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sexta-feira, 19 de junho de 2020

[Quem é Ricupero para falar em credibilidade] - Integrantes do Banco Mundial - CB - Vicente Nunes

Integrantes do Banco Mundial articulam para barrar indicação de Weintraub

Apesar de ter anunciado, nessa quinta-feira (18/6), que estava deixando o Ministério da Educação para ir para Washington ser diretor executivo do Banco Mundial, o economista Abraham Weintraub pode ter sua indicação barrada dentro e fora da instituição.  Integrantes do banco estão se movimentando para impedir a posse de Weintraub como diretor executivo do board de representantes de 189 países que possuem ações da instituição, segundo fontes próximas ao órgão. No Brasil, uma nota enviada aos acionistas feita por um grupo liderado pelo diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero faz um alerta aos acionistas sobre da indicação, conforme informou o Blog do Sakamoto nesta sexta-feira (19/6). 

[Não estamos entre os que foram, ou ainda são, apoiadores do Weintraub.
Mas, nos sentimos na obrigação de lembrar aos desavisados que Rubens Ricupero foi aquele senhor, ex-ministro da Fazenda, que enquanto se preparava para uma entrevista, sua conversa com o repórter, jornalista Carlos Monforte da Rede Globo, seu cunhado e que se preparava para entrevistá-lo.
O caso se tornou conhecido como ESCÂNDALO DA PARABÓLICA,
Simplesmente Ricupero admitiu ser praticante de esconder do povo as coisas que considerava ruim e  divulgar as que julgava ótima.
Disse para todo o Brasil:  Eu não tenho escrúpulos. O que é bom a gente fatura; o que é ruim, esconde"
Rubens Ricupero, então ministro da Fazenda, em 01/09/1994, em conversa nos bastidores da TV com o jornalista Carlos Monforte, captada por antenas parabólicas de telespectadores antes de entrar ao vivo no Jornal da Globo.
Não vemos no ex-ministro Ricupero condições morais de criticar o ex-ministro Weintraub, ou liderar qualquer movimento contra o mesmo.] 

Procurado, Ricupero contou ao Blog que pediu para um amigo coletar assinaturas porque considera a indicação “um atentado ao pouquíssimo que restava da credibilidade externa do Brasil”.  Para ele, o governo destroçou o patrimônio de soft power acumulado pelo país em décadas de atuação proativa em meio ambiente, direitos humanos, povos indígenas, reforma da ordem internacional, o que restava era ainda um resquício de competência e seriedade técnicas dos representantes brasileiros em órgãos financeiros mundiais como o Banco Mundial, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). 

Blog do Vicente - Economia - Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA


sábado, 6 de junho de 2020

Bolsonaro agora põe em dúvida número de mortos - Josias de Souza

Uol 

O Brasil ainda tem muito a desaprender com Jair Bolsonaro. O presidente não se limita a fazer tudo errado na crise do coronavírus. Ele se esmera no erro. Faz o pior o melhor que pode. Depois de esvaziar a pasta da Saúde até reduzi-la à função de calculadora de cadáveres, Bolsonaro decidiu desmoralizar os cálculos. Quer "provar" que a única coisa que as estatísticas oficiais provam é que as estatísticas não provam nada. Em vez de tratar a doença, prefere retocar a radiografia.

[um esclarecimento imparcial:
Os números fornecidos pelo MS são enviados pelas secretarias estaduais de Saúde em horários não rígidos, o que ocasiona atrasos que podem causar erros e mesmo manipulação.
Estabelecendo 22h há tempo mais que suficiente para todos estados enviarem dados, o MS compilá-los e divulgar.
Atrasar duas ou três horas a divulgação em nada vai prejudicar o combate à covid-19.
Inaceitável que uma emissora de TV, ou qualquer outro órgão ou instituição, queiram pautar os horários de um órgão do Poder Executivo da União.
Clique aqui, para saber mais.]

A contabilidade da Saúde é feita sobre números enviados pelos estados. Sabe-se que há subnotificação, pois o índice de testagem é baixo. Mas o presidente passou a sustentar o contrário. Insinua em privado que governadores inflacionam dados para "politizar" o vírus, "arrancar dinheiro" da União e colocar cadáveres em 2022. O desconforto de Bolsonaro com os números da pandemia é grande. Aumenta na proporção direta do crescimento da pilha de mortos. O incômodo foi potencializado pelo Jornal Nacional, uma vitrine que leva corpos, caixões e covas à sala dos brasileiros todas as noites, a partir de 20h30.

Quando Henrique Mandetta era ministro da Saúde, o acerto de contas do vírus era divulgado às 17h —com direito a entrevista coletiva. Sob Nelson Teich, a coisa foi deslizando para as 20h. Entrevistas, só de raro em raro. Na gestão interina do general Eduardo Pazuello, o horário passou a ser 22h. Sem explicações. Na noite de quarta-feira, a pasta da Saúde atribuiu o atraso a questões técnicas. Na quinta, absteve-se de comentar. Nesta sexta, coube a Bolsonaro desvendar o mistério numa entrevista à CNN, na porta do Alvorada: "Acabou matéria do Jornal Nacional." Heimmm?!?!? "Ninguém tem que correr para atender a Globo."

William Bonner viu-se compelido a prometer: "Os espectadores da Globo podem ter certeza de uma coisa: serão informados sobre os números tão logo sejam anunciados, porque o jornalismo da Globo corre sempre para atender o seu público". O apresentador retornaria às 21h45 para anunciar: 1.005 mortes nas últimas 24 horas, totalizando 35.026 óbitos. 
"Nós dissemos que você teria esses números assim que fossem anunciados. Estamos aqui cumprindo o que nós dissemos", disse Bonner. Horas depois, Renata Lo Prete esmiuçaria os dados e as manobras no Jornal da GloboQuer dizer: obcecado em prejudicar o Jornal Nacional, Bolsonaro esticou e enobreceu o horário nobre da TV Globo. Prepara-se agora para magnificar sua própria mediocridade, torturando estatísticas para que elas informem o que lhe parecer conveniente.

Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - Uol



quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Havan suspende propagandas na Globo em apoio a Bolsonaro - VEJA

Luciano Hang, dono da empresa, diz que emissora faz 'desserviço à nação'; rede de supermercados já havia cortado publicidade


A rede de lojas de departamentos Havan informou nesta quinta-feira, 7, que suspendeu todas as campanhas publicitárias que faria em intervalos de programas jornalísticos e de entretenimento da Globo. “Não compactuamos com o jornalismo ideológico e algumas programações da Rede Globo nacional e estamos sendo cobrados pela sociedade e nossos clientes”, diz o comunicado assinado pelo dono da empresa, Luciano Hang, apoiador do presidente.

No comunicado, Hang não cita nominalmente Jair Bolsonaro, mas afirma que “as eleições do ano passado mostraram que a grande maioria dos brasileiros quer mudança” e diz que a Globo faz “desserviço à nação” e é “contra os costumes da família brasileira”.  Segundo o comunicado, estão suspensas as campanhas no Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal Nacional, Jornal da Globo, Malhação e Caldeirão do Huck.

O empresário divulgou o comunicado em suas redes sociais e afirmou que “por enquanto” ainda manterá publicidade nas afiliadas e jornais locais, “que ainda informam a sociedade de uma forma mais isenta e conservadora”.

Hang, que é dono de 133 lojas no país, é apoiador de longa data de Bolsonaro. Durante a campanha eleitoral, a rede foi processada pelo Ministério Público do Trabalho por intimidar funcionários, dizendo que faria demissões em massa se a esquerda ganhasse o pleito. O apoio também mudou o uniforme da rede de lojas, que trocou uma camiseta preta com o logo da empresa por uma verde e amarela com os dizeres “o Brasil que queremos só depende de nós”. Hang foi multado pelo Tribunal Superior de Justiça por pagar anúncios para Bolsonaro no Facebook durante a campanha.
Este é o segundo caso em uma semana que uma rede varejista suspende comerciais na emissora carioca em apoio a Bolsonaro. Na segunda-feira, a rede paranaense de supermercados Condor havia anunciado a suspensão de anúncios na grade nacional da emissora.

VEJA - Economia