A luta política que assistimos nesses dias não tem paralelo no passado
recente.
Os militantes pró e contra o impeachment começam a se enfrentar
nas ruas. Essa atitude tem ingredientes para transformar-se em escalada
de violência. As campanhas pelas Diretas Já e pelo impeachment de
Fernando Collor não viveram tais circunstâncias. Ambos eram,
praticamente, um consenso nacional. Nem os militares, naquela altura da
ditadura, nem Collor tinham poder de mobilização. Hoje, por mais que o
PT e seu principal dirigente, Lula, estejam na lama, ambos ainda têm
algum poder de fogo. No caso de um impeachment, a comparação que se
poder fazer é com o de Collor. Esse não tinha partido, não tinha
militantes, nem organizações sindicais e sociais dispostos a defendê-lo.
A campanha pelo impeachment da presidente Dilma ocorre em outro
contexto. Independente do desfecho, há sinais concretos que haverá
enfrentamento. O PT, por mais fragilizado que esteja, não vai se
conformar em ser varrido do poder. [mas será; se não radicalizar, aceitar a decisão de ser expulso do poder em decisão amparada na Constituição, o 'partido dos trouxas' poderá sobreviver entre os últimos.
Se radicalizar, simplesmente será varrido - não só do poder, mas também do rol das agremiações partidárias, mie, por sinal, ele não merece pertencer.] Lula também não aceitará,
passivamente, sair desse processo como corrupto. [Lula sairá desse processo e também perderá sua liberdade - o cárcere o espera. Claro que resta ao Lula e a própria Dilma optarem em seguir o exemplo de Getúlio.] Suas manifestações
recentes apontam nessa direção. O PSDB, e demais partidos da oposição,
também mostram essa disposição.
Entidades como a CUT e o MST, associadas
a outros movimentos sociais, devem entrar em campo. As organizações que
tem mobilizado as ruas pelo impeachment, também adotam uma atitude de
enfrentamento. A oposição está sendo empurrada. Seus dirigentes precisam
endurecer, temendo que percam espaço à direita, para personalidades
como Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado. [um dos dois será o presidente do Brasil eleito em 2018 e, dependendo das composições partidárias, o outro será o vice.] Além disso, essa tendência pode
facilmente ser constatada pelos que acompanham ou tomam conhecimento da
fúria que tomou conta das redes sociais. Políticos que presenciam a
história desde os anos 50, afirmam que só se pode comparar esses dias
com o período que antecedeu e precedeu o suicídio do Getúlio Vargas
(1954). O pau quebrou. Na esteira desse ambiente conflagrado, parcela
importante dos defensores do impeachment rejeita os partidos
tradicionais. Ela tem resistido a ser engolida pela oposição e já elegeu
seu líder, o juiz Sérgio Moro. A corrupção, mais uma vez, move as
forças políticas. Mas essa história ainda será escrita e sempre haverá
duas versões. Vai valer a de quem ganhar. [que não será nem os porcos da esquerda - o que inclui o 'Nosso guia e o PT.]
Fonte: Panorama Político - Ilimar Franco
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