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domingo, 2 de fevereiro de 2020

Petrobras dá vexame ao cancelar palestra - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

O vexame da patrulha contra McCloskey 

Não se pode saber como vai acabar a lambança do Enem, mas exemplos mostraram que as redes sociais são uma das boas coisas deste século 

Dizer que a terra é plana ou que o nazismo foi de esquerda fazem parte de um bestiário incontrolável, mas entra-se no caminho do vexame quando uma empresa como a Petrobras cancela uma palestra da economista Dreirdre McCloskey porque ela disse que os governos de Donald Trump e de Jair Bolsonaro são “qualquer coisa, menos liberais”. [se a contratante não concorda com a capacidade de quem vai proferir a palestra e as opiniões a serem emitidas, não são interessantes nem adequadas, o mais conveniente  é cancelar.

Sem esquecer, que palestras, que em sua maioria são úteis aos assistentes  - há algumas exceções - se tornaram durante o governo que destruiu o Brasil, 2003 a 2016, meio de lavagem de dinheiro, o que torna imperativo mais cautela sobre quem, e o que, se contrata.]
Trata-se de um vexame pela falta de educação, pela truculência e pelo obscurantismo. Falta de educação porque os áulicos da Petrobras cancelaram a palestra sem dizer uma só palavra à professora. Pela truculência, porque o ex-Robert McCloskey teve coragem para mudar de sexo e com isso já enfrentou paradas bem mais duras do que pitis de burocratas amedrontados. É dela a mais sólida resposta às patrulhas que associam Milton Friedman à ditadura chilena do general Pinochet. (O texto da palestra está na rede com o título “Ethics, Friedman, Buchanan, and the Good Old Chicago School”.) Pelo obscurantismo, porque a professora é uma economista respeitada internacionalmente.

McCloskey veio da cepa da universidade de Chicago e trabalhou com Friedman. Seus três livros sobre as virtudes, a igualdade e a dignidade dos burgueses são aulas de História para quem quer conhecer as raízes do mundo moderno. Em poucas palavras (dela), nada a ver com a luta de classes de Marx, com os protestantes de Max Weber, com instituições ou com as teorias matemáticas da acumulação de riquezas. Foi tudo coisa das ideias: “Comércio e investimentos sempre foram rotinas, mas uma nova dignidade e a liberdade das pessoas comuns foram únicas dessa época”. O construtor do mundo moderno foi o burguês.

Bolsonaro não é liberal, finge mal e, se quiser sê-lo, terá muito chão pela frente. Cancelar uma palestra de McCloskey porque ela criticou o capitão foi atitude de quem passa por qualquer vexame para ficar bem na nominata das cerimônias.
Se esse triste episódio levar alguma editora a publicar a trilogia burguesa de McCloskey, a patrulha terraplanista terá prestado um serviço ao país.

O MEC está deseducando uma geração
(.....)

O ruinoso do Enem de Weintraub junta-se a outro desastre, com o qual ele nada teve a ver e, pelo contrário, já denunciou. É o caso dos inadimplentes do Fundo de Financiamento Estudantil. Invenção dos ministros da Educação petistas, para gosto dos donos de faculdades privadas, o Fies transferiu para a Viúva o risco de inadimplência dos estudantes da rede privada.

Hoje, o rombo está em R$ 32 bilhões. Isso aconteceu porque os financiamentos eram dados sem um fiador verificado e os educatecas não analisavam os empréstimos que o Fies concedia.
Weintraub apontou o pior lado dessa desgraça, o moral:
“São 500 mil jovens começando a vida com o nome sujo”.

Com o nome sujo e estimulados a não pagar o que devem, porque foram induzidos a isso pelos espertíssimos donos de faculdades. É sempre bom lembrar que um estudante da faculdade de Direito de Harvard formou-se em 1991 e só quitou sua dívida depois de 1996, com o que ganhou publicando seu primeiro livro. Chamava-se Barack Obama.

(....)

FiespDe um empresário abatido pelo desembaraço político de Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo.
“Do jeito que estão as coisas aquele prédio da avenida Paulista podia passar por um retrofit. O térreo e o espaço do rés-do-chão poderiam ser entregues às moças que vendem milho e aos rapazes do yakissoba. Nos andares superiores ficaria o museu da indústria e o auditório seria entregue aos músicos e malabares”. [o que ocorre na Fiesp é apenas um tênue reflexo do que a 'nova cultura', que a esquerda tenta manter no Brasil, é capaz de fazer.
Se espera que Regina Duarte resgate a Cultura que merece ser valorizada na mesma proporção que valoriza antigos valores, que o maldito 'politicamente correto' tenta impor.
Caindo no lugar comum: se é político, jamais pode ser correto.]



Na Folha de S. Paulo e no O Globo, leia MATÉRIA COMPLETA - Elio Gaspari, jornalista

 

sábado, 5 de março de 2016

Dono da Crefisa envolvido em fraude milionária



Lamacchia, um bilionário encrencado
Como o dono da Crefisa e da Faculdade das Américas perdeu na Justiça uma fortuna de R$ 500 milhões para uma faxineira aposentada após uma disputa marcada por fraudes, desvios de recursos e intimidação

O bairro paulistano do Jardim Boa Vista, localizado no extremo da zona Sul de São Paulo, está entre os mais violentos da cidade. Sempre que um crime acontece, é normal os moradores serem alvo da curiosidade da imprensa. Foi o que a ex-faxineira Glória da Graça de Souza, 67 anos, pensou ao ver um fotógrafo descer do táxi, em frente ao portão de sua casa, para tomar fotos dela. Depois de alguns cliques, o homem identificou-se como o jornalista Pedro Menezes e perguntou se o nome dela era Glória. Assustada e sem saber o que se passava, ela assentiu com a cabeça.

A admissão fez uma segunda pessoa descer do carro e causar espanto na funcionária pública aposentada. Era o empresário José Roberto Lamacchia, sócio da financeira Crefisa e da Faculdade das Américas (FAM), e um dos maiores patrocinadores do futebol brasileiro. Ele correu e invadiu a residência de Glória, que tentou impedi-lo para não assustar os quatro netos menores de idade que estavam sob seus cuidados. Dentro da casa simples, de cômodos inacabados e muita reforma a fazer, o empresário acostumado aos nobres bairros Jardim Paulista, onde mora, e Jardim América, onde trabalha, forçava a barra para ser ouvido.

Apesar da gritante diferença social, o bilionário Lamacchia e ex-faxineira Glória são “sócios” na FAM, universidade privada criada em 1998, com duas unidades em São Paulo, aproximadamente 17 mil alunos em 28 cursos. A invasão de domicílio, registrada em Boletim de Ocorrência (B.O.) na Polícia no dia 4 de outubro de 2011, foi um ato desesperado de um empresário acuado, numa tentativa de convencê-la a retirar um processo contra ele na Justiça. Lamacchia, diz Glória, forçou o encontro para suborná-la e chantageá-la. Ela movia o processo de número 0194670-49.2011.8.26.01.000, no Foro Central de São Paulo, no qual pedia para ser reconhecida como a única associada do Cebrasp, entidade que deu origem à FAM.


Dono da Crefisa, a única instituição financeira disposta a emprestar para servidores públicos, aposentados e pensionistas que estão com nome sujo, com mais de 900 lojas espalhadas por todo o País, Lamacchia batalha nos bastidores para preservar um patrimônio superior a R$ 3 bilhões. Fazer dinheiro é com ele mesmo. O capital social da financeira, que era de R$ 60 mil, em dezembro de 2006, foi multiplicado em 2.733%, para R$ 1,7 milhão, em junho de 2015. No mesmo período, o patrimônio líquido da Crefisa, de R$ 157,8 milhões, saltou 1.522% para R$ 2,56 bilhões.

A financeira especializou-se em um tipo de empréstimo pessoal bastante lucrativo, que não segue o habitual modelo de crédito consignado com desconto em folha de pagamento. Os clientes aceitam o débito automático das parcelas em suas contas correntes bancárias. Embora a inadimplência da Crefisa esteja perto de 40% do total emprestado, um absurdo para qualquer padrão no sistema financeiro brasileiro, os juros extorsivos garantem a lucratividade do negócio. Segundo o BC, as taxas da Crefisa superam 830% ao ano.