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domingo, 12 de agosto de 2018

Bolsonaro é o 'moleque sabido' que ajudou na captura de Lamarca?

[só batem, só tentam desvalorizar, os que estão no topo.
o guerrilheiro e traidor Lamarca foi abatido em 1971 e Bolsonaro formou-se na Aman em 1977, com 22 anos;

quando  o traidor foi abatido por força comandada pelo general Cerqueira,  Bolsonaro tinha entre 15 a 16 anos; nem um petista - categoria que se destaca pela falta de inteligência, bom senso e noção - iria afirmar ter participado com aquela idade da operação abate Lamarca.] 

Candidato repete que participou de busca à lider esquerdista, mas se aproveita de mito da caserna para avolumar -  enganosamente - a própria biografia

Na história da repressão a grupos guerrilheiros nos anos 1970, militares do serviço de inteligência atribuem ao que chamam de “moleque sabido” uma informação essencial na investigação sobre Carlos Lamarca, capitão do Exército que desertou para se tornar líder de grupos armados de resistência à ditadura militar. O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, tenta acoplar à sua biografia conservadora uma suposta participação na busca a Carlos Lamarca, quando o guerrilheiro passou em 1970 pelo Vale do Ribeira, no interior de São Paulo, em fuga de tropas do Exército que o perseguiam. [foi nessa fuga que o  desertor e traidor Lamarca - com a covardia característica de todos os terroristas e assassinos que conspiravam contra o Brasil - assassinou covardemente o tenende Mendes da PM-SP.]  Seria Bolsonaro o “moleque sabido” ou o candidato tenta se apropriar de episódio mítico entre os militares para avolumar a própria biografia? [obviamente que Bolsonaro jamais incorreria em tão elementar e inequívoca contradição - nem o mais estúpido dos petistas seria capaz de tanta falta de noção.
Óbvio que a ascensão de Bolsonaro desperta em seus adversários o incontrolável desejo de tentar desmoralizá-lo e uma das táticas é semear a confusão.]

Quando Lamarca chegou a Eldorado, cidade em que Bolsonaro passou a infância, o hoje candidato a presidente tinha 15 anos recém-completados. Em entrevistas, como a concedida há duas semanas ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Bolsonaro repete que ainda “moleque” ajudou na “caça ao Lamarca” porque conhecia as matas na região de Eldorado. Propositadamente, Bolsonaro mistura dois episódios distintos para colocar-se no centro de fatos relevantes para a história? São episódios que aconteceram com um ano e quatro meses de diferença e em dois locais distantes entre si por 210 km. 

Época teve acesso a arquivos de um velho militar - por sinal, eleitor de Bolsonaro - que serviram de base para os relatos detalhados da perseguição das Forças Armadas ao capitão desertor. O mais famoso desses relatos é o projeto Orvil (livro de trás para diante). A inciativa reuniu documentos e depoimentos de oficiais das Forças Armadas que buscavam rebater as informações publicadas no livro “Brasil: Nunca Mais”, obra de 1985 em que defensores dos direitos humanos reconstruíram torturas e assassinatos ocorridos nos porões da ditadura militar. Em mais de 300 páginas, “Brasil: Nunca Mais” era uma narrativa devastadora da rotina de torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados de presos políticos. [o livro Brasil Nunca Mais é o mais completo amontoado de mentiras - são tão gritantes as contradições do mentiroso livro, que com o advento da internet e outros recursos, o BNM foi para o arquivo;
enquanto, para ficar só em um exemplo, o livro A VERDADE SUFOCADA, do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, já alcança várias edições.]  O projeto Orvil buscou contar a história dezenas de militares assassinados pelos grupos esquerdistas, usando para tal arquivos e depoimentos de integrantes da repressão. 

São esses arquivos militares que mostram que Bolsonaro mistura histórias diferentes para enobrecer seu passado. 
1 – A história do “moleque sabido” de Itapecerica
Em janeiro de 1969, o assalto a unidades militares para o roubo de armas era a principal preocupação do alto comando do Exército. Aquela época, duas irmãs viviam em um sítio de Itapecerica da Serra, município da Grande São Paulo. Cada qual vivia com sua família em dois trechos dos terrenos. Os documentos dos agentes da repressão preservam seus nomes chamando-as apenas de “irmã da frente” e “irmã de trás”, em referência ao ponto do sítio em que cada casa se localizava em relação à rua de acesso. Um dos filhos da “irmã da frente” começou a ser impedido de circular livremente por todo o terreno. Como insistia em andar para todos os lados, recebeu safanões de homens que estavam trabalhando nas redondezas da casa de trás. O garoto reclamou com a mãe. Esta não se dava com o cunhado - velho militante esquerdista - e decidiu fazer uma queixa na delegacia de polícia de Itapecerica. Questionada se havia motivos para que o filho tivesse sua circulação restrita, ela mencionou que vira homens pintando de verde um caminhão, dando a ele aparência de veículo militar. 

A informação despertou a curiosidade do delegado. Às 13h do dia 23 de janeiro de 1969, policiais localizaram cinco homens nos arredores do sítio. Quatro foram presos. Um conseguiu fugir. Os presos foram então enviados à Segunda Companhia de Polícia do Exército. Apresentaram uma versão para a pintura do caminhão considerada aceitável: eram contrabandistas que precisavam falsificar o caminhão militar para distribuir mercadorias.  O major que comandou o interrogatório achou a história perfeita demais. Imaginou que subversivos poderiam tê-la criado. Mandou então um destacamento vasculhar a região do sítio em Itapecerica. A chegada dos blindados de reconhecimento M-8 logo se tornou uma festa para as crianças de Itapecerica. Nenhum suspeito foi nem sequer avistado. O capitão que comandava o pelotão começou a perguntar para as crianças sobre estranhos que rondavam o local. Assim descreveu o diálogo que manteve com um garoto de “não mais de 10 anos”, a quem chamou de “moleque sabido”: 

“ -  E como o pessoal chega até o sítio?
   - Eles vêm de carro até aquelas árvores lá embaixo, onde deixam o carro e sobem a pé.
   - E qual o carro de que se utilizam?
    - É um Fusca cinza, quase novo, mas que tem os dois pneus de trás completamente carecas.
      - Oi, moleque sabido. Só faltava você ter anotado a chapa desse carro para ser um verdadeiro policial.
    - E anotei.
     - Puxa! Então vá até sua casa e traga essa anotação para mim, porque é muito importante.
       - Não. Anotei aqui [apontou para a própria fronte]. A placa é 30-81-45".
 
Não há comprovação da existência do “moleque sabido”. Mas os militares de inteligência contaram que, às 18h30 do mesmo dia, um carro foi abandonado por “terroristas” no bairro de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. Para escapar de uma blitz, os “terroristas” fugiram a pé, deixando parte das armas no banco do carro: um Fusca cinza, placa 30-81-45, com dois pneus muito gastos. Dentro do carro, havia uma nota fiscal de uma Kombi verde, vendida a Carlos Lamarca. 

Na tarde do mesmo dia, Lamarca desertara do 4º Regimento de Infantaria, de Quitaúna (SP), levando 63 fuzis, dez metralhadoras e muita munição. Fugira acompanhado do sargento Darci Rodrigues, do cabo José Mariane e do soldado Carlos Roberto Zamirato. Todos haviam se tornado militantes da VPR, a Vanguarda Popular Revolucionária, então o principal grupo da luta armada em resistência ao regime. Usaram na fuga o Fusca Cinza, que depois seria trocado pela Kombi comprada por Lamarca. Assim, o “moleque sabido” teria dado a primeira trilha que levaria à captura de Lamarca, que só ocorreria em setembro de 1971. 

2 – O pequeno Bolsonaro sai à caça
Em maio de 1970 - um ano e quatro meses depois do episódio de Itapecerica - Lamarca estava em fuga pela região de Eldorado, a antiga Xiririca da Serra, onde morava a família de Jair Bolsonaro. Ele nascera em Campinas, mas se mudara muito criança para Eldorado. Em 8 de maio, Lamarca e sete guerrilheiros chegaram à cidade em uma Picape. Pararam num posto de gasolina. Foram abordados por policiais e reagiram a bala, conseguindo fugir. Os militares mandaram tropas de Sete Barras a Eldorado. 

Os soldados que se confrontaram com Lamarca e a VPR, vistos como heróis, passaram a receber visitas constantes do jovem Bolsonaro, a quem estimularam a entrar na carreira militar, conforme contou. Bolsonaro conta que estava na escola no momento em que as tropas do Exército localizaram os terroristas. Ele disse lembrar que os professores, amedrontados pelos tiros, esvaziaram as salas de aula e mandaram as crianças atravessar a praça rastejando para se proteger das balas. 

De acordo com os registros militares, para tal fato ter acontecido, Bolsonaro precisava ter estudado à noite. Mas Eldorado não oferecia aulas noturnas em 1970. O Exército registrou ter localizado os terroristas às 21h. Os integrantes da VPR estavam armados com fuzis FAL e se mostraram superiores no embate. Pegaram um tenente do Exército como refém e se embrenharam nas matas. Depois de caminharem um dia e meio, Lamarca e os companheiros decidiram matar o refém. Enterram-no numa pequena vala. Meses depois um dos militantes da VPR seria preciso e apontou o local da cova do tenente Alberto Mendes Júnior. [o tenente Mendes era oficial da Polícia Militar do Estado de São Paulo e da qual é herói e patrono, tendo sido promovido 'post mortem' a capitão.]

 O Exército mobilizou centenas de homens na busca de Lamarca nas matas nos arredores de Eldorado. Teria sido nesse momento que Bolsonaro teria ajudado os militares com seu conhecimento. Não há registro desse fato. De todo modo, se ajudou, fracassou. Lamarca escapou e só seria morto em 17 de setembro de 1971, um ano e quatro meses depois. O líder da VPR estava doente quando foram encontrados e mortos a tiros no município de Ipupiara (BA). Estavam exaustos e fracos à sombra de uma árvore. [Lamarca não estava doente e nem os vermes que o acompanhavam; estavam exaustos de tanto fugir das forças de segurança.]  Os militares asseguram que quem deu o tiro final em Lamarca foi o então major Nilton Cerqueira. Vinte e quatro anos depois, Cerqueira era general e secretário de Segurança do Estado do Rio, quando empreendeu esforços de dezenas de homens para recuperar uma morta e uma pistola roubada de Bolsonaro num assalto em julho de 1995. 


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Defensoria Pública da União, perde a noção e defende uso de drogas em quartéis – consumo de drogas em unidades militares aumentou mais de 400% após inicio governo do PT



Tráfico e uso de drogas em quartéis atingem auge nos últimos 12 anos
Recrutas de 18 anos são maioria; crescem apreensões de cocaína e crack.
Defensoria quer que STF descriminalize usuário das Forças Armadas.
Levantamento inédito realizado pelo Superior Tribunal Militar (STM) e obtido pelo G1 mostra que os casos de uso, tráfico e porte de drogas nas Forças Armadas aumentaram 337,5% nos últimos 12 anos.
“Vamos imaginar a figura de um sentinela armado de um fuzil, sob efeito de substância alucinógena, o perigo que este agente poderá causar.]

Imagine então, este militar fazendo a segurança de autoridades, como o presidente da República”

[A Defensoria Pública da União (que defende o absurdo da liberação do uso de drogas por  soldados armados  com armamento pesado de grande poder de fogo -  e que tem como porta-voz a doutora Tatiana Siqueira Lemos, defensora pública da União) deveria, também em nome da necessária igualdade de direitos (mesmo que o direito em questão seja o de cometer crimes) e dos princípios de proporcionalidade e razoabilidade divulgar o poder de fogo de um fuzil – uma das armas mais ‘leves’ que estarão ao dispor de soldados drogados.

Acima tem  um vídeo bem esclarecedor do estrago que um fuzil pode fazer e a DPU quer que tais armas fiquem acessíveis a militares drogados - e o fuzil FAL apesar do seu grande poder de fogo não é a arma mais poderosa a que um militar - drogado,  em serviço - pode ter acesso. Tem outras mais poderosas.]


Enquanto que, em 2002, foram registrados 64 processos em unidades militares, em 2014 foram registrados 280 casos, o maior número desde que a análise é feita. Desse total, 36% dos envolvidos no período analisado estavam trabalhando no momento do crime, e 20% deles estavam armados.

Em 2015, até o dia 3 de setembro, já haviam sido registradas 169 ações por posse, uso ou comércio de drogas dentro de unidades militares.

Riscos
Juízes e procuradores militares se dizem preocupados diante dos riscos da ligação de drogas com homens armados.
Em meio à discussão nos tribunais, a Defensoria Pública da União defende que, acompanhando o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de ação para deixar de penalizar o porte de drogas, haja também a descriminalização do usuário militar.

A Defensoria Pública atua na defesa de militares tanto no âmbito civil quanto no militar, que são esferas diferentes de jurisdição: ao contrário dos civis, que respondem por crimes previstos no Código Penal, os militares respondem a crimes previstos no Código Penal Militar, de 1969, e são julgados por uma tribunal independente, a Justiça Militar (leia mais abaixo).

O Supremo começou a discutir a questão, mas o julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas foi suspenso no STF em 10 de setembro, após três ministros votarem a favor de usuários poderem ter para uso pessoal certa quantidade de droga. Ainda não há data para o julgamento ser retomado.  "Os números que descobrimos nesta pesquisa são surpreendentes: nos mostram que o aumento médio anual chegou a 20% nos últimos anos, o que está nos preocupando", afirma o general Fernando Sérgio Galvão, ministro do STM, que coordenou a pesquisa. "Cerca de 95% dos flagrados são soldados temporários e recrutas [que prestam serviço obrigatório de um ano], solteiros, com ensino fundamental completo e na faixa dos 18, 19 anos. Uma garotada nova e imatura ainda", acrescenta o ministro.


Mas há exceções. Em duas situações recentes houve apreensões maiores, com flagrante de 150 e 32 pacotes/trouxinhas de cocaína. “Ficou na cara que não era para consumo próprio”, afirma o general.  Tanto o Ministério Público Militar quanto juízes do STM ouvidos pelo G1 dizem temer que, se o STF descriminalizar o usuário de drogas civil, haverá uma enxurrada de pedidos de advogados buscando a equiparação dos direitos para os militares. Do outro lado está a Defensoria, que busca que militares possuam os mesmos direitos previstos aos civis nesta questão.

Perfil dos envolvidos
Segundo o levantamento, 40% dos envolvidos são de unidades do Exército, e 17% dos casos foram registrados no Rio Grande do Sul – maior percentual entre estados. As regiões Sul e Sudeste tiveram, respectivamente, 34,5% e 34,9% das ocorrências.

A maconha é a droga mais comum, com 81,6% dos registros. Mas, nos últimos 5 anos, vem caindo, diante do aumento da presença da cocaína, quase 20% em 2013, e do crack, que atingiu 10% das apreensões em 2011. Na Marinha, a preocupação com o uso de drogas levou à criação de um programa de assistência e orientação – que, em 2014, tinha 75 pacientes.
Já no Exército, foi criado em janeiro deste ano um programa de prevenção à dependência química, que ainda está em fase de implantação em todas as unidades brasileiras.

Atividades militares
Procuradores e juízes militares defendem que, mesmo diante de uma decisão do STF pela liberação do porte de drogas,
deveria ser mantida a diferenciação de tratamento para militares.  "Essa possibilidade [dos militares usuários de drogas pedirem igualdade de direitos] existe sempre que há uma diferenciação no tratamento dos crimes entre o Código Penal e o Código Penal Militar. No caso, não há uma desigualdade de direito, mas uma diferença no tratamento em razão das especificidades das atividades militares", afirma o procurador-geral de Justiça Militar, Marcelo Weitzel.

Punições diferentes
Atualmente, as penas para militares e civis em crimes envolvendo drogas é bem diferente. O Código Penal Militar prevê pena de reclusão de até 5 anos, tanto para quem vende quanto para quem porta drogas para consumo pessoal.

Já a Lei de Drogas, de 2006, prevê uma advertência e a prestação de serviços à comunidade ou realização de curso educativo para os civis flagrados portando drogas para consumo próprio. “A questão, no meio militar, deve ser enquadrada com maior rigor. A posse de drogas, mesmo que em pequena quantidade, oferece risco à hierarquia e à disciplina militar, como também enorme risco a incolumidade física das pessoas", diz o procurador-geral Marcelo Weitzel.

Ele salienta que houve o registro de guardas armados de quartéis flagrados usando drogas. Para a ministra do STM Maria Elizabeth Rocha, a discussão inquieta, mesmo não cabendo igualdade de direitos.  “Em tese, se for descriminalizado o uso e a posse de drogas para os cidadãos brasileiros, isso não interferiria no contexto militar, pois somos regidos por uma lei especial. Mas fica a nossa preocupação de que sempre haverá pedido para que haja isonomia”, diz ela.

Para a ministra, não há como comparar o ato de fumar um cigarro de maconha no ambiente militar e no civil, entre amigos. “Imagine um controlador de tráfego aéreo que fumou maconha, o perigo que isso representa à aviação", afirma Elizabeth Rocha.
Bituca no bolso

O defensora pública Tatiana Siqueira Lemos defende militares acusados de porte de drogas tanto na Justiça Militar quanto no STF, a última instância de recurso. Ela tem buscando no Supremo a equiparação com os direitos previstos aos usuários civis na questão para os soldados. Até o momento, não conseguiu uma vitória. Tanto ela quando o Ministério Público Militar afirmam que o Supremo tem entendido que a lei militar prevalece para os quartéis e que não é possível aplicar o Código Penal, imposto aos cidadãos brasileiros, para os militares.

Um dos casos que a defensora diz ter ficado bastante "irritada" foi a condenação de um recruta de 18 anos que fumou um cigarro de maconha na rua e entrou no quartel com a bituca no bolso.  Segundo ela, a condenação do jovem, que ficará com a ficha criminal marcada, o prejudica para arrumar um emprego ao retornar à sociedade como civil. “A bituca no bolso não tinha a menor potencialidade de entorpecer. Ele simplesmente esqueceu de pôr no lixo e depois vai ter dificuldades pelo resto da vida, tendo sido punido por algo que o STF pode até dizer que não é crime”, afirma.  “Com certeza, se o STF mesmo disser que o porte de drogas não é crime, não há por que ser mais para os militares também. Vamos defender que, para todos, é necessária igualdade de direitos, alegando os princípios da proporcionalidade e razoabilidade da pena”, diz. [a forma mais justa de se resolver esta questão e melhor para os brasileiros é continuar proibido o uso, porte, posse, tráfico de drogas – tanto para militares quanto para civis, em qualquer local do território nacional; além da manutenção da proibição, as penas devem ser aumentadas, tanto para os traficantes quanto para os usuários  - tendo em conta o entendimento, não contestado, que não havendo usuário não haverá demanda, sendo consequência direta a redução do tráfico.
Sem usuário, não há consumo; sem consumo, não existe tráfico.]

Questionado sobre a expansão de seu voto aos militares, o ministro Gilmar Mendes, relator do processo no Supremo, respondeu ao G1, através da assessoria do STF, que a matéria tratada em seu voto se limita à constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas. "Desse modo, não há qualquer referência [na discussão no Supremo] ao porte de drogas para uso pessoal em ambiente sujeito à administração militar, pois a norma aplicada nesse caso é diferente – Código Penal Militar”, afirmou.

Revisão das leis
Em maio, o STM apresentou ao Congresso Nacional uma proposta de revisão do Código Penal Militar, tentando separar o usuário do traficante.

A ideia é que quem seja flagrado produzindo, empacotando ou vendendo drogas em quartéis tenha uma pena mais rigorosa – reclusão de 5 a 15 anos – e quem guarde ou transporte para consumo pessoal recebe pena de seis meses a dois anos de detenção. A proposta está em discussão em uma comissão na Câmara dos Deputados.  “Hoje, a lei militar é muito rigorosa para quem consome e tem uma pena mais branda para quem trafica dentro do quartel. Veja, que distorção imensa há: ele pode pegar 15 anos de prisão se for flagrado vendendo lá fora na esquina enquanto que, se for dentro da unidade, é de até 5 anos”, afirma a ministra do STM Elizabeth Rocha.

Fonte: G1