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terça-feira, 15 de maio de 2018

Ações armadas da esquerda mataram, no mínimo, 120 pessoas, sendo 59 delas civis e que estavam na hora errada e no lugar errado


Para militares, Estado combatia o terrorismoCalcula-se que ações armadas da esquerda mataram 120 pessoas, 59 delas civis.
Bancário, dona de casa, motorista de táxi, empresário, militares, incluindo um marinheiro britânico, um capitão americano e um major alemão.
A lista de mortos por militantes da esquerda armada durante o regime militar (1964-1985) é variada. Não existem estatísticas exatas, assim como não se tem números precisos dos esquerdistas mortos pelas forças governamentais. As vítimas da esquerda são tradicionalmente aceitas como sendo 120 pessoas mortas, das quais 61 são militares e policiais e 59, civis.

A lista mais completa das pessoas mortas pela esquerda armada está no site do grupo
TERNUMA - Terrorismo Nunca Mais
É um grupo obviamente engajado, como ele se define: "Um punhado de democratas civis e militares inconformados com a omissão das autoridades legais e indignados com a desfaçatez dos esquerdistas revanchistas".



A homenagem do site www.averdadesufocada.com a todas as 120 vítimas que mortas pelos terroristas no Brasil durante a luta armada.

É necessário incluir mais o soldado PMCE Waldemar Carneiro de Brito, há pouco assumido pela ALN

O nome do grupo foi criado em oposição às ONGs de nome "Tortura Nunca Mais", criadas para representar as vítimas da ditadura e atuar na área de direitos humanos. Com exceção de casos de "justiçamento" por "tribunais revolucionários" - o assassinato de pessoas consideradas traidoras -, a maior parte dos civis morreu por estar no lugar errado na hora errada, como perto da explosão de uma bomba.

A luta armada das organizações de esquerda envolveu tanto guerrilha rural como urbana. Mas foi nas cidades que ocorreu a maior parte das mortes, visto que foi nelas que a atuação dos militantes comunistas foi mais intensa e eficaz. A guerrilha na região do rio Araguaia foi facilmente debelada, com poucas mortes entre militares. Isso fica patente ao se constatar que morreram bem mais policiais, civis e militares, do que soldados das três forças. A lista inclui nove militares do Exército e nada menos que 24 oficiais, sargentos e soldados da PM de São Paulo, estado onde a guerrilha urbana foi mais intensa. "É necessário que todo guerrilheiro urbano tenha em mente que somente poderá sobreviver se está disposto a matar os policiais e todos aqueles dedicados à repressão, e se está verdadeiramente dedicado a expropriar a riqueza dos grandes capitalistas", escreveu Carlos Marighella, em seu "Manual do Guerrilheiro Urbano".

Marighella, ex-deputado pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro) cassado em 1947, fundou a ALN (Aliança Libertadora Nacional), que foi o mais forte dos grupos de guerrilha urbana. O ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Paulo Vannuchi, um dos criadores da Comissão da Verdade, foi militante da ALN.
Em junho de 1969 militantes da ALN incendiaram um carro de polícia em São Paulo, então comumente chamados de "rádio-patrulha", matando dois soldados, Guido Bone e Natalino Amaro Teixeira, para roubar armas.

 
GUERRA
Vítimas particularmente vulneráveis eram os sentinelas, parados à frente de quartéis e alvos fáceis de ataques surpresas. Três soldados da PM paulista morreram nessa situação -Naul José Montovani, Antônio Carlos Jeffery e Eduardo Custódio de Souza. O auge do conflito ocorreu entre 1968 e 1974. Tanto os militantes de esquerda como os policiais e militares chamam o confronto de "guerra". Isso cria polêmicas jurídicas. O "direito da guerra" costuma se referir à conflitos entre estados, regulando, por exemplo, o tratamento de prisioneiros. Em uma guerra "civil" ou de "insurgência" não existem regras precisas. Os esquerdistas se consideravam "guerrilheiros"; os policiais e militares os classificam como "terroristas".

Um dos atentados a bomba de maior impacto ocorreu em julho de 1966, bem antes do endurecimento do regime, depois da edição do Ato Institucional número 5 em 1968. Uma bomba no aeroporto de Guararapes, em Recife, matou o jornalista Edson Régis de Carvalho e o almirante reformado Nelson Gomes Fernandes; houve 14 feridos. O almirante foi o militar de maior patente morto pela esquerda, embora não fosse o alvo; o objetivo era matar o general Artur da Costa e Silva, que se tornaria o segundo presidente do regime militar.


Observação do site www.averdadesufocada.com : Infelizmente , não temos fotos de muitas das vítimas. Nas pesquisas que fazemos são raras as referências às ações terroristas. Algumas nos são enviadas por seus parentes.

Para financiar suas ações a esquerda armada costumava assalta bancos. Osíris Motta Marcondes, gerente do Banco Mercantil, foi morto em 1967 durante assalto em São Paulo. Em 1969, no Rio, tombou outro gerente, José Santa Maria, do Banco de Crédito Real de Minas Gerais.

Disputando com Marighella o primeiro lugar no panteão da "guerrilha" -ou do "terror"- de esquerda está o ex-capitão do Exército Carlos Lamarca, [porco desertor e traidor, assassino frio e covarde e que felizmente foi abatido como um verme no sertão da Bahia, por tropas comandadas pelo general Nilton Cerqueira, em uma operação que os militares cogitaram denominar 'calabar'.] da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária). Em 1969 ele matou o guarda-civil Orlando Pinto da Silva com dois tiros, durante assalto ao Banco Itaú. No ano seguinte Lamarca também matou o policial federal Hélio de Carvalho Araújo com um tiro de revólver e ordenou a morte do tenente da PM paulista Alberto Mendes Júnior, a coronhadas.

Entre as vítimas estrangeiras está o marinheiro britânico David Cuthberg, que veio ao Rio com uma flotilha da Marinha Real como parte das comemorações dos 150 anos da independência do Brasil. Havia centenas de marinheiros, mas bastava um para servir de "exemplo". Ele e um amigo pegaram um táxi para visitar a cidade e foram metralhados. O amigo e o taxista sobreviveram.

15/04/71
O industrial Henning Albert Boilesen, que presidia a Ultragás, foi assassinado na manhã de 15 de abril de 1971 em São Paulo, pela ALN, com vários tiros nas costas. Dinamarquês naturalizado brasileiro, Boilesen era acusado de financiar a Oban, que combatia a guerrilha urbana.
01/07/68
O major do Exército alemão Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen fazia um curso na Escola de Comando e Estado Maior, no Rio. Foi executado por ter sido confundido com Gary Prado, comandante do destacamento que prendeu Che Guevara na Bolívia, que cursava a mesma escol. O tenente Alberto Mendes Junior comandava um destacamento da Polícia Militar que interceptou o grupo de guerrilheiros de Carlos Lamarca em Eldorado Paulista, no Vale do Ribeira. No conflito, Mendes se rendeu, e depois foi morto a coronhadas, para evitar tiros que revelassem a posição do grupo.



26/06/68
O soldado Mário Kozel Filho foi morto quando um militante da VPR jogou um caminhão-bomba contra o quartel-general do 2º Exército, no Ibirapuera, em São Paulo
12/10/68
Veterano do Vietnã, o capitão dos EUA Charles Rodney Chandler cursava sociologia em SP quando foi morto. Para a VPR, ele era um agente da CIA
que ensinava técnicas de tortura no Brasil, o que era falso.


A Verdade Sufocada


A caixinha de surpresas

O Brasil tem 144 milhões de eleitores. É a maior democracia de massas do mundo, devido ao voto direto, secreto e universal e às urnas eletrônicas, que garantem a lisura do pleito [???]

O imponderável do processo eleitoral é o voto direto, secreto e universal, ou seja, a vontade do eleitor. Quando a incerteza permanece a cinco meses das eleições, é um sintoma de que nossa democracia está viva, graças à possibilidade de alternância de poder. Se considerarmos a emenda constitucional da reeleição que possibilitou a renovação dos mandatos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o fato de o presidente Michel Temer não liderar a corrida eleitoral deste ano somente reafirma esse princípio basilar da democracia. Outro é o direito ao dissenso, ou seja, a oposição gozar de plena liberdade para exercer seu papel e disputar o poder.

No limite das regras do jogo, o impeachment foi um instrumento legítimo de a antiga oposição depor o governo por crime de responsabilidade. Foi o que aconteceu com a presidente Dilma Rousseff, afastada do poder com base no rito previsto constitucionalmente, sob a presidência insuspeita do ministro Ricardo Lewandowski, que comandou a sessão do Senado em nome do Supremo Tribunal Federal (STF). O PT pode espernear à vontade, mas Dilma foi deposta por incompetência no exercício do cargo (administrativa, econômica e política). Tanto que a narrativa do golpe é acompanhada do perdão aos aliados que a traíram. Com exceção de São Paulo, em todos os estados, nas disputas regionais, o PT já está se coligando aos “golpistas”. Pura ironia. Grosso modo, se imaginava que o governo Michel Temer, na medida em que pôs fim à recessão, jogou a inflação abaixo da meta e baixou os juros aos mais baixos de sua história pós Plano Real, manteria unidas as forças que apoiaram o impeachment, o que possibilitaria uma candidatura robusta dessa coalizão de forças, quiçá a dele próprio. 

Entretanto, não é o que acontece. Temer amarga os mesmos índices de popularidade a que a presidente Dilma Rousseff havia chegado quando seu governo rolou ladeira abaixo. Os motivos não são exatamente iguais no plano econômico, com exceção do desemprego, mas são os de sempre no plano das políticas públicas (segurança, educação, saúde, transportes, etc.) e os mesmos quanto à ética na política. O presidente da República foi arrastado para o olho do furacão da Lava-Jato desde a fatídica noite do encontro com Joesley Batista, dono da JBS, no Palácio do Jaburu, no ano passado.

Com Temer inviabilizado eleitoralmente, o candidato natural dessa coalizão seria o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que havia batido na trave nas eleições de 2014. Entretanto, o líder tucano também foi tragado pela Operação Lava-Jato, com outros caciques da legenda, arrastando consigo o prestígio de seu partido. O resultado é a desidratação da candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin, que não decolou até agora e perde capacidade de agregação de outras forças, ainda mais fora do poder. O sintoma mais grave dessa dificuldade é a coligação formada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em torno de sua candidatura, com a participação do Solidariedade, do PP e do PRB. Sem apoio dessas forças, Alckmin terá grandes dificuldades para chegar ao segundo turno.

Voto majoritário
Mesmo preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda goza de enorme prestígio. Mas sua popularidade já está contingenciada pela prisão; além disso, não pode ser candidato. A incógnita é saber se PT está se recuperando do isolamento e da derrota eleitoral de 2016. O cenário nos estados de Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte mostram que o PT pode sobreviver às urnas. Apesar da Lava-Jato, manteve sua base histórica graças à narrativa do golpe, à vitimização de Lula e à resiliência de sua militância, que beira o fanatismo messiânico. [por uma questão de respeito à verdade, a lógica e ao bom senso, preferimos somar os motivos destacados e apresentar o resultado: burrice dos que ainda acreditam no PT e no criminoso preso Lula.] O problema é que a manutenção da “candidatura” de Lula, mesmo inelegível, por causa da Lei da Ficha Limpa, pode ser uma armadilha: a transferência de voto para o seu substituto, provavelmente o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, não será uma operação fácil com seu padrinho político atrás das grades.


Voltamos, pois, ao imponderável. Sem Lula e sem uma candidatura robusta de centro, a eleição está polarizada em Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede), ambos sem tempo de televisão. Bolsonaro hoje estaria no segundo turno, tem forte articulação nas redes sociais e uma campanha de massas. Marina Silva, nas duas últimas eleições, mostrou notável resiliência, com pouco tempo de televisão, e pode chegar ao segundo turno. É nesse vácuo político que Ciro Gomes (PDT) e Álvaro Dias (Podemos) almejam chegar ao segundo turno, como candidatos à esquerda antiestablishment. À direita, é Bolsonaro. [Marina Silva não chegará a lugar nenhum; 
Ciro apenas adicionará mais ma marca no seu painel de derrotas;
 Álvaro Dias é o fracasso materializado em uma sigla que não combina com ele, que não pode e nem vai chegar a lugar nenhum = NÃO podemos.] 
 
O Brasil tem 144 milhões de eleitores. É a maior democracia de massas do mundo, devido ao voto direto, secreto e universal e às urnas eletrônicas, que garantem a lisura do pleito e a apuração do resultado no mesmo dia. Mas essas eleições foram contingenciadas por uma contrarreforma política, cujo objetivo foi salvar os mandatos de atual elite parlamentar. Esse objetivo pode ser alcançado nas eleições proporcionais, mas as pesquisas estão mostrando que nas majoritárias tudo pode ser diferente, principalmente para o Senado e a Presidência da República. No primeiro caso, porque as eleições ocorrem no primeiro turno; no segundo, porque o regime é presidencialista e a maioria dos eleitores ainda acredita que um presidente pode resolver tudo sozinho.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB

 

Lobby do carimbo

Cartórios pressionam contra projetos que buscam a melhora do ambiente de negócios

Há muito se cunhou a expressão “capitalismo cartorial” para caracterizar vícios dos arranjos econômicos do Brasil —em particular, as prebendas do Estado que permitem a grupos influentes obter ganhos vultosos sem preocupações com a competição no mercado. Os cartórios de fato ilustram à perfeição tais práticas, operando à sombra do poder público e do incomum cipoal burocrático do país.  Até a Constituição de 1988, seus titulares eram indicados por gestão política; depois veio a exigência de concurso —e resta considerável pressão para que se efetivem os apadrinhados remanescentes. Ainda hoje o posto é vitalício.

Alguns indicadores ajudam a dimensionar as recompensas proporcionadas por essas sinecuras. Em 2017, os quase 12 mil tabelionatos nacionais contabilizaram faturamento de R$ 14,65 bilhões, cifra que permanece estável desde 2015.  Dados das declarações do Imposto de Renda das pessoas físicas apontam o comando de cartórios na liderança das ocupações mais bem remuneradas, em média.  Dificilmente um setor com tais benesses se bateria por propostas modernizadoras. Não surpreende, pois, que tenha feito lobby contra o cadastro positivo de devedores e a duplicata eletrônica, dois projetos que buscam melhorar o ambiente de negócios do país.

No primeiro caso, propõe-se a inclusão automática de consumidores em um banco de dados de informações financeiras, de modo que bancos e outras instituições possam identificar os melhores clientes e competir por eles. No segundo, pretende-se instituir um registro digital obrigatório de títulos negociados entre empresas.  Ambos representam, em alguma medida, ameaça à renda dos cartórios —seja por reduzir a inadimplência e o número de papéis em protesto, seja por eliminar procedimentos tornados arcaicos pelo avanço da eletrônica.  Também em comum, os textos avançam aos trancos num Congresso altamente permeável aos interesses de minorias bem remuneradas e organizadas. Daí se tem uma ideia de como será árduo levar adiante uma agenda de eliminação de privilégios, redução da desigualdade e abertura econômica.


Editorial - Folha de São Paulo 

Punir procurador por criticar Temer é temeridade



[Procurador fala demais - tanto ele quanto o Dallagnol - desrespeitando a liturgia do cargo e merece(m) punição.

Tem que respeitar a dignidade do cargo e também o acusado.]

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decide nesta terça-feira se arquiva ou dá prosseguimento a um processo disciplinar contra o procurador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos Lima. Ele é acusado de indisciplina por ter reagido à insinuação de Michel Temer segundo a qual o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot recebera propina para denunciá-lo. “Temer foi leviano, inconsequente e calunioso…”, escreveu Carlos Fernando no Facebook

Sua manifestação causou arrepios em pessoas que se emocionam só de ouvir falar em liberdade de expressão. O sonho dessas pessoas é se verem livres da expressão alheia. Sobretudo a expressão crítica.  Nesta segunda-feira, véspera do pronunciamento do CNMP, 410 membros do Ministério Público e magistrados subscreveram um “Manifesto pela Liberdade de Expressão.” O texto sustenta que não está em jogo apenas a punição de um procurador, mas a liberdade de expressão de todo o Ministério Público. “Calar um membro do Ministério Público é impor uma mordaça a todos os seus integrantes”, anota o manifesto. “Silenciar a livre expressão do pensamento seja de quem for impede a evolução das ideias e contribui para sedimentação de vícios. A crítica franca e aberta é motor do progresso”.




A acusação de indisciplina nasceu de forma inusitada. Quem primeiro recorreu contra Carlos Fernando foi Lula. O pajé do PT abespinhara-se porque o procurador escrevera nas redes sociais que ele estava no topo de uma organização criminosa. A reclamação foi arquivada. [há de se considerar que uma manifestação de um réu condenado a mais de doze anos de prisão e réu em vários outros processos é a manifestação de um criminoso condenado - o que justifica o arquivamento de sua manifestação;

Quanto ao Temer ele é, pelo menos por enquanto, apenas acusado da prática de delitos.

Ele tem o direito de receber de todos, especialmente de um servidor público (um procurador é membro do Ministério Público e tem a obrigação de ser comedido ao expedir críticas, especialmente quando o criticado é o Presidente da República.)
Mesmo sendo membro do Ministério Público Carlos Fernando tem a obrigação de se portar de forma educada e compatível com a dignidade do cargo que ocupa e do9 cargo que o criticado também ocupa.] Considerou-se que o membro da força-tarefa de Curitiba apenas exercitara seu direito à livre manifestação do pensamento. A decisão incluiu uma recomendação para que Carlos Fernando se abstivesse de emitir “juízos de valor, por meio das redes sociais, e da esfera privada em relação a políticos ou partidos políticos investigados.''




Lula não gostou. Recorreu. No recurso, realçou que Carlos Fernando criticara também Michel Temer. E o corregedor do CNMP, Orlando Rochadel Moreira, decidiu desarquivar o processo. Fez isso não para rever a decisão sobre Lula, mas para julgar a indisciplina cometida pelo procurador ao criticar Temer. Quer dizer: escrever que Lula está no ápice de uma gangue é tolerável. Apontar leviandades de Temer merece enquadramento mais rigoroso. Reaberto, o processo foi à mesa do conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho. Por mal dos pecados, ele ocupa no CNMP a poltrona de representante do Senado, uma Casa apinhada de investigados.




Lula, o reclamente original, está preso em Curitiba. Foi condenado a 12 anos e 1 mês de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro. Temer, o ofendido secundário, já foi denunciado um par de vezes e tornou-se protagonista de dois inquéritos por suspeita de corrupção. Num, apura-se a acusação de que recebeu propinas de empresas portuárias. Noutro, investiga-se que fim levou o repasse de R$ 10 milhões feito pelo departamento de propinas da Odebrecht para Temer e seu grupo político, depois de um jantar oferecido a Marcelo Odebrecht no Palácio do Jaburu.




Contra esse pano de fundo, punir por indisciplina um procurador que enxerga a liberdade de expressão como direito, não como uma concessão das autoridades, seria um retrocesso. Fazer isso num processo em que Carlos Fernando é acusado de reagir a uma leviandade de Temer seria uma temeridade (com trocadilho, por favor). Procurador não é juiz, que, em tese, só fala nos autos. Em grande medida, o sucesso da Lava Jato se deve à capacidade dos procuradores de se comunicar com a sociedade. O julgamento desta terça no CNMP interessa a todos os brasileiros que julgam ter direito a um Estado moralmente sustentável. Um Estado onde a liberdade de expressão não seja um monopólio daqueles que têm dificuldade de se exprimir na hora em que são chamados a explicar o envolvimento nos crimes do poder.

Blog do Josias de Souza