidade da atuação do Ministério Público Federal e afeta “seriamente a imagem da instituição”.

Os subprocuradores afirmam que Eitel Santiago “distanciou-se das fronteiras de seu cargo” e realizou juízo de valor sobre a ação da Procuradoria, sugerindo, “de forma equivocada”, que a Secretaria-Geral poderia exercer função de controle das medidas criticadas. “Por fim, o secretário-geral do Ministério Público Federal manifesta, de um lado, desapego à premissa que o Estado é laico, confundindo sua fé pessoal religiosa com assuntos de atuação instituição do MPF”, criticam. “Por outro lado, explicita posição de apoio politico-partidário, o que se afigura inadequado com o exercício de alta função na administração superior do Ministério Público Federal.”

Eitel Santiago é um nome de confiança de Aras. No entanto, passou um período aposentado e se envolveu em atividades político-partidárias. Ele chegou a se filiar ao PSL, partido que elegeu Bolsonaro. As informações são de que o subprocurador está de licença médica, se recuperando após contrair covid-19 e não tem previsão para voltar às atividades.

“Diligência”
A entrevista do secretário-geral foi concedida em meio à crise interna dentro da PGR envolvendo a força-tarefa da Lava-Jato, que acusa a subprocuradora Lindôra Araújo, aliada de Aras, de conduzir uma “diligência” para obter informações sigilosas da operação. A PGR nega.

Aras já declarou que continuará em busca dos dados sigilosos, apontando que decisões passadas do então juiz Sergio Moro na Lava-Jato e da juíza substituta Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, autorizam o compartilhamento dessas informações. Em ofício enviado em maio, o PGR pediu às forças-tarefa da Lava-Jato para enviarem cópias de dados eleitorais, de câmbio, de movimentação internacional, além de relatórios de inteligência financeira, declarações de Imposto de Renda e base consolidadas de informações.

Em resposta, a Lava-Jato Paraná afirmou que as decisões de Moro e Hardt “não permitem que o compartilhamento ou acesso aconteça sem objeto específico ou indicação das provas e procedimentos cujo compartilhamento é pretendido”.

DivergênciaO embate ganhou novo capítulo após o CSMPF receber um projeto que propõe a unificação das forças-tarefas em uma única Unidade Nacional Anticorrupção (Unac). Uma das medidas previstas no texto em discussão é a centralização das bases de dados da Lava-Jato por uma secretaria ligada à PGR.

Correio Braziliense


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Vai mofar na cadeia

Lula à espera da segunda condenação



No alto comando do PT, a dúvida é somente quanto à data – se ainda este ano ou – o mais provável – se no início do próximo. Mas ali se dá como certo que Lula será condenado de novo – desta vez no caso do processo onde é acusado de ser o verdadeiro dono do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, reformado de graça para ele pelas empreiteiras OAS e Odebrecht.

Com a decisão de Sérgio Moro de trocar a toga pela política para ser ministro da Justiça do presidente eleito Jair Bolsonaro, caberá à juíza substituta Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, interrogar Lula no próximo dia 14 e depois sentenciá-lo. A juíza tem fama de mão pesada. Ela já prendeu o ex-ministro José Dirceu, solto depois pelo Supremo Tribunal Federal.

No processo do tríplex da praia do Guarujá, Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de cadeia. Está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde o último dia 7 de abril.



quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Com saída de Moro, juíza que mandou prender Dirceu assumiria Lava Jato

Gabriela Hardt seria responsável por julgamentos relacionados à operação interinamente até que fosse escolhido novo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba


Caso o juiz Sergio Moro aceite o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, quem deve responder interinamente pelos processos da Lava Jato é a juíza substituta Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

A magistrada já substituiu Moro em outras ocasiões. Em uma delas, quando o juiz viajou para fora do país em maio, ela mandou prender o ex-ministro José Dirceu — que, na sequência, conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).

Gabriela, porém, não poderia assumir os processos da Lava Jato em definitivo por ser juíza substituta. Na hipótese de exoneração de Moro, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), Thompson Flores, abrirá um procedimento interno e consulta a todos os juízes titulares vinculados à corte que tenham interesse em assumir a 13ª Vara. Nesse caso, o juiz que ocuparia a cadeira de Moro seria aquele que tivesse maior tempo de carreira na magistratura.

Veja

segunda-feira, 26 de março de 2018

Supremo não terá coragem de conceder habeas corpus ao condenado Lula - veja abaixo 114 razões, entre outras

Ficha-suja, Lula vira presidenciável cenográfico

Decisão do STF sobre Lula afetará 114 condenados por Moro e sua substituta

Graças ao Supremo Tribunal Federal, Lula se tornará uma exceção penal a partir desta segunda-feira. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região deve rejeitar recurso contra a condenação do líder petista a 12 anos e 1 mês de cadeia. Mas Lula não poderá ser preso, porque o salvo-conduto que obteve da Suprema Corte proíbe Sergio Moro de emitir a ordem de prisão. Será a primeira vez que a 13ª Vara de Curitiba deixará de executar uma sentença desde fevereiro de 2016, quando o Supremo autorizou o encarceramento de condenados na segunda instância. Em dois anos de vigência da jurisprudência, Moro e a juíza substituta Gabriela Hardt mandaram prender 114 sentenciados —em regime fechado ou semiaberto.

Os advogados dessa legião centenária de condenados aguardam com expectativa pela sessão a ser realizada no plenário do Supremo em 4 de abril. Nesse dia, os 11 ministros da Corte julgarão o mérito do pedido da defesa de Lula para que ele não seja preso. Deseja-se que o ex-presidente possa recorrer em liberdade aos tribunais superiores de Brasília. Eventual decisão favorável a Lula levará à formação de uma fila de candidatos à liberdade no guichê de habeas corpus do Supremo. Os 114 condenados de Curitiba encrencaram-se em oito operações. Na Lava Jato, houve 12 ordens de execução de sentenças. O cardápio de crimes nas outras operações é variado —inclui de corrupção a tráfico de drogas, passando por extorsão mediante sequestro. 

Veja abaixo lista produzida  pela 13ª Vara de Curitiba.

Ao votar na última quinta-feira contra a liminar que impede a prisão de Lula pelo menos até 4 de abril, o ministro Luís Roberto Barroso disse: Eu não considero irrelevante que é ex-presidente da República. Republicanamente, deve ser tratado como qualquer brasileiro. E não tenho conforto de abrir exceção nesse caso de uma jurisprudência em vigor. Eu, sinceramente, não vejo razão da concessão de medida liminar.” Contudo, seis dos 11 ministros do Supremo enxergaram motivos para livrar Lula temporariamente da caneta de Moro: Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello.

Por uma dessas coincidências fatais, os seis ministros que concederam o salvo-conduto a Lula são os mesmos que torcem o nariz para a possibilidade de prisão após a confirmação da condenação em tribunais da segunda instância. Significa dizer que, na prática, a jurisprudência será jurada de morte se, no dia 4 de abril, a maioria do Supremo conceder a Lula um habeas corpus que já foi indeferido duas vezes pelo Superior Tribunal de Justiça e mais um par de vezes pelo relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin.

Ficha-suja, Lula vira presidenciável cenográfico

Ao rejeitar por unanimidade o recurso contra a condenação de Lula a 12 anos e 1 mês de cadeia, o TRF-4 transformou o presidenciável do PT num corrupto de segunda instância. Pela lei, uma sentença desse tipo, proferida por órgão colegiado, torna o condenado um ficha-suja incontornável. Portanto, inelegível. Mas o PT reafirma a intenção de manter Lula como seu candidato, registrando-o no Tribunal Superior Eleitoral no prazo legal, em agosto. Até que a Justiça Eleitoral casse o registro da candidatura, forçando o PT a indicar outro candidato, Lula será um presidenciável cenográfico.

Embora seja um candidato juridicamente inviável, Lula é o mais ativo dos presidenciáveis. Faz uma caravana atrás da outra. Já percorreu o Nordeste e Minas Gerais. Corta agora o mapa da região Sul. [a caravana lulista ao Nordeste e Minas Gerais foi um fracasso total, mas que está sendo superado pelo fracasso da mesma  vadiagem agora nos estados da região Sul. Vaias atrás de vaias, pedras, ovos, bloqueio de cidades, tudo é arremessado contra a corja lulopetista.] Graças à superexposição e à memória da plataforma social de sua Presidência, Lula frequenta as pesquisas como líder.

De acordo com o Datafolha, ele oscila entre 34% e 37%, dependendo do cenário. Está bem à frente do segundo colocado, Jair Bolsonaro, que trafega na faixa entre 17% e 19%.  Pelo cálculo do PT, um candidato com o potencial de Lula pode colocar um poste no segundo turno da disputa presidencial. O poste da preferência de Lula era o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner. Mas as complicações penais que assediam Wagner consolidaram o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como primeiro na fila de alternativas do PT.

A decisão tomada nesta segunda-feira pelos desembargadores do TRF-4 coloca Lula na porta da cadeia. Mas caberá ao Supremo Tribunal Federal decidir, em 4 de abril, se Sergio Moro poderá ou não passar o personagem na chave. Preso, Lula cogitaria apressar sua substituição por Haddad. Solto, levará sua campanha às últimas consequências, retardando a entrada de Haddad em cena. O Brasil já conviveu com muitas anomalias políticas. Mas nunca antes na história desse país uma encenação sentenciada à cadeia havia se apresentado formalmente aos eleitores como pretendente ao trono.
Blog Josias de Souza