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quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Papa lamenta que animais domésticos substituam os filhos

"A negação da paternidade e da maternidade nos diminui, tira nossa humanidade, a civilização envelhece", disse ele

O papa Francisco elogiou a paternidade e a adoção, em seu discurso na audiência geral de quarta-feira (5), no Vaticano, e lamentou que os animais de estimação às vezes tomem o lugar dos filhos. "Hoje vemos uma forma de egoísmo. Vemos que alguns não querem ter filhos. Às vezes têm um (...) mas têm cães e gatos que ocupam esse lugar", afirmou o sumo pontífice em sua primeira audiência geral do ano, na sala Paulo VI.

Francisco também pediu às instituições que facilitem os processos de adoção, de modo que se tornem realidade o sonho das crianças que precisam de uma família e o dos casais que desejam acolhê-las. "A negação da paternidade e da maternidade nos diminui, tira nossa humanidade, a civilização envelhece", disse ele.

O papa voltou a criticar o chamado "inverno demográfico" e a "dramática queda na taxa de natalidade" registrada em muitos países ocidentais, convidando as pessoas a terem filhos, ou a adotá-los. "Ter um filho é sempre um risco, seja natural, ou adotado. Mas mais arriscado é não ter. Mais arriscado é negar a paternidade, negar a maternidade, seja ela real, ou espiritual", insistiu Francisco.

Como de costume, ao final da audiência, o papa assistiu a vários números preparados por um circo com palhaços, malabaristas, dançarinos e músicos, em um ambiente de festa.

Correio Braziliense 

 


domingo, 14 de julho de 2019

Consciência Patriótica de uma Nação

Por Ernesto Caruso
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
A reforma da previdência venceu o primeiro obstáculo por 379 votos contra 131 na Câmara dos Deputados. Emblemático número 13 a lembrar dos petistas da estrela vermelha. Treze dezenas mais um contra o grito das ruas. Radicais da Silva contra tudo; tripulantes do quanto pior, melhor. A reforma que não pode esperar. O inverso desproporcional entre os baixos índices de natalidade e o crescente índice de longevidade aflorou no consciente do cidadão. As fatias maiores nas mesas de uns e as migalhas nas marmitas de muitos estimularam as reações.

Os ouvidos moucos do mundo político saíram da inércia; os olhos estão a enxergar pouco além do próprio umbigo; e, o cérebro faz pensar na sobrevivência; os anéis se vão, ficam os dedos. Mas, a vontade não é férrea. O barulho da reforma da previdência abafa outras pretensões. Como o acréscimo de R$ 2 bilhões ao valor atual do fundo eleitoral. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), considera que não é exagero fazer o seu valor chegar até 3,7 bilhões de reais para financiar as campanhas municipais de 2020. Claro, olhando as ditas de 2022.
[terá a serventia acima os R$ 3,7 bilhões que Maia quer para o Fundo Partidário - Blog Prontidão Total]
Velha estória. “São mais de 5 mil municípios com milhares de candidatos a vereador”. Na verdade, parte deles envolvidos em reeleição mais bem aquinhoados e próximos às cúpulas partidárias contra candidatos novos sem os mesmos recursos financeiros e assessores pagos com verba pública, na disputa eleitoral desequilibrada, mas dita “democrática”. Abjetos fundos, o partidário que já existia somado ao mais recente, o eleitoral.

Lembrando ao presidente da Câmara, é exagero, sim, se considerados os gastos do PT do Fundo Partidário, como simples exemplo, do me engana que eu gosto, nos eventos do “Lula livre”, em passagens aéreas/hospedagens, locação de vans e inclusive com as equipes de segurança nos dias que Lula participava de comícios no entorno da sua prisão. A bagatela de um milhão de reais. (https://istoe.com.br/dinheiro-publico-banca-o-lula-livre/)

É exagero, sim, deputado. Senador! Vereador! Que cada candidato/partido gaste do seu bolso. Falta verba pública para a saúde, que está intimamente ligada à vida. Hospitais em frangalhos. É exagero, ainda mais com a falta de pudor incontestável e fotografável no porão corrupto da administração pública nos municípios, estados e na União. Mensalão, petrolão... tudo no aumentativo. E no diminutivo absoluto em termos de IDH (índice de desenvolvimento humano), na saúde, educação, segurança, transporte, estradas-atoleiros, saneamento...

Como no seu discurso, deputado Rodrigo Maia, ao final da votação quando destaca os problemas nacionais da pobreza, dos abaixo da pobreza, dos milhões sem emprego, do desarranjo na educação, na saúde, na segurança e na necessidade do protagonismo do Congresso Nacional...

Que seja protagonista! Cabe ao Poder Legislativo fazer as leis em benefício da cidadania e não para benefício dos seus servidores e eleitos com tantos assessores e mordomias. Obeso, lerdo e caro. Poucos dias de trabalho, passagens aéreas, férias, recessos e gratificações a mãos-cheias. Por que não fez leis mais duras contra os criminosos, menores inclusos, que sufocam a sociedade?

Ora, Rodrigo Maia está presidente da Câmara de Deputados desde 2016. Passou pela reforma da previdência do governo Temer (PEC287/05.12.16), semelhante à proposta em tramitação. Sexto mandato, ensino médio completo. Segundo notícias de 19Fev18, a PEC 287 “chega à data prevista para votação longe de ser aprovada”. Maia também era um dos fiadores da reforma. Em coletiva de imprensa admitiu que a votação será adiada e corre risco de não ser votada... "Não posso exigir que deputados, num ano eleitoral, já entrando março ou abril, você introduza um debate onde 60% é contra e 27% a favor da reforma."

Enquanto se deu conta que “o texto da reforma foi aprovado em maio de 2017, mas demorou nove meses para dar o próximo passo”, agora, com pouco mais de seis meses do governo Bolsonaro, a aprovação na Câmara é líquida e certa. Quem deflagrou o processo na Câmara dos Deputados que redundou nas manifestações de rua, face ao corpo mole ou a prática do “toma lá, dá cá” dos parlamentares daqui e dacolá? Rodrigo Maia ou Bolsonaro?

Qual a força de Rodrigo Maia no seu reduto eleitoral? Foi o 13º colocado no pleito para deputado, alcançando 74.232 votos, enquanto Hélio Lopes-Bolsonaro, o foi com 345.234 votos. Flávio Bolsonaro foi eleito ao Senado com mais de 4 milhões de votos; 31,36% dos votos válidos, o segundo eleito obteve 17,06%. O pai de Rodrigo Maia, que já tinha sido prefeito do município do Rio de Janeiro, por duas vezes e, deputado federal, não foi eleito para o Senado.

A força para a reforma da previdência veio das ruas, nas manifestações dos dias 26 de maio e 30 de junho/19, somadas às demais que fizeram parte da campanha eleitoral. Ratificando o apoio ao presidente Bolsonaro e às propostas de governo por ele apresentadas. Para os cientistas políticos que não aparecem nos telejornais, a grande novidade dos atos foi colocar a reforma da previdência como pauta favorável de rua. [vale lembrar que a reforma da Previdência corre riscos de não se concretizar; a velocidade da semana que passou, travou com o adiamento para agosto.
Maia, como tem sido habitual faz que quer uma coisa e de repente faz outra.
Em dois dias de discussão dos destaques da reforma da Previdência, Maia temendo perder, encerrou a sessão e com isso criou o clima para o adiamento.]

O que se constata na mídia é a tentativa de enfraquecer Bolsonaro, ainda que seja agredindo algum dos seus ministros como bem demonstra a orquestração sobre o ministro Sérgio Moro. Enquanto não se aprova o pacote anti-crime, se faça a reforma tributária e eleitoral como o povo deseja, a começar por extinguir a reeleição, que se conclua a reforma da previdência que a nação anseia, briga e convence.

Paciência. Os deputados empurraram a votação em segundo turno para 6 de agosto. Eles não são de ferro.

Ernesto Caruso é Coronel de Artilharia e Estado-Maior, reformado.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Discussão sobre o aborto abre crise entre advogados de São Paulo


Grupo se manifesta contra comissão que afirma que prática é 'assassinato' 

“Não adianta querer negar, morte é morte”, afirma o texto da comissão de direitos humanos. “Ninguém tem liberdade para matar, mesmo que seja a mãe do embrião vivo.” (…)

[o aborto precisa ser tipificado como HOMICIDIO QUALIFICADO;

quando uma mãe aborteira e seus cúmplices assassinam um ser humano inocente e indefeso, agem exatamente ao bandido que comete um homicidio qualificado.

Vejamos:

- cometido por motivo torpe - apenas para compensar eventual desconforto da mãe assassina;

- contra vítima indefesa;

- por meio cruel; 

- em um aborto o usual é a participação de três ou mais assassinos (a mãe aborteira, a especialista na execução da vítima  e quem fornece os meios para a execução do crime - que vão de um comprimido a outras técnicas cruéis que despedaçam o feto, arrancando os pedaços, com ele ainda vivo - o que caracteriza mais uma agravante: formação de bando ou quadrilha.]

Divulgado pela Comissão de Direitos Humanos do Instituto dos Advogados de São Paulo, o texto intitulado “Aborto é assassinato” provocou um racha na entidade criada em 1874 e que reúne alguns dos mais ilustres juristas do país.  Em nota enviada ao jornal, o presidente do Iasp, José Horácio Halfeld Ribeiro, afirmou que a posição apresentada pela Comissão Permanente de Estudos de Direitos Humanos, presidida pelo advogado Ricardo Sayeg, não reflete a posição oficial pelo instituto.

Afirma também que a comissão não tinha autorização para enviar o documento ao Supremo Tribunal Federal, que se prepara para julgar ação que discute a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez. [e os supremos ministros não possuem competência legal para determinar, ordenar, autorizar, convalidar assassinatos, seja qual for o pretexto;

salvo engano a Constituição Federal proíbe a pena de morte - não admitindo exceções -  e com isso os supremos ministro NÃO ESTÃO AUTORIZADOS a autorizar a morte de alguém - seja qual for o pretexto.
Quem autorizar a execução de um ser humano inocente e indefeso, corre o risco de ser incurso no crime de formação de bando ou quadrilha. Correm o risco de quem autorizar a execução de um criminoso.]

“Não adianta querer negar, morte é morte", afirma o texto da comissão de direitos humanos. “Ninguém tem liberdade para matar, mesmo que seja a mãe do embrião vivo.”
José Horácio diz que o instituto prima pela pluralidade e pelo consenso mútuo e que seus posicionamentos são discutidos em reuniões abertas e embasadas em “argumentos jurídicos consistentes”. 
“O documento apresentado na reportagem não passou por esse processo de aprovação”, afirma Horácio. ”É um relatório encaminhado ao STF sem aprovação do conselho e da diretoria da instituição.”


Para a comissão, cabe ao Legislativo, e não ao Judiciário, decidir o tema. “Liberar o aborto com lei expressamente criminalizando seria ideologia pura, absolutamente incompatível com a imparcialidade do Poder Judiciário.” [o Poder JUDICIÁRIO NÃO TEM COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL PARA LEGISLAR.]
Delgado defende também a flexibilização da legislação, mas não a liberação total. Hoje o aborto é permitido em três tipos de gravidez: decorrente de estupro, que cause risco à vida da mulher ou de feto anencéfalo.
Para o diretor, deveria ser aceito também nas situações em que a gravidez represente um risco para a integridade psicológica da gestante, bem como quando a mãe não tem condições econômicas de sustentar o filho. “Mas entendo que o aborto não pode ser instrumento de planejamento familiar ou de controle de natalidade.”

Presidente da comissão de direitos humanos do instituto, Ricardo Sayeg afirma que a comissão tem autonomia e independência para se posicionar. “Sempre se manifestou ainda que de modo contramajoritário”, declara.
“É da história da luta dos direitos humanos. A comissão não pode ficar amarrada aos caminhos burocráticos.”
Diz também estranhar que somente nesse caso tenha havido uma reação contrária. “Já fizemos inúmeros outros documentos e nunca houve esse tipo de estranhamento.”


Monica Bergamo - Folha de S. Paulo - Blog do Reinaldo Azevedo

LEIA TAMBÉM: Maioria dos brasileiros se opõe a mudanças na lei que proíbe e pune o aborto. Ainda: alternativa à prisão da mulher e o Supremo como legislador

 



terça-feira, 13 de setembro de 2016

Acabar com as criancinhas para desaquecer o planeta? – Europa: a substituição de uma população



Acabar com as criancinhas para desaquecer o planeta?


Para combater a "mudança climática", ONGs ecologistas pedem a redução da taxa de natalidade
até uma média estatística de "meio filho" por casal (sic) .

Tubarões assassinos, crocodilos perigosos, javalis predadores ou lobos devoradores de gado: todos eles são espécies protegidas pela estranha religião “verde” ainda que causem danos ao homem e a outros animais.  Mas os homens têm que ser reduzidos em número, em direitos, em condições de vida, segundo decreto dessa mesma religião! Têm de ficar insustentáveis nesta terra!

Eles são os únicos seres que não podem nem devem cumprir o preceito ecológico de se auto sustentar. O jornal
The Washington Post trouxe esclarecedora matéria a respeito. Militantes contra o “aquecimento global” se mobilizaram para cortar a taxa de nascimentos de crianças nos EUA.  O sofisma arguido, com muito sabor de luta de classe de pobres contra ricos, diz que os países ricos deveriam desencorajar as pessoas que querem ter filhos.

A causa?
Para protegê-los contra os danos – fictícios ou montados artificiosamente – do “aquecimento global” num século venturo e também para reduzir emissões que não explicam claramente.  Travis Rieder, diretor do Instituo Berman de Bioética na Universidade Johns Hopkins, disse à National Public Radio (NPR) que derrubar a fertilidade humana global a meio filho por mulher “poderia ser a coisa que vai nos salvar”.  “Eis um pensamento estimulante: talvez nós salvaremos nossos filhos não os tendo”, disse.

Ele propôs desanimar a procriação com novos impostos impedindo que os pobres tenham crianças, e impondo penalidades tributárias aos ricos. Algo assim como uma ‘taxa carbono aplicada contra os filhos’.  Rieder acrescentou que essas punições funcionariam melhor contra os ricos. Por sua vez os países ricos dariam o exemplo aos pobres de não ter filhos.

A proposta é mais radical que a “política do filho único” – pois seria só “meio filho” – e ficou registrada no livro “Population Engineering and the Fight Against Climate Change” (“Engenharia Populacional e o Combate contra a Mudança Climática”) que Rieder escreveu com mais dois professores da Universidade de Georgetown.  A ONG “Futuro concebível” de New Hampshire também adota como premissa a disparatada tese de que “a crise do clima é uma crise reprodutiva”, escreveu o “Washington Times”.



Enfermeira cuida de recém-nascidos em hospital de Jamestown, EUA.
Na proposta ambientalista, esta profissão deverá ser vista com maus olhos.
 Os extremistas tentaram logo dissimular o fundo totalitário de suas propostas, alegando que não propunham medidas coercitivas, nem leis despóticas como fez a China com a famigerada e fracassada “política do filho único”. Porém, Marc Morano, diretor do site Climate’s Depot especializado em denunciar as fraudes do ambientalismo radical, observou que as normas ditatoriais que esses ativistas negam com a língua, na prática seriam logicamente inevitáveis se se aprovam suas antinaturais premissas.

Morano também observou que os grupos que se dizem contra a “mudança climática” agora insistem que os homens deveriam ter menos contatos sexuais para conseguir um planeta menos cálido, e também para diminuir a natalidade.   “Os aquecimentistas já cansaram de combater as lâmpadas elétricas, as termoelétricas a carvão, os carros 4X4, e agora se assanham para ficar controlando o tamanho das famílias dos outros”.

Rieder anunciou o livro “Toward a Small Family Ethic: How Overpopulation and Climate Change are Affecting the Morality of Procreation” (“Rumo à ética da família pequena: como a superpopulação e a Mudança Climática estão afetando a moralidade da procriação”).

O disparate anticristão e antinatural salta aos olhos.

Publicado no blog
Verde: A cor nova do comunismo.
Luis Dufaur, escritor, jornalista, conferencista de política internacional, é sócio do IPCO e webmaster de diversos blogs.

Europa: a substituição de uma população


Sai o velho, entra o novo... A Europa, conforme vai envelhecendo, já não renova suas gerações e em seu lugar saúda o ingresso de um enorme contingente de migrantes provenientes do Oriente Médio, África e Ásia que irão substituir os europeus nativos e que trarão culturas com valores radicalmente diferentes em relação a sexo, ciência, poder político, cultura, economia e a relação entre Deus e o homem.

Em uma geração a Europa ficará irreconhecível.

Mortes excedendo nascimentos podem parecer ficção científica, mas já são a realidade da Europa. Simplesmente aconteceu. No ano de 2015 houve 5,1 milhões de nascimentos na União Europeia, ao passo que 5,2 milhões de pessoas morreram, significando que a UE pela primeira vez na história moderna registrou um crescimento vegetativo negativo. Os dados foram divulgados pela Eurostat (departamento que cuida da estatística da União Europeia), responsável pelo recenseamento da população europeia desde 1961. Portanto é imbuída de caráter oficial.

Há mais revelações surpreendentes: a população europeia aumentou ao todo de 508,3 milhões para 510,1 milhões. Imagina por quê? A população de imigrantes aumentou aproximadamente em 2 milhões de habitantes em um ano, enquanto a população autóctone da Europa foi encolhendo. É a substituição de uma população. A Europa perdeu a disposição de manter ou aumentar a sua população. A situação é tão grave em termos demográficos quando da Peste Negra do século XIV.

Esta transição é o que o demógrafo britânico David Coleman descreve em seu estudo "Imigração e Substituição Étnica em Países de Baixa Fertilidade: Terceira Transição Demográfica." A taxa de natalidade suicida da Europa, combinada com os imigrantes que se multiplicam rapidamente, irá transformar a cultura europeia. O declínio da taxa de fertilidade dos europeus autóctones coincide, na realidade, com a institucionalização do Islã na Europa e a "reislamização" dos muçulmanos que lá residem. Em 2015 Portugal registrou a segunda menor taxa de natalidade da União Europeia (8,3 por 1.000 habitantes) e crescimento natural negativo de -2,2 por 1.000 habitantes. Qual país da UE teve a menor taxa de natalidade? A Itália. Desde o "baby boom" dos anos 1960, o país famoso pelas suas famílias com um grande número de pessoas, a taxa de natalidade caiu pela metade. Em 2015 o número de nascimentos caiu para 485.000, menos do que em qualquer ano desde que a Itália moderna foi estabelecida em 1861.

A Europa Oriental já apresenta "a maior perda de população da história moderna", a Alemanha ultrapassou o Japão e já conta com a menor taxa de natalidade do mundo, segundo a média dos últimos cinco anos. Tanto na Alemanha quanto na Itália os decréscimos foram especialmente dramáticos, para -2,3% e -2,7% respectivamente.

Há empresas que não estão mais interessadas nos mercados europeus. A Kimberly-Clark, que fabrica as fraldas Huggies, saiu da maior parte da Europa. O mercado simplesmente não é rentável. Enquanto isso, a Procter & Gamble, que produz as fraldas Pampers, tem investido no negócio do futuro: fraldas geriátricas.

A Europa está ficando cinzenta; é possível sentir toda a tristeza de um mundo que se exauriu. Em 2008 os países da União Europeia viram o nascimento de 5.469.000 crianças. Cinco anos mais tarde, havia quase meio milhão a menos, ou seja 5.075.000 -- uma retração de 7%. As taxas de fertilidade não têm só caído em países com economias que estão encolhendo como a Grécia, mas também em países como a Noruega que saíram, pode-se dizer, ilesos da crise financeira.

Conforme ressaltou recentemente Lorde Sacks "a queda da natalidade pode ser o prenúncio do fim do Ocidente". A Europa, conforme vai envelhecendo, já não renova suas gerações e em seu lugar saúda o ingresso de um enorme contingente de migrantes provenientes do Oriente Médio, África e Ásia que irão substituir os europeus nativos e que trarão culturas com valores radicalmente diferentes em relação a sexo, ciência, poder político, cultura, economia e a relação entre Deus e o homem.

Os liberais e os secularistas tendem a ignorar a importância das questões demográficas e culturais. É por esta razão que os alertas mais contundentes vêm de alguns líderes cristãos. O primeiro a assinalar esta tendência dramática foi o grande missionário italiano Padre Piero Gheddo, explicando que, devido à queda nas taxas de natalidade e à apatia religiosa, o "Islã mais cedo do de se imagina conquistará a maior parte da Europa". Outros manifestaram a mesma opinião, como o cardeal libanês Bechara Rai, que está à frente dos Católicos Orientais, que estão alinhados com o Vaticano. Rai alertou que "o Islã irá conquistar a Europa através da fé e da taxa de natalidade". O Cardeal Raymond Leo Burke acaba de fazer um alerta semelhante.

De agora em diante, em uma geração, a Europa ficará irreconhecível. Em grande parte as pessoas na Europa parecem ter a sensação de que a identidade da sua civilização está ameaçada principalmente por um liberalismo descabido, uma ideologia dissimulada de liberdade, que quer desconstruir todos os laços que unem o homem à sua família, sua origem, seu trabalho, sua história, sua religião, sua língua, sua nação, sua liberdade. Ela parece vir de uma inércia que não se importa se a Europa irá triunfar ou sucumbir, se a nossa civilização irá desaparecer, se afogar em meio ao caos étnico ou se será atropelada por uma nova religião vinda do deserto.

Segundo explica o jornal Washington Quarterly, a combinação fatal da queda nas taxas de natalidade na Europa e a ascensão do Islã já tiveram consequências significativas: a Europa se transformou em uma incubadora de terrorismo; criou uma nova forma de antissemitismo virulento e mortal; uma virada política para a extrema-direita; experimentou a maior crise de autoridade da União Europeia e testemunhou uma reorientação da política externa desde a retirada da Europa do Oriente Médio.

O suicídio demográfico não é apenas experimentado, ao que parece, é desejado. A burguesia xenófila europeia, que hoje controla a política e a mídia, ao que tudo indica, está imbuída de um racismo esnobe e masoquista. Eles se voltaram contra os valores da sua própria cultura judaico-cristã, combinada com uma visão alucinógena, romantizada dos valores de outras culturas. O triste paradoxo é que os europeus estão importando grandes contingentes de jovens do Oriente Médio para compensar suas opções de estilos de vida.

Um continente agnóstico e estéril -- privado de seus deuses e filhos porque os baniu -- não terá forças para combater ou assimilar uma civilização de devotos e jovens. O fracasso de conter a transformação que se avoluma no horizonte parece estar do lado do Islã. O que estamos presenciando são os últimos dias de verão?

Giulio Meotti, editor cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.

Publicado no site do Gatestone Institute.

Tradução: Joseph Skilnik