A Teoria Geral (ou Doutrina) do Estado sempre foi matéria obrigatória nas faculdades de direito,e um dos principais livros dessa matéria sempre foi "Teoria Geral do Estado",do Professor Darcy Azambuja. Mas parece que toda essa "gente" que estudou Direito não aproveitou a contento os ensinamentos do saudoso professor,o qual,escrevendo sobre democracia,garantiu que "nenhum termo do vocabulário político é mais controverso que Democracia(....)Atualmente na filosofia e na ciência política,vivemos um tempo de democracia confusa,e na realidade de confusão democrática,como disse Sartori(....)A desordem começa na etimologia da palavra,e espraia-se em regimes que são ou se dizem democráticos,e diferem entre si como termos antônimos".
A verdade é que o professor Azambuja em nenhum momento se "arrisca" a dar uma definição de democracia, não imaginando, certamente,que políticos e juristas, por intermédio da USP, mais tarde, ousassem fazê-lo,"vomitando" uma falsa noção de democracia. Literalmente,democracia quer dizer "poder do povo". Surgiu na Grécia Antiga,especialmente a partir de Atenas.
Mas uma coisa é certa: nenhum grupo tem o direito de dizer-se defensor da democracia quando traz uma bagagem do passado recente em que praticou,compartilhou, ou simplesmente consentiu que se praticasse no comando do país a "cleptocracia",que é o regime de governo dos ladrões do erário,ou a "oclocracia",outra perversão da democracia,concebida por Políbio,historiador e geógrafo grego,no Século III a/C.
Mas o maior jurista brasileiro de todos os tempos,e um dos mais conceituados do mundo, Pontes de Miranda,ratifica todas as lições de Darcy Azambuja.
Em "Democracia,Liberdade,Igualdades Três Caminhos",(208) Pontes de Miranda nos garante que "Os inimigos da democracia,certos,no íntimo,de que ela é a tendência mesma da vida humana,tomam às vezes o caminho,não de negá-la,mas de deformá-la. Servem-se,não raro,do conceito de democracia para os seus obscuros propósitos,e forjam definições,ampliações,confusões. Hitler e Mussolini,como outros,usaram e abusaram disso,no começo,depois golpearam-na. Hipocritamente,porém,continuaram a empregar o termo,quando lhes era útil".
É por essa simples razão que os escritores e subscritores da Carta da USP não utilizaram o conceito de democracia diferentemente do que antes fizeram Hitler e Mussolini, e hoje ainda o fazem diversos tiranos no mundo.
Além do mais, esse "Estado-de-Direito",defendido pelos "cabos eleitorais" de Lula da Silva,na "carta",a exemplo da (anti)democracia que propagam, também se trata de uma segunda farsa, não passando da defesa do "estado-de-(anti)direito", por estar o "direito" que lhe serve de base contaminado com todo o tipo de vício nas suas fontes primárias,ou seja, nas "leis",na "jurisprudência",na "doutrina",nos "costumes" e nas "tradições".
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo