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domingo, 14 de julho de 2019

Consciência Patriótica de uma Nação

Por Ernesto Caruso
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
A reforma da previdência venceu o primeiro obstáculo por 379 votos contra 131 na Câmara dos Deputados. Emblemático número 13 a lembrar dos petistas da estrela vermelha. Treze dezenas mais um contra o grito das ruas. Radicais da Silva contra tudo; tripulantes do quanto pior, melhor. A reforma que não pode esperar. O inverso desproporcional entre os baixos índices de natalidade e o crescente índice de longevidade aflorou no consciente do cidadão. As fatias maiores nas mesas de uns e as migalhas nas marmitas de muitos estimularam as reações.

Os ouvidos moucos do mundo político saíram da inércia; os olhos estão a enxergar pouco além do próprio umbigo; e, o cérebro faz pensar na sobrevivência; os anéis se vão, ficam os dedos. Mas, a vontade não é férrea. O barulho da reforma da previdência abafa outras pretensões. Como o acréscimo de R$ 2 bilhões ao valor atual do fundo eleitoral. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), considera que não é exagero fazer o seu valor chegar até 3,7 bilhões de reais para financiar as campanhas municipais de 2020. Claro, olhando as ditas de 2022.
[terá a serventia acima os R$ 3,7 bilhões que Maia quer para o Fundo Partidário - Blog Prontidão Total]
Velha estória. “São mais de 5 mil municípios com milhares de candidatos a vereador”. Na verdade, parte deles envolvidos em reeleição mais bem aquinhoados e próximos às cúpulas partidárias contra candidatos novos sem os mesmos recursos financeiros e assessores pagos com verba pública, na disputa eleitoral desequilibrada, mas dita “democrática”. Abjetos fundos, o partidário que já existia somado ao mais recente, o eleitoral.

Lembrando ao presidente da Câmara, é exagero, sim, se considerados os gastos do PT do Fundo Partidário, como simples exemplo, do me engana que eu gosto, nos eventos do “Lula livre”, em passagens aéreas/hospedagens, locação de vans e inclusive com as equipes de segurança nos dias que Lula participava de comícios no entorno da sua prisão. A bagatela de um milhão de reais. (https://istoe.com.br/dinheiro-publico-banca-o-lula-livre/)

É exagero, sim, deputado. Senador! Vereador! Que cada candidato/partido gaste do seu bolso. Falta verba pública para a saúde, que está intimamente ligada à vida. Hospitais em frangalhos. É exagero, ainda mais com a falta de pudor incontestável e fotografável no porão corrupto da administração pública nos municípios, estados e na União. Mensalão, petrolão... tudo no aumentativo. E no diminutivo absoluto em termos de IDH (índice de desenvolvimento humano), na saúde, educação, segurança, transporte, estradas-atoleiros, saneamento...

Como no seu discurso, deputado Rodrigo Maia, ao final da votação quando destaca os problemas nacionais da pobreza, dos abaixo da pobreza, dos milhões sem emprego, do desarranjo na educação, na saúde, na segurança e na necessidade do protagonismo do Congresso Nacional...

Que seja protagonista! Cabe ao Poder Legislativo fazer as leis em benefício da cidadania e não para benefício dos seus servidores e eleitos com tantos assessores e mordomias. Obeso, lerdo e caro. Poucos dias de trabalho, passagens aéreas, férias, recessos e gratificações a mãos-cheias. Por que não fez leis mais duras contra os criminosos, menores inclusos, que sufocam a sociedade?

Ora, Rodrigo Maia está presidente da Câmara de Deputados desde 2016. Passou pela reforma da previdência do governo Temer (PEC287/05.12.16), semelhante à proposta em tramitação. Sexto mandato, ensino médio completo. Segundo notícias de 19Fev18, a PEC 287 “chega à data prevista para votação longe de ser aprovada”. Maia também era um dos fiadores da reforma. Em coletiva de imprensa admitiu que a votação será adiada e corre risco de não ser votada... "Não posso exigir que deputados, num ano eleitoral, já entrando março ou abril, você introduza um debate onde 60% é contra e 27% a favor da reforma."

Enquanto se deu conta que “o texto da reforma foi aprovado em maio de 2017, mas demorou nove meses para dar o próximo passo”, agora, com pouco mais de seis meses do governo Bolsonaro, a aprovação na Câmara é líquida e certa. Quem deflagrou o processo na Câmara dos Deputados que redundou nas manifestações de rua, face ao corpo mole ou a prática do “toma lá, dá cá” dos parlamentares daqui e dacolá? Rodrigo Maia ou Bolsonaro?

Qual a força de Rodrigo Maia no seu reduto eleitoral? Foi o 13º colocado no pleito para deputado, alcançando 74.232 votos, enquanto Hélio Lopes-Bolsonaro, o foi com 345.234 votos. Flávio Bolsonaro foi eleito ao Senado com mais de 4 milhões de votos; 31,36% dos votos válidos, o segundo eleito obteve 17,06%. O pai de Rodrigo Maia, que já tinha sido prefeito do município do Rio de Janeiro, por duas vezes e, deputado federal, não foi eleito para o Senado.

A força para a reforma da previdência veio das ruas, nas manifestações dos dias 26 de maio e 30 de junho/19, somadas às demais que fizeram parte da campanha eleitoral. Ratificando o apoio ao presidente Bolsonaro e às propostas de governo por ele apresentadas. Para os cientistas políticos que não aparecem nos telejornais, a grande novidade dos atos foi colocar a reforma da previdência como pauta favorável de rua. [vale lembrar que a reforma da Previdência corre riscos de não se concretizar; a velocidade da semana que passou, travou com o adiamento para agosto.
Maia, como tem sido habitual faz que quer uma coisa e de repente faz outra.
Em dois dias de discussão dos destaques da reforma da Previdência, Maia temendo perder, encerrou a sessão e com isso criou o clima para o adiamento.]

O que se constata na mídia é a tentativa de enfraquecer Bolsonaro, ainda que seja agredindo algum dos seus ministros como bem demonstra a orquestração sobre o ministro Sérgio Moro. Enquanto não se aprova o pacote anti-crime, se faça a reforma tributária e eleitoral como o povo deseja, a começar por extinguir a reeleição, que se conclua a reforma da previdência que a nação anseia, briga e convence.

Paciência. Os deputados empurraram a votação em segundo turno para 6 de agosto. Eles não são de ferro.

Ernesto Caruso é Coronel de Artilharia e Estado-Maior, reformado.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Em busca de votos, PT quer Fernando Haddad 'independente' de Lula

Para crescer no segundo turno, PT quer Haddad ‘independente’

Cobrança antiga de aliados e de setores internos, partido quer buscar votos além do eleitorado fiel ao ex-presidente Lula para vencer Bolsonaro

Com Fernando Haddad garantido na disputa de segundo turno pela Presidência da República, o conselho político de campanha do PT concordou em usar as próximas semanas para construir a imagem de um candidato independente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e levar o ex-prefeito de São Paulo a assumir as rédeas da campanha e impor seu discurso.

A nova postura da campanha era uma cobrança de aliados e de parte do PT, mas enfrentava resistência de alas do partido que acreditavam que a transferência de votos do ex-presidente ainda não estava finalizada. O movimento funcionou, especialmente no Nordeste, região onde o PT tem tradicionalmente uma boa votação. Haddad ganhou em oito dos nove estados, exceto no Ceará, reduto eleitoral de Ciro Gomes (PDT). O petista ganhou ainda no Pará.

A diferença de votos a favor de Bolsonaro – cerca de 18 milhões de votos – e a situação “difícil” para o segundo turno levou o PT a reavaliar a estratégia a partir de agora. Ex-governador da Bahia e senador eleito pelo estado, Jacques Wagner, antes cogitado como um possível candidato do PT à Presidência, pediu um presidenciável de mais personalidade no segundo turno.
“O Haddad chega ao segundo turno como a substituição do Lula. Agora o Haddad do segundo turno é o Haddad”, disse Wagner após a reunião em São Paulo que o confirmou na coordenação da campanha do ex-prefeito da capital paulista ao Planalto. Ele destacou que é impossível “descolar” do ex-presidente, mas que “ninguém vive só do que foi”. “Agora é hora de o Haddad dizer ‘o meu programa de governo’.”

A ideia da campanha não é esconder ou esquecer o ex-presidente, mas reafirmar Haddad como candidato, mostrar o currículo e sua capacidade e encontrar seu próprio discurso. O próprio Lula deu liberdade a Haddad para desenvolver sua identidade como candidato, conversar com diferentes partidos, sem se limitar à centro-esquerda e tentar formar uma frente democrata, contou uma fonte.

Outra estratégia do partido é tentar ampliar alianças para fora dos já esperados PDT, de Ciro Gomes, PSB e PSOL, mesmo que seja recebendo apoios individuais. Wagner, encarregado de fazer esses contatos, aponta para a possibilidade de adesões individuais, além de partidos. Ele reforçou que é possível buscar apoios do PSDB e de antigos adversários que queiram derrotar Jair Bolsonaro (PSL).
“Muita gente, na minha opinião, que não é petista, que não é lulista, mas que é amante da democracia sabe que de um lado tem alguém que fala uma porção de impropérios. A gente precisa de todo mundo que queira consertar problemas do presente sem que seja essa beligerância declarada. Na bala ninguém vai resolver nada”, disse o senador eleito.


Estadão Conteúdo e Reuters