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48 horas foram as mais tensas da presidente, que convocou duas reuniões de
emergência para discutir os impactos da delação premiada de Delcídio do Amaral divulgada por IstoÉ
As últimas 48 horas foram as mais dramáticas
para a presidente Dilma Rousseff desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2011.
Consternada com as revelações do senador Delcídio do Amaral à força-tarefa da
Lava Jato, divulgadas com exclusividade por ISTOÉ, Dilma
demonstrou ter acusado o golpe.
Em duas reuniões emergenciais com
auxiliares, a presidente gritou, xingou e desferiu
ameaças em alto e bom som. Ela, afinal, não esperava que o quadro se
deteriorasse tão rapidamente depois da reportagem publicada por ISTOÉ. Na manhã desta sexta-feira 4, a presidente convocou uma nova reunião com auxiliares.
Desta vez, além dos quatro participantes
do encontro da quinta-feira, estavam presentes Edinho Silva, da Secom, e
Wellington César, novo ministro da Justiça. As
conversas foram novamente tensas e Dilma parecia mais abatida do que nunca. Foi
Giles Azevedo, o assessor especial da presidente, quem resumiu o estado de
espírito de Dilma e do alto escalão do governo. “Estamos
perdidos”, declarou.
Na manhã
da quinta-feira 3, pouco depois de ISTOÉ
ir às bancas, a presidente convocou quatro de seus
principais auxiliares para uma reunião de emergência no gabinete presidencial,
que fica no terceiro andar do Planalto. Estavam na sala, além de Dilma, os
ministros Jaques Wagner (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da
União) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), além do assessor especial da
Presidência, Giles Azevedo.
Consternada,
Dilma leu a reportagem da ISTOÉ e
comentou cada um dos pontos que faziam referência a ela e a Lula. Ao ler a citação em que Delcídio diz que conversou com a
presidente em uma caminhada nos jardins do Palácio da Alvorada, Dilma gritou:
“Isso não existiu! Não existiu! Não tenho
intimidade para passear com ele no jardim”.
Agitada,
andando de um lado para o outro e batendo as mãos sobre a mesa, Dilma chamou
Delcídio de mentiroso e classificou o vazamento da delação do senador como “um crime”. O
ponto alto do chilique presidencial foi quando usou um palavrão (f.d.p.) para se
referir a seu ex-aliado.
A tensa reunião precisou ser
interrompida por conta de um compromisso agendado há semanas: Dilma, com o semblante
carrancudo, deixou o encontro por um breve período para se encontrar com
atletas olímpicas da ginástica artística. Impaciente,
dispensou as ginastas, voltou ao gabinete e reiniciou as discussões a
respeito da reportagem da ISTOÉ. No
final da conversa, numa mistura de pânico e choque, Dilma
chorou.
Fonte: Isto É
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