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terça-feira, 27 de junho de 2023

Por que o STF recebeu o presidente argentino? - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino - VOZES

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

O presidente Lula comentou nas redes sociais: "Feliz de receber hoje o amigo Alberto Fernandez em Brasília. Completamos 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Argentina, uma parceria que só contribui para o desenvolvimento econômico, social e cultural da nossa região. Que continuemos trabalhando juntos pelo melhor dos nossos povos".

A relação entre Brasil e Argentina é longa mesmo, mas o presidente petista omite, de propósito, que essa parceria vai muito além quando se trata de ambos. Fernandez "fez o L", apoiando abertamente Lula na eleição, que por sua vez já tinha apoiado Fernandez antes.  
Ambos estão ligados por laços que nem o Foro de SP resume...

A América Latina foi tomada por uma onda vermelha, e os tentáculos comunistas do Foro de SP se alastram por vários países. Manter a Argentina é estratégico para a aliança comunista, até porque o concorrente de peso é o "Bolsonaro argentino", o libertário Javier Milei, chamado de "extrema direita" pela imprensa de extrema esquerda.

Lula não pode se dar ao luxo de ver um país vizinho abandonar o rumo socialista e prosperar bem ao lado do Brasil
Por isso já prometeu várias vezes despejar o dinheiro do trabalhador brasileiro no país dos hermanos, para ajudar Fernandez. E de ajuda ele precisa! A economia está em frangalhos, a inflação passou de 100% ao ano, e nem dá para culpar o Banco Central pelas mazelas.  
A Argentina fez o L antes e colhe os resultados sombrios disso.

É bom lembrar que os petistas, quando interessa, ligam para indicadores de mercado. Randolfe Rodrigues, o senador saltitante, comentou hoje: "Pra fechar o dia, duas notícias: o Ibovespa teve seu primeiro recorde de valorização em 7 anos, registrando 9 semanas de alta, e o dólar iniciou a semana cotado a R$ 4,767, o menor valor em mais de 1 ano. E a única sorte nessa história é a nossa de termos Lula presidente!"

O Brasil ainda surfa a maré bolsonarista, com a inércia das reformas deixadas por Paulo Guedes e sua equipe.  
Guardei o print desse comentário para lembrar ao senador [estridente] que tais indicadores importam, quando estiverem apontando o derretimento da economia brasileira após as lambanças petistas
E não se enganem: o derretimento virá, como já veio na Argentina.
 
Logo, está muito claro que o Brasil petista tenta salvar a pele do companheiro argentino, e por isso Fernandez visita tanto o Brasil - quase tanto quanto o próprio Lula, que vive rodando no estrangeiro com Janja e torrando R$ 700 mil em duas diárias em Paris
São colegas socialistas unidos pelo projeto de manter o poder do Foro de SP.
 
Tudo "certo". Mas e o STF com isso? Que diabos o presidente argentino foi fazer no Supremo Tribunal Federal?!  
É comum o STF receber chefes de estado para uma conversa? 
O que está acontecendo aqui? 
O STF virou parte desse esforço petista para ajudar seus companheiros de fronteira?
 
Lá, sabemos que o grupo de Kirchner andou tendo problemas com a Corte Suprema. 
Se ao menos fosse possível indicar advogados e amigos do presidente para ocupar a Corte Constitucional, como no Brasil...


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 10 de maio de 2018

A lição argentina

FMI empresta dólares a juros baixos, mas governo precisará aprofundar o ajuste fiscal e macro. Nada fácil politicamente

O presidente argentino, Mauricio Macri, deu azar. A política econômica que tentou — do ajuste gradual ou do liberal com coração — só daria certo em um ambiente externo muito favorável aos países emergentes, como ocorreu até pouco tempo. Ou seja, a aposta de Macri não era maluca. Fazia sentido. Mas não contava com o aquecimento da economia americana e com tensões internacionais. O mundo estava assim: dólar barato e abundante, disponível para investimentos e empréstimos; juros internacionais muito baixos; forte crescimento global, elevando demanda e preços de comodities. Com isso, Macri conseguiu regularizar a situação externa do país - encerrando uma moratória de décadas e captando empréstimos novos de nada menos que US$ 100 bilhões. Havia confiança no governo e na sua política de desmontar os estragos da era Kirchner, promovendo o equilíbrio das contas internas e externas de maneira gradual.


Foi um erro, muitos dizem hoje. Mas, na hora, quando se elegeu em 2015,  era diferente. Os preços estavam congelados; as tarifas eram baratas à custa de subsídios pagos pelo governo; este se financiava com dívida cada vez mais cara ou, especialmente, imprimindo dinheiro e fazendo uma baita inflação. E, para completar, os Kirchner haviam feito uma intervenção no IBGE deles e entregavam números falsos. A inflação real passava dos 50%. No oficial, aparecia como menos de 15%. Esse populismo funciona por algum tempo, ganha eleições e depois desaba , deixando uma conta pesada para o sucessor. Aconteceu no Brasil também , mas com limites: a inflação Dilma estourou, mas com 11%, e sem roubo nos dados. Em resumo, a Argentina precisava de um choque de realismo e de verdade.


Mas se Macri descongelasse todos os preços, cortasse todos os subsídios e reduzisse fortemente o gasto público - isso produziria um pico de inflação, a tal inflação corretiva, que não poderia mais ser mascarada. Um golpe brutal: todos os preços subindo ao mesmo tempo, com o governo gastando menos inclusive em programas sociais. Donde: recessão. Muitas vezes, esse caminho é inevitável, quando a crise avança a tal ponto que o ajuste se faz na marra. Não é que o governo decide gastar menos. Simplesmente acaba o dinheiro.   Como contava com os dólares baratos, Macri tentou o gradualismo. A inflação, por exemplo, cairia para 40% em 2016, para 17% no ano seguinte e assim por diante, até chegar a civilizados 5% em 2019. Assim, nem todos os preços foram descongelados, muitos foram liberados aos poucos, os subsídios públicos foram reduzidos, mas não eliminados. Resultado: a inflação caiu, mas não no ritmo desejado ou necessário. Estava, por exemplo, em  25% antes da crise atual.


Ainda assim, Macri estava dobrando a aposta. Iniciou um programa para estimular o crescimento, confiando que as peças se encaixariam em 2019, a tempo das eleições.       Começou a dar errado a partir dos Estados Unidos. A economia americana já estava em aceleração, crescendo mais que os outros desenvolvidos, e pegou embalo com duas políticas de Trump, a redução de impostos (que deixou para empresas e pessoas mais dinheiro para investimento e consumo) e o aumento do gasto público. Logo, todo mundo concluiu, a inflação vai reaparecer e o Fed, o banco central deles, vai subir os juros. No mercado, os juros já estavam em alta. O título de dez anos do Tesouro americano, durante muito tempo com rendimento perto de zero,  já está pagando 3% ao ano. O papel alemão equivalente dá 0,5%. Sim, nos emergentes os títulos públicos rendem mais, mas ganhar 3% em dólares, sendo credor do Tesouro americano, é mais atraente do que 6% em reais. Ou 40% em pesos argentinos, na situação de hoje.


 Se os capitais vão para os EUA, o dólar se valoriza contra todas as demais moedas, especialmente dos países com mais fragilidades. Forte desvalorização da moeda é inflação e aumento da dívida pública, pois o governo argentino, no caso, precisa de mais pesos para comprar os dólares com os quais cumpre os compromissos externos. Com desajuste de contas públicas e inflação ainda elevada, a coisa desandou. O recurso ao FMI é correto e, para falar a verdade, o único caminho. O Fundo empresta dólares a juros baixos. Mas o governo vai precisar aprofundar o ajuste fiscal e macro. Nada fácil politicamente.


Mas não tem outro jeito. E tem boa chance de sucesso. O Brasil está longe disso. Praticamente não tem déficit externo, as reservas em dólares são maiores que a dívida, a inflação está no chão e o déficit público, ainda alto e ruim, pelo menos está contido. Nossa equipe econômica foi melhor? Sim, mas o estrago Dilma foi bem menor que o de Cristina.  De todo modo, que fique de alerta: a gente vai adiando as reformas, especialmente da Previdência, e olha o que pode acontecer.