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sexta-feira, 2 de junho de 2023

Randolfe é alvo de chacota por foto com vacina

Internautas interpelaram posição dos braços do senador

randolfe vacina

 O senador Randolfe Rodrigues, durante a vacinação contra a gripe e a covid-19 - 01/06/2023 | Foto: Reprodução/Randolfe Rodrigues/Twitter

O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), chamou atenção de internautas nas redes sociais, depois de se vacinar contra a covid-19 e a gripe.

Uma foto publicada pelo parlamentar mostra um enfermeiro injetando o imunizante no braço esquerdo do congressista. Após o processo, Rodrigues divulgou uma imagem segurando o braço direito. “Viva a ciência, que nos permite hoje conviver socialmente em vida plena”, disse ele, na noite da quinta-feira 1º. “Lutamos muito por isso e vamos continuar lutando contra mentiras e desinformações que tentam descredibilizar a vacina.”

Usuários do Twitter ironizaram o senador amapaense. “Entendi a essência da sua bivalente”, escreveu a página Médicos pela Liberdade. “Ela é bilateral também: você toma a picada num braço e dói no outro.” “A vacina é ambivalente, ou seja, tomou em ambos os braços”, publicou outra pessoa. “Errou o braço, querida”, ironizou outra pessoa.

A foto veio algumas horas depois de Rodrigues passar apuros no Parlamento para a aprovação de medidas provisórias do governo, entre elas, a que redesenhou a Esplanada dos Ministérios. Durante uma entrevista, o congressista prometeu “mais diálogo” com Câmara e Senado.

Leia também: “O tabu sobre as vacinas”, reportagem publicada na Edição 96 da Revista Oeste

 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Vacina já - Carlos Alberto Sardenberg

Cabe à sociedade, às pessoas, às instituições e às lideranças conscientes fazer pressão para que o imunizante seja liberado

É óbvio que o governador de São Paulo, João Doria, prepara sua candidatura à Presidência em 2022. É mais óbvio ainda que entregar uma vacina contra o coronavírus será um trunfo na campanha.  Também é óbvio que o presidente Jair Bolsonaro é candidato à reeleição, vendo, neste momento, João Doria como seu principal adversário. Logo, Bolsonaro não vê com bons olhos a vacina do Doria, ainda mais que ele, presidente, é negacionista e não tem a “sua” vacina.

Vai daí, se conclui que há uma espécie de guerra da vacina entre o governador paulista e o presidente. E isso coloca os dois no mesmo nível — como se ambos estivessem usando a questão da vacina apenas como instrumento político.  Está muito errado. Doria está ao lado dos principais líderes mundiais que, com o apoio de infectologistas e sanitaristas, entenderam que a vacina é a única saída para as crises de saúde e econômica. Como outros dirigentes, o governador paulista foi atrás da vacina. E está entregando. [está entregando? quando? em quais locais? ao que se sabe a tal 'vacina do Doria' - a chinesa coronovac -  está na Anvisa aguardando autorização para uso emergencial, mesma situação  em que está a 'vacina do Bolsonaro' - a da Fiocruz;

Só que a chinesa apresentou seu pedido com elevada falta de documentos - o que está travando a análise do seu pedido (cada documento solicitado implica na parada da análise até que o documento seja entregue). A da Fiocruz, apresenta menor falta de documentos.]

Se isso traz uma vantagem política para Doria, é outra história, que se vai conferir lá em 2022. Mas o fato é que o governador entregou uma vacina, em condições de uso imediato. Tem estocado nada menos que 8 milhões de doses e um programa viável de produção em massa do imunizante. Parênteses: deixamos de lado as informações técnicas (eficácia, segurança etc.), primeiro porque o leitor encontra ampla cobertura nas outras páginas e, segundo, porque os especialistas ouvidos concordam que se trata de uma boa vacina, bastante bem testada.

Já voltando a Bolsonaro, ele desdenhou a doença e os mortos. Não moveu um dedo para obter vacinas. Ao contrário, debochou do que ele e seu pessoal chamam de “vachina”, disse que ela poderia causar danos irreparáveis a quem a tomasse e que ele, presidente, não a tomaria, nem qualquer outra. Isso quando líderes mundiais tomam a picada em público para mostrar à população a necessidade da imunização. [a picada é em público - só que não se comprova qual vacina está sendo inoculada = com certeza as lideranças do Reino Unido, Estados Unidos, Rússia e outros países que contam não estão recebendo o produto chinês. No Vaticano,  Sua Santidade Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI, receberam o imunizante da Pfizer.]

Portanto, não se pode dizer que há uma guerra das vacinas entre Doria e Bolsonaro. Se é para usar esse termo, então se deveria dizer que há duas guerras. Uma, do Doria, para obter a vacina. Outra, do presidente, para bloquear a vacina. Doria ganha. Mas o presidente tem ainda uma arma poderosa, a Anvisa, agência sob seu controle, de que depende a autorização de uso emergencial da CoronaVac. [até o presente momento, nenhuma exigência apresentada pela Anvisa às farmacêuticas foi contestada, tendo o próprio presidente do Butantã declarado que é normal a solicitação de que documentos faltantes sejam apresentados.]

Em circunstâncias normais e com pessoas normais, a gente diria que ninguém seria louco a ponto de bloquear um remédio que pode salvar milhares de vidas. Mas não há nada de normal quando se trata de Bolsonaro e sua turma. Cabe à sociedade, às pessoas, às instituições e às lideranças conscientes exercer pressão para que a vacina seja liberada a tempo e para que o governo federal compre ou autorize a compra a de qualquer outra vacina, por instituições públicas e privadas.

Por outro lado, é óbvio que Doria fez marketing político em cima da vacina. Basta ver a quantidade de fotos que sua assessoria distribuiu, mostrando o governador exibindo as caixinhas de vacina.Não deveria ter feito? Ou deveria ter sido, digamos, mais reservado? Poderia, mas o governador tem seu argumento: mostrar o andamento do processo para a população. [argumento que será a lápide da sepultura política do governador paulista se sua vacina não for aprovada.
Quanto ao interesse político, com ou sem vacina o João Doria não é páreo para o capitão Bolsonaro.]

A ver. De todo modo, pegou mal a divulgação parcelada do resultado dos testes, começando pelos melhores e entregando a eficácia geral de 50% só no final, depois da pressão da imprensa e de especialistas. No fim, acabou tudo sendo bem explicado, mas o governador não poderia ter cometido esse equívoco, ele que é justamente um especialista em marketing. Deixou no ar uma desconfiança desnecessária, que tem de ser dissipada à custa de muita informação.

Tudo considerado, o fato é o seguinte: o Brasil tem uma boa vacina já aqui estocada; a vacinação pode começar imediatamente; governadores e prefeitos pelo país afora declaram ter tudo pronto para iniciar a imunização; o número de mortos passa de mil por dia.
Vacina já! [Os malefícios da covid-19 não podem, nem devem, ser desprezados e uma vacina EFICAZ e SEGURA, aprovada pela Anvisa ou por órgãos tipo FDA,é extremamente necessária e urgente - a vacina chinesa ainda não foi aprovada por nenhum de órgãos reguladores do quilate do FDA, Anvisa. 
O número de mortos assusta, deve ser lamentado, mas continuam morrendo milhares e milhares de pessoas das doenças tradicionais: cardiovasculares, tuberculose, enfisema, câncer e outras.
De acordo com o cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, só este ano - 1º a 14 janeiro,até o momento  - morreram 14965 pessoas por doenças cardiovasculares.]
 
Carlos Alberto Sardenberg, jornalista