Agentes fazem operação para retomar controle de presídio no RN
Apesar
de separação de facções, presos seguem controlando unidade prisional;
ação incluirá busca por armas e outros objetos ilícitos
Homens do Grupo de Operações Especiais (GOE) do governo do Rio Grande do
Norte e agentes penitenciários da força-tarefa federal realizam, na
manhã desta sexta-feira, uma operação na Penitenciária Estadual de
Alcaçuz, na Grande Natal. A operação Phoenix visa retomar, restabelecer
e reformar o presídio, onde 26 pesos foram mortos no dia 14 de janeiro,
durante uma briga entre facções criminosas. Segundo o comando da
operação, o controle dos pavilhões 4 e 5, onde ficam detentos ligados ao
Primeiro Comando da Capital (PCC), foi retomado.
Policial militar realiza contagem de detentos no presídio de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte - Felipe Dana / AP
Durante a Operação, os agentes carcerários também vão
realizar uma revista nos pavilhões para recolher armas e outros objetos
ilícitos que estejam no interior do estabelecimento penitenciário. No
último sábado, policiais militares entraram na unidade para organizar o
“muro” de contêineres que está separando o PCC e o Sindicato do Crime do
RN provisoriamente, até que seja construída uma barreira definitiva.
Apesar de separados, os presos seguem, no entanto, no controle da
unidade prisional.
Desde o dia 14 passado, o clima é de tensão na penitenciária
de Alcaçuz. Vinte e seis detentos foram assassinados durante as
rebeliões que ocorreram na unidade. Outros 56 fugiram e apenas quatro
foram recapturados. Há ainda dez homens feridos, que foram internados no
Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal.
Desativar “em breve”
Na última quarta-feira, o governador do Rio Grande do Norte,
Robinson Faria (PSD), revelou o desejo de desativar “em breve” a
penitenciária de Alcaçuz. Antes, no entanto, é necessária a construção
das unidades de Ceará-Mirim, Afonso-Bezerra e Mossoró. Enquanto isso, o estado tomará outras medidas de segurança
na unidade. O plano é a construção de uma cerca a 50 metros
da penitenciária, novos sistemas de alarme, iluminação e
videomonitoramento, a limpeza da vegetação do entorno e a preparação de
50 módulos habitáveis, com capacidades para 20 detentos cada, em um
total de mil vagas.
A matança foi uma vingança de uma facção de São Paulo pela morte de seus integrantes em presídio de ManausFoto: NACHO DOCE / REUTERS
.
Os 78 agentes da força-tarefa que participam da operação em
Alcaçuz chegaram ao estado na noite de quarta-feira. Eles vêm de
outros estados e possuem treinamento especial para atuação em casos
específicos como rebeliões, controle da população carcerária e
intervenção em unidades prisionais. A força-tarefa também vai ajudar o
governo do estado a dar um diagnóstico e propor soluções para Alcaçuz e
todas as outras unidades prisionais do estado.
Ontem, o governo do Rio Grande do Norte solicitou ao governo
federal a prorrogação dos trabalhos da Forças Armadas no Estado por
mais 10 dias. O Ministério da Defesa havia autorizado a Operação
Potiguar II - de reforço no patrulhamento das ruas - por um período de
10 dias. Esse prazo vence na próxima segunda-feira.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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