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quarta-feira, 15 de março de 2023

Governo ainda trabalha duro para sabotar a CPI do 8 de janeiro - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia
 

Investigação

CPI DF
CPMI quer investigar atos de 8 de janeiro.| Foto: Andre Borges/EFE

O presidente do Senado e do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, está sendo cobrado pelos políticos mas não pela mídia, que está omitindo, fingindo que não existem assinaturas suficientes para abrir uma CPI mista que investigue tudo sobre o 8 de janeiro. 
O governo não quer, o governo está desesperado, procurando tirar assinaturas. 
Cobrado, Pacheco respondeu que vai solucionar isso o mais breve possível. 
Espera-se que ele convoque uma reunião conjunta de Câmara e Senado, leia o requerimento e instale a CPI.

Como já tem gente retirando a assinatura, talvez Pacheco esteja dando tempo para ver se mais parlamentares fazem o mesmo, mas ainda está longe de ficar abaixo das 171 assinaturas necessárias na Câmara e 27 no Senado. Até agora, foram 33 senadores e 189 deputados, parece que apenas quatro deputados retiraram. Guardem bem aí o nome deles: eleitores de Goiás, lembrem-se de José Nelto (PP) e Célio Silveira (MDB). Eleitores do Rio de Janeiro, lembrem-se de Chiquinho Brazão (União Brasil); e eleitores do Maranhão, não se esqueçam do Pastor Gil (PL). Gente que retirou a assinatura, provavelmente por motivos, vamos usar um eufemismo, fisiológicos. Liberação de emenda, algo assim.

Agora, é bom lembrar que, por ordem do Supremo, abriram a CPI da Covid, que hoje vemos ter sido um fiasco. Que inclusive fazia a cabeça das pessoas, dizendo que não havia tratamento, que todo mundo devia usar máscara, coisas que hoje estão se mostrando totalmente opostas à realidade. 
Negacionistas foram certos senadores da CPI, que saiu quando outra comissão estava pronta para começar. 
Aliás, a CPI das ONGs da Amazônia, onde está?
 
Alguém vai pagar a diferença da passagem aérea a R$ 200
Nós temos aí uma promessa do ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB).  
Ele está acima disso, mas aceitou e anunciou um programa chamado Voa Brasil, de passagens a R$ 200 para servidores públicos aposentados, pensionistas e estudantes do Fies.
 Não há como não lembrar daquele tempo nojento, odioso, em que jornalistas pagavam meia passagem aérea. Não dá para ter privilégio nenhum para ninguém!  
Mas isso foi abolido porque, na verdade, não era o jornalista que estava ganhando dinheiro com isso, economizando na passagem aérea; era a empresa jornalística.
 
Agora vemos essa história outra vez. Dizem que não vai ter subsídio, mas uma empresa aérea vai vender uma passagem a R$ 200 de Porto Alegre a Manaus, por exemplo?  
De Brasília para Goiânia, tudo bem. E ainda dizem que seria financiado em 12 parcelas pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, e que seria justificável porque tem muito assento vazio, mas então o sujeito só vai voar se tiver poltrona vazia a R$ 200? Milton Friedman diz que não há almoço grátis. Então vamos saber o que vai acontecer, se não vai ser uma “picanha aérea”.
 
Governo que fraqueja vira refém dos criminosos
Esses ataques no Rio Grande do Norte, por parte de quadrilhas criminosas, nos lembra que que os governos que fraquejam serão dominados pelo crime. E os governos que ficam dominados pelo crime não conseguem dar aos cidadãos a segurança que eles têm obrigação de dar – não apenas porque os cidadãos pagam impostos para isso, mas porque os governos existem para servir os cidadãos e dar-lhes segurança.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 
 

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Lula mente 7 vezes em entrevista ao Flow Podcast

Petista distorceu declarações do presidente Jair Bolsonaro e disse que o PT acabou com a fome no Brasil 

Edilson Salgueiro
 
Em participação no <i>Flow Podcast</i>, Lula disse ter criado o Fies
Em participação no Flow Podcast, Lula disse ter criado o Fies | Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato ao Palácio do Planalto nas eleições de 2022, mentiu sete vezes durante entrevista ao Flow Podcast. Em conversa com Igor 3K, na terça-feira 18, o petista fez declarações falsas sobre o legado dos governos do PT.

Ao contrário do que disse Lula, o Brasil não foi o último país a legalizar o voto feminino. Argentina (1947), Chile (1949), Peru (1955) e México (1995), por exemplo, garantiram esse direito depois de 1932, ano em que as mulheres brasileiras começaram a votar.

O ex-presidente disse que o Brasil é o maior produtor de proteína animal do mundo. Segundo a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU), no entanto, a China é quem lidera o ranking. O país asiático produziu mais de 90 mil toneladas de carnes em 2021, enquanto o Brasil praticamente atingiu a marca de 30 mil toneladas.

O petista afirmou ter criado o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Contudo, essa política foi elaborada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1999, e instituída em 2001.

De acordo com Lula, 90% das categorias organizadas conquistaram aumento real no salário ao longo de seu governo. No entanto, esses números foram registrados apenas em três anos: 2006, 2007 e 2010. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) mostra que, em 2003, 2004, 2005, 2008 e 2009, menos de 80% das categorias tiveram aumento real no salário (acima da inflação).

Os governos petistas não acabaram com a fome no Brasil, ao contrário do que disse o ex-presidente. Apesar de o menor índice de insegurança alimentar grave ter sido registrado durante a administração de Dilma Rousseff (PT), os governos do PT não resolveram o problema da fome. Desde 2004, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou as pesquisas sobre insegurança alimentar, o Brasil registra milhões de pessoas na categoria “grave”. Na prática, isso significa que muitos brasileiros ainda não têm o que comer. O melhor desempenho foi registrado em 2013: 3,6% da população, ou 7,2 milhões de pessoas.

É mentira que Lula cresceu 15 pontos porcentuais nas pesquisas de intenções de voto depois de sua prisão, em 2018. Nenhum dos levantamentos divulgados pelos institutos de pesquisas aprovados pelo “consórcio de imprensa” registrou tal variação naquela época. Datafolha e Ibope, por exemplo, mostravam que o petista tinha entre 30% e 31% das intenções de voto em abril de 2018, depois de sua prisão. Três meses antes, em outubro de 2017, Lula tinha entre 35% e 36%. As intenções de voto caíram entre 4% e 6%.

O petista afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu, durante entrevista ao canal Paparazzo Rubro-Negro, a necessidade de mentir para conseguir governar. É falso. Na ocasião, o atual presidente da República disse ter sido aconselhado diversas vezes a mentir, mas não teria seguido a sugestão.

Edilson Salgueiro - Revista Oeste

 

sexta-feira, 10 de junho de 2022

O cheque sem fundos de Lula - O Estado de S. Paulo

Rascunho de programa econômico confirma que o PT quer reeditar políticas que afundaram o País, mas num cenário muito pior do que quando esteve no poder

Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mantinha evasivo a respeito do plano de governo de sua candidatura. Qualquer manifestação espontânea de sua parte, marca de sua trajetória como dirigente sindical e político, colocava em risco o discurso que pretendia encarnar: o de líder de uma frente ampla em defesa da democracia que deixou as divergências de lado ao se aliar a um antigo adversário político, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Mas se nos eventos em que prega para convertidos Lula já havia deixado escapar suas convicções, o rascunho de seu plano de governo só confirma que o PT não aprendeu nada com o passado.

Depois de um legado de recessão econômica, é inacreditável que o partido continue a insistir nos mesmos erros cometidos em período tão recente da história brasileira.  
Entre as ideias centrais do documento está a revogação do teto de gastos, fundamental para conter a gastança desenfreada do governo Dilma Rousseff. Outro alvo é a reforma trabalhista de 2017, que assegurou o trabalho a distância durante a pandemia de covid-19 e teve vários de seus dispositivos já reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 
Cabe então uma pergunta: o que PT e Lula pretendem colocar no lugar?  
Basta ler o teor do documento para vislumbrar um futuro enraizado em um passado supostamente glorioso. 
Uma das premissas é “colocar o pobre outra vez no Orçamento” e taxar os mais ricos, mas não há nenhuma explicação sobre o que impediu os petistas, na longa década em que estiveram no poder, de aprovar uma reforma tributária. 
 
No lugar do teto de gastos, o programa propõe um “novo regime fiscal que disponha de credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade, que possua flexibilidade e garanta a atuação anticíclica”. Na falta de esclarecimentos sobre o que essa frase significa, é bom lembrar que as medidas anticíclicas petistas foram precisamente a causa da ruína fiscal em que o País se meteu. 
Economistas são unânimes ao apontar que o ciclo de alta de preços das commodities, que coincidiu com o governo Lula, foi fundamental para garantir o crescimento do PIB e a queda do desemprego ao longo da primeira década de 2000. O problema é que, quando esse período vantajoso para a economia brasileira se encerrou, os governos petistas mantiveram a aposta em políticas caras, mal desenhadas e pouco efetivas. 
 
Mesmo diante de sinais claros de uma economia excessivamente aquecida, a taxa de juros foi mantida em níveis excessivamente baixos. 
O governo, por sua vez, ampliou o gasto público de maneira imprudente, com o uso de bancos públicos para bancar uma política industrial de empréstimos subsidiados aos “campeões nacionais”, aumento real de servidores, expansão sem critérios do programa de financiamento estudantil Fies, represamento artificial de preços de combustíveis e de energia e investimentos com retornospatrióticos” assumidos pela Petrobras, Eletrobras e fundos de pensão
São medidas, entre muitas outras iniciativas questionáveis, que contribuíram para empobrecer o País, já devidamente destrinchadas por economistas e convenientemente esquecidas pela classe política.

O PT reitera agora a defesa da recomposição do “papel indutor e coordenador do Estado e das empresas estatais” no desenvolvimento e da necessidade de “fortalecimento dos bancos públicos, e prega que a Petrobras seja “colocada de novo a serviço do povo brasileiro”. Ou seja, é um grande salto para trás. [e a volta da roubalheira.]

Como bem definiu o jornalista argentino Joaquín Morales de Sá, não há populismo que sobreviva sem talão de cheques – isto é, o populismo requer muito dinheiro, inclusive de recursos que pertencem a gerações futuras, e precisa de uma conjuntura muito favorável, como foi o caso do ciclo das commodities, que criou a falsa sensação de uma “era dourada” do petismo. Hoje, com a terrível conjunção de guerra, pandemia e toda a razia bolsonarista que maltratou o País,[(sic) - quem maltratou o Brasil foi a roubalheira petista = quase R$ 10.000.000.000.000 = dez trilhões de reais.] o único cheque que Lula terá condições de passar, se eleito, provavelmente não terá fundos.

 Opinião - O Estado de S. Paulo

 

quarta-feira, 9 de março de 2022

Os bilhões que sobraram mostram o que os corruptos tiraram - Correio Braziliense

 Alexandre Garcia

As centenas de bilhões que sobraram, porque o roubo acabou, mostram o tanto que os corruptos tiravam dos pagadores de impostos

O IBGE acaba de mostrar que o PIB brasileiro cresceu 4,6% em 2021 e superou as perdas da pandemia. 
No ano anterior, embora o FMI tenha previsto uma queda de 9%, o PIB do Brasil caiu metade disso: 3,9%. 
A despeito da campanha do fique em casa e feche tudo, o brasileiro levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima. 
Nossa resiliência é parte de nossa energia, nossa força, nosso espírito, principalmente se o governo não atrapalha. Mesmo quando o clima atrapalha, como aconteceu com o agro, tivemos o maior crescimento desde 2010 e nosso Produto Interno Bruto chegou a R$ 8,7 trilhões. E não é um número abstrato, distante, porque, segundo o IBGE, o consumo familiar subiu 3,6%, assim como subiram a poupança e o investimento privado
Fonte de emprego para a mão de obra mais necessitada, a construção civil cresceu 9,7%. 
Neste ano, o investimento estrangeiro já procura o Brasil como porto seguro, e nossa moeda se valorizou em cerca de 10% ante o dólar, a moeda-base do mundo.
 
O que houve? Deus olhou para o Brasil? O destino resolveu nos premiar?  
Ou fomos nós que nos rebelamos contra a campanha pessimista? Aposto na última hipótese. Em primeiro lugar, porque nos rebelamos contra grupos políticos-fisiológicos que se apropriavam do Estado, que é patrimônio de todos os brasileiros. 
Quando a maioria decidiu, nas urnas, por uma proposta que não queria partidos políticos dominando estatais e a administração direta federal, boa parte da transformação se concretizou. 
A principal vítima da rapina, a Petrobras, teve resultado recordista, assim como o BNDES, que ajudava ditaduras estrangeiras e, agora, investe nos empreendimentos brasileiros. A Caixa Econômica se tornou o banco social que é sua vocação e tem tido os maiores resultados da história. Antigas estatais, que sempre tiveram prejuízos, nunca foram tão bem.
 
Isso sem falar nos resultados na administração direta. O Banco Central repassou, no ano passado, cerca de R$ 72 bilhões ao Tesouro
As contas do setor público tiveram o primeiro resultado positivo em sete anos, de R$ 64,7 bilhões em 2021, isso que impostos foram reduzidos sobre combustíveis e bens duráveis. 
E ainda sobrou para concluir obras cronicamente inacabadas, como pontes e a bendita água para o Nordeste, além de subsidiar a renda das vítimas do feche tudo com o Auxílio Brasil e perdoar 92% das dívidas dos estudantes no Fies.  
Sobrou até para dar os 33% aos professores do básico. 
As centenas de bilhões que sobraram, porque o roubo acabou, mostram o tamanho que os corruptos tiravam dos pagadores de impostos.

No Estado inchado, ainda se penduravam nas folhas de pagamento milhares de cargos em comissão, DAS de alto nível, que não apareciam no local de trabalho e sustentavam boas casas no Lago Sul de Brasília. Foram simplesmente demitidos. Lei rolante passou a apoiar quem realmente precisa, e acabaram-se as mamatas de imposto sindical e ajudas estranhas. Ministros tiveram autonomia, mas sem mando de partidos políticos. Os que desfrutavam do dinheiro fácil que vinha com o suor dos pagadores de impostos reagiram de todas as formas, até mesmo usando a pandemia, mas não conseguiram vencer o povo resiliente, teimoso e mais informado.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense 

 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Não faltou dinheiro para desviar as águas do grande rio

Alexandre Garcia

Com tanto impostos cobrado do brasileiro, o milagre constitui em não deixar que o dinheiro do povo saísse pelo ladrão. Nos ministérios, na Petrobras, nas estatais gerais

Hoje é um dia histórico. A água das chuvas que caíram na Serra da Canastra, quase na divisa de Minas com São Paulo, no início do ano, vão chegar ao Rio Grande do Norte, depois de percorrer mais de 3 mil quilômetros. É o eixo leste da transposição do Rio da Unidade Nacional. Sonho secular, promessa de décadas, finalmente realizado. Águas mineiras naturalizadas potiguares. No estado em que Cabral plantou um marco português, em pedra lioz, com a Cruz da Ordem de Cristo, onde Caminha registrou "águas infinitas". Agora, outro marco, em água, chega ao interior, no Seridó, confirmando a previsão da carta de 522 atrás.
 
Por anos, a transposição, agora chegando, também, ao Ceará, foi promessa eleitoral, com obras que ficaram se deteriorando, consumindo impostos federais, mas mantendo a chantagem populista [chantagem que o 'descondenado petista Lula e o 'coroné' Ciro Gomes,praticaram por anos e anos.]  de um dia a água chegar, se o voto chegar à urna. Serviu para caixa dois, para propinas de empreiteiras, como constatou a anulada Lava-Jato. Muito dinheiro foi para obras em Cuba, Venezuela, Nicarágua, Moçambique e outros países. 
Agora que o dinheiro aqui ficou, as obras estão sendo concluídas e outras começadas, como as pontes ligando Rondônia e Acre, Piauí e Maranhão, como centenas de outras obras de infraestrutura.
 

Bolsonaro denuncia que desvios do PT equivaleram a "50 transposições" do São Francisco

 
 
Com tanto imposto cobrado do brasileiro, o milagre consistiu em não deixar que o dinheiro do povo saísse pelo ladrão. Nos ministérios, na Petrobras, nas estatais em geral. 
A Caixa Econômica, que já teve Geddel como vice-presidente, agora virou banco social, como é de sua natureza; na Petrobras, não se faz mais negócio por recomendação de líder de partido político; no Banco do Brasil, a diretoria é técnica; o BNDES é mesmo banco nacional, e não de financiamento internacional
Sem estatal a serviço de políticos corruptos, a Itaipu Binacional pode ajudar os municípios vizinhos, com máquinas e veículos, transformar o aeroporto de Foz em internacional e erguer uma segunda ponte de ligação com o Paraguai, que vai ser entregue no meio do ano.

Em pouco tempo, todos esses entes públicos se recuperaram dos prejuízos causados por aproveitadores do Estado; e outro milagre se fez: as contas públicas terminaram o ano com superavit primário de R$ 65 bilhões. Assim, foi possível não apenas levar água para o Nordeste, mas resolver dívidas de 1 milhão de estudantes no Fies, aumentar o auxílio Brasil de R$ 190 para R$ 400 e aumentar em 33% a base dos professores, só para citar ações desses últimos dias. Tudo isso durante a pandemia, quando muitos prefeitos e governadores, com aval do Supremo, mandaram fechar tudo, no lockdown agora desmitificado pela Johns Hopkins.

Ontem, em Salgueiro, Pernambuco, o presidente entregou o controle de bombeamento das águas do São Francisco. Depois, foi a Jati, na região do Carioca, Ceará, e acompanhou a liberação das águas da barragem que chegarão à região metropolitana de Fortaleza e outras regiões do estado
Hoje, assistirá ao milagre das águas, em Jardim de Piranhas, no Rio Grande do Norte. Assim como o Egito é um presente do Nilo, o São Francisco está sendo um presente milagroso para o Nordeste. Um milagre que se realiza quando o dinheiro do povo brasileiro não é desviado. Por isso, não faltou dinheiro para desviar as águas do grande rio. [o presidente  Bolsonaro faz as obras e as inaugura funcionando... já os outros apenas inauguram a pedra fundamental.]

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


domingo, 2 de fevereiro de 2020

Petrobras dá vexame ao cancelar palestra - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

O vexame da patrulha contra McCloskey 

Não se pode saber como vai acabar a lambança do Enem, mas exemplos mostraram que as redes sociais são uma das boas coisas deste século 

Dizer que a terra é plana ou que o nazismo foi de esquerda fazem parte de um bestiário incontrolável, mas entra-se no caminho do vexame quando uma empresa como a Petrobras cancela uma palestra da economista Dreirdre McCloskey porque ela disse que os governos de Donald Trump e de Jair Bolsonaro são “qualquer coisa, menos liberais”. [se a contratante não concorda com a capacidade de quem vai proferir a palestra e as opiniões a serem emitidas, não são interessantes nem adequadas, o mais conveniente  é cancelar.

Sem esquecer, que palestras, que em sua maioria são úteis aos assistentes  - há algumas exceções - se tornaram durante o governo que destruiu o Brasil, 2003 a 2016, meio de lavagem de dinheiro, o que torna imperativo mais cautela sobre quem, e o que, se contrata.]
Trata-se de um vexame pela falta de educação, pela truculência e pelo obscurantismo. Falta de educação porque os áulicos da Petrobras cancelaram a palestra sem dizer uma só palavra à professora. Pela truculência, porque o ex-Robert McCloskey teve coragem para mudar de sexo e com isso já enfrentou paradas bem mais duras do que pitis de burocratas amedrontados. É dela a mais sólida resposta às patrulhas que associam Milton Friedman à ditadura chilena do general Pinochet. (O texto da palestra está na rede com o título “Ethics, Friedman, Buchanan, and the Good Old Chicago School”.) Pelo obscurantismo, porque a professora é uma economista respeitada internacionalmente.

McCloskey veio da cepa da universidade de Chicago e trabalhou com Friedman. Seus três livros sobre as virtudes, a igualdade e a dignidade dos burgueses são aulas de História para quem quer conhecer as raízes do mundo moderno. Em poucas palavras (dela), nada a ver com a luta de classes de Marx, com os protestantes de Max Weber, com instituições ou com as teorias matemáticas da acumulação de riquezas. Foi tudo coisa das ideias: “Comércio e investimentos sempre foram rotinas, mas uma nova dignidade e a liberdade das pessoas comuns foram únicas dessa época”. O construtor do mundo moderno foi o burguês.

Bolsonaro não é liberal, finge mal e, se quiser sê-lo, terá muito chão pela frente. Cancelar uma palestra de McCloskey porque ela criticou o capitão foi atitude de quem passa por qualquer vexame para ficar bem na nominata das cerimônias.
Se esse triste episódio levar alguma editora a publicar a trilogia burguesa de McCloskey, a patrulha terraplanista terá prestado um serviço ao país.

O MEC está deseducando uma geração
(.....)

O ruinoso do Enem de Weintraub junta-se a outro desastre, com o qual ele nada teve a ver e, pelo contrário, já denunciou. É o caso dos inadimplentes do Fundo de Financiamento Estudantil. Invenção dos ministros da Educação petistas, para gosto dos donos de faculdades privadas, o Fies transferiu para a Viúva o risco de inadimplência dos estudantes da rede privada.

Hoje, o rombo está em R$ 32 bilhões. Isso aconteceu porque os financiamentos eram dados sem um fiador verificado e os educatecas não analisavam os empréstimos que o Fies concedia.
Weintraub apontou o pior lado dessa desgraça, o moral:
“São 500 mil jovens começando a vida com o nome sujo”.

Com o nome sujo e estimulados a não pagar o que devem, porque foram induzidos a isso pelos espertíssimos donos de faculdades. É sempre bom lembrar que um estudante da faculdade de Direito de Harvard formou-se em 1991 e só quitou sua dívida depois de 1996, com o que ganhou publicando seu primeiro livro. Chamava-se Barack Obama.

(....)

FiespDe um empresário abatido pelo desembaraço político de Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo.
“Do jeito que estão as coisas aquele prédio da avenida Paulista podia passar por um retrofit. O térreo e o espaço do rés-do-chão poderiam ser entregues às moças que vendem milho e aos rapazes do yakissoba. Nos andares superiores ficaria o museu da indústria e o auditório seria entregue aos músicos e malabares”. [o que ocorre na Fiesp é apenas um tênue reflexo do que a 'nova cultura', que a esquerda tenta manter no Brasil, é capaz de fazer.
Se espera que Regina Duarte resgate a Cultura que merece ser valorizada na mesma proporção que valoriza antigos valores, que o maldito 'politicamente correto' tenta impor.
Caindo no lugar comum: se é político, jamais pode ser correto.]



Na Folha de S. Paulo e no O Globo, leia MATÉRIA COMPLETA - Elio Gaspari, jornalista

 

domingo, 5 de janeiro de 2020

A gestão desastrada do FNDE - Elio Gaspari


O Globo

Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação soube que havia sido demitido durante feriado


Gestões desastradas do FNDE lidam mal com suas lambanças


Uma escola de Minas Gerais receberia 30 mil laptops (117 para cada aluno)


No escurinho dos feriados, o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Rodrigo Sérgio Dias, soube pelo Diário Oficial que havia sido demitido. Ele assumira em agosto, substituindo um professor nomeado em fevereiro. O FNDE não é uma repartição qualquer, tem uma caixa de R$ 58 bilhões e transfere recursos tanto para a merenda escolar como para o malfadado Fies, um programa de financiamento de vagas em faculdades privadas, cujo rombo está em R$ 12 bilhões, com 584 mil inadimplentes. É, sem dúvida, o maior escândalo da História do ensino superior brasileiro.

Os repórteres Pedro Prata e Pepita Ortega revelaram o teor da colaboração de uma ex-diretora da Universidade Brasil, de Fernandópolis (SP), na qual ela contou à Polícia Federal que a instituição vendia vagas no curso de Medicina por R$ 80 mil. Se o aluno quisesse financiamento do Fies (com a Viúva pagando), o pedágio custava R$ 100 mil. À época, só tinham acesso ao Fies jovens de famílias com renda per capita de até três salários mínimos. O MEC engolia dados fraudados.

As trocas do FNDE poderiam ficar por conta do caráter errático do governo, mas no FNDE há algo a mais. Na sua primeira gestão bolsonariana, o fundo publicou um edital para a compra de 1,3 milhão de computadores, laptops e notebooks destinados à rede pública de ensino. Coisa de R$ 3 bilhões. Entre agosto e a segunda metade de setembro, a Controladoria Geral da União achou maluquices e sinais de direcionamento no edital. Uma escola de Minas Gerais receberia 30 mil laptops (117 para cada um de seus 255 alunos). O sinal de perigo dado pela CGU levou à suspensão e ao posterior cancelamento do edital por Rodrigo Dias na primeira semana de sua curta gestão. Numa atitude tão esquisita quanto a concepção do edital, passaram-se quatro meses e não se falou mais no assunto. Um governo que pretende combater a corrupção precisa perguntar quem botou aquele jabuti na árvore. [muitos odeiam, mas, fato inconteste no Governo Bolsonaro:nenhuma denúncia de corrupção.
Eventuais tentativas são descobertas,a licitação cancelada e na sequência os responsáveis pela tentativa demitidos,sem prejuízo da responsabilização penal. Só que as medidas administrativas dependem do governo  e a responsabilização penal, depende de denúncia do MP.]

As gestões do FNDE lidaram mal com suas lambanças. Mexer com o Fies significa desafiar os donos de faculdades privadas, com sua bancada de congressistas y otras cositas más. Em janeiro do ano passado, uma mão invisível alterou o edital para a compra de livros didáticos, e o MEC disse que ocorreu um “erro operacional de versionamento”. No caso do edital de R$ 3 bilhões, o negócio é bem outro. Até hoje não se sabe como o jabuti subiu na forquilha, nem o nome do dono da árvore.

Um novo Kennedy
Enquanto o partido Democrata não tem um favorito para disputar a presidência dos Estados Unidos com Donald Trump, daqui até março será possível acompanhar a disputa pela vaga de candidato ao Senado pelo estado de Massachusetts. O deputado Joseph Kennedy III (39 anos) resolveu disputar a vaga do senador Ed Markey (73 anos), que está no Congresso desde 1976.

O que parece ser o novo contra o velho pode também ser o velho contra o novo, pois Markey tem uma folha de serviços impecável, inclusive na defesa do meio ambiente. Kennedy está bem nas pesquisas, mas suas chances parecem pequenas. A senadora Elizabeth Warren, do mesmo estado, disputa a presidência e apoia Markey.

Joseph Kennedy III tem a marca da família: liberal, bonitão e onipotente. Apesar do III no sobrenome, ele é o quarto Joseph. Joe I foi um milionário detestável que desejou disputar a Casa Branca, não conseguiu e resolveu colocar lá seu filho mais velho, o segundo Joseph. Ele morreu quando seu avião explodiu na Europa, durante a Segunda Guerra. (O jovem namorou a linda Aimée Sotto Mayor, depois Simões Lopes, finalmente De Heeren, amante de Getulio Vargas nos anos 1930.) 

Em 1960, John, o segundo filho homem de Joe I, elegeu-se presidente e foi assassinado em 1963. Seu irmão Robert, avô de Joe III, quase chegou lá, mas tomou um tiro em 1969. Joe II elegeu-se deputado e, depois de uma carreira medíocre, deixou a política para o filho. A tumultuada dinastia dos Kennedy acha que pode tudo. Às vezes se dá mal: três Keynes — o segundo Joe em 1944, sua irmã Kathleen em 1948 e John Jr. em 1999, decidiram voar em condições arriscadas e morreram. Às vezes eles conseguem o que parece impossível. A Arquidiocese de Boston anulou o casamento de 12 anos de Joe II com Sheila Rauch, apesar do casal ter dois filhos. Ela derrubou a decisão no Vaticano. Um dos filhos é Joe III.

(.....)


Representatividade
A Associação dos Magistrados Brasileiros e a Associação dos Juízes Federais recorreram ao STF com argumentos legais contra a instituição dos juízes de garantias. Entidades que se denominam associações devem ter algum compromisso com os associados. Cinquenta desembargadores e juízes federais assinaram uma carta aberta defendendo o novo instituto. Isso indica que gente com qualificação jurídica apoia a iniciativa.

Se há magistrados a favor e contra, o melhor que as guildas tem a fazer é manter silêncio. Já basta a Ordem dos Advogados do Brasil, que há duas décadas se mete até em briga de cachorro.

(.....) 

Na Folha de S. Paulo e em O Globo, MATÉRIA COMPLETA -  Elio Gaspari, jornalista





segunda-feira, 18 de novembro de 2019

PT deveria admitir erros na economia - Míriam Leitão



O Globo

Sim, o PT precisa fazer autocrítica. Na economia, certamente. Não por qualquer exigência de humilhação pública, mas porque é preciso saber se o partido, na eventualidade do retorno, repetirá ou não os mesmos erros. Quando o PT saiu do Planalto a economia estava em ruínas: o PIB encolhia 3,5%, a inflação havia batido em 10%, os juros estavam em 14% (hoje estão em 5%), o desemprego havia disparado de 6% para 11,4% em um ano e meio, a dívida pública subia em espiral, o país perdera o grau de investimento, as contas públicas estavam no vermelho.

Há uma falha ainda mais grave da perspectiva de um partido de esquerda: ele transferiu renda para cima. Os subsídios e renúncias fiscais subiram de 2% para 4% do PIB. Se existe um rosto que significa o beneficiado das escolhas econômicas do PT é Joesley Batista. Ele e seus irmãos ficaram muito mais ricos. E no exterior. O BNDES comprava emissões inteiras de debêntures lançadas pelo grupo para que, com capital público no bolso, eles fossem às compras em outros países. Foi assim que eles compraram, por exemplo, a Pilgrim’s Pride, a maior processadora de frango dos Estados Unidos. Houve uma sandice pior. Eles pegaram dinheiro no banco para adquirir a National Beef. As autoridades antitruste vetaram, o banco deixou que o grupo ficasse com o recurso para uma compra futura, de fato feita. Tempo, como qualquer banco sabe, é dinheiro. Hoje, os Batistas têm a maior parte da sua fortuna no exterior.

Esta coluna nem trata da corrupção, que de fato houve. Tanto houve que os corruptos devolveram dinheiro aos cofres públicos. Difícil querer mais materialidade do que isso.  Diante desses fatos, o PT escolhe vários escapismos. Os líderes partidários admitem que erraram num ponto. Houve excesso de desonerações. Mas não foi apenas isso. Foi muito mais. Costumam fugir da realidade, dando desculpas como a de que a crise foi gerada pela queda dos preços das commodities e pela desestabilização do governo Dilma. Argumentam também que, como quase quatro anos depois as contas permanecem no vermelho e o desemprego em nível elevado, não se pode mais responsabilizar o partido.

Há sempre truques quando se quer embaralhar os números, e embrulhar os fatos por estratégia do marketing político. Culpar “as elites, os golpistas, o lado podre do Estado, a imprensa” é fácil. Encarar a realidade e pensar numa forma de governar que não arruíne a economia é o verdadeiro desafio. O ex-presidente Lula nos primeiros anos manteve o tripé macroeconômico que herdara dos “tucanos neoliberais”. Com superávit primário, metas de inflação e câmbio flutuante ele pôde iniciar sua política de inclusão dos mais pobres. Ele soube aproveitar o boom das commodities para manter o país crescendo e incluindo mais brasileiros. O problema foi ter minado a estabilidade fiscal quando se sentiu seguro para implantar o que os petistas definiram como a nova matriz macroeconômica. Em 2008 estavam certos quando iniciaram as políticas anticíclicas. Em 2010 erraram ao mantê-las apenas para eleger Dilma, apesar de o país já ter voltado a crescer. A crise que a ex-presidente Dilma agravou foi iniciada no governo Lula.

O PT criou uma rede de proteção para os pobres e muito pobres com o Bolsa Família, programa que ninguém se atreve a revogar. Ajudou a colocar brasileiros de menor renda, especialmente os negros, na universidade pública. A política social tem méritos inegáveis, mas alguns programas saíram pela culatra. O Fies era para ajudar os alunos sem renda, mas beneficiou mais as universidades privadas.

Para a esquerda ser realmente de esquerda será necessário analisar esses erros com sinceridade. A desorganização das contas públicas levou à recessão e à inflação, isso feriu os pobres com desemprego e perda de renda. Ao falhar na economia, o partido revogou seu próprio legado. A diferença entre os juros de 2015 e os de 2018 representa em torno de R$ 300 bilhões a mais transferidos pelo Tesouro para os detentores de títulos do governo. A desordem na economia custa caro. Os economistas do PT podem fechar os olhos para tudo isso. Mas sem entender seus equívocos, eles, se voltarem ao poder, vão trair o principal mandato de um partido de esquerda: combater as desigualdades.

Blog da Míriam Leitão -  O Globo, com Marcelo Loureiro

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Chega de golpismo, general Villas Bôas! Ou: Pequeno Brasil e Grande Peru - Reinaldo Azevedo


Chega de golpismo, general Villas Bôas! Ou: Pequeno Brasil e Grande Peru ... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/10/17/chega-de-golpismo-general-villas-boas-ou-pequeno-brasil-e-grande-peru/?cmpid=copiaecola

Blog Reinaldo Azevedo - UOL

E lá vem de novo o general Eduardo Villas Boas a tentar, vamos dizer assim, pôr, segundo seu ponto de vista ao menos, o Supremo nos trilhos. Parece que ele, definitivamente, entende que as Forças Armadas formam o Poder Moderador no Brasil. Por alguma razão, acha que tem de se pronunciar sempre na véspera de o tribunal tomar uma decisão importante. E, mais uma vez, com a ameaça da convulsão social. Já não dá mais para distinguir o temor da torcida.

[Cabe ressaltar que o  general Eduardo Villas Boas tem o mais completo direito de se manifestas, expressar suas opiniões.
Os motivos para tanto, sobram:
- o general Villas Boas, ex-comandante do Exército Brasileiro, é um dos oficiais mais respeitados da nossa gloriosa Força Terrestre,sem ofuscar o seu prestígio junto as demais forças singulares e auxiliares;
- também desfruta da admiração e respeito de grande parcela dos brasileiros, notadamente dos que amam o Brasil - devido sua sua brilhante carreira militar e suas condições de saúde -  e ANTES DE TUDO é um CIDADÃO e o DIREITO soberano de qualquer cidadão se manifestar, está inserido  na Constituição Federal: ' Art. 5º- ...
.........................
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;   
....." 



Pode optar, no exercício de seu direito constitucional, por se manifestar na dia e hora que lhe aprouver.]

Escreveu no Facebook: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto (Rui Barbosa 1914)" "Essa síndrome, reflexionada por Rui Barbosa, infelizmente assolou nosso país ao longo do último século. Contudo, experimentamos um novo período em que as instituições vêm fazendo grande esforço para combater a corrupção e a impunidade, o que nos trouxe — gente brasileira — de volta à autoestima e à confiança". "É preciso manter a energia que nos move em direção à paz social, sob pena de que o povo brasileiro venha a cair outra vez no desalento e na eventual convulsão social. Com todo respeito. General Villas Boas"


COMENTO:  [comentário do jornalista Reinaldo Azevedo, blogosfera UOL.
Eventuais destaques apresentados pelo Blog Prontidão Total ao comentário estão em azul. ]:
Há tanta coisa errada aí que mal dá para saber por onde começar. Apelar a Rui Barbosa para tentar garantir a tutela militar sobre o Supremo já é uma aberração. Não sei se o general se dá conta, mas Rui Barbosa falava do seu presente e do seu passado, não do século que o general vê retratado nas palavras do jurista. Não era uma antevisão. Talvez Villas Boas devesse lembrar à soldadesca quando foi que as Forças Armadas contaram com mais recursos para cumprir as tarefas que lhe atribui a Constituição — e governar não está entre elas. Tampouco ameaçar o poder civil, ainda que de forma velada.



"Desonra", "injustiça" e "poder dos maus" são, por acaso, alusões veladas ao esgoto do PSL que começa a correr a céu aberto, general? A autoestima do povo, por acaso, estaria ligada ao fato de que aumentou a desigualdade no país, fazendo do Brasil a mais socialmente injusta das grandes democracias? Tal autoestima decorreria da diminuição do número de atendidos pelo Bolsa Família, da paralisação do "Minha Casa Minha Vida" ou da bagunça no Fies? [os três programas que sofreram redução, paralisação ou estão bagunçados, sofrem as consequências do uso político e da incompetência dos governos lulopetistas, cuja atuação se somou a "Desonra", "injustiça" e "poder dos maus, aumentando-as e que agora tentam impedir o presidente Bolsonaro de promover os necessários ajustes.]



DE NOVO

 Na véspera de votação de um habeas corpus impetrado pela defesa de Lula, em abril de 2018, então comandante do Exército, Villas Bôas tonitruou:

"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais? Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais."  [sendo recorrente: o general Villas Boas tem a mais completa liberdade para se manifestar sobre o que desejar, quando e onde entender conveniente e/ou necessário.
Se a manifestação dele, contribuiu de alguma forma para manter o condenado Lula preso, o Brasil agradece.]



CHEGA!

É claro que ficava no ar uma ameaça golpista. Vejo ali a expressão "missões constitucionais". No fim das contas, mais uma vez, fala-se de modo coberto do Artigo 142 da Constituição. É claro que quem quer usar tanques — se puder usá-los — não precisa de argumentos. Fingindo que é mesmo de argumento que trata o general, transcrevo o que diz a Carta a respeito:

"Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.". [ é sempre conveniente ler este artigo da Constituição em conjunto com a leitura da LEI COMPLEMENTAR Nº 97, DE 9 DE JUNHO DE 1999, especialmente, o  'caput' e parágrafo único do artigo 1º e 'caput' e parágrafo 1º do artigo 15:
    "Art. 1º As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

      Parágrafo único. Sem comprometimento de sua destinação constitucional, cabe também às Forças Armadas o cumprimento das atribuições subsidiárias explicitadas nesta Lei Complementar. ..."

  "...Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de subordinação:

      I - diretamente ao Comandante Supremo, no caso de Comandos Combinados, compostos por meios adjudicados pelas Forças Armadas e, quando necessário, por outros órgãos;
      II - diretamente ao Ministro de Estado da Defesa, para fim de adestramento, em operações combinadas, ou quando da participação brasileira em operações de paz;
      III - diretamente ao respectivo Comandante da Força, respeitada a direção superior do Ministro de Estado da Defesa, no caso de emprego isolado de meios de uma única Força.

      § 1º Compete ao Presidente da República a decisão do emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por intermédio dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados...."  

Os Presidente dos Poderes Judiciário e/ou  Legislativo apresentam ao presidente da República o pedido e este o processa da forma prevista na legislação.


Alguém poderia dizer em que trecho está prevista uma eventual intervenção caso os atores políticos não façam a vontade dos quarteis? Seu papel é garantir os "poderes constitucionais", não ameaça-los. Mesmo a manutenção da lei e da ordem requer a convocação dos Poderes constituídos. E tal intervenção se dá sob regras. Vamos parar com essa cantilena golpista. Até porque eu gostaria de ver uma junta militar no país tentando se justificar ao mundo. Ora… Não sei se o general percebeu, mas uma das coisas que vão impedir por muito tempo ainda a entrada do Brasil na OCDE são as iniquidades que se vivem por aqui. Aquelas, general, apontadas pelo IBGE.



Não sei se o general se descobriu um fanático do cumprimento da pena de prisão depois da condenação em segunda instância de 2016 a esta data. Ele atingiu o topo da carreira, e o Exército nadou em recursos, na vigência plena do Inciso LVII do Artigo 5º da Constituição. Mas pode ser também que, mais uma vez, importe pouco o que diz a Constituição. Há o risco de, outra vez, ser o "medo de Lula solto" a assombrar Villas Bôas. Como superar isso? Ah, sei lá… Talvez ele devesse falar com o general Edson Leal Pujol, que o sucedeu no Comando do Exército. Nos tempos de Lula, os soldados não precisavam folgar às segundas por falta de recursos, né? [durante o governo de FHC - que trabalhou sistematicamente contra as FF AA - a penúria atingiu as três forças = com redução do expediente;
no inicio de Setembro,  em uma situação já superada, os quarteis tiveram que reduzir o expediente às segundas, situação já resolvida com o retorno do expediente à normalidade.]  A Marinha conseguiu a grana para o submarino a propulsão nuclear, e se viabilizou a compra dos caças para a Aeronáutica. E ninguém falava em "triunfo de nulidades"… Nota: é nojento ver certos veículos que deveriam ter compromisso com a ordem democrática a usar a fala do general como uma espécie de testemunho do acerto de sua linha editorial contra o que dispõe a Constituição. Chega desse papo-furado! Alguém acha mesmo que uma quartelada no Brasil teria a chance de prosperar? Antes que o primeiro general de pijama ou de uniforme fizesse um pronunciamento à nação, o Brasil seria transformado em pária internacional. E aí, então, alguns vetustos senhores, que acham que podem tutelar a democracia, iriam conhecer o que é convulsão social .[o Brasil é uma NAÇÃO SOBERANA e outros países em pior situação que a do Brasil, exercem livremente sua soberania, o que impede nossa Pátria Amada Brasil do EXERCÍCIO SOBERANO da sua condição de NAÇÃO INDEPENDENTE?
Grande parte da imprensa criticou o Brasil por optar pela OCDE em vez da OMC - apregoavam que a OMC só oferecia vantagens;
agora que Trump retardou o ingresso do Brasil na OCDE, aquela Organização passou a ser supervalorizada.]

PS: Ah, sim! Há gente olhando com inveja para o Peru. A Constituição deles permite ao presidente dissolver o Congresso. A nossa não! É verdade! Lá também há uma Lava Jato que destrói a institucionalidade e que contribuirá para a regressão de indicadores sociais. Nesse particular sentido, o país se tornou um pequeno Brasil. Por aqui, há alguns bananas lutando para ver se a gente vira um grande Peru.

Blog do Reinaldo Azevedo, jornalista - UOL - Transcrito em 17 outubro 2019 

[nada impede que hoje ao anoitecer o general Eduardo Villas Boas se manifeste sobre qualquer assunto, expresse sua opinião e até faça recomendações, sem desrespeitar as leis, sobre qualquer assunto]

E lá vem de novo o general Eduardo Villas Bôas a tentar, vamos dizer assim, pôr, segundo seu ponto de vista ao menos, o Supremo nos trilhos. Parece que ele, definitivamente, entende que as Forças Armadas formam o Poder Moderador no Brasil. Por alguma razão, acha que tem de se pronunciar sempre na véspera de o tribunal tomar uma decisão importante. E, mais uma vez, com a ameaça da convulsão social. Já não dá mais para distinguir o temor da torcida. Escreveu no Facebook: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/10/17/chega-de-golpismo-general-villas-boas-ou-pequeno-brasil-e-grande-peru/?cmpid=copiaecola
E lá vem de novo o general Eduardo Villas Bôas a tentar, vamos dizer assim, pôr, segundo seu ponto de vista ao menos, o Supremo nos trilhos. Parece que ele, definitivamente, entende que as Forças Armadas formam o Poder Moderador no Brasil. Por alguma razão, acha que tem de se pronunciar sempre na véspera de o tribunal tomar uma decisão importante. E, mais uma vez, com a ameaça da convulsão social. Já não dá mais para distinguir o temor da torcida. Escreveu no Facebook: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/10/17/chega-de-golpismo-general-villas-boas-ou-pequeno-brasil-e-grande-peru/?cmpid=copiaecola