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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

A velha mídia passou vergonha com fake news sobre suposta fuga de Bolsonaro - Alexandre Garcia

VOZES - Gazeta do Povo 
 
A velha mídia passou vergonha com fake news sobre suposta fuga de Bolsonaro
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A ação da Polícia Federal ontem atinge o coordenador das redes sociais do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.  
O filho dele, vereador Carlos Bolsonaro, que está, se não me engano, no sexto mandato. É do Republicanos. 
Ele sempre coordenou as redes do presidente. 
Fizeram busca e apreensão na casa de Jair Bolsonaro, em Angra, na residência de Carlos, na Barra da Tijuca, no escritório, no gabinete de Carlos na Câmara de Vereadores, também no endereço em Brasília, em Formosa e em Salvador. Então atingiu um dos pontos básicos da popularidade de Bolsonaro através das redes sociais. 
E, logo no dia seguinte, a uma live que teve 470.960 pessoas acompanhando ao vivo. 
Isso dá muito mais que 10 vezes aquelas lives do presidente Lula, das quais ele acabou desistindo por falta de audiência.[apesar do 'dedo podre' na hora de votar, os brasileiros não conseguem 'engolir' o que o presidente 'da Silva' expele em suas manifestações via redes sociais.
Este link conduz a um vídeo no qual o senhor de todos os males, decreta enfaticamente que não se deve dar aumento para miseráveis, visto que recebendo qualquer tiquinho de aumento eles não votam no pt = perda total.
Expressa sua recomendação que melhorar, ainda que um tiquinho, a vida dos pobres, dos miseráveis = PT perde votos = eles melhorando de vida não votam no PERDA TOTAL = pt.] 
 
Mas atinge também a velha mídia, que começou o dia com duas fake news, dizendo que quando quando a Polícia Federal chegou, a família Bolsonaro fugiu de lancha no Oceano Atlântico. 
Quando a verdade é que eles tinham saído muito cedo para ver o sol nascer no mar e quando souberam, voltaram para casa e ficaram lá com a Polícia Federal até irem embora. 
Intimou Carlos Bolsonaro a prestar depoimento, teria levado, segundo o deputado Eduardo Bolsonaro, o celular de um dos seguranças ou assessores de Bolsonaro, que não tinha nada a ver com coisa nenhuma. Enfim, a causa teria sido uma ex-assessora do gabinete da Câmara de Vereadores de Carlos Bolsonaro, que teria mandado uma mensagem para Alexandre Ramagem dizendo que estava precisando de ajuda, que era para saber sobre dois processos, dois inquéritos que envolveriam o presidente e três filhos. 
O que é muito difícil de acontecer, porque para abrir um inquérito, para ter um inquérito sobre o presidente da República, tem que ter expressa votação da Câmara dos Deputados. É uma coisa muito, muito grave.

Outra fake news é de que foi encontrado com Carlos Bolsonaro um computador da Abin. Não, foi encontrado um computador da Abin com uma funcionária da Abin, um computador funcional de posse da funcionária, que é mulher do militar que era da Abin no tempo de Ramagem, e que está morando em Salvador e que foi objeto de busca e apreensão também. Foi isso que aconteceu.

Bolsonaro deu uma entrevista na Jovem Pan, reclamando das fake news e dizendo que temem a popularidade dele porque não conseguem descobrir quem mandou o Adélio Bispo esfaqueá-lo. 
E o problema todo é que eles não conseguiram nada de corrupção, de propina, de desvio, então ficam tentando alguma coisa.
 
Itamaraty
Como se sabe, o Itamaraty entrou numa fria, a mando do presidente da República, aderindo àquela queixa da África do Sul, querendo demonstrar no Tribunal Internacional de Haia, da ONU, que Israel seria genocida. E o tribunal decidiu que não, e que sim, o Hamas tem que liberar os reféns. Pois agora, o The New York Times publicou a noticia sobre integrantes do Hamas que são funcionários da agência de assistência e obras da ONU, que opera lá na faixa de Gaza. Um deles, por exemplo, sequestrou uma israelense, o outro distribuiu munição, tinha granadas em casa, um terceiro participou do massacre onde foram mortas 97 pessoas. De 12 ou 13 apontados, dois já estão mortos e nove foram demitidos pela ONU. Mas, a consequência, 12 países cortaram a ajuda, inclusive ajuda pesada, como dos Estados Unidos, da Alemanha, do Reino Unido, do Canadá e do Japão. Só o Brasil que está fora dessa, nesse caso envolvendo a agência que existe desde 1948. E ontem, o ministro de Relações Exteriores de Israel, o Israel Katz, recusou-se a receber o Filipe Lazzarino, que é o comissário-geral dessa agência da ONU. Disse que apoiadores de terrorismo não são bem-vindos. E o governo brasileiro?


Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Números que alarmaram o lulismo - Percival Puggina

O intenso fluxo de detentores de mandato, na “janela” dos últimos meses proporciona vários ângulos de análise. Já escrevi sobre a descaracterização dos partidos políticos brasileiros e sua transformação em misto de cartório e tesouraria.

Outro ângulo é o que trata do magnetismo das candidaturas majoritárias, especialmente das candidaturas presidenciais, em relação aos congressistas e, em especial, aos deputados federais. Era de se prever, pois política é realismo e a regra do jogo orienta as opções dos jogadores. Assim, feitas as contas e os “noves fora”, o PL viu sua representação crescer para 73 deputados, incluindo outros 40 aos que já tinha.

Conforme matéria da Gazeta do Povo de hoje (06/04), alguns partidos do Centrão que integram a base do governo no Congresso saíram com saldo positivo da janela partidária. O Progressistas (PP), ampliou a sua bancada de 38 para 50 deputados. Já o Republicanos cresceu de 30 para 45 parlamentares.

Ao mesmo tempo, o magnetismo da candidatura de Lula estimulou quase ninguém a migrar para seu partido e não ajudou os partidos à sua volta. 
Apenas dois deputados federais mudaram-se para poltronas petistas. 
Nas cercanias do PT, o PSB, o PV, o PCdoB, o PSOL e o PDT encolheram suas representações. O PSDB perdeu dois deputados.
 
A “janela” aberta acabou virando uma porta escancarada para redução das representações partidárias que poderiam ser atraídas pela candidatura de Lula. 
Só militantes muito otimistas podem dizer que isso não é péssimo sinal para a candidatura conspirada dentro do STF.
 

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

domingo, 7 de novembro de 2021

Biden sem rumo, Kamala desaparecida = O caso de Allan Santos é uma amostra - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

Joe Biden está sem rumo

Pelo andar da carruagem, republicanos podem retomar controle do Congresso no ano que vem. Falta de rumo dos democratas pode ser ilustrada pelo caso paroquial, mas também significativo, do blogueiro Allan dos Santos

O presidente americano Joe Biden conseguiu perder a eleição na Virgínia um ano depois de ter vencido naquele estado com uma vantagem de dez pontos. [Biden nunca ganhou; houve um relaxamento de Donald Trump, um  excesso de confiança e a mídia dominada pelo esquerdismo empossou Biden. Nada que não possa ser revertido com a retomada pelos republicanos do controle do congresso.] Pelo andar da carruagem, os republicanos poderão retomar o controle das duas casas do Congresso no ano que vem, ressuscitando o trumpismo.

Tendo prometido uma revisão da política de controle das fronteiras e escolhido sua vice, Kamala Harris, para cuidar da encrenca, Biden não sabe para onde ir, e Kamala, com seu imenso sorriso, simplesmente sumiu.

Entre o final do governo Trump e outubro passado, foram deportados 56.881 brasileiros que tentavam entrar nos Estados Unidos sem a documentação adequada. É o jogo jogado, não tem os papéis, volta para casa. E Allan dos Santos?

O blogueiro está nos Estados Unidos desde julho do ano passado, e no início de outubro teve sua prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Seu visto de turista expirou há tempo, e Moraes pediu que ele fosse recambiado para o Brasil.

O blogueiro, estrela do bolsonarismo eletrônico, defende-se e quer ficar por lá. Ele sustenta que é jornalista e está sendo perseguido. Há dias, ele voltou ao ar: “Eu não sei se o Alexandre vai conseguir me calar. Mas uma coisa eu tenho certeza, e essa certeza é absoluta: quando vierem me calar, estarei falando.”

A diplomacia americana pode oferecer abrigo a Allan dos Santos ou pode tratá-lo como trata os estrangeiros sem a documentação adequada. O que não tem sentido é que nada faça. [a inércia serve para mostrar a alguns brasileiros que pensam poder tudo, que fora do Brasil NADA podem.
O mais chato é que nenhuma autoridade brasileira pode fixar prazo para que os Estados Unidos apresentem explicações.] Faz tempo, ela deu asilo a Leonel Brizola em poucos dias, e não faz tempo, a imigração americana embarcou mais um avião de deportados para o Brasil.

Biden está sendo comido pelos dois lados. Pela direita, porque tem uma agenda de centro. Pela esquerda, pelo mesmo motivo. Se isso fosse pouco, dorme durante reuniões chatas.

Eremildo, Bolsonaro e Moro
Eremildo é um idiota, e por isso leu três vezes o depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal. Lá está escrito o seguinte:   “Ao indicar o delegado Alexandre Ramagem ao ex-ministro Sergio Moro, este teria concordado com o presidente desde que ocorresse após a indicação do ex-ministro da Justiça à vaga no Supremo Tribunal Federal.”

A frase telegráfica não permite dizer que Moro ofereceu uma troca. De certa forma, não permite dizer coisa alguma. Tudo ficaria mais claro se Bolsonaro pudesse reproduzir o que ouviu, contando quando a conversa ocorreu. Pelo que o depoimento registra, Eremildo acha que a história não faz sentido. A conversa mencionada por Bolsonaro teria ocorrido em abril de 2020. O presidente queria para logo a nomeação de Ramagem para a chefia da Polícia Federal, mas a vaga do ministro Celso de Mello só viria em setembro, mais de quatro meses depois.

Sem as imprecisões que o tempo impõe à memória, Eremildo acha que merece crédito a curta troca de mensagens ocorrida naqueles dias entre a deputada Carla Zambelli e o então ministro da Justiça: “Por favor, ministro, aceite o Ramagem e vá em setembro para o STF. Eu me comprometo a ajudar a fazer JB (Jair Bolsonaro) prometer”.

Moro respondeu: “Prezada, não estou à venda”. [Conclusão: não se sabe se houve alguma oferta para Moro aceitar Ramagem = cumprir o ordem do presidente da República, seu superior, sendo o ex-juiz ocupante de um cargo de demissão ad nutum = o fato é que com sua demissão aprendeu que se o Presidente da República pode demitir um ministro, nada impede que demita, ou troque, um subordinado do ministro.]
 
 
 
Folha de S. Paulo - O Globo - Elio Gaspari, jornalista - MATÉRIA COMPLETA 
 

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Pátria Armada Brasil! - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

O presidente Jair Bolsonaro comentou na noite desta terça-feira (12) o sermão do arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, que, durante a principal missa do dia, afirmou que "para ser pátria amada, não pode ser pátria armada", numa crítica à política mais liberal do governo para compra e porte de armas de fogo. "Olha só, pelo que eu me lembro, ele não falou lá dentro. Só se eu comi mosca, né. Mas eu quero citar uma passagem bíblica aqui, Lucas 22:36: 'E quem não tem espada, venda a sua capa e compre uma’. Então, a Bíblia fala em arma. Essa passagem tem a ver com traições, tá? Foi quando Judas traiu Jesus", disse o presidente em entrevista à rádio Jovem Pan.

Afirmou depois que respeita o arcebispo. "Mas o estado mais armado do Brasil, proporcionalmente, é Santa Catarina e é o menos violento". Há, de fato, alguma dicotomia entre ser a Pátria Amada e ser a Pátria Armada, como colocou o arcebispo?

Pergunte para os americanos, em especial os republicanos, com um grau de patriotismo bem maior do que os europeus, e também com uma quantidade enorme de armas em casa. Pergunte aos israelenses, em especial os sionistas, que lutam com paixão pela defesa da nação judaica, e que guardam fuzis em casas.

LEIA TAMBÉM:  - Quais os carros a gasolina mais econômicos do Brasil
- Pane global do Facebook, Instagram e WhatsApp escancarou riscos de viver sob monopólio
- O Nobel de Economia deste ano vai muito além de uma polêmica sobre o salário mínimo.

O discurso do arcebispo, no fundo, foi "lacração" do começo ao fim, falando em Fake News, em ciência, politizando demais os assuntos. Não por acaso a GloboNews reproduziu longo trecho de sua fala, alfinetando o Presidente Bolsonaro.

A Globo, aliás, tem que estar muito desesperada para levar até Renan Calheiros a sério desse jeito.                                                                  Um alienígena - ou melhor, um ET, para não ofender a Demi Lovato - vendo GloboNews jura que o senador é o homem mais honesto do planeta, preparando um relatório imparcial e técnico da CPI da Covid, que teria feito revelações bombásticas contra o governo.

Quando temos figuras como Renan Calheiros e Omar Aziz falando em nome da ciência, da ética e da preocupação humanitária, ou quando temos gente que sempre desprezou o verde e amarelo em troca do vermelho buscando monopolizar a fala em nome do patriotismo, o associando ao desarmamento dos cidadãos de bem, então sabemos que o governo vai na direção certa.

O deputado Paulo Eduardo Martins comentou sobre suas andanças pelo país nesse feriado: "Mais um dia nas estradas com a família. Impressiona a presença da bandeira do Brasil em praticamente todos os estabelecimentos de beira de estrada e na maioria dos caminhões. Essa cena não existia há pouco tempo. Há um sentimento por trás disso, mas a vermelhada não vai entender".

Não vai mesmo. Ou, se entender, vai tentar ignorar, inverter a realidade. O verde e amarelo tem tomado conta do país justamente por aqueles que entendem a importância de o cidadão ter armas para defender suas liberdades, inclusive contra um estado arbitrário se for o caso. 
Era aquilo que os pais fundadores da América compreendiam. 
Pátria Amada sim, e por isso mesmo uma Pátria Armada!
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

quarta-feira, 23 de junho de 2021

"É raro o centro fazer mudança"

Alexandre Garcia

"O centro o que é? Hoje tem sido chamado de terceira via e busca a imagem de virtuoso, pacificador e alternativa entre a esquerda e a direita, como se polarização fosse um mal"

[a polarização  raramente é um mail e sim um bem; mesmo quando é classificada como um mal, é um mal necessário.
O Brasil precisa de uma polarização - que não será maléfica - para forçar definições. Impossível é um país em que nada é certo, muitas vezes valores essenciais podem ser alterados por uma decisão solitária, não ser submetido a um processo de definições = a polarização é um dos caminhos.]

 Neste ano que antecede a eleição presidencial e a de governadores, na semana passada houve movimentos que adicionaram nomes ao Partido Socialista Brasileiro, indicando que há um objetivo nisso. Marcelo Freixo deixou o PSol e entrou ontem no PSB, junto com o governador Flávio Dino, que deixou o Partido Comunista do Brasil. Podem fazer o mesmo o ex-ministro e deputado federal Orlando Silva e a ex-candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad, Manoela d’Ávila. As mudanças teriam recebido a bênção de Lula. Estranhamente, não foram reforçar o PT.[agora some o valor, incluindo a capacidade eleitoral, de cada um dos nomes destacados e se obtém pouco mais que um ZERO. Não vale a pena sequer cogitar sobre eles - além do mais receberam todas as maldições do satã petista - o diabo não abençoa, apenas amaldiçoa.]

Pode-se imaginar que ficou pesado carregar a sigla PT, depois do que a Lava-Jato mostrou, com tesoureiros do partido presos e o próprio líder máximo passando um tempo na cadeia e, agora, livre, mas não inocentado. Ficou pesado também carregar a fama de partido radical, como o Psol, e mais ainda a denominação comunista. O Partido Comunista Brasileiro já havia se transformado em PPS — Partido Popular Socialista —, mas até essa denominação foi descartada e hoje é Cidadania — um nome mais aceito.

O interessante é que esses movimentos são considerados em direção à centro-esquerda, como se o PSB ou PSDB tivessem vergonha de dizer que são esquerda — e aí se abrigam na periferia do centro. Na verdade, é uma inversão do que acontecia em anos anteriores a 2018, com partidos de direita que se abrigavam em cima do muro do centro, tal como o PFL, hoje DEM, e o PL, por exemplo. A direita, por anos encolhida e camuflada, agora é mais explícita que a esquerda, que hoje está com receio de assustar a maioria flutuante que decide eleições.

E o centro o que é? Hoje tem sido chamado de terceira via e busca a imagem de virtuoso, pacificador e alternativa entre a esquerda e a direita, como se polarização fosse um mal. A maior democracia do mundo sempre teve dois polos: republicanos e democratas, e funciona. Além de tudo, as mudanças reais nos países têm sido feitas por governos de esquerda ou de direita. É raro o centro fazer mudança. O centro costuma falar em mudança, sim, mas apenas finge, para amortecer a necessidade de mudar. “Mudar para não precisar mudar”.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense


terça-feira, 3 de novembro de 2020

A grande armação - Percival Puggina

Eu teria curiosidade de, um dia, espiar o universo paralelo onde vivem alguns analistas e comentaristas dos nossos grandes meios de comunicação. Deve ser quase como no STF, só que com menos LSD.

Sei que jamais me será dada tal oportunidade, mas deve ser uma experiência muito doida ver em Trump, subitamente, a encarnação do divisionismo na sociedade norte-americana e em Bolsonaro sua réplica brega. Os Estados Unidos sempre tiveram um elevado grau de consenso. As diferenças entre republicanos e democratas eram sutis e esse consenso contribuía para a solidez e pujança daquela sociedade. Acontece que nas últimas décadas passou a atuar sobre ela o mesmo ideário esquartejador que agiu aqui por dentro do poder, como se toda nação fosse um grande açougue onde retalhistas malucos passaram a dividir a sociedade em frações antagônicas.

De fato, perdida a luta de classes, dezenas de outras lutas foram imediatamente chamadas aos tablados e nunca para conversar porque manter os ânimos alterados é parte da estratégia. Talvez você não tenha se interessado ou visto isso acontecer nos Estados Unidos, mas aqui no Brasil, querendo ou não, foi parte contada da armação.

Em matéria de ontem, 01 de novembro, O Globo reuniu um grupo de “especialistas” para concluir que os EUA vivem uma crise identitária causadora de uma “guerra de narrativas”. Ou seja, exatamente como aqui, só que tais especialistas livram Barack Obama e o Partido Democrata de suas responsabilidades na gestação e gestão desses conflitos e os trazem – claro! – para 2016 com a eleição de Donald Trump. Assim, num passe de mágica, no universo paralelo em que vive o movimento revolucionário no Brasil, Trump (e Bolsonaro) deixam de ser consequência para se tornarem causa das divisões criadas durante décadas ao longo das quais ambos viveram à margem do poder político real.

O que escrevo é um alerta nascido do fundo da alma. Pondere, leitor, a importância que passa a ter, no Brasil, aqui no nosso torrão natal, a criação de um consistente movimento conservador. 
Se as estratégias estabelecidas por influência dos autores da
Escola de Frankfurt foram capazes de fracionar desse modo a sociedade norte-americana, imagine o que poderia acontecer em nosso país. Cabe, então a pergunta: quando haverá um novo ano de 2018 se o poder político retornar a qualquer dos partidos que há apenas dois anos perderam a hegemonia no Brasil? [todos, estaremos ferrados e mal pagos,  pior é que o Brasil também se ... .]

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 10 de julho de 2020

Projeto Lincoln, criado por dissidentes republicanos, usa armas da direita para atacar Trump - O Globo

Objetivo é minar presidente em estados que tradicionalmente votam no partido, e obrigá-lo a dispersar esforços na campanha

O 'Lincoln Project' é formado por republicanos insatisfeitos com o rumo que o partido tomou sob o comando de Trump Foto: Reprodução
O 'Lincoln Project' é formado por republicanos insatisfeitos com o rumo que o partido tomou sob o comando de Trump 
Foto: Reprodução
Criado em dezembro do ano passado, o Lincoln Project (Projeto Lincoln) reúne ex-estrategistas e consultores do Partido Republicano e é o responsável pela produção desse e de outros vídeos. Com 1,2 milhão de seguidores no Twitter, o grupo ganhou fama com produções que atacam Trump, mas com um discurso mais alinhado a antigos eleitores republicanos insatisfeitos com o atual ocupante da Casa Branca.

Fogo amigoKanye West diz que vai concorrer à Presidência dos EUA
O mais compartilhado dos vídeos causou a ira do presidente americano, que foi às redes sociais atacar os fundadores do Projeto Lincoln. Trump lembrou que muitos deles participaram de campanhas de candidatos que derrotou nas primárias do partido em 2016.
“Um grupo de Republicanos Apenas No Nome que fracassaram enormemente 12 anos atrás, depois há oito anos e que foram vencidos por mim, um iniciante na política, quatro anos atrás, copiaram (sem imaginação) o conceito de uma propaganda de Ronald Reagan, fazendo o possível para ficarem quites com seus fracassos”, escreveu Trump, de madrugada, no Twitter.

A propaganda que enfureceu Trump foi divulgada em maio e tem mais de 2 milhões de visualizações no YouTube. Os criadores fizeram um jogo de palavras com uma das mais famosas propagandas do ex-presidente Ronald Reagan (1981-1989), um herói para os republicanos.

Com o título “Morning in America” (Manhã nos Estados Unidos), a peça original da década de 1980 mostrava um país em franco crescimento graças à política econômica adotada pelo partido. Em maio, entretanto, o Projeto Lincoln usou o mesmo modelo para apresentar uma visão oposta: “Mourning in America” (Luto nos Estados Unidos) mostrava cidades decadentes, o crescente desemprego e o fracasso do governo federal em lidar com o novo coronavírus.
— Nós esperamos o máximo possível para formar o grupo porque esperávamos que alguém, sobretudo alguém eleito, faria isso antes. Nós queremos pôr Trump na defensiva — afirma John Weaver, um dos fundadores.

(.....)

Em 2016, Trump focou seu tempo e dinheiro em estados do chamado Cinturão da Ferrugem, como Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, alguns dos mais afetados pela realocação de indústrias fora do país. A vitória nos três estados, por uma diferença menor que 0,8 pontos percentuais, foi a diferença que garantiu a eleição de Trump no Colégio Eleitoral, mesmo sem ter a maioria dos votos populares em nível  nacional. 

Em O Globo, MATÉRIA COMPLETA



segunda-feira, 29 de junho de 2020

Tea Party à brasileira - O Estado de S.Paulo

 Carlos Pereira

Perfil similar a movimento dos EUA garante sobrevivência política de Bolsonaro

Diante da avalanche de notícias e eventos ruins que o governo Bolsonaro tem acumulado nas últimas semanas, era de se esperar uma queda mais acentuada da popularidade do presidente e um crescimento mais vigoroso da avaliação negativa do desempenho de seu governo. Afinal de contas, já são mais de 1,3 milhão de pessoas contaminadas pela covid-19 e mais de 57 mil mortes. Houve redução de aproximadamente 10% da atividade econômica e estima-se que a taxa de desemprego já esteja em torno de 16%.

Para completar a “maré de azar”, o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e também amigo de longa data do presidente, Fabrício Queiroz, foi preso enquanto escondido na casa do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, sob acusação de ser o operador de um esquema de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e formação de quadrilha liderado pelo próprio filho do presidente. Entretanto, os institutos de pesquisa têm mostrado que a popularidade de Bolsonaro se estabilizou em 30%, o que sugere grande resiliência política do presidente. Quem seriam os eleitores que continuam apoiando o presidente, mesmo diante de eventos tão negativos?

Em pesquisa de opinião desenvolvida com o apoio do Estadão, identificamos que os eleitores que se autodenominam de direita e de centro direita (27% da amostra de 7.020 respondentes) são majoritariamente homens (71%), brancos (73%), acima de 40 anos de idade (67%), possuem renda superior de 5 salários mínimos (70%), são profissionais liberais ou trabalham na iniciativa privada (51%) e dizem possuir alguma religião, notadamente judaica (39%), evangélica (38%) ou católica (33%). Apresentam perfil predominantemente conservador, baseado nos valores morais e da família, e preferem políticas econômicas liberais.


Esse perfil de eleitor brasileiro apresenta grande similaridade com o de eleitores que se identificam como pertencentes ao “Tea Party”, movimento surgido em 2009 nos Estados Unidos em oposição às iniciativas do governo de Barack Obama, especialmente à reforma do sistema de saúde (Obamacare) e ao plano de resgate econômico à crise de 2008. No livro The Tea Party and the Remaking of Republican Conservatism, Theda Scokpol e Vanessa Williamson mostram que os membros do Tea Party tendem a ser republicanos, conservadores, homens, brancos, ter mais de 45 anos, ser de classe média e protestantes evangélicos.

Analisamos como os eleitores brasileiros de direita e de centro direita, que apresentam características sociodemográficas e políticas semelhantes aos simpatizantes do Tea Party americano, se comportariam nas eleições presidenciais de 2022. A grande maioria dos Tea Party à brasileira reelegeria Bolsonaro ou por forte identidade com o presidente (56%) ou para evitar a vitória de um candidato de esquerda (32%). Apenas uma pequena parcela desse grupo não votaria em Bolsonaro de jeito nenhum (12%). Por outro lado, uma proporção bem menor de eleitores que não compartilham características dos simpatizantes do Tea Party votaria com certeza em Bolsonaro (37%). Um contingente um pouco maior reelegeria o presidente para evitar a vitória da esquerda (41%) e uma parcela não desprezível de “Não Tea Party” não votaria em Bolsonaro de jeito nenhum (23%).

Pesquisa recente do Pew Research Center sugere que os eleitores que pertenceram ao movimento Tea Party apoiariam a reeleição de Donald Trump em 2020. Não seria difícil imaginar qual seria o candidato dos simpatizantes do Tea Party caso eles pudessem votar no Brasil. O inverso também seria de se esperar.

 Carlos Pereira - O Estado de S. Paulo


domingo, 20 de outubro de 2019

O significado da República – O Estado de S. Paulo - Editorial

Ainda há muito a fazer, a exigir, a retificar, a aperfeiçoar,  para que se possa aplicar no Brasil, com inteireza, o qualificativo de republicano


No próximo dia 15 de novembro, comemoram-se os 130 anos da Proclamação da República. Em homenagem à data, o Estado lançou na terça-feira passada no Twitter o projeto EstadãoRepública130. O objetivo é apresentar, por meio de tuítes de 14 personagens históricos – republicanos, monarquistas e militares –, o período que antecedeu à mudança de regime. Para reproduzir os comentários dos personagens históricos, foi feita uma ampla pesquisa na Biblioteca Nacional, no acervo do jornal e na bibliografia relativa ao período. O projeto está ancorado no perfil @_vivarepublica_ e as publicações podem ser acompanhadas também pela hashtag #ER130.

A história do jornal O Estado de S. Paulo está intimamente ligada à República. Inspirado nos valores do liberalismo clássico, este jornal foi fundado em 1875 – então se chamava A Província de São Paulo – com o objetivo de propugnar pela abolição da escravidão e pela instauração da República. Faz, portanto, todo o sentido o Estado reviver esse período tão especial da história do País, da qual tem sido personagem atuante, valendo-se de atuais ferramentas tecnológicas.

Acompanhar esse período histórico pode ajudar a dar uma dimensão mais precisa do que significou – e do que deve significar – a República. A luta pelo novo regime não consistiu apenas em destituir o Imperador d. Pedro II ou em instaurar um novo sistema decisório no poder público. Proclamar a República representava a inauguração de um marco jurídico completamente novo.

“Todos são iguais perante a lei”, diz o art. 72 da Constituição de 1891, a primeira republicana. Há aqui dois princípios basilares, dos quais decorrem todas as características de um regime republicano. A República baseia-se na fundamental igualdade de todos os cidadãos e, precisamente por isso, todos estão igualmente submetidos à lei.

O segundo princípio, intimamente ligado ao da igualdade, é o de que a República é o regime da lei. O exercício do poder na República é sempre uma decorrência da lei. No exercício da função pública, não há espaço para o arbítrio, o voluntarismo ou idiossincrasias. E a razão para tanto é muito clara: o respeito à liberdade individual. A liberdade de cada cidadão só pode ser limitada por meio da lei. Ninguém, seja quem ele for, seja qual for a sua origem, pode impor a outro uma obrigação fora dos limites legais.

Por isso, na República, não há mais reis, rainhas, príncipes ou princesas. E tampouco há nobres. Sendo todos iguais perante a lei, não há privilégios nem castas. Há cidadãos. “A República não admite privilégio de nascimento, desconhece foros de nobreza, e extingue as ordens honoríficas existentes e todas as suas prerrogativas e regalias, bem como os títulos nobiliárquicos e de conselho”, proclamou a Constituição de 1891.

Ser o regime da lei significa também que a República é o regime da liberdade. Exemplo de liberdade é a declaração do caráter laico da República do Brasil. “Nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá relações de dependência, ou aliança com o Governo da União, ou o dos Estados”. Além disso, foi com a República que se reconheceu plenamente a liberdade religiosa, com direito ao exercício público do culto. “Todos os indivíduos e confissões religiosas podem exercer pública e livremente o seu culto, associando-se para esse fim, adquirindo bens, observadas as disposições do direito comum”, fixou a Constituição de 1891.

A comemoração dos 130 anos da Proclamação da República é, portanto, muito mais do que mera recordação de acontecimentos pretéritos. É resgatar o profundo significado do que é ser republicano – a igualdade de todos e o regime da lei. Assim, fica evidente que a causa da República não terminou no dia 15 de novembro de 1889. Lá se deu um passo importante, mas esses dois princípios – da igualdade e do regime da lei – não se tornaram realidade por mera proclamação. Ainda há muito a fazer, a exigir, a retificar, a aperfeiçoar para que se possa aplicar ao Brasil, com inteireza, o qualificativo de republicano. Que o percurso continue a ser trilhado.

Editorial - O Estado de S. Paulo
 
 

sábado, 9 de março de 2019

Entre Bolsonaro e a democracia, creiam: militares escolheriam a democracia


"E isso, democracia e liberdade, só existe quando a sua respectiva Força Armada assim o quer". 


O brocado autoritário que vai acima é da lavra de Jair Bolsonaro, presidente da República, durante cerimônia no 211º aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, na Fortaleza de São José da Ilha de Cobras, no centro do Rio. Não adianta. Ele não entende a democracia. Ponto final. Imaginem o que teria acontecido se, na Presidência da República, Lula tivesse dito em algum momento: "Democracia e liberdade só existem quando os trabalhadores querem". Como sua origem era o meio sindical, a leitura óbvia e necessária teria sido uma só: se o PT decidir, põe fim à democracia. Mas Lula não disse isso, certo? Nem por isso, é verdade, o PT deixou de aparelhar o Estado. E foi combatido — inclusive por este escriba.


Não há como dourar a pílula. Bolsonaro quis dizer o que disse e disse o que quis dizer, o que implica uma agressão múltipla à Constituição Federal. Fere o Parágrafo Único do Artigo 1º: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição." Observem que não está escrito lá que todo o poder emana das "Forças Armadas". Há um outro artigo que as implica diretamente com a questão democrática.



É o 142: "As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem."


Como se nota, elas são garantias dos poderes constitucionais, não forças de tutela. Para que intervenham, inclusive, na garantia da lei e da ordem internas, é preciso que contem com a concordância dos demais Poderes. Que são civis. [salvo improvável engano,  as FF AA para intervir na garantia da lei e da ordem NÃO necessitam da concordância dos demais poderes;

- ... e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem - por maior que seja o alcance  dado na interpretação do qualquer, refere-se apenas a um - a redação apresentada qualquer um dos Poderes competente,   para solicitar a intervenção das FF AA, sem necessidade de ouvir os demais poderes.


Existe um detalhe que parece ter sido esquecido.

As forças Armadas, constituídas ... , sob a autoridade suprema do Presidente da República. 

As FF AA,  pela Constituição,  estão sob o comando supremo do Presidente da República, assim o comandante supremo - no caso o Chefe do Poder Executivo,  (Poder que, da mesma forma que os demais, é independente e autônomo) é quem determina o que as FF AA fazem ou deixam de fazer.
Está na Constituição. 

Nossa interpretação certamente não tem o brilhantismo do texto do dono do Blog, mas, expressa fielmente o que está na Constituição, especialmente art. 142, 'caput'..]   O general Hamilton Mourão, vice-presidente também eleito, tentou dourar a pílula, assegurando que a fala foi mal interpretada. E empregou a Venezuela como exemplo. Como, naquele país, as Forças Armadas ainda garantem o apoio a Nicolás Maduro, então vige uma ditadura. 

O general é inteligente o bastante para saber que sua frase pode ser desconstruída sem muito esforço. Então ficamos assim, senhor vice-presidente: a democracia existe por vontade do povo; as ditaduras, por vontade dos militares. O que lhes parece? 
Há uma diferença que distingue a civilização da barbárie entre estas duas frases de sentidos semelhantes apenas na aparência: 
1: Nas democracias, as Forças Armadas garantem os Poderes Constituídos;
2: só existem democracia e Poderes Constituídos se as Forças Armadas quiserem.


Na primeira, elas se subordinam à ordem democrática; na segunda, elas a tutelam. Os países que vivem a circunstância nº 1 são democracias; os que experimentam a nº 2 são ditaduras. Contexto O contexto da fala de Bolsonaro também é elucidativo. Ele não fala como chefe de Estado, mas como chefe de uma milícia política. Ainda fazendo referência ao vídeo pornô que espalhou Brasil afora, afirmou: "A missão será cumprida ao lado das pessoas de bem do nosso Brasil, daqueles que amam a pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que têm ideologia semelhante à nossa, daqueles que amam a democracia."



E aí veio o complemento: "E isso, democracia e liberdade, só existe quando a sua respectiva Força Armada assim o quer". Como se nota, Bolsonaro se dá o direito de determinar o que sejam amor à pátria, respeito à família e amor à democracia. Quanto aos países "que têm ideologia semelhante à nossa", devemos ficar no aguardo: assim que este gênio da raça definir a nossa "ideologia oficial", vamos ver de quais ele pretende se aproximar e se distanciar. Penso aqui em alguns compradores dos nossos produtos e que compõem mais da metade do nosso superávit comercial: China, países árabes e Irã. O Brasil deve repudiá-los, no cenário internacional, em razão das diferenças? [sem ser advinho nem ter informação privilegiada, ousamos assegurar que Bolsonaro não irá repudiar nenhum dos países acima.]



Que coisa! A cada dia, uma insanidade nova. Sim, Bolsonaro já violou o Item 7 do Artigo 9º da Lei 1.079 ao espalhar um vídeo pornô. Agora atenta contra os valores expressos nos incisos II, III e IV do Artigo 4º da mesma lei. Lá está escrito: "São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmente, contra: II – O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados; III – O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais: IV – A segurança interna do país."



No fim das contas, está dizendo às Forças Armadas: "Enquanto vocês segurarem a minha onda, faço o que bem entender". Asseguro ao presidente Jair Bolsonaro que não será assim. Se preciso, o povo o derruba, segundo a Constituição. E as Forças Armadas vão garantir a Constituição, não um doido de plantão. Se chegar a um ponto desejado por ninguém, os militares ficam com a democracia, e Bolsonaro cai. Para encerrar: nos EUA tão admirados pelo presidente, se Donald Trump afirma algo semelhante, é deposto por um processo de impeachment. Inclusive com os votos dos republicanos, que não veem a hora de se livrar do seu próprio maluco.

[Devido o apreço que temos ao ilustre articulista, cujo Blog leva seu nome, vamos ainda que com atraso apresentar algumas considerações ao Post transcrito.]




Entre Bolsonaro e a democracia, creiam: militares escolheriam a democracia ... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/07/entre-bolsonaro-e-a-democracia-creiam-militares-escolheriam-a-democracia/?cmpid=copiaecola