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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Estado da Geórgia executa uma mulher pela 1ª vez em 70 anos – Uma certeza temos: Kelly Gissendaner não cometerá mais nenhum crime



Kelly Gissendaner morreu cinco dias depois do Papa ter defendido fim da pena de morte  - A Geórgia executou nesta terça-feira a única mulher que estava em seu corredor da morte. Kelly Gissendaner, de 47 anos, condenada à morte por ter planejado com o amante o assassinato do marido em 1997, foi a primeira mulher executada em 70 anos no estado americano.
Às 0h21m (23h21m de terça-feira no horário de Brasília) cumprindo uma ordem do tribunal, Kelly Gissendaner foi executada segundo a lei. Ela deu uma última declaração e solicitou uma oração final antes de morrer — disse Gwendolyn Hogan, porta-voz da administração penitenciária do estado da Geórgia.

A execução de Kelly ganhou um significado particular, cinco dias depois de um pedido realizado pelo Papa Francisco no Congresso americano para abolir a pena de morte.  Na terça-feira, o representante do Vaticano nos Estados Unidos, Carlo Maria Viagano, fez um pedido urgente em nome do Papa para comutar a pena de Kelly. "Sem querer desestimar a gravidade do crime pelo qual Kelly Gissendaner foi condenada, imploro para comutar esta setença em uma pena que se traduza em justiça e piedade", escreveu.  

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos negou pedidos de última hora feitos pelos advogados de Gissendaner para a suspensão da execução, feita por injeção pentobarbital. A Junta de Indultos e Liberdade Condicional da Geórgia se reuniu na terça-feira e manteve a decisão feita no início do ano de rejeitar o pedido de mudar a sentença de pena de morte para prisão perpétua. — A comissão rejeitou o pedido de reavaliação de sua decisão anterior, que descartou clemência para Kelly Gissendaner — disse o porta-voz da junta cerca de quatro horas antes do horário previsto para a execução.

Os membros do conselho não foram seduzidos pelo recente apelo da presa de clemência, que enfatizou seu comportamento modelo na prisão e remorso por tramar o assassinato de seu marido em 1997.

Os advogados de Gissendaner disseram ao conselho que a sentença de morte seria desproporcional para seu crime, porque ela não matou Douglas Gissendaner e não estava presente quando ele foi esfaqueado até a morte. O homem que realizou o sequestro e assassinato, o então namorado de Kelly Gissendaner, Gregory Owen, recebeu uma sentença de prisão perpétua.

Entre os apoiadores de Kelly estavam seus três filhos adultos e um ex-juiz da Suprema Corte da Geórgia, que disse que ele estava errado ao negar um dos apelos anteriores feitos pelos advogados dela. Seus defensores usaram nas mídias sociais a hashtag #kellyonmymind para que sua vida fosse poupada.

Fonte: Reuters