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domingo, 7 de maio de 2023

Selic - Juro alto é consequência de governo gastador, não é culpa do Banco Central

Gazeta do Povo - Vozes

Alexandre Garcia

Independência do Banco Central é comemorada

 O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Parece divertida, mas na verdade é triste essa nova onda da humanidade que está ganhando muitos seguidores
Uma importantíssima prova ciclística nos Estados Unidos foi vencida por um homem que se declara mulher. 
Como ele pôde participar da prova é algo que eu não entendo. 
Como é que as outras competidoras, todas mulheres, permitiram isso e concordaram em participar da prova em condições tão desiguais? 
Todo mundo sabe que a musculatura, a estrutura corporal do homem é diferente da mulher. 
Parece que colocaram em prática aquela charge com as bicicletas prontas para arrancar na largada, há uma moto no meio e o dono da moto diz: “ela se sente bicicleta”.

Política de gasto livre do governo mantém os juros nas alturas
O presidente Lula criticou o Banco Central por manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%.
Eu aprendi muito com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul e repito aqui o que li agora na análise sobre esse assunto. Ela diz que sim, o juro está alto para combater a inflação, mas o problema não é do Banco Central; o problema é o governo. 

O governo está sinalizando liberação de gastos, com essa história de não seguir o teto; vai gastar mais e acha que a solução não é conter a despesa, mas cobrar mais do contribuinte, arrecadar mais impostos. Essa é a questão, e quem corrige isso?
Está nas mãos do Congresso, que irá votar o arcabouço do governo, e não do Banco Central. A taxa básica de juros é alta, eles reconhecem que a taxa é alta, prejudica os negócios da indústria, mas que isso não é causa, é consequência. A causa é o governo e suas políticas, que estão passando agora pelas mãos de deputados e senadores. Perfeita a análise da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul.
 
Governo tirou o time de campo na censura e perdeu no saneamento
Gostei muito de um comentário do José Roberto Guzzo, comparando essa retirada do projeto de censura nas redes sociais com o futebol. 
Ele disse que é como um time de futebol que, ao perceber que vai perder o jogo, não entra em campo. 
E no dia seguinte o governo perdeu – felizmente, porque não fica em perigo um futuro com água na casa de todos os brasileiros e esgoto na casa da maioria dos brasileiros. 
O Marco do Saneamento seria atingido por decisões do governo Lula, mas não passou o que queriam que passasse, que era estatizar de novo. Todo mundo sabe que poder público não funciona nesses casos
Poder público tem de funcionar para saúde, educação, segurança pública, Justiça... Para produzir coisas, entregar água na casa das pessoas, tirar esgoto da casa das pessoas, melhor deixar com a iniciativa privada, escolhida por meio de licitação. As estatais ficariam dispensadas de licitações para renovar contrato, mas isso foi derrubado pela Câmara e está indo agora para o Senado.
 
Devido processo legal é ficção no Brasil do STF
Almocei em Lisboa com uma juíza criminal, e ela está apavorada com o que está acontecendo com o devido processo legal no Brasil. 
Ela disse, por exemplo, que Bolsonaro não tem mais foro privilegiado, ele não é caso para o Supremo. 
E a questão de vacina não tinha nada a ver: Bolsonaro tinha passaporte vermelho, diplomático, e não precisava de vacina.  
O pior de tudo é que a subprocuradora-geral, Lindôra Araújo, avisou Alexandre de Moraes que não havia nenhum indício minimamente consistente para justificar uma busca na casa do ex-presidente
Isso, em condições normais de temperatura e pressão, de respeito ao devido do processo legal, teria acabado ali. Não é o juiz que pede; talvez o juiz possa pedir para orientar, instruir o processo, mas se o acusador diz que não há nenhuma razão para isso está tudo encerrado. 
No entanto, aqui o acusador diz que não tem nenhuma razão para busca e apreensão, e mesmo assim é feito. Esse é o “devido processo legal” completamente anormal que vigora no nosso país.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 25 de abril de 2023

Em sessão no Senado, Campos Neto recebe 'pedido de demissão' de Cid Gomes: ‘pegue o seu bonezinho e peça para sair'

sábado, 10 de dezembro de 2022

HISTORINHA SEM GRAÇA, PORÉM, VERDADEIRA - TENTANTO COMPENSAR O DESASTRE, A TRAGÉDIA

Desde o inicio da Copa do Qatar, um amigo de longa data tem trocado de seleção. Começou torcendo pela Alemanha e após sua eliminação partiu para a Croácia, por achar,corretamente, ser mais capaz de vencer que o Brasil.

Agora vai torcer pela Argentina, mas, vencendo a Croácia, volta a ser croata.

Quando o questionei, 'exigindo' que ele escolhesse uma seleção em definitivo, pelo menos para essa Copa, saiu-se com essa: - Cézar, estou correndo o risco de ver o Brasil ser presidido por um ladrão - nada posso fazer para impedir tamanho desastre e tenho dúvidas se algo  será feito.

Tenho que me dar ao luxo de pelo menos, quando possível, escolher o melhor para mim e no futebol é possível. 

O pior de tudo é que o andar da carruagem indica que ele está certo. A propósito: inclui no título o adjetivo 'verdadeira', visto que por ser o ladrão eleito, também o maior mentiroso do Sistema Solar = foi uma forma de destacar o valor da VERDADE.  

CH 

 

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Maioria política e maioria eleitoral - Alon Feuerwerker

Análise Política

Os números são os números. Luiz Inácio Lula da Silva chegou na frente no primeiro turno da eleição presidencial e ficou perto de concluir a fatura. Mas no Congresso Nacional manteve-se, reforçada, a maioria esmagadora do centro para a direita. E, com exceção de quatro estados onde o PT já é governo (no Ceará informalmente), o desempenho da esquerda regionalmente não foi bom.

Como olhar esse paradoxo? Por que a esquerda lidera na majoritária nacional e enfrenta dificuldades nos demais níveis?   
Entre as possíveis explicações, uma parece imediata: a vantagem numérica de Lula na corrida federal até o momento decorre não propriamente de uma inclinação do eleitorado à esquerda, mas de dois outros fatores
1) a memória da prosperidade nos governos Lula e, principalmente,
 2) a rejeição pessoal a Jair Bolsonaro.
O presidente tenta enfraquecer o primeiro ponto estimulando a recordação das dificuldades econômicas surgidas no período Dilma Rousseff. Mas isso vem tendo um efeito apenas relativo, pois o PT tem operado com sucesso a separação entre os períodos Lula e Dilma. 
Ela ficou com o passivo, enquanto ele preservou o ativo eleitoral.

O flanco algo vulnerável da maioria numérica lulista é o segundo, a rejeição a Bolsonaro.

Se Bolsonaro conseguir relativizar sua rejeição no juízo do eleitor, e elevar a de Lula, pode fazer até eleitores do petista no primeiro turno concluírem que, apesar de não gostarem da figura do presidente, talvez valha a pena mantê-lo, pois afinal a economia está melhorando.  
É esse vaso comunicante que pode levar alguns eleitores de Lula no primeiro turno a mudar de lado. 
É raro e difícil de conseguir, mas vamos lembrar do que aconteceu em 2006.
 
Na aritmética, Lula está perto de levar a taça, mas eleição está mais para o tênis, ou o vôlei, do que para o futebol. 
Não basta esperar o tempo passar e administrar a vantagem, você tem de fechar o jogo. O que falta para Lula fechar o jogo? 
Evitar que Bolsonaro transforme a maioria política do centro para a direita em maioria eleitoral no segundo turno.  
Não parece tão difícil assim, mas não está tão fácil quanto indicam os números tomados pelo valor de face.
 
O risco para Bolsonaro está em Ciro e Simone garantirem a Lula uma transferência de votos suficiente para impedir que Bolsonaro transforme a maioria política em maioria eleitoral. 
O risco para Lula está em a esmagadora maioria política de Bolsonaro nas demais regiões, especialmente no Sudeste, acabar se transformando em uma maioria eleitoral capaz de neutralizar a resiliente vantagem do petista no Nordeste.

Pois no Nordeste Lula parece estar quase no teto, mais que Bolsonaro no Sudeste.

Alianças políticas costumam ser fundamentais em segundo turno, mas é preciso um certo cuidado para não as reduzir a alianças partidárias ou com candidatos derrotados no primeiro turno. Há muito tempo a política deixou de ser monopólio dos partidos.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político
 
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Publicado na revista Veja de 12 de setembro de 2022, edição nº 2.806

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Quem venceu o debate na Band? - Gazeta do Povo

Paulo Polzonoff Jr.
 
Ontem (28), os candidatos à Presidência participaram de um debate realizado por um grupo de veículos de imprensa, doravante chamado de "debate na Band". Criou-se alguma expectativa em torno desse debate porque ele colocaria frente a frente, pela primeira vez, o presidente Jair Bolsonaro e Lula. Só de pensar isso, na minha cabeça já começa a tocar a música-tema de Rocky.
 
Debates eleitorais como o da Band são resquício do tempo em que as disputas políticas se baseavam no debate saudável de ideias. Se é que esse tempo existiu. -  Foto: Reprodução/ YouTube
 
Para quem acredita numa democracia elevada, a frustração é certa. Porque debate eleitoral, no Brasil, é aquela coisa toda engessada. 
Coisa de tecnocrata que se acha capaz de controlar o discurso. 
Trinta segundos para a pergunta, um minuto para a resposta, outro tanto para réplica. 
O pressuposto disso é o de que um debate “cientificamente organizado” ajuda a esclarecer o eleitor. É um pressuposto errado.
 
Primeiro porque num domingo, às 21 horas, o eleitor está interessado em qualquer outra coisa, menos num debate eleitoral. 
Ele está de cabeça cheia porque o seu time perdeu na rodada do Brasileirão. 
Ou está com a cara cheia porque o time perdeu ou ele, eleitor, se excedeu no churrasco. 
Ou está angustiado com o fim do descanso e o início de uma semana complicada, e não quer ficar assistindo a um bando de gente dizendo como ele deve viver sua vida ou em que teorias econômicas deve acreditar.

Se debates fossem realmente importantes para a democracia e seu filho problemático, o processo eleitoral, eles seriam realizados com mais frequência e exibidos às 16h do domingo, no lugar do futebol. [sic] Aliás, seriam realizados num estádio de futebol lotado. Se debates fossem realmente importantes e minimamente relevantes, teriam a participação de pessoas que dispensariam as regras tolamente rígidas.

O pressuposto de que um debate ajuda a esclarecer o eleitor também é errado porque, apesar de toda a propaganda do TSE e das autoridades eleitorais, uma eleição não é um confronto saudável de ideias. Longe disso. Depois de décadas de distorções de todo tipo, dá para dizer sem medo de errar que o processo eleitoral se transformou numa disputa de lealdades. Não tem mais nada a ver com projetos ou visões de mundo.

Não importa o que o candidato fale ou deixe de falar nas entrevistas, no horário eleitoral gratuito ou nos debates. Poucos são os eleitores capazes de mudar radicalmente de voto por conta do que é ou não dito pelo candidato que eles acreditam ser não só o melhor, mas principalmente a única saída para o país. Ninguém está disposto a se deixar convencer do contrário.

Sim, chegamos a este ponto. Se é que alguma fez não estivemos nele. Tendemos a romantizar os debates como se eles fossem representações de algum ideal grego. Como se o estúdio frio da emissora de TV fosse a ágora e aqueles homens de terno e gravata fossem filósofos discutindo ideias avançadas não só de administração da cidade-estado, mas também da melhor forma de se viver e alcançar a felicidade. Mas, se um dia os debates buscaram refletir esse ideal de democracia, esse projeto caiu por terra com o surgimento das redes sociais. Que nada mais são do que um debate interminável e sem vencedores. E não há nada de mau nisso. Tecnologias novas surgem e as formas de nos comunicarmos muda também.

(Logo mais, à tarde, comentarei em vídeo os pormenores do debate na Band. Que, na minha opinião, foi "vencido" por Jair Bolsonaro).

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Neymar será julgado, um mês antes da Copa do Catar, por corrupção em assinatura de contrato com o Barcelona [o acusado pode ser condenado a 7 anos de prisão.]

 O Globo — Barcelona

Neymar e outras cinco pessoas serão julgadas por supostas irregularidades na assinatura do contrato do jogador com o Barcelona, em 2013. A partir do dia 17 de outubro, um tribunal da Catalunha iniciará a análise do caso, com a promotoria local pedindo a pena de dois anos de prisão para o atleta. Segundo o jornal El País, ao lado do jogador no banco dos réus, estarão seus pais e dois ex-presidentes do Barcelona (Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu), todos acusados de corrupção entre particulares e fraude, além de um ex-diretor do Santos, clube do qual o jogador foi adquirido pela equipe espanhola.

Na ação, o Ministério Público da Espanha exige o pagamento de 8,4 milhões de euros, cerca de R$ 45,6 milhões. Ainda de acordo com El País, o julgamento é consequência de uma denúncia apresentada há sete anos pela DIS, empresa brasileira especializada no mercado de futebol, que se sentiu prejudicada na negociação entre Neymar e Barcelona. Antes da ida do jogador para a Europa, a empresa detinha 40% dos direitos federativos dele.

A DIS havia adquirido o percentual em 2009, quando o atacante tinha apenas 17 anos, por um preço equivalente a cerca de dois milhões de euros. A empresa considera que foi vítima de um “golpe” arquitetado por Neymar, seus parentes e pelo Barcelona e pede uma indenização superior a 150 milhões de euros — mais de R$ 815 milhões.

A empresa e o Ministério Público consideram que, em 2011, ocasião do acordo entre jogador e empresa, Neymar e o pai assinaram dois contratos simulados com o Barcelona, ignorando que parte dos direitos pertenciam à DIS. Um desses contratos, de 40 milhões de euros, teria servido para “amarrar” a assinatura antes de se tornar público, e teria sido feito sem o conhecimento da DIS.

“O Barcelona e o jogador quebraram as regras da Fifa e alteraram a livre concorrência no mercado de transferências”, disse a empresa em sua defesa em 2016, quando as acusações foram apresentadas.

Ainda segundo El País, embora o Ministério Público peça dois anos de prisão para Neymar e o pagamento de uma multa de 10 milhões de euros, a empresa ainda pede a pena de cinco anos de prisão para Neymar e que ele esteja impedido, pelo mesmo período, de jogar futebol.

A DIS também pede cinco anos de prisão para os pais do jogador. Nesse caso, o MP pede “apenas” dois anos de prisão para o pai e um para a mãe do atleta. [Considerando que na Espanha os acusados que são condenados ficam presos, caso o jogador seja condenado o Brasil será favorecido = um 'perna de pau' a menos, no elenco da seleção brasileira de futebol.]

Esportes - O Globo 

 

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Emporcalharam a imagem do Brasil? - Alex Pipkin

Não, não se preocupem. O Brasil continua lindo…

A imensa maioria dos cidadãos estrangeiros que pensa no país, credita a imagem da nação verde-amarela, a marca-país, associada aos 5S.

Não se trata de uma ferramenta de gestão, mas ao glorioso Soccer, ao futebol, ao Samba, à Sand, areia das praias do Rio de Janeiro, do nordeste e de Santa Catarina, à Sensualidade da mulher brasileira e, de várias formas, entre essas algumas que gostaríamos de estar completamente desfocadas de nossa imagem, ao Sexo.

O país é lembrado e ovacionado pela “alegria de viver” dos brasileiros, ainda que esses enfrentem severas dificuldades econômicas e sociais.

Muitos desses forasteiros americanos e/ou europeus, ainda pensam que nossa capital é Buenos Aires, e no imaginário, o Brasil é o país tropical das belezas naturais e, com certeza, da miscigenação de raças que produziu a beleza feminina.

Para além dessa imagem estilizada, evidente que existe uma série de coisas boas e ruins que melhor nos definem.

Eu fico incrédulo quando assisto a um canal televisivo e/ou leio alguma matéria referente a imagem brasileira lá fora.

A “honesta e imparcial” grande mídia, aqui e seus associados no exterior, têm retratado o PR eleito democraticamente, como um autoritário, odeio o termo, mas vai lá, nazista, racista, homofóbico, misógino, exterminador, “militar” (risos), e um ser abjeto que não gosta de gente.

Já havia lido uma crítica a Bolsonaro no WSJ, e semana passada, li um artigo no The Economist, que o reportava como o Trump dos trópicos, dando a entender que o PR prepara um golpe caso não venha a vencer as próximas eleições. Claro que eu não me surpreendo. Desde o primeiro dia de seu governo ele vem sendo perseguido, em especial, pela esquerda abutre, que quer retornar a cena do crime, pela grande mídia que perdeu o controle da “verdade” de suas reais narrativas, e pelos ministros do “STF”, mergulhados em seus vergonhosos ativismos e em suas nefastas ações político-partidárias.

Trabalhei muito tempo com estrangeiros e ainda tenho contato com alguns.

Confesso que foi uma tarefa hercúlea tentar explicar como Lula da Silva, condenado em várias instâncias da justiça, e pelo próprio STF, teve seus julgamentos anulados pelo ministro Fachin, por meio de uma mera manobra e artifício processual, permitindo que o ex-presidiário se tornasse elegível e concorresse à presidência.

 Surreal!

Esse ministro é notoriamente um notório ativista de extrema-esquerda, juntamente com seus colegas Luís Roberto Barroso, o “iluminista”-ativista, Alexandre de Moraes, homem de confiança de Alckmim, vice de Lula, e o ex-advogado do PT, Dias Toffoli.

Esses ministros vêm abertamente criticando e atuando contra o presidente, no Tribunal e em eventos no exterior, na Inglaterra, nos Estados Unidos, em Portugal e mundo afora.

A pergunta que não quer calar é se é possível que esses ministros avaliem e julguem qualquer coisa com a devida imparcialidade? Você deve saber a resposta.

No que diz respeito à imagem do Brasil, parece que qualquer estrangeiro percebe o cheiro podre da “descondenação” de um criminoso para concorrer ao cargo máximo da nação.

O ministro Fachin já havia se reunido com embaixadores, a fim de afirmar a segurança e a lisura das urnas e da votação no Brasil. Indago se chamar embaixadores é uma prerrogativa do TSE.

Confesso que não gosto dessa ladainha sobre as urnas, já que o TSE poderia ter resolvido “tecnicamente” a questão, porém, dentro de um sistema democrático, qual é o abissal problema de se solicitar um aperfeiçoamento da segurança do sistema de votação?

Muitos indivíduos têm a mesma dúvida do PR, e se a Corte Superior e o TSE agem como os fatos demonstram, aparenta ser crível duvidar.

Ontem o PR se reuniu com embaixadores para expor sua visão, embasado em fatos e em dados relacionados à urna eletrônica e a atuação dos ministros.

Não, não seja suscetível a narrativa da “grande mídia”, dos semideuses rubros do STF e dos justiceiros sociais, de que o “grande homem mau” emporcalhou a imagem do país no exterior.

Num país em que Alexandre, O Grande, comanda a ditadura da toga, em que só tem liberdade de expressão e de opinião o lado alinhado as (más) ideias e visões do demiurgo de Garanhuns, é imperioso ouvir e refletir sobre aquilo que o “outro lado” pontua. 
Não esqueça que nesse mundo “moderno”, da pós-verdade, a verdade teve seu significado alterado, pois aqueles que falam a verdade sobre os mais variados temas têm sido acusados de espalhar discurso de ódio e desinformação.

Neste sentido, contra fatos não há argumentos, e é bom enfatizar que a economia brasileira vem performando acima das economias mundiais, em um contexto de pós-pandemia e de guerra.

Apesar da inflação alta, o país vem crescendo acima das previsões, fruto de reformas estruturais que precisam ser aprofundadas. As projeções internacionais são otimistas nesta direção.

A corja que emporcalhou a vida dos brasileiros, econômica, social e moralmente, e que respingou no mundo, manobra o sistema para que retornem a cena do crime aqueles que o roubaram.

Não se apoquente! Os gringos comem, escutam, leem e assistem também o lado oposto da narrativa armada, da “verdade contemporânea”. O Brasil continua lindo, e sem as emporcalhadas e sanguinárias foice e martelo, ficará ainda mais belo.

Alex Pipkin, PhD


quinta-feira, 14 de julho de 2022

Teatro chinfrim de “pacifistas” defensores da violência - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino


A esquerda sempre dá seu jeito de sambar em cima de cadáveres cujo sangue sequer esfriou ainda, caso enxergue algum dividendo político. É justamente o que está fazendo no caso da confusão que terminou em morte em Foz do Iguaçu.
Devido ao fato de um dos atiradores ser bolsonarista, a turma logo viu a oportunidade para impor sua narrativa: seguidores do presidente invadem festas de opositores atirando para matar.

Não importa que as imagens das câmeras mostrem algo diferente. Não importa que se trate, infelizmente, de mais um caso de violência banal como tantos pelo país, cujo pretexto fora a política dessa vez, mas poderia ter sido o futebol, a religião, uma desavença boba qualquer.

Governo eleva projeção de crescimento do PIB de 2022 para 2% e reduz previsão de inflação

O que diz o acordo militar com a China aprovado pelo Uruguai – e suspenso após pressão dos EUA

A politização do caso, que é de polícia, era irresistível para quem vive em palanque e não liga para nada mais. Alguns parentes da vítima petista estão incomodados com esse uso político do caso, com razão. Mas afetações morais burguesas nunca foram impeditivos para a tática socialista.

E eis que figuras como Gleisi Hoffmann e Randolfe Rodrigues resolveram bancar os pacifistas! 
Foram até o ministro Alexandre de Moraes entregar "carta" para demonstrar preocupação com a violência política. 
Um teatro chinfrim armado com a cumplicidade do futuro presidente do TSE para ajudar na narrativa patética de que Bolsonaro é quem instiga atos violentos - justo aquele que foi a maior vítima de um, ao ser esfaqueado por um ex-filiado do PSOL que quase o matou. [por falar em ministro Moraes, andamos tão enrolados com alguns assuntos de grande importância, que não temos acompanhado alguns temas. Um deles é: nos parece que o ministro do STF não está mais aplicando multas ao deputado federal Daniel Silveira. 
Perguntamos:
- perdemos o rumo da prosa e as multas continuam sendo aplicadas?
- o ministro reconheceu, talvez devido manifestações da PGR, que o Decreto de perdão do presidente Bolsonaro ao deputado é válido e tem que ser cumprido?  
Agradecemos aos que nos responderem.] 
 
Gleisi e Randolfe são defensores do regime cubano, que prende jovens pelo "crime" de condenar a ditadura.  
Eles também apoiam a ditadura venezuelana de Maduro, que usa milícias para espancar e intimidar manifestantes. 
Os petistas já deram declarações bizarras, como quando Dirceu disse que opositores tinham que apanhar nas urnas e nas ruas, ou quando a própria Gleisi disse que gente teria de morrer para impedir o "fascismo" do atual governo.

O ex-presidente Lula, que esses "pacifistas" de araque apoiam, disse semana passada mesmo que tinha uma dívida de gratidão, que dinheiro não paga, com o ex-vereador petista Maninho, por tê-lo "defendido" de um crítico. A "defesa", na prática, foi empurrar o sujeito em direção a um caminhão e deixá-lo estirado no asfalto sangrando até quase morrer, com traumatismo craniano.

A patota que defende os black blocs, o MTST e o MST, movimentos extremamente violentos e criminosos, resolveu posar de filhotes de Gandhi, para ajudar no discurso surrado de que o bolsonarismo representa a verdadeira ameaça violenta na política nacional. É tudo ridículo demais, um esquete medíocre do sistema podre unido.

E além de parlamentares esquerdistas e ministros supremos, o teatro conta, claro, com a velha imprensa. 
Merval Pereira, em sua coluna de hoje no GLOBO, responsabiliza Bolsonaro pelo clima de violência política no país e traça um paralelo com milícias armadas que fariam "rondas" para perseguir petistas. 
O irônico é que os perseguidos pelo sistema, aqueles que efetivamente foram presos ou levaram facadas, são justamente os bolsonaristas. Mas isso é apenas um detalhe nesse filme de categoria D criado pela oposição...

Rodrigo Constantino, colunista -  Gazeta do Povo - VOZES

 

 

 

 

terça-feira, 5 de julho de 2022

Jogos de cena! - Percival Puggina

No último dia 2, vivi um ato penitencial assistindo a sequência de infortúnios do jogo entre Ceará e Internacional. Sim, sim, leitor: gosto de assistir bons jogos de futebol e sou torcedor do Internacional.

Enquanto as atropeladas e as infrações coletivas se sucediam com vigorosas reciprocidades e degeneravam em trombadas e empurrões, ficou nítida, para mim, a analogia entre o visto em campo e o observado dentro e fora das “quatro linhas” de nossa institucionalidade.  

No gramado do Castelão, minutos antes do final do jogo, o comentarista já contabilizava 40 infrações (após, houve várias outras e uma expulsão), perfazendo média de uma a cada 2 minutos. Basicamente, é o que acontece no Brasil, onde membros do Congresso Nacional e do STF jogam contra a sociedade, chutam-lhe as canelas e atropelam a ordem jurídica em casuísmos de fazer inveja ao general Golbery.

No gramado, atletas encenavam, frequentemente, aquela coreografia costumeira destinada a impressionar a arbitragem e a torcida. Cobriam os rostos aos berros, como se tivessem os olhos vazados, ou, se o choque era contra o corpo, rolavam sobre si mesmos várias vezes. Se isso não chamasse toda a atenção pretendida, voltavam a acrescentar mais duas ou três voltas sem que qualquer força externa os movesse da posição anterior. Jogos de cena.

Na cena política, notórios ladrões proclamam sua honestidade. Maus julgadores explicam o insustentável dizendo agir contra riscos inerentes a uma sociedade de bárbaros. Atacam liberdades alegando defender a democracia, logo ela, que nasce da liberdade e definha em sua ausência. Jogos de cena.

Como os inquéritos no STF sobre atos antidemocráticos tramitam em sigilo, a gente não sabe por que, há três anos, rolam em campo, queixosos, alguns senhores ministros. Jogos de cena.

Durante a votação da PEC que estabeleceu estado de emergência para auxílios a caminhoneiros, motoristas, famílias carentes, etc. vários senadores oposicionistas também rolaram em campo. 
Diziam-se agredidos em suas mais nobres e rígidas convicções sobre uso do dinheiro público... 
Apelidaram a PEC de “Kamikaze”. 
Acusaram o governo de populismo eleitoreiro. 
No final, de modo hipócrita, aprovaram-na em dois turnos com apenas o voto em contrário do senador José Serra
Pelos mesmos motivos do governo, apoiaram a PEC que coreograficamente rejeitavam. Jogos de cena!

É o futebol que imita a política ou é a política que imita o futebol muito mal jogado?

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

domingo, 3 de julho de 2022

Cuba completa 63 anos de ditadura em tempo integral, o sonho da oposição no Brasil - O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo


Na ilha caribenha sob regime comunista, dois homens foram condenados a penas de prisão por protestar contra o governo  

[No Brasil, já ocorrem prisões por protestos, a diferença é que aqui os protestos não são contra o Governo.]

Os fatos descritos a seguir foram mantidos como uma espécie de segredo de Estado pela mídia brasileira, ou por esse “consórcio de órgãos de imprensa” que hoje se apresenta em seu nome e já é para dar graças a Deus, porque qualquer notícia que fosse publicada a respeito correria o risco de ser denunciada como “fake news” pelas “agências de checagem”, ou de “verificação de fatos”. Trata-se de coisa de compreensão imediata.

Um músico de “rap” e um artista cubano foram condenados a penas de prisão em Cuba por protestarem contra o governo
O “rapper” fez um vídeo com uma canção de crítica ao regime. 
O artista colocou uma bandeira cubana nos ombros numa manifestação de rua. O primeiro pegou nove anos de cadeia – isso mesmo, nove anos por cantar uma música. 
O segundo pegou cinco, por sair com a bandeira do seu próprio país num ato pacífico de protesto
É o tipo de notícia que deixa claríssimo, mais uma vez, como funcionam as liberdades individuais e públicas em Cuba o país modelo da esquerda nacional e de seu candidato a presidente da República. 
É notícia que não sai na imprensa.
 
J R. Guzzo: 'É o tipo de notícia que deixa claríssimo, mais uma vez, como funcionam as liberdades individuais e públicas em Cuba'
J R. Guzzo: 'É o tipo de notícia que deixa claríssimo, mais uma vez, como funcionam as liberdades individuais e públicas em Cuba' Foto: Alejandro Ernesto/EFE
As canções de Maykel Osorbo, que lidera uma banda de “rappers” negros, não chegam nem perto da agressividade dos “raps” contra a lei e a polícia, e a favor do crime e dos criminosos, tão festejados no Brasil pela esquerda e pelas classes culturais.  
Mais que isso: os dois cubanos presos não organizaram, nem fizeram parte, de nenhum grupo armado. 
Não quebraram uma única vitrine em seus protestos de rua nem cometeram o mínimo ato de violência. 
Não fizeram vídeo jogando futebol com a cabeça de Fidel, ou de Che Guevara. 
Não escreveram do jornal: “Quero que o presidente morra”.  
Não chamaram ninguém de “genocida”. 
Tudo o que o músico fez foi uma canção pedindo liberdade, igualdade e comida na mesa. 
Como o sujeito pode ser enfiado nove anos numa cadeia por fazer uma coisa dessas?
 
Osorbo foi condenado por “usar imagens falsas, manipuladas digitalmente”, no seu vídeo – como se fosse um crime utilizar fantasias e recursos digitais num vídeo musical. 
Segundo o tribunal que o condenou, ele teve o propósito de “ultrajar a honra e a dignidade das autoridades máximas do país”. 
Dois dias antes do julgamento sua advogada foi afastada do caso pelo governo; puseram um outro, que não levou nenhuma testemunha de defesa. 
Tudo a ver com a linguagem, os métodos e as penas do inquérito perpétuo e ilegal que vem sendo tocado num certo país sul-americano?

Cuba está completando 63 anos de ditadura em tempo integral – mais um pouco, bate o recorde mundial da tirania comunista da Rússia, entre 1917 e 1989. Sonham fazer isso, aqui. [e vão continuar sonhando; tentaram várias vezes e fracassaram e o sonho em breve se transformará em pesadelo.]

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


terça-feira, 5 de abril de 2022

A terceira via e o povo bestializado - Revista Oeste

Caio Coppolla 

O que une o sonhador indeciso e o jogador egoísta 

 O povo assistiu àquilo bestializado…”, a citação passou à história como retrato da Proclamação da República, um movimento alheio aos anseios populares e à participação das massas. Num país dado a conchavos de furna e acertos de gabinete, a frase permanece atualíssima e agora descreve com primor a reação do já minguado eleitorado da terceira via: “…atônito, surpreso, sem conhecer o que significava”.
 
João Doria anunciou nesta quinta-feira (31) que deixa o cargo de governador do Estado de São Paulo e segue na disputa pela Presidência | Foto: Governo do Estado de São Paulo
João Doria anunciou nesta quinta-feira (31) que deixa o cargo de governador do Estado de São Paulo e segue na disputa pela Presidência | Foto: Governo do Estado de São Paulo

Palavras que desmoronam

Verba volant, o brocardo latino nos ensina que as palavras voam. Mas os romanos não conheciam nossos artefatos tecnológicos de registro de som e imagem. Como tijolos, nossas palavras capturadas têm peso, e, uma vez empilhadas da maneira certa, podem até construir algo belo. Às palavras e aos tijolos, então: “Desistir da minha candidatura seria desistir de mudar o Brasil, o que é o meu sonho. Não existe qualquer possibilidade disso vir a acontecer” — tocante, mas o autor dessa fala acordou do seu sonho; ou será que sonhava acordado? Pouco importa, dias depois, publicou por escrito (scripta manent):  “Abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor” — parece que o indeciso sonhador desistiu de sonhar grande e suas palavras, como pesados tijolos mal-arranjados, desmoronaram sobre ele. E por falar em desistência…


Desistir de desistir
O anedotário do futebol não é estranho à licença poética e já estamos familiarizados com a ginga do boleiro que “fez que foi, não foi e acabou fondo” — mas quem disse que político não sabe driblar? A “finta do fondo” foi o drible escolhido por um certo artilheiro que, sabendo que seria substituído por mau desempenho em campo, enganou até a comissão técnica do próprio time ao cavar uma falta na área e colocar a única bola da partida debaixo do braço: O dia foi de vitória pro artilheiro sem gols que desistiu de desistir.  — A gente só continua se eu bater o pênalti, se não desisto do jogo e sumo com a redonda!

O treinador, que já tinha escalado outro jogador pra cobrança, tentou desconversar: — Devolve a bola, querido! Todo mundo sabe que você é o batedor oficial…

Mas até artilheiro que não marca gol é esperto, e o atacante cobrou seu técnico: — Então, só pra garantir, avisa aí pra toda essa várzea, em alto e bom som, que eu, só eu!, vou bater esse pênalti…

E, assim, a cobrança foi anunciada pelo alto-falante. Só que a torcida estava distraída — de olho no outro jogador no aquecimento — e pouca gente comemorou… Acontece, mas o dia foi de vitória pro artilheiro sem gols que desistiu de desistir: ganhou aquele abraço do técnico na lateral do campo e recebeu dos companheiros de equipe vários tapinhas nas costas quando entrou no gramado segurando a bola do jogo.

Os protagonistas do sonho e do jogo
Há um denominador comum entre o sonhador indeciso de palavras que não se escrevem (nem se cumprem) e o jogador egoísta que sequestra a partida pra si e nunca joga pelo time: eles esquecem que os verdadeiros protagonistas do seu sonho e do seu jogo estavam lá, assistindo a tudo isso, bestializados. Aos eleitores desencantados, nossa solidariedade na torcida de que eles não percam a esperança no Brasil. Este país é muito maior do que as fantasias de uns e os estratagemas de outros.

Leia também “3 anos de “fake news”: o STF não é o Judiciário”
 

Caio Coppolla é comentarista político e apresentador do Boletim Coppolla, na Jovem Pan


sábado, 12 de fevereiro de 2022

VENDA DE ÁLCOOL E A VIOLÊNCIA DENTRO DOS ESTÁDIOS - Dra. Débora Balzan

Após dezesseis anos de atuação em Promotoria de Justiça de Execução Penal em Porto Alegre, onde testemunhei toda a sorte de benevolência com criminosos por parte da legislação leniente e ativismos mais diversos, no início de janeiro deste ano assumi como promotora de justiça titular com atuação no juizado do torcedor e grandes eventos de Porto Alegre. Já desde outubro de 2021, vinha atuando como substituta em jogos de futebol com público presente. Sem precisar, mas no primeiro ou segundo deles, na partida entre o Internacional e o Corinthians, no Beira-Rio, já enfrentei o que penso ser o calcanhar de Aquiles: a violência associal que pode estar presente nas torcidas organizadas. Inexperiente na matéria, mas não na área criminal, os envolvidos não me foram estranhos ao que eu estava acostumada. Sem saber sequer o “modelo” jurídico de um pedido de suspensão de torcida organizada, mas com muita atenção aos fatos, imediatamente fiz pedido em audiência dentro do estádio, de suspensão cautelar de duas torcidas envolvidas, que foi acolhido pelo juiz. Tudo ocorreu há alguma distância do estádio, quando as torcidas passavam próximo ao shopping Praia de Belas.

Fiz essa narrativa porque agora instada por alguma demanda que chegou à imprensa do Ministério Público para que eu me manifeste sobre a liberação de bebidas alcoólicas dentro dos estádios quando das partidas de futebol.

O óbvio precisa ser dito: não sou médica ou legisladora, sou promotora de justiça com 26 anos de atuação em promotorias criminais do estado e em Porto Alegre, ou seja, com forte atenção  na busca de punição efetiva já que estamos num país onde há um desprezo pelos fatos concretos e onde há enorme discrepância entre crime e castigo. Não há proporcionalidade no tratamento vítima e criminoso, sem contar a mentira do encarceramento em massa (a propósito, a quem quer saber da verdade sobre o tema a leitura obrigatória é: O Mito do Encarceramento em Massa, do Promotor de Justiça, Dr. Bruno Carpes).

Nesse enfoque, no que concerne à venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios, ao que parece, o que se pretende é a segurança do torcedor. Pois bem, fique muito claro, de forma alguma desconheço os efeitos deletérios que o álcool pode causar.

Também existem discussões envolvendo constitucionalidade e o próprio Estatuto do Torcedor. Nesse ponto, parece que a proibição do estatuto é geral, pois não é explícito ao referir bebidas “alcoólicas”.

Sem abordar temas cientificamente já demonstrados como o alcoolismo tampouco as questões jurídicas envolvendo a liberação ou não, muito menos com relação ao preço praticado, a minha opinião será sobre o ponto segurança, a de que dentro dos estádios de futebol, o ambiente na imensa maioria das vezes é seguro, por conta do aparato de segurança e organização. Não sou contra a liberação da venda do álcool dentro dos estádios
Parece-me que o torcedor comum, que vai com amigos, esposa, filhos, não será quem colocará em risco os demais por ter acesso ao álcool. 
O pai de família e trabalhador quer apenas algumas poucas horas de diversão não se podendo presumir que vá se transformar ou puni-lo em nome de uma causa embora real, abstrata, pois não existem dados que comprovem que fatos graves deixaram de acontecer por conta da proibição, muito embora ocorrências de vulto menor e que eventualmente fazem parte do contexto podem decorrer. O meu exemplo do Colorado e Corinthians mostra isso.  Penso estar potencialmente o perigo à segurança da maioria dos torcedores, pacata e famílias, em quem tem rivalidade clubística e com maior chance fazem parte de organizadas, e quem já vai para o evento com ânimo de confusão e pode embriagar-se até o portão de entrada, sendo a bebida apenas um potencializador ao seu intuito, e o fará sendo liberada ou não a venda dentro do estádio.  

O tema é polêmico a própria Brigada Militar já se manifestou contra a venda, colegas que me antecederam, o juiz, mas eu não sou contra. Pode ser algo que eu não tenha alcançado, mas não vi em lugar nenhum estudo sobre essa relação direta. O estudo que se tem é o abstrato e geral, sobre os freios inibitórios, por exemplo; no entanto, não há estudo ou dados sobre a relação concreta e  direta da venda de álcool dentro dos estádios e o aumento da violência. O álcool é vendido fora, de fácil alcance a qualquer encrenqueiro. Ainda, consumir álcool, estar embriagado e provocar violência são três situações diferentes. De qualquer modo, não vou levantar nenhuma causa seja de que lado for porque não é o meu trabalho, e já tenho o suficiente. Mas registro meu posicionamento.

Muito pertinente ao tema e aos problemas que mais assolam os eventos de esportes coletivos e que causam paixão desmedida é a obra do Promotor de Justiça, Dr. Diego Pessi, Hooliganismo no Brasil – Violência e Disputa, um Estudo Criminológico, do qual transcrevo pequeno trecho da Apresentação, pelo também Promotor de Justiça, Dr. Leonardo Giardin de Souza, página 21:

“...Dentro desse contexto de escalada, a sanha dos mais ousados e violentos contagia os de personalidade fraca, e a crescente de belicosidade e agressividade torna o futebol em si mesmo mero pretexto para disputas de outra ordem e, paralelamente, vasto campo para o exercício do controle comportamental por parte do poder público compelido a tomar providências, controle que atinge todo contingente de torcedores em nome da tentativa muitas vezes vã de conter a minoria violenta (...) toda a sorte de controle  - alguns eficazes, muitos imprestáveis para os objetivos propostos  - são idealizados e postos em prática...”(grifei).

Esse artigo não faz apologia ao uso do álcool. Está patente isso, mas sempre é bom alertar os mais distraídos. 

 Site Percival Puggina - Dra. Débora Balzan

 

 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

A esquerda ama odiar - Revista Oeste

 Augusto Nunes

O negacionismo autoritário é camuflado por declarações de amor à vacina 

Bandeira do movimento Lula Livre, criado quando o ex-presidente foi condenado, em 2017, a mais de nove anos de prisão | Foto: Helissa Grundemann/Shutterstock
Bandeira do movimento Lula Livre, criado quando o ex-presidente foi condenado, em 2017, a mais de nove anos de prisão -  Foto: Helissa Grundemann/Shutterstock
 

O PT não sabe sorrir, nunca soube. Já no primeiro comício da vitória, o partido mostrou que festejar o próprio triunfo lhe dá muito menos prazer do que comemorar a derrota dos outros com insultos, provocações e pancadarias. Em vez de alegrar-se com o número de eleitores que votaram nos candidatos petistas, os militantes acham mais prazeroso contabilizar e, se possível, identificar os que não seguiram a estrela vermelha: são inimigos a castigar ou destruir. A prevalência da carranca sobre o sorriso foi oficializada no momento em que o chefe supremo do PT dividiu o Brasil em duas tribos: “nós” (os devotos da seita que tem em Lula seu único deus) e “eles” (os que não abdicaram da sensatez). Conforme as circunstâncias, o Mestre comunica a seus discípulos que o nome mudou. “Eles” viraram “golpistas” nos meses que precederam o impeachment de Dilma Rousseff, foram rebaixados a “fascistas” com a ascensão de Jair Bolsonaro e, depois da chegada ao país do vírus chinês, tornaram-se “inimigos da ciência”, “terraplanistas” e “negacionistas”.

O passaporte sanitário que documentava a aplicação de três doses de vacina não impediu que uma militante do PT, quarentona recente, fosse surpreendida pela covid-19. Inconformada com os dez dias de quarentena, caprichou num longo palavrório que batizou de “desabafo”. Examinado com atenção, revela com a precisão de tomografia computadorizada um cérebro petista atormentado pela pandemia. 
O vírus responsável pela doença sequer é mencionado. 
Como Lula ensinou, todas as mortes causadas pelo coronavírus devem ser debitadas na conta do presidente genocida, líder dessa sub-raça que “nega a ciência falando contra a vacina”. É bom que se calem, adverte a confinada involuntária, para logo ressalvar em mau português: “Desinformação não é liberdade de expressão”. Assim, os negacionistas devem suspender imediatamente conversas que ofendem a ciência e desperdiçar esse tempo tratando de assuntos menos letais. Futebol, por exemplo. Ou estética. Ou astrologia. “Você pode dar sua opinião sem matar ninguém”, lembra o desabafo. E que fique em casa quem não tomou vacina, conclui a lição, porque o vírus precisa de corpos não imunizados circulando por aí para ganhar força e gerar novas variantes.

Por odiar o convívio dos contrários, todo esquerdista brasileiro é surdo a vozes dissonantes. Por desprezar poços de certezas, sobretudo quando sonham com o assassinato dos direitos individuais e das liberdades democráticas, insisto em ver as coisas como as coisas são e a contar o caso como o caso foi. Em obediência a Lula, seus esforçados devotos qualificam de “inimigos da vacina” milhões de brasileiros que, na infância, recorreram a imunizantes para livrar-se de poliomielite, catapora, sarampo ou caxumba — e, ao longo de 2021, tomaram vacinas contra a covid-19. É o meu caso. Fui vacinado com duas doses da CoronaVac e uma da Pfizer. E afirmo que sofre de negacionismo — e negacionismo delirante — quem nega a existência de dúvidas a esclarecer, enigmas a desvendar, interrogações a desfazer. 

Criada no curtíssimo período de um ano, a vacina contra a covid-19 configura uma façanha e tanto. Mas só cretinos fundamentais não conseguem enxergar nesses imunizantes algo ainda na primeira infância e, por isso mesmo, em processo de aperfeiçoamento.
 
Os loucos por lockdowns acabam de decepcionar-se com o estudo que comprovou a ineficácia dos isolamentos radicais
Logo ficarão desolados com as respostas exigidas por outras perguntas muito oportunas. Uma delas: vacinas concebidas para combater o vírus original e suas primeiras variantes são capazes de deter o avanço da Ômicron? 
O desabafo sugere que a militante em quarentena ignora que também os totalmente vacinados podem transmitir a doença e ser infectados. Assim, não deveria descartar a hipótese de ter sido contaminada num encontro de adoradores de vacinas, todos providos de passaportes sanitários, usando máscaras e atentos a medidas de distanciamento social. Além de entusiasmados com a epidemia de autoritarismo gerada pelo Supremo Tribunal Federal na sessão que entregou o comando do combate à pandemia a governadores e prefeitos
As táticas de guerra ficaram mais confusas com a permanência no front dos ministros do STF, e desandaram de vez com a entrada em cena de promotores de Justiça e juízes de primeira instância. Só ficou fora o presidente Jair Bolsonaro, a quem coube apenas arranjar a dinheirama que financiou também as bandalheiras do Covidão.
 
Lula jura que, se estivesse na Presidência da República, salvaria o país com a reprise do medonho modelo concebido pela tirania que tanto admira. “A China só conseguiu combater o coronavírus com a rapidez que ela combateu porque tem um partido forte, porque tem um Estado forte, tem pulso, voz de comando”, desmanchou-se em afagos o ex-presidente num vídeo divulgado em junho de 2021. “Eles tomam decisões que as pessoas cumprem, coisa que nós não temos aqui.” 
Com o ex-presidiário no Palácio do Planalto, a direção da guerra provavelmente seria entregue ao ex-ministro Carlos Gabas, maior autoridade do PT no campo da saúde. No posto de secretário-geral do Consórcio do Nordeste, ele administra o combate à pandemia naquela região. Investigações de uma CPI instaurada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte confirmaram que Gabas é um incapaz capaz de tudo.

Quem acredita nesse monumento ao negacionismo está obrigado a crer que Lula foi a única vestal incorruptível no mais populoso bordel da história

Governar é escolher, e Lula escolhe sozinho. Presidente por oito anos, não recorreu a conselheiros para escalar ministros, presidentes das estatais mais lucrativas, parceiros no Congresso, empreiteiros felizes com obras federais e, no Exterior, ricaços generosos e um punhado de amigos bem mais rentáveis que o milhão sonhado por Roberto Carlos. Antes e depois da temporada no poder, escolheu dirigentes do PT, candidatos do partido a governos estaduais, prefeituras ou Câmaras Municipais, patrocinadores de palestras.  
Ficou rico sem manchar a imagem de alma viva mais pura do Brasil, talvez do mundo, venerada pela esquerda negacionista, convencida desde sempre de que Lula é o mais injustiçado dos inocentes. Bandidos são o ex-juiz Sergio Moro e os integrantes da Operação Lava Jato.
 
Para sustentar esse monumento ao negacionismo, costurou-se o enredo que mataria de inveja um Gabriel García Márquez. 
 Em 2014, o juiz Sergio Moro descobriu que, se impedisse a volta de Lula ao poder, um deputado federal que ninguém conhecia seria eleito presidente da República e o transformaria em ministro da Justiça. Ambicioso, o magistrado matriculou-se num curso da CIA que ensina a montar conspirações envolvendo o Ministério Público e a Polícia Federal. Voltou dos Estados Unidos pronto para liderar uma operação que, fingindo investigar doleiros, devassou bandalheiras consumadas por empreiteiros que prestavam serviços à Petrobras e diretores da estatal. 
 
A evolução da trama incorporou delações premiadas, bilhões de dólares devolvidos à empresa saqueada, quadrilheiros de altíssima linhagem acordados às 6 da manhã e transferidos para a gaiola antes que Lula fosse instalado na cadeia em Curitiba
O Petrolão foi uma farsa, recitam os negacionistas do PT.  
O tríplex no Guarujá nunca foi dele, os 111 fins de semana no sítio em Atibaia só atestam a beleza da amizade verdadeira, acrescentam os devotos mais fervorosos. 
E o Mensalão? Nunca existiu.

Quem acredita nesse monumento ao negacionismo de esquerda está obrigado a crer que Lula foi a única vestal incorruptível no mais populoso e diversificado bordel da história. Entre os figurões da Era Lula-Dilma que amargaram temporadas na cadeia estão um presidente do Banco do Brasil, um ex-presidente e três diretores da Petrobras, um ex-presidente dos Correios, um ex-presidente da Eletronuclear, um ex-presidente da Valec, um ex-presidente e um ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, três ex-presidentes do PT, três tesoureiros do PT, um ex-líder da bancada do partido no Senado e um ex-líder da bancada na Câmara dos Deputados. A fila de petistas lembrados com orgulho pela população carcerária é enriquecida pelos ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu, além de parceiros como os ex-governadores Sérgio Cabral e Pezão. E é, merecidamente, puxada por Lula.

Aos negacionistas vocacionais somam-se os estrábicos por opção. É o caso do ex-governador Geraldo Alckmin
Na campanha presidencial de 2006, ele viu em Lula um corrupto. 
Em 2018, viu um delinquente ansioso por voltar ao local do crime. 
Só agora apareceu-lhe o estadista de quem queria ser vice desde criancinha. 
Sujeito a surtos de vigarice amnésica, o dono do PT esqueceu que achava o antigo adversário “um político fraco demais para governar qualquer coisa” e descobriu “um governante que sempre mereceu respeito”. 
O que milhões de brasileiros precisam enxergar é o perigo estacionado a um palmo do nariz: um Lula candidato a presidente, na imagem perfeita de Millôr Fernandes, é o túnel no fim da luz.

Leia também “O confisco da liberdade”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste