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terça-feira, 7 de setembro de 2021

À espera de Bolsonaro, Paulista tem reza e gritos contra Doria e o STF - Blog Maquiavel

O bolsonarista Nelson Piquet agora é motorista do presidente

Tricampeão mundial de Fórmula 1, piloto dirigiu o Rolls-Royce que conduziu o presidente para a cerimônia de hasteamento da bandeira no Dia da Independência 

O ex-piloto Nelson Piquet, tricampeão mundial de Fórmula 1, deu um passo à frente na sua conversão ao bolsonarismo: atuou hoje como motorista do Rolls-Royce que levou o presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle Bolsonaro para a cerimônia de hasteamento da bandeira no Dia da Independência.

A cerimônia, que é oficial e ocorreu no Palácio da Alvorada, não contou com a presença de nenhum outro chefe de poder, como ocorre tradicionalmente. Neste ano, por decisão de Bolsonaro, não haverá desfile militar alusivo à data. Desde a noite de ontem, milhares de manifestantes vêm se concentrando na Esplanada dos Ministérios para participar de manifestação em apoio ao presidente.

Há tempos, Piquet vem se aproximando de Bolsonaro. Já o recebeu em sua mansão, já esteve com ele no Palácio do Planalto e já integrou a comitiva de Bolsonaro durante uma viagem ao Acre.

O empresário Luciano Hang, o presidente Jair Bolsonaro e o piloto Nelson Piquet
O empresário Luciano Hang, o presidente Jair Bolsonaro e o piloto Nelson Piquet Divulgação/Divulgação

Também tem comungado cada vez mais do discurso do presidente, como as críticas à TV Globo – em mais de uma vez, ele chamou a emissora de “Globolixo”, uma expressão usada com frequência pelos bolsonaristas.

Manifestantes discursam em carros de som contra Alexandre de Moraes, o governador e em defesa do voto impresso, da intervenção militar e do agronegócio... 

Milhares de manifestantes tomam a Avenida Paulista, na região central de São Paulo, desde o final desta manhã, para apoiar Jair Bolsonaro, defender suas pautas – como a volta do voto impresso — e gritar contra os adversários do presidente.

Além dos protestos contra o Supremo Tribunal Federalem particular o ministro Alexandre de Moraes, alçado à condição de vilão do bolsonarismo –, em São Paulo os gritos também são direcionados a um adversário em particular: o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
O tucano, que é pré-candidato à Presidência da República em 2022, tem se colocado como contraponto ao presidente principalmente nas questões relacionadas à pandemia, como a defesa da vacina e do isolamento social, o que o deixou em rota de colisão com o bolsonarismo. [o tucano, tenta ser pré candidato do PSDB; seu adversário é aquele rapaz, Eduardo, governador do RS.]

Boa parte dos manifestantes, aliás, não usa máscaras ou, se usa, as coloca no queixo. Também há vários pontos de aglomeração. Dois caminhões de som foram colocados na altura da faculdade Cásper Líbero a via é normalmente fechada aos domingos e feriados –, além de um boneco do presidente Bolsonaro.

Além de gritar contra o STF e Doria, os manifestantes defendem o agronegócio e os ruralistas, pedem intervenção militar com Bolsonaro no poder alguns usam farda e coturno –, empunham bandeiras do Brasil e de Israel e fazem orações e coletam assinaturas para a criação do Aliança pelo Brasil, o partido que o presidente pretende criar, mas que encontra dificuldades para sair do papel. Também entoam gritos de “Lula ladrão”, em referência ao ex-presidente, hoje o principal adversário de Bolsonaro na corrida ao Planalto.

A expectativa é que Bolsonaro vá à avenida no final da tarde para falar aos manifestantes, como anunciou durante a semana. Em Brasília, o presidente discursou atacando o STF e dando uma espécie de ultimato ao tribunal para que afaste o ministro Alexandre de Moraes da função.

Blog Maquiavel - VEJA

 

quarta-feira, 17 de junho de 2020

As relações entre STF e Bolsonaro - Será que o cala boca ressuscitou? - Alexandre Garcia

O ministro Alexandre de Moraes autorizou buscas na casa do blogueiro Allan dos Santos, pela segunda vez, do deputado federal bolsonarista Daniel Silveira, do marqueteiro e do advogado do Aliança Pelo Brasil.
O objetivo do inquérito busca descobrir se essas e outras pessoas estão financiando ou até mesmo estimulando atos antidemocráticos, o que se enquadraria como crime de segurança nacional.

No último dia 27 de maio, Moraes pediu a quebra de sigilo bancário de dez deputados e um senador bolsonarista. O ministro passou por cima da liberdade de expressão supondo que um movimento de rua tenha que ser financiado por alguém. Isso é costume da época em que se pagava ônibus, se distribuía lanche e era pago cachê para que as pessoas fossem as manifestações. Vamos ver o que o Supremo Tribunal Federal vai descobrir. 


As acusações são com base em manifestações antidemocráticas. Mas o que é isso? Como sugeriu o jornalista Fernão Lara Mesquita, na religião pensamentos, palavras e obras são pecados. Mas, no Direito, só as obras são pecado; palavras e pensamentos, não.

Considerando as obras: se queimou a bandeira nacional em Curitiba, se quebrou vidros de bancos em São Paulo, se saiu para as ruas com barras de ferro no Rio de Janeiro. Agora, palavras são os gritos e faixas.Uma faixa não tem a menor condição de fechar o Congresso, o STF ou de promover um golpe militar. As faixas não são convertidas em obras. O  máximo que pode acontecer é o sujeito pegar o pau da faixa e bater na cabeça de alguém.Também na terça-feira (16), um juiz de Juiz de Fora arquivou o inquérito que investigava se havia participação de terceiros no episódio da facada do então candidato Jair Bolsonaro. A conclusão do juiz foi que Adélio Bispo agiu sozinho.

O Supremo Tribunal Federal não aceitou o pedido de habeas corpus, feito pelo ministro da Justiça, André Mendonça, para retirar o ministro Abraham Weintraub do inquérito das fake news. Weintraub é investigado por ter chamado, durante uma reunião ministerial, os ministros do Supremo de vagabundos e dito que eles deveriam estar presos. Essa frase foi repetida durante uma manifestação que está sendo considerada antidemocrática.

Mas qual a qualidade da prova de uma frase que aconteceu em uma reunião secreta e que um mês depois foi tornada pública por um ministro do STF, que é a Corte queixosa no inquérito? Eu fico imaginando onde foi parar a liberdade de expressão. A ministra Cármen Lúcia quando era presidente da Corte dissecala boca já morreu”. Será que o cala boca ressuscitou? Porque a ministra votou contra o pedido de habeas corpus.

Vozes - Gazeta do Povo - Alexandre Garcia



sábado, 9 de maio de 2020

A marcha dos camisas pardas – Editorial - O Estado de S. Paulo

Um grupo de brucutus apoiadores do presidente Jair Bolsonaro – chamados “300 do Brasil” – armou acampamento no entorno da Praça dos Três Poderes para organizar uma invasão ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os camisas pardas do bolsonarismo, que agora vestem verde e amarelo e roupas camufladas, programam uma marcha sobre Brasília neste fim de semana. “Nós temos um comboio organizado para chegar a Brasília até o final desta semana. Pelo menos uns 300 caminhões, muitos militares da reserva, muitos civis, homens e mulheres, talvez até crianças, para virem para cá e darmos cabo dessa patifaria”, ameaçou Paulo Felipe, um dos líderes da milícia acampada, em vídeo divulgado em uma rede social.

A palavra “patifaria” não foi escolhida ao acaso. Resulta de uma irresponsável incitação. No dia 19 de abril, dirigindo-se a apoiares reunidos em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro exortou a súcia que pedia o fechamento das instituições democráticas a “lutar” com ele. “Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. Acabou a patifaria!”, bradou Bolsonaro, como se estivesse prestes a descer da Sierra Maestra, e não de uma caminhonete transformada em palanque.

Segundo o portal Congresso em Foco, outro que está por trás da gravíssima ameaça de assalto ao Congresso e à Corte Suprema é Marcelo Stachin, um dos líderes da campanha de formação da Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro pretende criar para chamar de seu. Ainda não se sabe quando, e se, a Aliança pelo Brasil cumprirá os requisitos legais e será autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Fato é que a agremiação está muito mais próxima de um movimento golpista do que de um partido político.

Nos regimes democráticos, em especial em democracias representativas  como é o caso do Brasil, os partidos políticos são as organizações por meio das quais os cidadãos participam da vida pública para contribuir na construção daquilo que em ciência política se convencionou chamar de “vontade do Estado”. Como se afigura, a Aliança pelo Brasil pretende o exato oposto, qual seja, eliminar qualquer possibilidade de diálogo para a formação daquela vontade. Assumindo a ação direta, como a criminosa intentona em Brasília, assemelha-se à tropa de segurança do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, criada em 1920 e precursora da temida Sturmabteilung (SA), a Seção de Assalto de triste memória. Quem duvida que veja as imagens das agressões dos camisas  pardas a enfermeiras e jornalistas. [nada justifica comparar apoiadores do presidente Bolsonaro com as SA de 
Ernst Röhm - até mesmo no aspecto comportamental.
Também a comparação efetuada no parágrafo abaixo, atribuindo caráter golpista a determinado comportamento,é sem nenhuma fundamentação, até mesmo por não objetivo do Aliança pelo Brasil, ainda em formação, assumir o poder pela via golpista.] 

Na essência do movimento de formação da Aliança pelo Brasil, defendido e liderado por alguns dos que estão acampados em Brasília a ameaçar o Congresso e o STF, estão todos os elementos que identificam um movimento golpista, e não um partido político: 
a evocação a um passado mítico e glorioso; 
a propaganda (não raro disseminando informações falsas ou distorcendo fatos); 
o anti-intelectualismo; 
a vitimização de Jair Bolsonaro, tratado como um bom homem cercado de “patifes” por todos os lados, o “sistema”; 
o apelo a uma noção de “pátria” por meio da apropriação dos símbolos nacionais; e, por fim, 
a ação pela desarticulação da União e da sociedade. 

O que pode ser mais desagregador do que um movimento que ameaça partir para a ação violenta com o objetivo de fechar a Casa de representação do povo e a mais alta instância do Poder Judiciário? Não por acaso, o STF tem despertado especial revolta entre os camisas pardas do bolsonarismo. Classificada pelo tal Paulo Felipe como uma “casa maldita, composta por onze gângsteres”, a Corte Suprema tem se erguido em defesa da Constituição contra os avanços autoritários do presidente Jair Bolsonaro.
Um ato golpista desse jaez, cujos desdobramentos são imprevisíveis, é repugnante por si só e merece imediata condenação por todas as forças amantes da lei e da liberdade no País, em especial as Forças Armadas, citadas nominalmente tanto pelo presidente como por alguns dos líderes da ação golpista. É ainda mais acintoso porque toma justamente o local que representa a essência desta República para urdir um ataque aos Poderes Legislativo e Judiciário. Terá esse episódio mais uma vez o apoio explícito do chefe do Poder Executivo?

 Editorial - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 9 de março de 2020

A noiva embelezou-se, mas o noivo está demorando a entrar pela porta - Alon Feuerwerker

Análise Política


A política econômica de Jair Bolsonaro não mostra resultados brilhantes e suas premissas estão sendo questionadas. A saída de recursos externos da Bolsa bate recordes e o investimento privado continua muito abaixo do necessário para impulsionar a atividade, e portanto o emprego. E este é uma variável que pode fazer andar ou desandar o humor da galera. Diante do problema, o governo foge para adiante. Chama a rua. Na teoria as reformas já realizadas e a queda dos juros da dívida pública deveriam atrair investimentos e estimular o consumo. Na prática ou não está acontecendo ou vai indo muito devagar.

Responsabilizar o Congresso pela pasmaceira econômica é moleza, no país em que o senso comum foi envenenado pela mistificação de que tudo é culpa “dos políticos”. Será? Desde o impeachment de Dilma Rousseff o Legislativo entregou aos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro os três pilares mais pedidos: o teto de gastos, a mudança nas leis trabalhistas e, principalmente, a reforma da previdência com o exigido 1 trilhão de economia em dez anos.

Aparentemente a noiva (o governo) embelezou-se para o casamento mas o noivo (o capital) está demorando para aparecer na porta. E o público começa a desconfiar. A orquestra e os cantores precisam caprichar para não deixar a peteca cair. Claro que se for dado tempo suficiente é provável que a noiva chegue. Mas na política o tempo é uma variável fora do controle dos economistas, está mais na alçada dos políticos.

E há o imprevisível, sempre muito difícil de prever. O novo coronavírus não parece ser ainda uma gripe espanhola, mas tampouco é um surtozinho de gripe comum. E traz com ele a desaceleração dos negócios pelo mundo. A C
hina pelo jeito conseguiu estancar a expansão interna do contágio, mas o vírus e junto o breque nos negócios vão firmes para cobrir o planeta. Fingir que não é grave ajuda no discurso, mas os fatos, sempre eles, são teimosos.

O horizonte econômico não parece bom. E o governo dá sinais de enveredar para justificativas exóticas, como o “PIB privado”, e o apelo à mobilização da base. É sempre uma saída, mas talvez a correlação de forças atual não ajude. O dia 15 será puramente bolsonarista, e mesmo se mostrar alguma força exibirá junto algum isolamento. E já foi notado semana passada: uma vez desencadeada a dinâmica de rua é bobagem achar que tudo estará 100% sob controle.  O governo Jair Bolsonaro nunca teve obstáculos políticos reais. Como previsto, eles começam a aparecer na economia. Em vez de tentar resolver o governo cria problemas também na política. Se der certo será o caso de reescrever todos os manuais.

A pouca paciência para a negociação política tem seu charme,
mas também tem custo. O rompimento do presidente da República com o PSL está se mostrando algo assim não tão brilhante.  A Aliança pelo Brasil vai num ritmo muito abaixo do que previam seus inspiradores, articuladores e operadores. A eleição de 2020 já era. Talvez seja algo precipitado dizer, mas na velocidade que vai é bom o pessoal acender a luz amarela para 2022. 

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política



domingo, 19 de janeiro de 2020

Asneiras - Merval Pereira

Reeleição de Bolsonaro - Um Bolsonaro 'infeliz' flerta com reeleições

O presidente Jair Bolsonaro sancionou o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões, mas continua fingindo para seus eleitores que era obrigado a sancionar, não poderia veta-lo, pois corria o risco de ser impedido por crime de responsabilidade. Não é verdade, mas ele quer sempre passar a ideia de que é um político “fora da caixa”. [o veto é uma faculdade do presidente da República, que quando exercida pelo primeiro magistrado da nação, não constitui crime;
o presidente Bolsonaro preferiu a celeridade legislativa, já que seu veto apenas atrasaria um pouco a legalização da mamata dos partidos - seria derrubado pelos congressistas.]

Já proibiu que seu partido use essa verba. Como o partido provavelmente não estará pronto para concorrer às eleições municipais, ele pode prometer qualquer coisa, pois terá até 2022 para se desdizer, como faz com frequência. Sabendo da impopularidade do Congresso, (na primeira pesquisa do ano pela XP Investimentos, a Câmara tem 83% de desaprovação e o Senado 79%) - Bolsonaro procura tirar proveito da fama de ser um político diferente dos demais, mesmo depois de ter passado mais de 30 anos nos subterrâneos do Congresso, membro desimportante do chamado “baixo clero”. [a impopularidade do Congresso antecede em muito até mesmo a candidatura do presidente Bolsonaro, ao cargo que hoje ocupa;

por ser um membro do chamado 'baixo clero' - exatamente, por não aceitar muitas das jogadas dos parlamentares - a participação do presidente Bolsonaro nos desmandos do Congresso  (que são a causa maior da elevada rejeição ao Poder Legislativo)  não pode ser atribuída, ainda que de forma mínima, ao presidente, dado que a condição, sempre apregoada aos quatro ventos, de integrante da bancada do "baixo clero' o isenta.]
 
Mas Bolsonaro fala tanto que acaba dando bom dia a cavalo, como diz o ditado popular. Ontem, em evento do Aliança pelo Brasil, seu partido, voltou a fazer uma comparação que o agrada: para ele, a presidência da República é um casamento. Mas desta vez fez dois adendos, contrários entre si, mas reveladores de seu estado de espírito.
“Um casamento de quatro ou oito anos, quem sabe por mais tempo lá na frente. Tenho um compromisso com vocês. Jamais pensei que uma pessoa do nosso perfil chegaria à Presidência”. Muita gente nunca pensou também que uma pessoa com o perfil de Bolsonaro chegasse onde chegou, e a cada dia esse espanto só faz aumentar.

Que ele só pensa na reeleição desde o primeiro momento do seu mandato, mesmo tendo prometido aos seus eleitores que acabaria com ela, todo mundo já sabe. [atualizando: a promessa do presidente Bolsonaro foi no sentido de que apoiaria qualquer projeto extinguindo a reeleição - que até agora não foi apresentado. 
Apoiar um projeto não implica em obrigação de apresentá-lo.
As correções de rumo do Brasil, cuja efetivação se impõe, demandam mais tempo do que dois mandatos - o ideal é que em 2026, se inverta a dobradinha de 2022 e em 2030 se volta a chapa vencedora de 2022.] A novidade está na admissão de que o mandato presidencial pode passar a ter mais reeleições. Para que isso aconteça, será preciso que uma emenda constitucional seja aprovada pelo Congresso, com maioria qualificada de 2/3 dos votos nas duas Casas, em duas votações. Uma tarefa e tanto, que já foi pensada para a permanência de Lula por mais quatro anos. A reação foi muito grande, e o ex-presidente acabou não aceitando a ideia. 
[2018, Bolsonaro candidato a presidente e a vice o general Mourão;
2022, mesmo quadro, sendo Mourão substituído por Moro;
2026, Moro candidato a presidente e Bolsonaro vice;
só DEUS pode impedir que em 2020, se repita a configuração de 2022.]
 
Seus companheiros bolivarianos todos tentaram permanecer mais no poder. Rafael Correa, do Equador, convocou uma Assembleia Constituinte que aprovou a possibilidade de reeleição indefinida. Foi presidente por três mandatos, mas um referendo em 2018 revogou a emenda e impediu que se candidatasse pela quarta vezes. [comparar o desastre da esquerda, inclusive o do Brasil, é realmente torcer contra o Brasil;
a esquerda, perde terreno em todo o mundo - ganhou na Argentina, pegou os hermanos em condições ruins e vai entregar em condições piores.]
Evo Morales, hoje exilado - assim como Correa - admitiu recentemente que seu grande erro foi ter tido o terceiro mandato, também permitido através de uma Constituinte. Na Venezuela de Chaves e Maduro, este último iniciou seu terceiro mandato em janeiro do ano passado.

Essa onda de reeleições na nossa região já foi criticada diversas vezes por Bolsonaro, que agora acena com a possibilidade de um terceiro mandato, mal iniciou o primeiro. O presidente também voltou a dizer que “sabia que não seria fácil” assumir a Presidência.
“Sabia do peso nas minhas costas em obtendo a eleição. Eu não sei como pessoas de bem possam ficar felizes com o cargo no Executivo.” A última frase é uma critica a todos os seu ministros e demais auxiliares. Os que querem ficar no governo não são pessoas de bem. Nem ele mesmo, Bolsonaro, que só fala em reeleição, e agora em terceiro mandato, desde que assumiu o governo.

Ou é um infeliz, como já se queixou diversas vezes, e ninguém pode estar feliz a seu lado no governo. Todos têm que carregar o fardo de fazer parte do governo, e não há lugar para alegrias. Mas, quem se acha um infeliz por ser presidente da República, por que quer um terceiro mandato, antes mesmo de terminar o primeiro?  Não faz sentido, mas nada faz muito sentido quando Bolsonaro resolve dizer asneiras.
[dizem as más línguas que quando Bolsonaro em uma entrevista xinga a mãe de um repórter, o que ele quer é desviar o foco da entrevista para a sua, digamos, 'deselegância'.
Não concordamos, é que muitas vezes alguns repórteres forçam a barra.
Porém, reconhecemos que saber usar as palavras é  importante, elas tem valor e poder.
O cerne de qualquer política de Governo é de responsabilidade primeira do Presidente da República, primeiro mandatário da Nação, que é o Presidente JAIR BOLSONARO, colocado na função por quase 60.000.000 de votos e só o povo pode substituir o eleito. Qualquer outro caminho, arremedo de solução, será quebrar o decantado 'estado democrático de direito.]
 
Merval Pereira, jornalista - Coluna em O Globo

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Uma cajadada só - Revista Veja

Dora Kramer

Bolsonaro usa criação de legenda para mobilizar tropa eleitoral

A cena política dita tradicional está em risco, de novo, de perder para o presidente da República o bonde que já havia perdido em 2018 para o candidato Jair Bolsonaro. Daquela vez a bobeada foi em relação ao uso das redes sociais como instrumento de campanha. Agora, os partidos marcam passo no campo da mobilização popular ao não dar a devida atenção aos movimentos feitos em torno da criação da legenda Aliança pelo Brasil.

O debate tem se dado sobre a possibilidade de Bolsonaro e companhia reunirem as assinaturas necessárias para conseguir o registro no Tribunal Superior Eleitoral até abril, a fim de concorrer às eleições de outubro na nova casa. Bobagem, perda de energia, saliva, cliques e papel. Bolsonaro não está preocupado com isso. Ainda que houvesse tempo, e não há, ele preferiria deixar a formalização do partido para o próximo ano ou mais um pouco porque o que interessa são as eleições de 2022. Para isso, tem até abril daquele ano para obter o registro. [tem uma vertente que entende ser conveniente formar uma boa base eleitoral , de âmbito municipal, já neste ano;
contra tal tendência, há dois fatores:
- uma base municipal é importante, mas, devido a fragmentação - mais de 5.000 municípios - é fácil ser construída; 
- deve ser considerado que além dos prefeitos, parlamentares dos três entes federativos podem mudar de partido - desde que a troca seja para a fundação de um novo partido.]

Desse período, Jair Bolsonaro vem sabendo tirar vantagem. Nas barbas dos adversários, cuja visão estreita os impede de enxergar meio palmo para além dos respectivos narizes ocupados com outras tarefas. Umas mais, outras menos produtivas. [algumas escusas, muitas sobre novas maneiras de assaltar os cofres públicos e mais importante, criar leis que deixam a impressão que vão acabar com a impunidade dos ladrões de colarinho branco, quando na realidade objetivam exatamente aumentar, solidificar a impunidade.]
 
Parte da esquerda é refém de Lula, presa voluntária e/ou involuntariamente ao culto daquela personalidade; parte está procurando escapar dessa armadilha, buscando diálogos ao centro. Desse campo para a direita a preocupação também é construir consensos, coisa que toma todo o tempo de seus autores.
O presidente mata dois coelhos ao montar vários palanques de um só partido
Os dois conglomerados só se ocupam de Bolsonaro para manifestar repúdio a uma agenda de costumes que, de resto, não prospera nem tem chance real de prosperar. Operam, portanto, ora no terreno da fantasia, ora no mercado futuro, ora referidos numa pauta regressiva. Enquanto isso, a turma de Jair Bolsonaro vai tocando o barco por outro lado e a toda a velocidade. Para eles é ótimo não ter partido agora. Nada os impede de apoiar candidatos em variadas legendas, cujos prefeitos eleitos poderão se transferir sem ônus para a Aliança, pois a regra da perda de mandato não atinge ocupantes de cargos no Executivo. Além do mais, terão o ano praticamente todo e 5 000 e tantos municípios onde badalar o sino da nova legenda, aliando a isso as campanhas para prováveis integrantes à tropa de 2022.

A programação é profissionalmente montada: presença, pessoal ou virtual, do presidente nos estados, roteiro-modelo, com orações, hinos, entrada em cena de oradores treinados, telões e painéis padronizados, incentivo ao voluntariado, calendários desde já organizados desses atos, começando pelo Nordeste (26% do eleitorado), onde em tese é mais complicado em razão da rejeição ao presidente e do apreço ao PT.

No discurso, a mensagem clara e de fácil identificação:  
valores conservadores, devoção a Deus, reverência à família, incentivo ao voluntariado, recusa ao uso de recursos públicos. 
Nos atos de governo, aumento dos benefícios aos mais pobres por intermédio do Bolsa Família.
Está bom ou querem mais? Se não estiver, convém aos adversários de Bolsonaro maior empenho na conquista do eleitor.

Publicado em VEJA, edição nº 2670,   de 22 de janeiro de 2020

Blog da Dora Kramer - Dora Kramer, jornalista - VEJA

 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Oposição vai ao CNJ para proibir apoio de cartórios na criação da Aliança - VEJA


Partidos de esquerda afirmam que tabelionatos são concessões públicas e não podem participar de atos coleta de assinaturas para a nova sigla de Bolsonaro

Cinco partidos políticos apresentaram nesta quarta-feira, 15, um pedido de providências ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para suspender o apoio do Cartório de Notas aos mutirões de coletas de assinatura para a formação do novo partido do presidente Jair Bolsonaro, a Aliança Pelo Brasil.

[opositores ao Aliança Pelo Brasil = a opositores ao Brasil - podem ir ao CNJ, ao TSE, ao STF, ao Vaticano, até mesmo aquele conselho de boteco da ONU (que os advogados do condenado petista tentaram usar para conseguir, sem êxito, a libertação do condenado) vocês podem até conseguir uma proibição.
Mas, falta a vocês uma coisa chamada VOTO - vocês não possuem votos e não possuem a competência para tirar os milhões de votos que o Aliança Pelo Brasil possui.
É ótimo que tentem combater o Brasil - objetivo dos que combatem o Aliança Pelo Brasil - assim o povo saberá quem são vocês.]

 


O requerimento, assinado por PT, PSB, PDT, PSOL e PCdoB, pede a apuração de prática de improbidade administrativa, sob a justificativa de que os cartórios são concessões públicas e não podem exercer atividades de natureza político-partidária.
A participação dos cartórios nos atos de coleta de assinatura a favor da Aliança Pelo Brasil ocorreu após um contato do cúpula do novo partido de Bolsonaro com o Colégio Notarial do Brasil (CNB). Representantes do CNB dizem que os tabeliães já faziam o reconhecimento de firma em ambientes externos, como sedes de empresas, mas que o expediente não havia sido prestado anteriormente a outro partido político porque o CNB nunca foi procurado.

Os partidos ingressaram com a ação reclamam que o CNB publicou em seu site um texto em que orienta como os funcionários de cartório devem agir no reconhecimento de firma das assinaturas em prol da criação da Aliança pelo Brasil. Consta no portal do CNB um modelo da ficha que os interessados devem preencher, assim como uma lista de pessoas que estão autorizadas pela Aliança a retirar documentos nos cartórios. “Os partidos denunciam que o Colégio Notarial do Brasil orientou todos os cartórios do país a fornecer aos eleitores fichas de filiação do partido Aliança. Além dessa prática irregular, os cartórios também foram orientados a receber e armazenar as fichas assinadas, com firmas reconhecidas, para serem entregues a um representante credenciado do partido de Bolsonaro”, diz uma nota emitida pela assessoria de imprensa do PT.
“A relação promíscua com os Cartórios de Notas é escancarada pelo partido Aliança, que em seu site dá a seguinte orientação aos eleitores: ‘A maioria dos cartórios de notas estão [sic] coletando as fichas para depois entregar ao responsável autorizado da Aliança pelo Brasil no seu estado ou cidade'”, afirma o PT.
[não existe nenhuma prática dos cartórios que caracterize ilegalidade;
se qualquer instituição, ou mesmo pessoa física, vai desenvolver determinada atividade que gerará grande quantidade de reconhecimento de firmas, não há nenhuma ilicitude que guarde os documentos com a firma reconhecida e os entregue a pessoa credenciada pelos responsável pela atividade.

O cartório vai cobrar de quem assina o documento o custo para reconhecer a firma - custo este que é fixado por ato do Tribunal de Justiça da região.]
O apoio dos cartórios aos mutirões de coleta de assinatura é mais um capítulo da corrida contra o tempo para que a Aliança Pelo Brasil esteja regularizada em tempo hábil para as eleições municipais deste ano. Para que isso ocorra, a nova sigla precisa de quase 492 mil assinaturas em pelo menos nove estados. As rubricas precisam ser validadas, uma a uma, pelo TSE. O prazo para que o partido seja registrado a tempo de disputar as eleições municipais de 2020 termina no dia 4 de abril. [o percentual mínimo a ser obtido em cada estado já foi alcançado - mais do que em nove estados, portanto, com folga -  e das 492.000 assinaturas já está próximo dos 200.000 e a este ritmo serão obtidas e entregues à Justiça Eleitoral, até final de fevereiro.]
Apesar do otimismo de parlamentares e apoiadores bolsonaristas envolvidos com o processo, pessoas próximas ao presidente admitem, nos bastidores, que a Aliança Pelo Brasil poderá não ter candidatos aptos a concorrer nas eleições municipais.
Em nota, o Colégio Notarial do Brasil afirma que o CNB e suas representações regionais são instituições prestadoras de serviços públicos, imparciais e apartidárias. “No caso da criação da Aliança pelo Brasil, os cartórios estão apenas realizando uma de suas funções atribuídas pelo Estado: o reconhecimento de firma por autenticidade. Trata-se de ato que pode ser requerido por qualquer pessoa, física ou jurídica, sendo assim, também por qualquer partido político. Ao servir a partidos, a qualquer partido, a qualquer pessoa e a qualquer organização, entendemos que estamos dando a nossa contribuição para o fortalecimento de nossas instituições”.

VEJA - Política



domingo, 12 de janeiro de 2020

Novo partido de Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil corre contra o tempo

Com o apoio de igrejas e entidades empresariais, partido que Bolsonaro e correligionários pretendem criar reforça a coleta de assinaturas para poderem participar das eleições municipais de outubro. Trabalho de organização tem o apoio de dissidentes do PSL

Passadas as festividades de fim de ano, o Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro pretende criar, retoma os esforços para a coleta de assinaturas físicas de apoiadores. Contando com o apoio de igrejas e entidades empresariais, os integrantes da futura agremiação já reuniram mais de 110 mil rubricas, mas precisam alcançar exatos 492.015 apoios para ganhar o registro na Justiça Eleitoral, a tempo de participar das eleições municipais de outubro. Membros da comissão executiva provisória e deputados federais do PSL que almejam migrar para a nova sigla pretendem acelerar a busca por apoiadores. Para tanto, a ideia é usar estratégias como a instalação de pontos físicos, a mobilização de voluntários para disseminar informações nas redes sociais e o recolhimento de assinaturas em empresas e organizações religiosas.

Com as assinaturas recolhidas até o momento, o partido atingiu um dos pré-requisitos exigidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A legislação exige o apoio de eleitores responsáveis por, pelo menos, 0,5% dos votos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados o que perfaz o total de 492 mil. Além disso, é necessário ter o aval de, no mínimo, 0,1% do eleitorado em nove estados.

O critério de 0,5% dos votos ainda falta ser preenchido, mas o de 0,1% do eleitorado em nove estados foi atingido, afirma o secretário-geral da comissão provisória do Aliança, Admar Gonzaga, ex-ministro do TSE. “O partido já tem muito mais do que o necessário em nove estados”, destaca. O passo, agora, é atingir as 388 mil assinaturas restantes. “A gente está indo para a rua com pessoas, com pranchetas, para pegar nomes no braço, mesmo. Estamos indo para cima, mas com muito critério, muita calma, sem pressa, para não errar”, sustenta.

Os organizadores apostam na descentralização para alcançar o objetivo. O presidente Jair Bolsonaro é também o presidente da comissão provisória do Aliança. Pelas atribuições que exerce como chefe de Estado, mantém a influência e a palavra final nas ações da futura legenda, mas acatou, com a Executiva Nacional, a decisão de dividir as atribuições pela coleta de assinaturas nos estados, com a ajuda de deputados federais dissidentes do PSL. “Estamos nos dirigindo aos locais onde o Aliança está se constituindo fisicamente para obter a adesão. Nem com quantidade nem pressa, a gente quer qualidade”, ressalta Gonzaga.

Feriados
O secretário-geral da comissão provisória admite que os feriados do fim de ano atrapalharam um pouco, mas os trabalhos foram retomados. As ações de recolhimento das assinaturas são feitas por pessoas da confiança da Executiva Nacional.

(....)

"Rivais agem para atrapalhar" 
A desfiliação de membros de outras legendas que desejam apoiar a nova agremiação é outro desafio enfrentado pelos organizadores do Aliança pelo Brasil. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina que os apoiamentos de eleitores filiados a outros partidos não são válidos. Integrantes da Executiva Nacional Provisória, contudo, criticam algumas siglas que agiriam de forma inconstitucional ao não dar baixa nos pedidos de desligamento.

A reclamação é maior em relação ao PSL, afirma o secretário-geral da Comissão Provisória do Aliança, Admar Gonzaga, ex-ministro do TSE. “É uma deselegância política sem precedentes. Fazem tudo de forma atabalhoada, e a Justiça tem permitido esses procedimentos. Mas estamos superando. O destino de quem faz isso é muito conhecido”, alerta. O PSL, de acordo com Gonzaga, se recusa a aceitar os pedidos de desfiliação. “Além de não querer mais os parlamentares do partido, ainda tentam atrapalhar a constituição de outra legenda. Não estão recebendo e dando protocolo aos pedidos de desfiliação. Na minha visão, isso é inconstitucional”, sustenta. [inconstitucional, estúpido, antidemocrático e inútil.
A turma do PSL tem que se conformar e aceitar que coletar 500.000 assinaturas até abril próximo, será fácil.
E cada eleitor filiado ao PSL que pedir desligamento e não for atendido, tem total liberdade de votar no ALIANÇA.
Cassar do filiado ao PSL o direito de sair, é dar um voto certo para o ALIANÇA.]

Para Gonzaga, a obrigatoriedade de um eleitor não estar filiado a um partido para prestar apoio a outro também não tem amparo na Constituição. “Ou seja, uma norma que suprime o direito de manifestação política deu a esses partidos o direito de simplesmente atrapalhar mesmo, tentar obstruir a construção do Aliança pelo Brasil”, critica.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve se manifestar até março sobre o assunto. Tramita na Corte a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 5311, que questiona a constitucionalidade da proibição do apoio de eleitores filiados a outros partidos. O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, pautou para 4 de março o julgamento da ação. O veredito será fundamental para as aspirações do Aliança, mas Gonzaga garante que não estão parados. “Nem fomos nós que ingressamos com isso”, frisa. A demanda foi protocolada pelo Pros, em 2015.
 
Prazo vai até abril 
Apesar da confiança de membros do Aliança pelo Brasil e deputados federais do PSL em constituir o partido ainda este ano, alguns não estão seguros da possibilidade de a legenda ser homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a tempo de disputar as eleições municipais. O tempo é curto. As 492 mil assinaturas exigidas precisam ser coletadas até março, uma vez que 4 de abril é a data limite para que os partidos interessados em participar do pleito tenham os registros aprovados pela Corte.

A deputada federal Alê Silva (PSL-MG) é uma das que classificam como incerta a criação da legenda em tempo hábil. “Não tem como afirmar que conseguiremos, porque essa parte não depende da gente e dos apoiadores. Depende do TSE, que ainda terá que confirmar as assinaturas junto aos cartórios. Se dependesse só da gente, estaria pronto, porque vamos conseguir o número de assinaturas, mas precisamos que o TSE faça esse reconhecimento, o que pode demorar um pouco. A demanda é grande e eles têm poucos funcionários. Não há como garantir”, pondera.

Os parlamentares  terão que fazer sua parte para não cantar vitória antes da hora e desmobilizar a militância. O deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) admite que vai pedir uma “incrementada” nos esforços dos voluntários. “Temos que continuar nesse ritmo intenso. Muita gente acha que é fácil, mas não é tão simples. Vamos conscientizar nosso pessoal que não dá para parar”, destaca. Outro desafio, segundo ele, é exposição da imagem dos pesselistas.

Há temor de que a exposição excessiva dos parlamentares do PSL que trabalham pela criação do Aliança possa ser interpretada como uma violação eleitoral. Por isso, Bibo diz que conta com o apoio da militância nas redes sociais. “Não posso fazer campanha aberta, porque corro o risco de infidelidade partidária, mas, em fevereiro, teremos a definição de algumas expulsões. Pedimos para as pessoas irem ao cartório e fazerem o reconhecimento. No Rio Grande do Sul, em uma tarde, foram 315 apoiamentos”, comenta.
 
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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

A coerência de Bolsonaro - Nas entrelinhas

“O bolsonarismo tem certos antecedentes históricos, mas é um fenômeno único, que não seria possível sem a quebra de paradigmas da política, a crise ética e a emergência das redes sociais”


Ninguém tem o direito de dizer que se enganou com o presidente Jair Bolsonaro
A característica mais marcante de seu primeiro ano de mandato é a coerência com o discurso de campanha. Esse entendimento vale para seus apoiadores e para a oposição. Pela primeira vez, temos um governo assumidamente de direita, que tirou do armário uma parcela do eleitorado que andava enrustida e desorganizada, mas que agora se articula nacionalmente, em torno do clã Bolsonaro, e está constituindo um novo partido, a Aliança pelo Brasil, que já conta com 100 mil filiados.

Uma direita orgânica, de caráter nacional, sem vergonha de mostrar a própria cara, é um fenômeno raro no Brasil.  
Temos a Ação Integralista Brasileira, de Plínio Salgado, na década de 1930, liquidada por Getúlio Vargas, no Estado Novo, após uma tentativa frustrada de tomada do poder, em 1938. 
A antiga UDN era mais heterogênea, surgiu como uma frente democrática, em São Paulo, inclusive com a participação dos comunistas, antes de se transformar no partido conservador e golpista que marcou a Segunda República. 
A vertente da UDN mais próxima do bolsonarismo foi o lacerdismo, no Rio de Janeiro, um movimento da classe média carioca liderado pelo então governador da antiga Guanabara, Carlos Lacerda. 
Na transição à democracia, o que mais poderia se aproximar do bolsonarismo é o malufismo, um fenômeno paulista, em decorrência da penetração popular do ex-governador Paulo Maluf, que nunca teve um caráter orgânico nem nacional.

Podemos concluir que o bolsonarismo tem certos antecedentes históricos, mas é um fenômeno único, que não seria possível sem a quebra de paradigmas da política, a crise ética e a emergência das redes sociais. Sem isso, não seria possível a Jair Bolsonaro ter feito com êxito um movimento contrário ao de seus antecessores, que buscaram apoio político entre as forças do centro, como Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, pela via dos governos de coalizão. Bolsonaro desprezou as alianças partidárias, prestigiou apenas os setores do Congresso que o apoiaram nas eleições, como evangélicos, ruralistas e a “bancada da bala”. Desprezou até mesmo o partido pelo qual se elegeu, o PSL, que contava com a segunda maior bancada na Câmara, com 41 deputados, muitos dos quais policiais e militares.

A criação da Aliança pelo Brasil é uma jogada que não deve ser subestimada, pois visa à criação de um partido de massas, de caráter nacional, com uma doutrina reacionária e ligações internacionais. De certa forma, essa foi a decisão mais audaciosa que Bolsonaro tomou no plano estritamente político, nesse primeiro ano de mandato. É uma aposta estratégica para a sua própria reeleição. Sua base social é formada pelos segmentos que o apoiam incondicionalmente, como militares, policiais, caminhoneiros, garimpeiros, evangélicos pentecostais, ruralistas e milicianos. Não formam a maioria do eleitorado, mas têm grande capacidade de mobilização e identidade programática com a nova legenda.

Lava-Jato
É para esses segmentos que a ala ideológica do governo trabalha, mas é um erro supor que somente esses setores estão sendo atendidos pelo governo. O meio empresarial aposta no sucesso de Bolsonaro, por causa da política ultraliberal do ministro da Economia, Paulo Guedes; e também setores de classe média, insatisfeita com a violência urbana e a crise ética na política. São setores que não têm a mesma afinidade ideológica com Bolsonaro, mas foram decisivos para sua eleição por causa do seu antipetismo. É com essas forças que Bolsonaro conta para neutralizar a oposição no Congresso e na opinião pública. Graças a isso, vem mantendo a avaliação de seu governo na faixa dos 30% de bom e ótimo, 32% de regular e 36% de ruim e péssimo. Se o governo não descarrilar, isso significa presença garantida no segundo turno das eleições.


Quanto a isso, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, passou a ser uma peça-chave no jogo político, pois encarna a bandeira da ética no governo, mas goza de mais prestígio popular do que Bolsonaro e com ele vem tendo uma relação cada vez mais conflituosa. A questão que mais tensiona a relação entre ambos é o caso Fabrício Queiroz, uma investigação que envolve o senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente da República, de quem era assessor parlamentar. No momento, o maior estresse entre ambos ocorre porque Bolsonaro não vetou a criação pelo Congresso do chamado “juiz de garantia”, que Moro critica, porque, no seu entendimento, favoreceria a impunidade para os crimes de colarinho branco. Defendida por advogados e a maioria dos políticos, a medida é polêmica e enfrenta forte oposição de procuradores e juízes de primeira instância, com o agravante de que teria havido um acordo com o governo no Senado para que a proposta fosse vetada, em troca da aprovação ainda neste ano do pacote anticrime negociado na Câmara.

O assunto esquentou no final do ano porque dois partidos, Podemos e Cidadania, questionam a constitucionalidade da nova lei no Supremo Tribunal Federal (STF), que também está sendo muito pressionado pela opinião pública. A mesma pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra que 39% dos consultados avaliam a atuação do Supremo como ruim ou péssima, enquanto somente 19% dos brasileiros a consideram ótima ou boa. Para 38%, o trabalho da Corte é regular; outros 4% disseram não saber avaliar.Também há insatisfação com o Congresso, que tem 14% de bom/ótimo, 38% de regular e 45% de ruim/péssimo.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense



sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Registro de novo partido de Bolsonaro é oficializado em Brasília


Após o registro em cartório, ainda é necessário a criação de um CNPJ e o pedido de registro junto ao TSE, que deve ocorrer na próxima semana

URGENTE: Acabaram de ser registrados em cartório os atos constitutivos da Aliança pelo Brasil, futuro partido do Presidente !

Após o registro em cartório, ainda é necessário a criação de um CNPJ e  o pedido de registro junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que deve ocorrer na próxima semana. O pedido de criação do partido precisa ser protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com ao menos 419,9 mil assinaturas em nove Estados. 

No último dia 3, por 4 votos a 3, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a validade de assinaturas eletrônicas, método que faria com que a nova sigla reunisse em menos tempo o apoio que necessita. No entanto, a utilização delas ainda não está liberada, já que depende de uma regulamentação a ser criada pela Justiça Eleitoral e de adequação técnica para validá-las. Com isso, ainda não é possível garantir que Bolsonaro consiga criar o partido Aliança pelo Brasil a tempo das eleições municipais de 2020.

Correio Braziliense

domingo, 1 de dezembro de 2019

A direita se apresenta - Merval Pereira



O Globo 

O fim da 'direita envergonhada'


No momento em que Lula e Bolsonaro voltam a polarizar a política nacional, com a mesma tática de radicalizar para marcar territórios e, a partir deles, avançar sobre o centro como única alternativa viável para impedir o outro de ocupar a presidência da República, o cientista político Octávio Amorim Neto, da Fundação Getulio Vargas no Rio aposta, em artigo no boletim do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), que as táticas políticas de Lula não têm mais eficácia nos dias de hoje, deixando poucas probabilidades de êxito.

O motivo mais imediato é o que ele chama de “o fim da direita envergonhada”. Com a volta dos civis e da democracia a partir de 1985, analisa Octavio Amorim Neto, a direita continuou a ocupar importantes posições de poder no Executivo Federal, no Congresso Nacional, no Judiciário, nos governos e legislaturas estaduais e municipais e no seio da Forças Armadas.  Mas esse poder foi caindo ao longo do tempo, sobretudo a partir da chegada do PT à Presidência da República em 2003. “Na verdade, entre 1985 e o início da década de 2010, o Brasil teve uma “direita envergonhada”, que recusava dizer seu nome às claras. Foi nesse ambiente que as táticas de Lula vicejaram”.

De fato, a direita política nacional, que durante os anos de predomínio petista se escondeu [sic] , envergonhada, com o disfarce de centro, no máximo centro-direita, revive no Brasil desde a eleição de Jair Bolsonaro, e também na América do Sul.
Dos 12 países mais importantes da região, seis elegeram governos de direita, e um, a Bolívia, viu um dos ícones da fase esquerdista da região, Evo Morales, ser destituído. Outros estão às voltas com graves crises sociais, como o Chile, o Peru. Bolsonaro perdeu o apoio do governo da Argentina, que substituiu Macri pela volta de Cristina Kirchner, mas ganhou o do Uruguai, que foi para a centro-direita depois de anos de governos de esquerda.

O Brasil, que era talvez o único país do mundo em que não existiam políticos “de direita”, que defendessem o conservadorismo, agora tem até mesmo racha entre o PSL, de direita, que serviu de incubadora da candidatura de Bolsonaro, e o Aliança pelo Brasil, de extrema-direita, comandado pelo mesmo Bolsonaro.  Voltando a Octavio Amorim Neto, as consequências da soltura do ex-presidente Lula, graças à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) dependerão de como agirá. “Logrará fazer o PT ressurgir nas grandes cidades do Centro-Oeste, Sudeste e Sul em 2020? Conseguirá levar seu partido novamente ao segundo turno em 2022?”.

Para o cientista politico, a tática de Lula, de radicalizar para depois conciliar, tem “baixa probabilidade de sucesso”. Em primeiro lugar, diz Octavio Amorim Neto, é fundamental registrar que as táticas lulistas deram certo num contexto de enfraquecimento estrutural da direita. “Quando Lula emerge como líder sindical no ABC, o regime militar já estava batendo em retirada”.  Ele vê “o catastrófico segundo mandato de Dilma Rousseff,” como o início do movimento que levou a direita a ascender politicamente, “a ponto de um candidato de extrema direita, autoritário e reacionário, Jair Bolsonaro, vencer o pleito presidencial de 2018”.

Mesmo admitindo que “por conta do caótico governo liderado pelo ex-capitão do Exército, pode ser que a direita não repita esse feito em 2022”, Octávio Amorim Neto diz que a direita jamais voltará a ser a direita envergonhada que, “dócil e oportunisticamente, aceitou os acenos de conciliação de Lula até 2014”.
Ou seja, para ele, “se Lula tentar soprar um novo incêndio para, depois, oferecer-se como líder dos bombeiros que tentarão apagá-lo”, citando uma frase de Elio Gaspari que considera definição perfeita da atuação de Lula, é muito provável que “o fogo se espalhe e faça a vida política nacional arder em chamas nunca dantes vistas desde 1985”.

Octavio Amorim Neto diz que “se Lula e o PT quiserem ter não apenas sucesso eleitoral, mas também contribuir para a manutenção do regime democrático e o renascimento da política, é imperativo que compreendam a nova quadra histórica em que vive o país e mudem suas táticas”.

Isso significa, necessariamente,fazer uma autocrítica e entabular – publicamente – conversas e acordos com o centro político, sobretudo com o PSDB, o MDB, e o DEM de Rodrigo Maia. Octávio Amorim Neto admite que, hoje, “tal conselho pode soar como insulto a Lula e à ala radical do PT comandada por Gleisi Hoffmann. Assim, somente quando os custos das velhas táticas se tornarem muito claros, as mentes começarão a se concentrar”.

Saiba mais sobre o novo partido de extrema-direita
 

Merval Pereira, colunista - O Globo 

Novo partido de Bolsonaro se aproxima ideologicamente de siglas conservadoras estrangeiras - O Globo

Análise dos manifestos partidários e avaliação de estudiosos mostra onde está a proximidade do Aliança pelo Brasil com siglas de direita de países como Espanha e Hungria e conservadoras como os republicanos dos EUA 


Logomarca do partido Aliança pelo Brasil Foto: Reprodução
Conservadorismo, nacionalismo religioso e populismo. Com esse tripé, segundo estudiosos, o partido Aliança pelo Brasil, lançado no último mês pelo presidente Jair Bolsonaro e dissidentes do PSL, se aproxima ideologicamente de outras siglas conservadoras ou da extrema direita internacional. O partido não está oficialmente criado, mas uma análise de seu programa o coloca na mesma família do documento fundador da sigla espanhola Vox e da húngara Jobbik, além de guardar também semelhanças com a plataforma da ala do Partido Republicano mais ligada ao presidente dos EUA, Donald Trump. [nos causa espanto - talvez por nos faltar o notório saber político, nunca fomos reprovados em provas sobre o tema, também nunca as fizemos - que sendo o ALIANÇA PELO BRASIL, os estudiosos destacarem o fato de um partido conservador, de extrema direita, - que tem como principio, sem que signifique limite,  os três pontos citado no inicio da matéria - pertencer a mesma família do Vox, Jobbik e Partido Republicano dos EUA.]

Leia : Contra doença e em busca da reeleição, Covas resiste em São Paulo
 
Fundado em 2013, o Vox cultiva uma retórica contra as elites políticas e intelectuais, além de defender políticas migratórias mais duras e não poupar de críticas à União Europeia. Santiago Abascal, líder do partido, tem um discurso parecido com o de Bolsonaro, principalmente contra o que chama de “ditadura progressista”, com ataques à comunidade LGBTI.

Assim como Bolsonaro, Abascal defende a posse de arma: “Tenho uma (pistola) Smith & Wesson em casa. A princípio, era para proteger meu pai do ETA. Agora, meus filhos. Defendo que todo mundo possa ter uma arma”, disse ele.
Inspiração estrangeira
Recém-lançado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil tem forte viés religioso e anti-esquerda, e reclama para si o posto de único partido conservador do Brasil. O programa da legenda mantém forte convergência com outras siglas conservadoras pelo mundo, como o espanhol Vox, o húngaro Jobbik e o Partido Republicano, dos EUA.
Já o Jobbik, criado em 2003, é o principal partido da direita nacionalista radical da Hungria, visto por especialistas com a característica de imprimir um populismo com viés autoritário.
Ao se inspirar no partido de Trump, Bolsonaro reforça justamente o lado conservador com que pretende administrar o Aliança. A cada quatro anos, antes da disputa presidencial, os republicanos elegem uma nova plataforma. A última, de 2016, deu uma guinada ainda mais à direita do que a anterior ao se opor ao casamento gay, direito garantido pelo Suprema Corte, e ao defender a inclusão da Bíblia no currículo escolar.
— Há, sim, similaridades com algumas propostas de partidos conservadores da Europa. Nos Estados Unidos, a inspiração maior foi o Partido Republicano —afirma o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança, um dos autores do estatuto do Aliança.

Contra o “sistema”
Há uma iniciativa defendida pelo Vox já implementada por Bolsonaro. O partido prega, por exemplo, a criação de um Ministério da Família na Espanha, já colocada em prática no Brasil. Referência internacional em estudo sobre populismo, o cientista político holandês Cas Mudde diz que um traço singular de Bolsonaro é o fato de ele ter ascendido ao poder sem uma plataforma política estruturada.
— A extrema direita é cada vez mais generalizada e normalizada, com partidos dessa linha no poder nos principais países (por exemplo, Brasil, Índia, EUA) ou considerados parceiros normais da coalizão em vários outros (por exemplo, Áustria, Dinamarca, Itália). Seus problemas, quadros e posições são frequentemente compartilhados pela mídia e pelos políticos, o que leva os partidos de extrema direita a superarem seu peso eleitoral— analisa Mudde.

O documento do Aliança traz uma enfática defesa de Deus, da religião, do armamentismo e do livre mercado. Assim como partidos da direita populista internacional, a sigla faz uma exaltação do povo contra o “sistema”, visto como corrompido, e contra uma elite cultural, intelectual e burocrática — chamada no programa de “burocratas não eleitos”.

Para David Magalhães, professor de Relações Internacionais da PUC-SP e fundador do Observatório da Extrema Direita, trata-se de uma crítica à democracia parlamentar, que seria uma espécie de obstáculo para uma representação mais direta entre o líder e a massa:
A direita radical não rejeita completamente as regras da democracia, mas busca combater ou atacar as instituições liberais democráticas e os direitos fundamentais de minorias. 

Para Bragança, a inspiração do Aliança vem da direita conservadora americana, mas reconhece similaridades com o Vox. Ambos pregam a exaltação de símbolos e “heróis nacionais”, criticam a “politização” da Justiça, atacam bandeiras progressistas e apoiam a redução da participação da sociedade civil em conselhos estatais.
 

Em O Globo, leia MATÉRIA COMPLETA