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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Por que até a direita começa a pedir “Fora Bolsonaro”?

Deputado Kim Kataguiri explica alguns motivos do desgaste: péssima gestão da pandemia, falta de reação da economia e atitudes contra a vacina

[será que esse deputado consegue se reeleger, ou mesmo ser candidato, em 2022? o que ele fez de útil para o Brasil e os brasileiros? o que ele representa realmente?] Manifestações da esquerda e da oposição contra o presidente Jair Bolsonaro eram de se esperar. Mas da direita? Se esse movimento crescer, ficará mais difícil para o presidente. Pode-se perguntar: por que agora? A coluna foi tirar essa dúvida com o deputado deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), que pressionou, junto com o Vem Pra Rua, pelo impeachment de Dilma Rousseff. Os dois estavam na manifestação do fim de semana contra Bolsonaro. Em conversa com a coluna, o parlamentar destacou que o primeiro motivo seria a organização das forças políticas contra o presidente, tanto a esquerda, quanto a direita. 
 
Ele acha que mesmo que o candidato do governo Arthur Lira ganhe na Câmara, não se pode descartar o impeachment.Eu acho que o primeiro passo importante foram as forças políticas, os movimentos começarem a se organizar para fazer atos contra o Bolsonaro. A maior parte da população também não via responsabilidade do governo federal na pandemia, uma sensação de que está mudando agora com a crise de Manaus. Está ficando cada vez mais clara a responsabilidade do governo federal. Os partidos de oposição estavam mais preocupados em desgastar o governo aos poucos do que efetivamente tomar uma medida política contra o governo. Agora vejo já alguns partidos de esquerda se mobilizando de verdade para que haja o impeachment. A carreata de sábado foi símbolo disso. Não é a esquerda como um todo, mas setores importantes aí se organizando contra o governo. O MBL e o Vem pra Rua também, do lado da direita, organizando esses atos, então o passo inicial é a organização e a primeira  percepção de que é possível, a partir dessa percepção, a organização dos movimentos para que aconteça”, analisou.
Kim Kataguiri destacou ainda que a condução do governo diante da pandemia, gerando o atraso na vacinação, [deputado! sem enrolação; qual ação ou omissão - coisa concreta, que possa se apontar, não vale eu acho, eu imagino', baboseiras do tipo. Esse deputado é tão sem noção, sem rumo, que fala um monte suposições, deduções criativas e estúpidas como se fatos fossem. 
Quem ler as declarações do parlamentar, no primeiro e último mandato, logo percebe que ele torce que dê tudo errado e o povo que se... .
O deputado é tão sem noção, sem rumo, que mistura acho com muito ocasionado e tenta sustentar a idéia de impeachment.] é outro fator que está motivando os atos contra Bolsonaro. Isso porque quanto mais a vacinação da população atrasa, pior é para a economia do país. “Ao mesmo tempo, um dos principais fatores é a economia. Duvido muito que vai reagir este ano. Primeiro, o atraso na vacinação, muito ocasionado por responsabilidade do governo federal – acho que isso ficou claro até pra todo mundo. Daí até o governo mudar de discurso. Primeiro trazer suspeita em cima da vacina para agora tentar vincular  o máximo possível à imagem do presidente da vacina. O próprio Planalto sentiu que pegou no público dele, que é o público que ele se importa, a questão da vacina. A demora [da vacina] já prejudica também o desenvolvimento econômico”, explicou.

O deputado lembrou ainda dos claros sinais de que o governo não vai estender o auxílio emergencial, o que vai aumentar a tensão social contra o governo, além da paralisação da agenda de reformas. “A agenda de reforma está completamente paralisada. E com o Lira ganhando, duvido muito que caminhe também porque é uma prioridade que o governo largou já no ano passado, que este ano não vejo dando continuidade. E mesmo que dê, a reforma que causaria mais efeitos é a tributária, que dentro do próprio governo tem bateção de cabeça, tanto que ⅔ da reforma ainda estão lá [no Governo], e não estão aqui. E agravar a situação econômica é a fórmula certa para um impeachment. Pelo menos foi o que a gente fez das últimas duas vezes e acho que a gente podia ir pela terceira vez”, disse.

A péssima atuação na pandemia, com destaque para a crise de Manaus, e o fim do generoso auxílio emergencial são fatores que estão afetando a aprovação do presidente. Essa queda de popularidade também é um fator que fortalece as chances de impedimento. “Agora vejo possibilidade real de acontecer, e à época, ainda ali no início do governo,  apesar da instabilidade, o Bolsonaro tinha mais… Primeiro que o apoio dele era mais fervoroso porque a base dele era maior, tinha acabado de sair da eleição e ele estava mantendo um discurso forte ainda anti-sistema. Hoje ele está muito mais desgastado pela aliança com o centrão, pela nomeação ao Supremo, nomeação à PGR (Procuradoria Geral da República), a base dele está mais desmoralizada do que antes e menor. Então, acho que agora, primeiro, você tem uma organização maior, uma percepção  do que o impeachment pode acontecer, o que na época não existia, era mais discurso pra jogar pra plateia do que resultado e o presidente menos popular. Ainda não tem como derrubar presidente com 27% de popularidade, mas muito menos com 35%, 40%, que ele tinha na época”, ressaltou Kim Kataguiri.

Presidência da Câmara
Apesar das condições favoráveis, um fator que pode brecar o andamento do impeachment é a possível vitória do candidato bolsonarista para a presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ainda assim, na avaliação de Kataguiri, mesmo que ele vença – o que é provável – isso não significa que o processo de impedimento não possa caminhar na Câmara.O Arthur Lira é o candidato do governo, ele ganhando, sem dúvida as chances de ter o impeachment diminuem, mas também não acho que seja zero  mesmo porque o governo vai precisar entregar os cargos e as emendas que o Lira está prometendo para a sua base de deputados, e ele é um governo que tem o histórico na Câmara de não entregar e o Arthur Lira tem o histórico de sempre retaliar quando não recebe aquilo que prometeu dos aliados para manter a fama de cumpridor dele (…). Não acho que a longo prazo signifique que ele vai ter uma fidelidade que impeça a análise do pedido. Mesmo porque é um cara também que liderou o partido quando o partido foi base no segundo mandato do governo Dilma. Então não é um cara ideológico que vai defender Bolsonaro por princípio”, analisou.

Pedidos de impeachment não faltam para serem analisados. Segundo dados da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, dos  62 pedidos protocolados, 57 ainda estão em análise. Os outros cinco foram arquivados. Diante desse contexto, é mesmo questão de tempo para saber que fim levará o presidente Jair Bolsonaro. [podem ser apresentados centenas de pedidos de impeachment e todos recepcionados pelo  presidente da Câmara e o valor é nada, até que um deles, ou vários, na apreciação pela Câmara dos Deputados, obtenha o mínimo de 342 votos favoráveis  = 341 votos não servem nem para abrir a sessão para apreciar o pedido, ou pedidos. Em tempo: 172 votos contra o impeachment bastam para enviar o pedido para o lixo.]  Dizem que o tempo é o melhor remédio em certas situações. No caso do Brasil, o tempo está mostrando o quão graves foram e são as intempéries, os descasos, os atropelos, as irresponsabilidades e o negacionismo da gestão Jair Bolsonaro, levando o país a um verdadeiro caos. Com o passar do tempo, as coisas ficaram mais claras e até os que tinham dúvidas, ou até mesmo receio, agora começam a se mobilizar para dar força ao impeachment do presidente. A direita, que até então dava apoio discreto, finalmente deu o grito de “Fora Bolsonaro”, engrossando o coro junto com a esquerda e aumentando a pressão para a aprovação do impedimento. Se isso avançar, Bolsonaro ficará restrito à extrema-direita.

Blog Matheus Leitão - Matheus Leitão, jornalista - VEJA

 

domingo, 7 de julho de 2019

Ultradireita ganha espaço no apoio incondicional ao governo Bolsonaro

Novos grupos políticos radicais crescem e começam literalmente a se chocar contra integrantes de entidades como o Movimento Brasil Livre


Houve um tempo em que se declarar politicamente de direita no Brasil equivalia a assinar um atestado para virar um pária na sociedade. Isso definitivamente acabou. A catástrofe econômica do governo Dilma Rousseff e os assaltos do PT aos cofres públicos foram os principais combustíveis para o surgimento de vários movimentos radicalmente opostos à esquerda. Agora é cool ser de direitae um presidente com essa ideologia governa o país. Tudo o que se expande, porém, enfrenta em algum momento as dores do crescimento. Em vez de engrossarem o discurso dos pioneiros, como o Movimento Brasil Livre, as novas ramificações surgidas a partir da mesma linha de pensamento começaram a se estranhar com os “veteranos” da luta, a quem acusam de ser “isentões”, “esquerdistas” e, quem diria, “comunistas”.

O cisma terminou em briga, literalmente. No último dia 30, durante as manifestações em apoio à Operação Lava-Jato e ao ministro Sergio Moro, integrantes do MBL trocaram empurrões e xingamentos na Avenida Paulista com integrantes do Direita São Paulo. Na Avenida Atlântica, em Copacabana, um homem com a camisa do Direita Rio (sem conexão com o Direita São Paulo) foi flagrado em um vídeo tentando dar um soco em uma pessoa do MBL.

Além do Direita São Paulo e do Direita Rio, engrossam as tropas dessa turma mais radical grupos como Avança Brasil, Quero Me Defender e Movimento Brasil Conservador. Antes de chegarem às vias de fato, as agremiações começaram a se estranhar virtualmente em torno do protesto anterior, de 26 de maio. Na ocasião, MBL e Vem pra Rua, outro pioneiro do grupo, não participaram dos atos devido aos ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF) contidos nos motes iniciais de algumas convocações nas redes sociais. “Nunca defendemos esse tipo de coisa, a manobra foi uma tentativa do MBL e do Vem pra Rua de esvaziar as manifestações quando perceberam que haviam perdido o protagonismo”, critica Nilton Caccáos, fundador do Movimento Avança Brasil. “O episódio só aumentou a divergência deles com nossas entidades, que são efetivamente conservadoras e de direita.”

E qual seria a grande diferença ideológica que serviu de estopim para a batalha? Embora defendam também a Lava-Jato, o combate à corrupção, o ministro Sergio Moro e a reforma da Previdência, os radicais da direita se diferenciam por apoiar incondicionalmente Jair Bolsonaro e abraçar, de forma mais enfática, a pauta conservadora de costumes e tradição. Entre os pontos da plataforma estão o direito à vida desde a concepção, a preservação da “essência” cristã do Brasil, o resgate de “valores” como família, o respeito às Forças Armadas e a defesa de uma nova Constituição. [são pontos importantíssimos e a defesa de todos eles é essencial para que se tenha um Brasil diferente do atual;
o que  vale atualmente é desmoralizar a FAMÍLIA,  assassinar seres humanos inocentes e indefesos, desrespeitar as Forças Armadas e manter uma Constituição elaborada com aspecto de um manual de campanha eleitoral, concedendo direitos e mais direitos sem a contrapartida de deveres - tudo isso exige a união dos grupos Avança Brasil, Quero me defender, Direita São Paulo, Movimento Brasil Conservador, cujos objetivos se completam e a exclusão dos indecisos, dos mais antigos, que por se considerarem pioneiros tem a indecisão como guia.

Alcançada essa união pode ser formado um partido político forte, com Jair Bolsonaro presidindo o Brasil e finalmente veremos o ORDEM e PROGRESSO da nossa Bandeira sendo colocado em prática, juntamente com o resgate da FAMÍLIA, dos VALORES CRISTÃOS, do respeito a MORAL e aos BONS COSTUMES e mudanças profundas na Constituição, adequando-a aos novos tempos.

Mudança feita por uma Assembleia Constituinte, dentro da lei e  nos termos da Constituição vigente e que será modificada.]

Esses grupos ainda não têm a mesma dimensão de seus dois “adversários” na internet. Fundados em 2014, na esteira da jornada de junho de 2013, MBL (4,7 milhões de seguidores) e Vem pra Rua (2,5 milhões de seguidores) ainda dominam as redes sociais. Mas alguns dissidentes, como o Avança Brasil, já começam a tomar uma dimensão importante (1,6 milhão de seguidores). Por enquanto, o apoio a Jair Bolsonaro continua sendo um ponto de convergência entre todos os movimentos. O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, entende que o discurso de ruptura adotado pelo presidente inflama essas massas e sustenta a adesão delas ao seu governo. “Algo semelhante aconteceu com as centrais sindicais e os partidos de esquerda quando Lula chegou ao poder”, compara. [com uma diferença: com a DIREITA no Poder, de fato e de direito, não haverá a roubalheira que foi o destaque da esquerda e do presidiário Lula no poder.

Com a direita e Jair Bolsonaro no Poder - oportuno lembrar que Jair Bolsonaro e os filhos tem CPFs diferentes e não haverá espaço para Olavo de Carvalho mandar e desmandar.

A DIREITA no Poder levará o Brasil ao ponto que todos querem.]
 
Depois das brigas recentes, os movimentos de direita e os de extrema direita já falam abertamente em não participar das mesmas manifestações no futuro. O MBL alçou à política nomes como o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-­SP), e as dissidências já começam a fazer o mesmo. [o MBL já cumpriu sua função primeira: eleger Kim Kataguiri. Agora é agir como a maioria dos políticos: o conforto e 'segurança' do topo de um muro.] O vice-­presidente do Direita São Paulo, Douglas Garcia (PSL-SP), emplacou como deputado estadual por São Paulo — e novos nomes devem ser lançados nas próximas eleições. A briga dentro da direita está apenas começando.


Publicado em VEJA de 10 de julho de 2019, edição nº 2642

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Judiciário e Ministério Público formam nobreza da República

15 de novembro. Proclamamos a República. Ainda assim, os brasileiros são obrigados a sustentar os luxos da nobreza composta pelo Judiciário e pelo Ministério Público.

Apesar dos mais de 11 milhões de desempregados e da dificuldade para pagar o salário de servidores públicos de Estados como o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, há magistrados inativos por aí que chegam a receber mais de R$ 200 mil de remuneração líquida em um mês, valor absurdamente maior do que o teto de R$ 33,7 mil. Somado a isso, temos um ex-presidente do STF, Ricardo Lewandowski, pregando em discursos dignos de verdadeiros líderes sindicais que juízes não devem ter vergonha de pedir aumento.

O pior é que os supersalários são regra, não exceção. Levantamento recente feito pelo portal "Gazeta Online" sobre os salários do Ministério Público do Espírito Santo mostrou que 99% isso mesmo, 99% – dos procuradores de Justiça, promotores e promotores substitutos do órgão receberam salários acima do teto entre os meses de janeiro e setembro.

Por mais estarrecedor que isso seja, juízes e membros do MP argumentam que esses pagamentos extras não são ilegais por se trataram de "indenizações" e, portanto, não incidirem sobre o teto. A questão é que a Constituição que está acima de todas as leis–, no artigo 37, incisivo XI, é clara ao dizer que a remuneração e o subsídio de servidores públicos "incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza (...) não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos ministros do Supremo Tribunal Federal".
Esse tipo de privilégio tem de acabar, especialmente em tempos de teto de gastos. Vale lembrar que todos esses supersalários são pagos com dinheiro de impostos e quem mais paga imposto no Brasil são os mais pobres. Trata-se da institucionalização da desigualdade social.  Nesse sentido, concordo –e isso raramente acontece– com a análise feita pelo ministro Roberto Barroso em entrevista para esta Folha. Juízes exercem, sim, um papel fundamental na democracia e devem ser bem pagos. Mas esse pagamento, como ele bem disse, deve ser transparente e sem privilégios. "Menos Estado, mais República".

Concordo, também, com a comissão criada por Renan Calheiros para analisar os supersalários de servidores de todos os três Poderes. Acredito que o nobre presidente do Congresso tenha motivações republicanas? É claro que não. O senador representa o que há de pior na política brasileira, o exato oposto daquilo que o Movimento Brasil Livre defende. Ainda assim, nessa atitude específica, é inegável que ele esteja fazendo a coisa certa. Ou alguém acha que se Calheiros defendesse a Lei da Gravidade, todas as coisas começariam a flutuar?

Uma República pressupõe Poderes justos, independentes e harmônicos. Quando uma elite privilegiada é sustentada pelos mais pobres, não há justiça, mas exploração.  O Judiciário tem de entender que, devido a mais de uma década de corrupção e incompetência, estamos numa crise. Não é justo que apenas os mais pobres paguem por ela.


Fonte: Kim Kataguiri - Folha de S. Paulo


segunda-feira, 14 de março de 2016

O Brasil não quer mais o PT e voltará às ruas se necessário; até a cambada sair



O terrorismo do governo e seus sequazes foi inútil e só multiplicou a adesão aos atos. Nota da presidente tem seu caráter ridículo: é democracia ou é golpe, minha senhora?

A presidente Dilma Rousseff e os petistas apostaram no insucesso — lá à moda deles — da manifestação deste dia 13 e quebraram a cara. Vejam vocês! Sempre considerei um cretinismo, e considero ainda, que a manifestação da hora tenha de ser superior à anterior e menor do que a próxima.

Isso corresponde a querer transformar um movimento em adversário de si mesmo. Agride a lógica. O necessário é que seja expressivo. Ou será que, caso haja outro protesto, ele só terá importância se botar na rua mais de 3,5 milhões? Isso é uma bobagem em si.

A escolha do erro, no entanto, costuma trazer maus resultados até para quem decide ser o seu beneficiário. O governo e setores da imprensa resolveram criar esse critério idiota, saído do nada. Assim, ainda na noite de sábado, alimentava-se no petismo a esperança de que os protestos deste domingo não superariam os do dia 15 de março do ano passado. E, assim, o Palácio e seus súditos sairiam por aí a afirmar que o tema do impeachment já estaria superado.

Aqui vou abusar de um jargão: o tiro saiu pela culatra. Se um evento menor do que o maior já havido evidenciaria a morte do impeachment, o que significará então quando ele não é apenas maior, mas o dobro? Mesmo os números do Datafolha, com os quais muita gente não se conforma, apontam 500 mil na Paulista neste domingo — naquele março de 2015, teriam sido 210 mil. Ferramenta utilizada pelo Movimento Brasil Livre, que registra IPs de telefones celulares, aponta 1,4 milhão de pessoas, mesmo número estimado pela Polícia Militar.

O governo ficou perplexo e emitiu uma nota. Leiam:
“A liberdade de manifestação é própria das democracias e por todos deve ser respeitada. O caráter pacífico das manifestações ocorridas neste domingo demonstra a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe garantir o respeito às suas leis e às instituições”. É mesmo? O caráter pacífico de agora repetiu o padrão das três manifestações do ano passado. Insisto nesse aspecto porque ele é subestimado — quando não é malvisto — pela imprensa: os que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff são pessoas pacíficas, que estudam, que trabalham, que têm família, que respeitam as regras da civilidade, que têm apreço pelas leis democráticas, que compreendem o alcance do estado de direito, que zelam pelo patrimônio público e privado, que entendem os limites do outro, que respeitam as regras da civilidade e da cordialidade.

Assim, soou ridícula, apontei isto aqui, a conversa mole da presidente, ainda no sábado, afirmando que esperava que não houvesse violência nas manifestações. Ora, violência de quem, cara- pálida? Quem poderia promovê-la? As pessoas decentes que estavam nas ruas? Certamente não! Os únicos que poderiam querer confusão eram os petralhas, a serviço do Planalto.

Vamos ser claros? Ao vir com aquela ladainha, parece-me evidente que a quase-mandatária, que foi golpeada por Lula, esperava assustar a opinião pública. Mas ninguém caiu no truque. Como não lembrar aqui a entrevista terrorista concedida por Gilberto Carvalho à Folha, afirmando que temia que houvesse conflitos neste domingo, acenando com o risco de venezuelização do Brasil?

Ah, este senhor é aquele que confessou, também em entrevista, que, em 2013, fez várias reuniões com os black blocs, os marginais mascarados que, felizmente, não ousam dar as caras nos protestos pró-impeachment. Mas fiquem certos: eles comparecerão às manifestações das esquerdas no dia 18. Eles gostam de bandidos e lidam com eles. São seus aliados objetivos.

Volto à nota
Mas volto à nota da presidente Dilma. Ela tem de se decidir se o que se deu neste domingo foi uma manifestação legítima, organizada segundo os valores democráticos, ou foi uma manifestação golpista, não é mesmo? Ou não foi ela quem saiu por aí vociferando que impeachment é golpe?

Dilma, nos estertores do seu mandato, paga o preço de todos os erros. A população está, sim, indignada com a roubalheira e se espanta com o lixão em que se transformou a administração pública. Isso é suficiente para ir às ruas. Mas a indignação também é dirigida contra a arrogância do PT, que, embora minoria hoje em dia, insiste em deslegitimar o adversário. E o adversário do PT, hoje, é o povo brasileiro.

Ou não vimos João Pedro Stedile, o burguês do capital alheio, chefão do MST, a dizer a seus militantes que, neste domingo, os fascistas sairiam às ruas — hipótese, então, em que haveria ao menos 3,5 milhões de fascistas no país?  Nada funcionou. As ameaças terroristas foram inúteis. Ao contrário: quando os petistas decidiram convocar contramanifestações para este dia 13, apostando que haveria um recuo daqueles que chamam “coxinhas”, os anúncios de adesão ao protesto se multiplicaram exponencialmente. Esses caras, para o bem do Brasil, e isto conduzirá à queda da presidente Dilma, perderam o eixo.

Afirmei na madrugada deste domingo que o Brasil renunciaria a Dilma já que Dilma insiste em não renunciar ao governo do Brasil, o que encurtaria o sofrimento de todo mundo. E foi o que se viu neste domingo. O Brasil não quer mais o PT no poder. E voltará às ruas quantas vezes for necessário fazê-lo para que triunfe a lei e para que essa cambada nos deixe em paz.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O impeachment nos céus do país

Faixas do MBL em defesa do impedimento de Dilma vão anunciar um futuro melhor. E, para tanto, vão convocá-los a ir às ruas no dia 13 de março

Os políticos podem entrar em recesso, mas não o Movimento Brasil Livre. Neste dia 31, os que estiverem em praias do Litoral de São Paulo, do Rio e de Florianópolis verão aviões carregando faixas em defesa do impeachment e dando início à convocação para o megaprotesto do dia 13 de março de 2016.

O governo faz um esforço imenso para passar adiante a versão de que essa é uma agenda do passado. Ao contrário: a saída de Dilma vai assumindo uma urgência dramática. É mais atual do que nunca.

Na virada de 2015 para 2016, as faixas do MBL lembram que não faz mais sentido afirmar que está nascendo um novo Brasil nas ruas.

 VÍDEO: Roda Viva -  Impeachment

Este programa contará com cinco debatedores, sem entrevistado no centro. E discutirá os argumentos jurídicos e técnicos do pedido de impedimento da presidente Dilma em análise na Câmara dos Deputados e também o rito estabelecido no Congresso (inclusive a interrupção temporária decidida pelo STF).
 


Bancada:
-Janaina Paschoal - advogada e professora de direito penal da USP
-Carlos Sampaio - deputado federal do PSDB de São Paulo
-José Américo Dias - secretário de relações governamentais da prefeitura de São Paulo e deputado estadual de São Paulo pelo PT
-Heleno Taveira Torres - professor titular de direito financeiro da USP
-Oscar Vilhena - professor de direito constitucional da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo

 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Esse cara que elegeram deputado e líder do PT é um sem noção, acostumado a falar babaquices. Na hora do confronto se esconde atrás dos seguranças



Líder do PT se descontrola e ameaça grupo pró-impeachment
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), é conhecido nos corredores do Congresso pelas barbaridades que costuma falar aos quatro cantos. A mais recente delas foi a afirmação de que a agência americana CIA estaria por trás das manifestações contra a presidente Dilma Rousseff que tomaram as ruas do país neste ano. Mas, nesta terça-feira, a reação do líder petista passou dos limites.

Mais do que reclamar de um ato a favor do impeachment nas galerias da Câmara, Sibá ameaçou agredir os manifestantes. "Eu vou juntar gente e vou botar vocês para correr daqui da frente do Congresso. Bando de vagabundos, vocês são vagabundos. Vamos para o pau com vocês agora", disse, aos berros, da tribuna da Casa, para representantes do Movimento Brasil Livre - que estenderam uma faixa com dizeres 'Fora,Dilma'.  

Os jovens estão acampados em frente ao Congresso para pressionar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a aceitar dar seguimento ao pedido de impeachment. Após a confusão, os jovens foram retirados do plenário.

Fonte: Marcela Mattos, de Brasília


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre sofre ataque homofóbico. Ou: Os interlocutores do MBL são o povo brasileiro e o futuro



Um rapaz chamado Allan dos Santos, descontente com uma postagem de Acácio Dorta — um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre —, publicou no Facebook um troço detestável, pleno de intolerância, preconceito e violência retórica gratuita. Reproduzo, caros leitores, e advirto que a coisa mergulha no baixo calão:  “Acácio Dorta, o futuro Jean Wyllys. Debocha do prof. Olavo de Carvalho, é homossexual assumido, membro do [partido] NOVO, liberal, e acha que pelo fato de aguentar uma pica na bunda, assim tem o direito de esculachar os outros”.

Não conheço Dorta. Não sei se é homossexual ou não. Se é, não creio que isso interfira em seus juízos políticos. Assim como não aceito que a homossexualidade seja considerada um traço distintivo positivo e gerador de direitos especiais — e sei o que me custa combater essa tendência —, repudio que a condição sexual desse ou daquele seja empregada para desqualificar.

Isso não é de direita, isso não é de esquerda, isso não é libertário. Isso é apenas truculência, ignorância e discriminação. O MBL passou a ser atacado — e as pessoas têm o direito de pensar o que lhes der na telha; não seria eu a contestá-lo depois que subscreveu a denúncia contra Dilma, junto com outros movimentos, encabeçado por Hélio Bicudo, um ex-petista — como se isso conspurcasse a sua pureza ideológica.

O Vem Pra Rua, o MBL e outros movimentos fizeram as maiores manifestações políticas da história do país. E, mais de uma vez, exaltei aqui o clima de paz, de ordem e de tolerância que deu a tônica dos protestos. E espero que assim continuem, não cedendo a baixarias dessa natureza.  Em nota, o Movimento Brasil Livre repudiou a publicação de Allan e se solidarizou com Dorta.  “É um absurdo que ainda hoje tal postura retrógrada encontre apoiadores entusiasmados e militantes. Enquanto defensores das liberdades individuais, estaremos sempre do lado contrário de gente que acha que opção sexual é categoria de pensamento”.

E noto que, não me refiro a esse ou àquele, nem opção é, mas condição que não depende de escolha. Combato com energia, clareza e determinação o tal “gayzismo”, a tentativa de grupos organizados de impor sua agenda, ao arrepio da sociedade.  Tome-se como delírio dessa turma o esforço para impor nas escolas a chamada “ideologia de gênero”, uma estrovenga autoritária, que tem de ser combatida. Mas tem de ser combatida com luzes, não com obscurantismo; tem de ser combatida com tolerância, não com ainda mais intolerância; tem de ser combatida como iniciativa para submeter a sociedade a um gerenciamento que lhe é estranho, não com o ânimo de quem cria pechas.

Não conheço Dorta, mas me solidarizo com ele. Ou será que, daqui a pouco, vão aparecer supostos “conservadores” para dizer que “não há veados de direita”, assim como Ahmadinejad, ex-presidente do Irã, e o aiatolá Khamenei asseguram que não existem homossexuais no Irã?

Devagar com o andor
Aliás, aqui e ali, parece que noto em supostos defensores do impeachment de Dilma certo receio de que, de fato, ela caia, não é? Parecem temer que este ou aquele grupos, de algum modo, acabem se dando bem… Não quero ser pessimista, não! Sou apenas realista. Aviso aos muito exaltados que, hoje, o mais provável ainda é que Dilma não caia. Não há despojos a disputar. Nem haverá ainda que o impedimento aconteça.

Quem me conhece sabe que não aconselho. Apenas opino. E a minha opinião é que o Movimento Brasil Livre, o Vem Pra Rua e outros têm de ter claro que o seu interlocutor verdadeiro é o povo brasileiro. Não caiam na cilada de levar adiante uma briga de rinhas e tendências minoritárias, como aqueles embates encantadores entre o PSTU, PSOL e PCO para saber quem é mais obtuso e irrelevante.

Opino que os adversários que interessam são os esquerdistas, é o estado gigante, são as corporações que infelicitam os brasileiros. Achar que a condição sexual desse ou daquele qualifica suas opiniões ou sua obra é uma estupidez que costuma unir a extrema direita à extrema esquerda — e não estou qualificando Allan, que também não conheço, disso ou daquilo. Estou expondo a filiação de certas ideias.


Que o Movimento Brasil Livre ganhe tempo, cuidando de coisas relevantes, e não ceda à tentação de perder tempo debatendo o sexo dos anjos ou dos indivíduos. Entre quatro paredes, não havendo crianças e não sendo sexo forçado, parece-me razoável que cada uma faça o que bem entender, não é mesmo? Ou alguém tem alguma tese diferente? Ah, sim: também acho que se devem excluir os bichos.

Que coisa lamentável!

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo