15 de novembro.
Proclamamos a República. Ainda assim, os brasileiros são obrigados a
sustentar os luxos da nobreza composta pelo Judiciário e pelo Ministério
Público.
Apesar dos mais de 11 milhões de desempregados e da
dificuldade para pagar o salário de servidores públicos de Estados como o
Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, há magistrados inativos por aí
que chegam a receber mais de R$ 200 mil de remuneração líquida em um
mês, valor absurdamente maior do que o teto de R$ 33,7 mil. Somado a
isso, temos um ex-presidente do STF, Ricardo Lewandowski, pregando em
discursos dignos de verdadeiros líderes sindicais que juízes não devem
ter vergonha de pedir aumento.
O pior é que os supersalários são
regra, não exceção. Levantamento recente feito pelo portal "Gazeta
Online" sobre os salários do Ministério Público do Espírito Santo
mostrou que 99% – isso mesmo, 99% – dos procuradores de Justiça,
promotores e promotores substitutos do órgão receberam salários acima do
teto entre os meses de janeiro e setembro.
Por mais estarrecedor
que isso seja, juízes e membros do MP argumentam que esses pagamentos
extras não são ilegais por se trataram de "indenizações" e, portanto,
não incidirem sobre o teto. A questão é que a Constituição –que está
acima de todas as leis–, no artigo 37, incisivo XI, é clara ao dizer que
a remuneração e o subsídio de servidores públicos "incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza (...) não poderão
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos ministros do Supremo Tribunal
Federal".
Esse tipo de privilégio tem de acabar, especialmente
em tempos de teto de gastos. Vale lembrar que todos esses supersalários
são pagos com dinheiro de impostos e quem mais paga imposto no Brasil
são os mais pobres. Trata-se da institucionalização da desigualdade
social. Nesse sentido, concordo –e isso raramente acontece– com a
análise feita pelo ministro Roberto Barroso em entrevista para esta
Folha. Juízes exercem, sim, um papel fundamental na democracia e devem
ser bem pagos. Mas esse pagamento, como ele bem disse, deve ser
transparente e sem privilégios. "Menos Estado, mais República".
Concordo,
também, com a comissão criada por Renan Calheiros para analisar os
supersalários de servidores de todos os três Poderes. Acredito que o
nobre presidente do Congresso tenha motivações republicanas? É claro que
não. O senador representa o que há de pior na política brasileira, o
exato oposto daquilo que o Movimento Brasil Livre defende. Ainda assim,
nessa atitude específica, é inegável que ele esteja fazendo a coisa
certa. Ou alguém acha que se Calheiros defendesse a Lei da Gravidade,
todas as coisas começariam a flutuar?
Uma República pressupõe
Poderes justos, independentes e harmônicos. Quando uma elite
privilegiada é sustentada pelos mais pobres, não há justiça, mas
exploração. O Judiciário tem de entender que, devido a mais de
uma década de corrupção e incompetência, estamos numa crise. Não é justo
que apenas os mais pobres paguem por ela.
Fonte: Kim Kataguiri - Folha de S. Paulo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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terça-feira, 15 de novembro de 2016
Judiciário e Ministério Público formam nobreza da República
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