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quinta-feira, 7 de julho de 2022

PEC dos benefícios sociais - A reclamação dos prefeitos

Vozes - Alexandre Garcia

Muitos prefeitos em Brasília. Acho que quase 20% dos prefeitos estavam aqui, convocados pelo Paulo Ziulkoski, presidente há bastante tempo da Confederação Nacional dos Municípios. A reclamação deles é que, num ano, o conjunto das 5.570 prefeituras vai perder R$ 73 bilhões com essas mudanças que estão aí.

Ainda bem que não é ano de eleição municipal; do contrário, eles não teriam condições de defender esses pontos de vista. Porque isso é contra o aumento dos agentes de saúde, dos professores, dos auxiliares de enfermagem, é contra a diminuição do ICMS, dos impostos federais, para baratear o combustível
 É até contra o aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, é contra a PEC que está na Câmara; totalmente impopular, o movimento dos prefeitos.

Mas eles têm razão em chiar, porque a nossa república só é federativa na Constituição; na prática ela não é. Porque prefeito só tem poder se tiver dinheiro. Se não tem, não tem poder. E quem tem o poder do dinheiro é a União, o governo federal. Parece o tempo do império, em que o Brasil era um país unitário, ou no tempo de Getúlio, quando ele nomeava interventores e não havia nem eleição de governador.

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O governador, numa república federativa, não deveria ter mais poder que o prefeito. 
O prefeito é simplesmente o mais importante, porque ele está ao lado do problema, recebendo a reclamação no ouvido; está próximo de tudo. Ninguém dorme no estado, nem na União: as pessoas dormem e moram no município, que é o mais importante. 
Aliás, faço de novo um alerta: não existe “cidade”. “Cidade” é um aglomerado urbano; não existe cidade como pessoa jurídica de direito público. A pessoa jurídica de direito público é o município. O Brasil está dividido em estados e municípios, e não estados e cidades. Os municípios estão divididos em distritos. 
Eu não sei, acho que não dão esse tipo de aula, porque eu vejo jornalistas, dia e noite, chamando município de “cidade”. Se fosse assim, a maior cidade do mundo seria Altamira, no Pará.

Ainda não aprendemos que cinto salva vidas?

Um outro assunto que eu queria levar para vocês é esse acidente do ônibus escolar que estava indo para Criciúma. Bateu na traseira de uma caçamba e o motorista morreu. Eram 25 estudantes, 23 ficaram feridos, mas sem gravidade, pois quando a polícia chegou eles já haviam saído do ônibus. Tirando a parte do motorista, o resto do veículo não foi atingido; então, como é que houve feridos? Será por falta do uso do cinto de segurança?  
Eu uso desde 1967; tive de importar um cinto e instalar no meu carro, pois isso não existia nos carros brasileiros. 
Fiz para me proteger, pois todo mundo sabe que na colisão o carro para e o passageiro continua na mesma velocidade.
 
A delação de Marcos Valério
Por fim, que magnetismo parece ter o PT em relação à atividade criminosa! 
 Agora descobrem coisas, pelo que conta o Marcos Valério, que a Rede Record e a Veja divulgaram, que têm ligação com o assassinato de Celso Daniel, com bingo que lavava dinheiro para o PCC. 
Não estou nem falando das empreiteiras, da Petrobras, da corrupção. Parece um magnetismo, uma coisa incrível essas ligações todas.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, jornalista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Números que alarmaram o lulismo - Percival Puggina

O intenso fluxo de detentores de mandato, na “janela” dos últimos meses proporciona vários ângulos de análise. Já escrevi sobre a descaracterização dos partidos políticos brasileiros e sua transformação em misto de cartório e tesouraria.

Outro ângulo é o que trata do magnetismo das candidaturas majoritárias, especialmente das candidaturas presidenciais, em relação aos congressistas e, em especial, aos deputados federais. Era de se prever, pois política é realismo e a regra do jogo orienta as opções dos jogadores. Assim, feitas as contas e os “noves fora”, o PL viu sua representação crescer para 73 deputados, incluindo outros 40 aos que já tinha.

Conforme matéria da Gazeta do Povo de hoje (06/04), alguns partidos do Centrão que integram a base do governo no Congresso saíram com saldo positivo da janela partidária. O Progressistas (PP), ampliou a sua bancada de 38 para 50 deputados. Já o Republicanos cresceu de 30 para 45 parlamentares.

Ao mesmo tempo, o magnetismo da candidatura de Lula estimulou quase ninguém a migrar para seu partido e não ajudou os partidos à sua volta. 
Apenas dois deputados federais mudaram-se para poltronas petistas. 
Nas cercanias do PT, o PSB, o PV, o PCdoB, o PSOL e o PDT encolheram suas representações. O PSDB perdeu dois deputados.
 
A “janela” aberta acabou virando uma porta escancarada para redução das representações partidárias que poderiam ser atraídas pela candidatura de Lula. 
Só militantes muito otimistas podem dizer que isso não é péssimo sinal para a candidatura conspirada dentro do STF.
 

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.