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segunda-feira, 15 de julho de 2019

Goleada do Flamengo impulsionada pela bem-vinda ousadia de Jesus - Carlos Eduardo Mansur

Publicado em O Globo


Mais do que apresentar um horizonte promissor à torcida do Flamengo, a goleada de 6 a 1 sobre o Goiás produz outro efeito importante: dá respaldo a quem parece disposto a romper paradigmas. O futebol brasileiro precisa de gente assim.  Jorge Jesus lançou mão da formação mais ofensiva de que dispunha. Juntou Diego, Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique, sem falar em dois laterais notáveis muito mais pela qualidade técnica do que pelo vigor ou pela recomposição, casos de Rafinha e Trauco.

São raros os técnicos dispostos a tal ousadia, ainda mais num contexto que convidava a dar um passo atrás: fazia muito calor às 11h de ontem; o time vinha de um jogo duro em Curitiba; haverá outra decisão pela frente em três dias; seus jogadores ainda se adaptam a ideias contraculturais no Brasil, como a pressão constante no rival e a linha defensiva jogando adiantada, no limite. O Maracanã viu, mais do que futebol de alto nível, o quanto o país tem a lucrar ao receber treinadores de diferentes culturas e de alto nível, permitindo o fluxo do conhecimento. Como se nota no Santos de Jorge Sampaoli, vice-líder do Brasileiro com um modelo de jogo que também é raro por aqui.

Ontem, o Flamengo foi especialmente bem na produção ofensiva, tarefa que mais costuma enredar times brasileiros. Quando precisava abrir espaços, as posições ocupadas por Éverton Ribeiro e pelo brilhante Arrascaeta eram preciosas. No lugar de serem pontas abertos, jogavam alguns metros mais pelo centro, ampliando opções de passe para Diego e abrindo corredor para os laterais. Jesus tampouco abre mão de ter dois atacantes pelo centro, sistema que se tornou pouco habitual, a ponto de defesas terem se desacostumado a enfrentá-lo. E Gabigol parece se beneficiar muito do modelo.

Embora o quinto gol tenha nascido de bela e paciente construção, os times de Jesus não são dependentes de posses de bola longas, ao contrário. O Flamengo insistiu na pressão no campo ofensivo para recuperar a bola e avançar em ações rápidas. Abriu o placar assim e ainda se valeu de dois contragolpes no terceiro e quarto gols. Mas o que seduziu mesmo as 65 mil pessoas no Maracanã foi um apetite insaciável pelo ataque de um time impiedoso na busca por transformar em números sua superioridade técnica.

Tudo isso está longe, no entanto, de significar um Flamengo pronto em menos de um mês. Não há modelo de jogo que não assuma um risco, e Jorge Jesus assume os seus ao adiantar a defesa e ter tantos jogadores leves à frente. Algo que exige pressão constante no ataque, imediatamente após a perda da bola: sem isso, o rival tem espaço para, de forma equilibrada, buscar os lançamentos às costas dos defensores rubro-negros.  Ontem, quando a intensidade baixou, o Goiás quase virou o jogo num piscar de olhos — embora o gol do 1 a 1 pouco tenha a ver com o modelo tático, já que o erro técnico de Rodrigo Caio surgiu em lance dominado. O caso é saber se, com jogadores pouco habituados a manter ritmo alto sem a bola, tal pressão será constante com o acúmulo de jogos e a exigência do calendário. Por um breve momento, os goianos tiveram fartos espaços para contra-ataque, em especial às costas dos laterais. E vale lembrar que cruzarão o caminho deste Flamengo times tecnicamente mais dotados do que o Goiás.

É uma reeducação, um aprendizado. Até o goleiro Diego Alves, que precisa intervir longe da área caso os lançamentos vençam a defesa do Flamengo, busca se adaptar à bem-vinda ousadia de Jesus. Os ajustes a fazer são naturais e o ponto que se atingirá depende de tempo e de bom trabalho. Ver novas ideias nos campos brasileiros é saudável.



(...)

O Globo - Blog do Carlos Eduardo Mansur


 

quinta-feira, 6 de junho de 2019

FLAMENGO - Entrevistão! Wallim abre os cofres do Flamengo e aponta caminho sem volta:"Dinheiro não vai faltar"

[FORA DO TEMA - a matéria é excelente apesar de no segundo parágrafo conter algo que não interessa ao Flamengo: um interesse de trazer o cai cai para o Mengão;

ao Flamengo não interessa um jogador que faz tudo - de cair a toa, passando por acusações de estupro, agressão a torcedores, etc...,]

Entrevistão! Wallim abre os cofres do Flamengo e aponta caminho sem volta:"Dinheiro não vai faltar"

Vice de finanças garante que clube não gastou acima do orçamento com reforços, detalha planos financeiros e sonha alto para o futuro: "Um dia vamos chegar ao patamar de trazer o Neymar"

Por Marcelo Baltar e Thiago Lima — Rio de Janeiro
 
Transcrito do Blog do Murilo 


Primeiro nome lançado pela "Chapa Azul" em 2012
(quando teve a candidatura impugnada); vice de futebol entre 2013 e 2014, vice de patrimônio e candidato da oposição em 2015, Wallim Vasconcellos esteve em evidência na política do Flamengo nos últimos anos. De volta ao poder nesta temporada, como um dos pares do presidente Rodolfo Landim, o ex-economista do BNDES hoje está afastado dos holofotes. Tem voz ativa, participa de decisões importantes, mas não está na linha de frente no futebol.

Atualmente, no dia a dia, cuida do dinheiro do clube. Ao contrário do mar agitado e turbulento que enfrentou na pasta do futebol em sua primeira passagem, na vice-presidência de finanças encontrou céu de brigadeiro, com cofres cheios para investir. E assim fez. O Flamengo saiu às compras em janeiro, agitou o mercado nacional e mostrou força. Foram mais de R$ 100 milhões gastos em aquisições de jogadores nos primeiros meses.

As contratações de nomes caros e badalados inflamaram os rubro-negros, mas levantaram questionamentos sobre as finanças do clube. Wallim, no entanto, garante que não houve gasto acima do previsto e que a saúde financeira vai de vento em popa. Além disso, disse que o Flamengo não vai parar por aí. Cada vez haverá mais recursos, o que faz o dirigente até mesmo sonhar com Neymar em um futuro próximo.

Durante quase uma hora e meia de bate-papo com o GloboEsporte.com na última quarta-feira, em seu gabinete na Gávea, o dirigente falou sobre a saúde financeira do Flamengo, mostrou a redução da dívida total rubro-negra, garantiu recursos à disposição do futebol para o segundo semestre, comentou os planos para o Maracanã, justificou o aumento nos preços do sócio-torcedor e assegurou que hoje o clube não precisa vender atletas para fechar o balanço no azul..


Confira a entrevista na íntegra:
GloboEsporte.com: O Flamengo vem há alguns anos arrumando a casa na parte financeira, mas à cada contratação de impacto surge a pergunta dos torcedores rivais: de onde o clube tira tanto dinheiro?

Wallim: – Isso é um processo que vem desde 2013, quando tivemos que resgatar a credibilidade perante a fornecedores, jogadores... Com credibilidade, você começa ter o interesse de patrocinadores, a torcida passou a acreditar. Tudo o que foi prometido foi cumprido. Nosso objetivo sempre foi o Flamengo liderar todos os processos, financeiro e no futebol. Eu vou ganhando, melhorando, todos querem se associar à marca do Flamengo. É um círculo virtuoso.

– Claro que foi um grande trabalho de quem renegociou toda dívida, trouxe patrocinadores, aumentou a receita, e trouxe nosso torcedor, que é o nosso maior ativo. Isso propiciou que o Flamengo crescesse, revelasse novos talentos, outros estão sendo revelados. Infelizmente hoje ainda temos essa dificuldade no Brasil de competir com a Europa, o mundo árabe, o mercado asiático. Mas a venda desses talentos contribuiu para a saúde financeira do Flamengo, que hoje é muito boa. Na área financeira, tivemos o Rodrigo Tostes, depois o Cláudio Pracownik, e agora eu estou aqui. Mas óbvio que todos no clube contribuíram.

Quando o clube começou a se reestruturar?

– Em 2013 tomamos a decisão. Não vamos gastar mais do que ganhamos e vamos pagar tudo. Seja o que Deus quiser. Corremos o risco de ter problemas no campeonato, rondamos a zona de rebaixamento, que tentamos evitar ao máximo e conseguimos. Esse foi o ponto positivo. Montamos um time que deu conta do recado naquela época, foi campeão da Copa do Brasil, do Carioca, trouxemos um pouquinho de alegria para a torcida. Foram altos e baixos e não tinha como ser diferente. Trouxemos jogadores que podíamos pagar naquela época, mas obviamente não era o que gostaríamos de ter.

– A torcida teve a maior paciência do mundo. Entendeu que era aquilo ou o caos total. Nos apoiou, melhoramos a situação, mas ainda não estamos onde queremos. Sempre podemos melhorar e temos que ganhar um título importante.

(...)

-  Podemos até levar para o Conselho de Administração, alegar que precisamos de mais recursos e readequar o orçamento. Gastamos no início do ano porque achamos que tínhamos que começar a temporada com um time base, pelo menos. Se montarmos em julho, como foi nos últimos anos, até o jogador começar a jogar já era. Pode até ganhar uma Copa do Brasil, mas não o Brasileiro. Gastamos no início do ano e agora vamos fazer ajustes para essa reta final. Não basta ter um time, tem que ter um elenco.


Há recursos para novas aquisições de direitos federativos neste ano?

– Recursos há. Mas terei que mudar o orçamento, se for o caso. Teríamos que levar ao conselho e mostrar de onde vem o dinheiro. Se for só luvas e salários, tem que saber se cabe dentro das despesas. Se não couber, será necessário fazer uma readequação orçamentária, levar e aprovar no Conselho de Administração e, aí sim, fazer essa despesa.  Então é possível uma readequação orçamentária para novas aquisições ainda em 2019?

– Com certeza. Aqui, nesse assunto de futebol e outras coisas importantes, não tem situação e oposição no Conselho de Administração. Eu, várias vezes, votei a favor nos últimos três anos para conseguir dinheiro para contratar e reforçar o time. O que importante é gastar bem, acertar nos jogadores. Você nunca consegue ter essa certeza. Só se você trouxer Messi, Neymar e Cristiano Ronaldo. Aí terá 99% de chance de acertar.
(...)

Quanto é a dívida do Flamengo hoje?

(...)
– A dívida grande é o Profut, que está em R$ 310 milhões. O Flamengo paga religiosamente em dia um milhão e pouco por mês, dá uns R$ 15 milhões por ano. De banco a gente não tem quase nada, são R$ 16 milhões. O total está em R$ 326 milhões.

A ideia é zerar?
– Então, essa é uma questão. Uma das perguntas que fiz em nossos grupos: vale a pena zerar a dívida, pegar dinheiro e deixar aqui? Pegar dinheiro e deixar aqui para comprar jogador eu não acho. Mas por exemplo: quero fazer uma ampliação do CT. Vale a pena eu pegar R$ 50, R$ 100 milhões para fazer um CT 2, ou um CT na Baixada? Como essa conta fecha? Vai depender do prazo, da taxa... Então essa é uma conta que a gente tem que fazer. Se eu não tiver nenhum investimento estrutural, zera a dívida e fica no capital de giro. Tem uma linha de crédito, pego R$ 50 milhões, em três meses eu pago e zero de novo. É só administração de fluxo de caixa.


Um dos criadores da "Chapa Azul", Wallim está envolvido na política do Flamengo desde 2013 — Foto: ANDRÉ DURÃO
 
MATÉRIA COMPLETA Blog do Murilo
 
 
 

domingo, 27 de setembro de 2015

MENGÃO temos dois objetivos e vamos alcançá-los: Corinthians não ser campeão e Vasco ser rebaixado pela terceira vez em oito anos. O G4 4 é algo a conquistar

Um dos objetivos - Corinthians não ser campeão - vamos ter participação ativa, já que vamos aquilo que chamam de time 

E a freguesia continua 

É sem sombra de dúvida a maior freguesia entre clubes grandes nos últimos tempos. O Vasco venceu, mais uma vez, o Flamengo, de virada e prosseguiu assim na sua fantástica reação, tentando fugir do terceiro rebaixamento em oito anos. Ainda é difícil, mas a cada rodada fica um pouquinho menos complicado. Os cruz-maltinos estão agora a apenas cinco pontos do primeiro clube fora da zona da degola. E tendo enfileirado nada menos do que quatro vitórias e um empate nos últimos cinco jogos, quem pode dizer que não conseguirão aquilo que até bem pouco tempo parecia só ser possível através de um milagre?

Os rubro-negros, por sua vez, viram o G-4 afastar-se um pouco mais. Após os seis triunfos consecutivos, sob o comando de Oswaldo de Oliveira, sofreram hoje a terceira derrota seguida. Saíram na frente, no placar (1 a 0, gol de Emerson) mas não conseguiram manter o resultado no segundo tempo, permitindo a virada em duas penalidades. A primeira, fora da área, foi cobrada por Rodrigo e Paulo Victor não conseguiu espalmar a bola, embora tivesse chegado a tocar nela. Na segunda, pênalti que Nenê bateu com perfeição, no canto.

As duas marcações do sempre polêmico árbitro Vuaden podem ser contestadas. Na primeira, a impressão que fica, ainda mais quando se vê o lance no replay, é que Andrezinho atirou-se ao chão, quando Emerson chegou para o combate. Na penalidade máxima, evidentemente Jorge não tinha a intenção de colocar a mão na bola, mas dentro da nova (e ridícula) orientação da comissão de arbitragem, como estava com os braços levantados, o juiz apitou e colocou a bola na marca da cal. Detalhe: foi Jorge mesmo quem cabeceou a bola na própria mão. Só um débil mental faria isso de propósito...

Seja como for, é justo dizer que o Vasco foi bem melhor no segundo tempo e soube neutralizar os ataques rubro-negros, após virar o placar. Afobado, o Flamengo limitou-se a alçar bolas altas sobre a área, todas sem o menor efeito prático. Fazer com que as jogadas cheguem ao seu artilheiro Paolo Guerrero parece ser o maior desafio de Oswaldo de Oliveira, daqui pra frente. O peruano não recebeu nem sequer um passe decente dentro da área, a não ser o cruzamento bem feito por Jorge, que ele, de cabeça, tocou para o Sheik marcar.
Não adianta nada ter um centroavante da sua categoria e não municiá-lo decentemente. O estabanado Leandrão, do Vasco, recebeu muito mais bolas perigosas dentro da área. Perdeu todas, é verdade. Exatamente porque se trata de Leandrão e não de Guerrero. Mas o Vasco foi muito mais efetivo na tarefa de servir o seu goleador.

 Fonte: Blog do Renato Mauricio Prado