Será a primeira vez que uma cerimônia de transmissão de faixa presidencial precisará contar com o suporte da defesa aérea.
Informações enviadas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI),
pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) à
Força Aérea Brasileira (FAB), fizeram o presidente Michel Temer assinar
um decreto, que deve será publicado hoje, dando à Aeronáutica diversas
prerrogativas de segurança na posse do presidente eleito, Jair
Bolsonaro, no próximo dia 1º. Será a primeira vez que uma cerimônia de
transmissão de faixa presidencial precisará contar com o suporte da
defesa aérea.
Comandante de Operações Aeroespaciais da
Aeronáutica, o major-brigadeiro do Ar Ricardo Cesar Mangrich afirma que,
no dia da posse, a Esplanada dos Ministérios será “o ponto mais
defendido da história de todo o nosso sistema aeroespacial brasileiro”,
mas garante que será uma “ação normal para uma situação excepcional”. A
situação é considerada excepcional, porque, segundo o major-brigadeiro,
informações de órgãos de inteligência apontaram movimentos suspeitos que
podem trazer riscos à cerimônia.
“Nós entendemos que a Força
Aérea tinha que estar à altura dessa excepcionalidade num momento em que
nós interpretamos informações que vieram da Abin, do GSI, da Polícia
Federal e até da nossa própria inteligência, e que indicavam algum risco
durante a exposição de tantas autoridades a céu aberto. Então, o
Comando da Aeronáutica decidiu solicitar ao presidente (Temer) a
assinatura de um decreto que foi assinado hoje (ontem) e será publicado
amanhã (hoje) no Diário Oficial da União”, explicou. As informações
tidas como “anormais” não foram detalhadas.Especificamente para a “Operação posse”, que deve durar das 12h às 0h do dia 1º, o decreto solicitado pela FAB dará à Força prerrogativas de segurança no tocante à defesa aeroespacial. Da chamada “Sala de Decisão”, localizada no Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), no Lago Sul, poderão ser definidas ações instantâneas, como, por exemplo, a destruição de drones que invadam o raio de 7,4km em volta da Esplanada dos Ministérios, a área vermelha.
“Primeiro será efetuado o tiro de aviso. Se o elemento não for cooperativo, receberá um tiro de detenção. Se entrar na área vermelha, é automaticamente detido através de um míssil: um de guiamento termal, que segue o calor da aeronave, e outro, por laser”, diz o major-brigadeiro Mangrich.
Conforme o Correio antecipou, a Aeronáutica criou uma área de extrema segurança com o objetivo de impedir a entrada de veículos não autorizados em volta da Esplanada dos Ministérios durante todo o dia 1°. Por meio da criação das chamadas “áreas de exclusão”, só aeronaves autorizadas poderão sobrevoar, em um raio de 130km, a partir da Praça dos Três Poderes.
Serão três áreas: vermelha, amarela e branca. Na vermelha, o sobrevoo será proibido, com exceção do helicóptero da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) da Força Aérea. Na amarela, que deve abarcar um raio de 46,3km, que inclui o Aeroporto Internacional de Brasília, será assegurado que nenhum voo comercial seja afetado. Já a área branca, considerada reservada, abrangerá um raio de 129,6km. Para sobrevoá-la, será necessário apenas o plano de voo.
Correio Braziliense