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sábado, 6 de junho de 2020

Bolsonaro agora põe em dúvida número de mortos - Josias de Souza

Uol 

O Brasil ainda tem muito a desaprender com Jair Bolsonaro. O presidente não se limita a fazer tudo errado na crise do coronavírus. Ele se esmera no erro. Faz o pior o melhor que pode. Depois de esvaziar a pasta da Saúde até reduzi-la à função de calculadora de cadáveres, Bolsonaro decidiu desmoralizar os cálculos. Quer "provar" que a única coisa que as estatísticas oficiais provam é que as estatísticas não provam nada. Em vez de tratar a doença, prefere retocar a radiografia.

[um esclarecimento imparcial:
Os números fornecidos pelo MS são enviados pelas secretarias estaduais de Saúde em horários não rígidos, o que ocasiona atrasos que podem causar erros e mesmo manipulação.
Estabelecendo 22h há tempo mais que suficiente para todos estados enviarem dados, o MS compilá-los e divulgar.
Atrasar duas ou três horas a divulgação em nada vai prejudicar o combate à covid-19.
Inaceitável que uma emissora de TV, ou qualquer outro órgão ou instituição, queiram pautar os horários de um órgão do Poder Executivo da União.
Clique aqui, para saber mais.]

A contabilidade da Saúde é feita sobre números enviados pelos estados. Sabe-se que há subnotificação, pois o índice de testagem é baixo. Mas o presidente passou a sustentar o contrário. Insinua em privado que governadores inflacionam dados para "politizar" o vírus, "arrancar dinheiro" da União e colocar cadáveres em 2022. O desconforto de Bolsonaro com os números da pandemia é grande. Aumenta na proporção direta do crescimento da pilha de mortos. O incômodo foi potencializado pelo Jornal Nacional, uma vitrine que leva corpos, caixões e covas à sala dos brasileiros todas as noites, a partir de 20h30.

Quando Henrique Mandetta era ministro da Saúde, o acerto de contas do vírus era divulgado às 17h —com direito a entrevista coletiva. Sob Nelson Teich, a coisa foi deslizando para as 20h. Entrevistas, só de raro em raro. Na gestão interina do general Eduardo Pazuello, o horário passou a ser 22h. Sem explicações. Na noite de quarta-feira, a pasta da Saúde atribuiu o atraso a questões técnicas. Na quinta, absteve-se de comentar. Nesta sexta, coube a Bolsonaro desvendar o mistério numa entrevista à CNN, na porta do Alvorada: "Acabou matéria do Jornal Nacional." Heimmm?!?!? "Ninguém tem que correr para atender a Globo."

William Bonner viu-se compelido a prometer: "Os espectadores da Globo podem ter certeza de uma coisa: serão informados sobre os números tão logo sejam anunciados, porque o jornalismo da Globo corre sempre para atender o seu público". O apresentador retornaria às 21h45 para anunciar: 1.005 mortes nas últimas 24 horas, totalizando 35.026 óbitos. 
"Nós dissemos que você teria esses números assim que fossem anunciados. Estamos aqui cumprindo o que nós dissemos", disse Bonner. Horas depois, Renata Lo Prete esmiuçaria os dados e as manobras no Jornal da GloboQuer dizer: obcecado em prejudicar o Jornal Nacional, Bolsonaro esticou e enobreceu o horário nobre da TV Globo. Prepara-se agora para magnificar sua própria mediocridade, torturando estatísticas para que elas informem o que lhe parecer conveniente.

Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - Uol



sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Excelente medida para salvar inocentes e punir criminosas: Projeto quer obrigar hospitais a comunicarem casos de aborto à polícia

Autor da proposta, que chama o aborto de "violência contra crianças" e "hedionda atrocidade", afirma que o objetivo é combater a subnotificação

Um Projeto de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados quer que a polícia seja comunicada sempre que os hospitais - públicos ou privados - atenderem casos de aborto ou tentativa. A proposta foi apresentada em abril pelo deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB) e teria como objetivo combater a "subnotificação" de ocorrências desse tipo.

"Atualmente, não existe um levantamento estatístico amplo sobre as ocorrências de aborto. Nesse contexto de escassez de informações seguras, não é absurdo inferir que a subnotificação ocorre em grande intensidade, pois esta modalidade de violência contra crianças que estão por nascer abrange uma complexidade de situações ligadas à intimidade das pessoas", justifica o parlamentar na proposição.



O autor da polêmica matéria defende ainda que, ao tornar obrigatória a notificação desses casos, será possível "dar a visibilidade que o fenômeno exige e abrir a porta para a devida responsabilização daqueles que cometem essa hedionda atrocidade". O texto não leva em consideração, no entanto, que as mulheres poderiam deixar de procurar assistência médica em casos graves.

O Projeto de Lei 4880/16 precisa ser analisado pela Comissão de Seguridade Social e Família e pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Como a proposta  tramita em caráter conclusivo, ela só será levada a plenário em caso de divergência na decisão das duas comissões ou se 51 deputados entrarem com recurso. Se for aprovada, a matéria alterará o Estatuto da Criança, adicionando nele um artigo tornando obrigatória a notificação à "autoridade policial".
 

Fonte: Correio Braziliense