Ministério Público vai investigar
denúncias de tortura contra travesti
Outro
item que será investigado é uma gravação que circula na internet. O áudio traz uma possível
confissão de Verônica afirmando que estava "possuída"
e precisou ser contida por policiais
O
Ministério Público vai abrir uma investigação para
apurar denúncias de tortura e maus-tratos contra a travesti Verônica
Bolina, 25 anos. As circunstâncias e legitimidade de uma gravação que circula
na internet também serão apuradas. O áudio traz uma suposta confissão de
Verônica, afirmando que estava "possuída"
e precisou ser contida por policiais, durante a
confusão que deixou o rosto de Bolina desfigurado. No mesmo áudio, ela diz que não foi alvo de tortura. O
Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep),
vinculado ao MP, está a cargo do procedimento.
Cada vez que um
gay aprontar confusão e for admoestado
dessa forma, logo se enquadram
A
Defensoria Pública de SP também ingressou com um pedido judicial para assegurar direitos à travesti – o pedido tem como
objetivo fazer com que ela seja ouvida por uma autoridade judiciária, para que
sejam analisados os indícios de maus-tratos cometidos contra ela, sob custódia
e responsabilidade do Estado.
Na audiência, a Defensoria Pública solicitou ainda que
sejam apuradas as circunstâncias em que ocorreram as agressões retratadas nas
fotos divulgadas e eventuais riscos à integridade física. A Corregedoria
da Polícia Civil também apura os fatos.
Gravações
No fim do arquivo de áudio, uma mulher, que seria representante da
Coordenadoria de Políticas para a Diversidade Sexual (Cads) da Secretaria da
Justiça e da Defesa da Cidadania, diz: "Agora
está claro que não houve tortura". "Divulguem esse áudio e espalhem a
verdade. Verônica reconhece que entrou em uma briga, que essa é uma questão que
ela provocou", finalizou.
A suposta coordenadora também se colocou à disposição para esclarecimentos. No
entanto, quando a coordenadora Heloísa Gama foi procurada pela reportagem nesta
noite, afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que não irá se pronunciar
sobre o caso. A Cads enviou apenas uma
nota afirmando que acompanha o caso de Verônica e que compareceu ao distrito
policial, onde a travesti ficou detida, nos dias 14 e 15 e presenciou o
interrogatório. A Secretaria de Segurança Pública divulgou, nesta quinta-feira
(16/4), que Verônica foi transferida para uma unidade
prisional com celas especiais para a comunidade LGBT.
Relembre o caso
Segundo
a Polícia Civil de Bom Retiro (SP), a travesti, que
nasceu Charleston Alves Francisco, 25 anos, foi detida após a denúncia
de agressão a uma idosa de 72 anos. No domingo
(12/4), Verônica teria começado a se
masturbar dentro da cela. Em depoimento, de acordo com a polícia, ela confirmou a versão e disse que a ação
provocou ira nos presos, que a agrediram.
Em uma tentativa de encerrar a briga, dois agentes entraram no local para
retirá-la. Foi quando Verônica atacou um
deles e mordeu a orelha do carcereiro. Em meio à confusão, o outro agente
disparou três tiros para o alto. As balas não atingiram ninguém, de acordo com
a polícia. Luiz Roberto Hellmeister, titular da 2ª Delegacia de Polícia,
informou que a
travesti foi indiciada por homicídio tentado, resistência e tentativa de evasão,
entre outros crimes. A foto que circula
na web mostra Verônica com cabelos cortados – o
que gerou reações de grupos defensores dos direitos LGBT, como se o corte dos
cabelos tivesse sido imposição do sistema prisional, violência à identidade de
gênero da travesti. Contudo, a Secretaria de Segurança Pública afirmou, por
meio de nota, que Verônica já tinha cabelos curtos quando chegou à delegacia e "costumava usar peruca antes de ser
presa".
#SomosTodasVeronica
Assim
que as imagens da travesti foram divulgadas na web, centenas de pessoas se
mobilizaram para prestar apoio. A página Somos Todas Verônica traz ilustrações
em homenagem à vítima de agressão. Algumas dizem: "Brasil, um país de todos. Obs: que não sejam trans".
Outra estampa a frase: "Verônica só
queria ter direitos como cidadã". O deputado Jean Wyllys, que também
aderiu a causa, disse que vai denunciar a agressão à
Comissão de Direitos Humanos da Câmara. [o
deputado pró-gay mais uma vez tenta faturar uns votinhos as custas dos
escândalos armados pelos portadores de homossexualismo.]
Fonte:
Correio
Braziliense