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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx) relata como o ensino de militares precisou continuar na pandemia

Ante à impossibilidade de parar, chefe do Departamento de Educação e Cultura relata como o Exército se preparou para formar quadros

No Exército, a preocupação e os desafios não foram diferentes: como manter uma máquina educacional funcionando e formando jovens e militares de carreira sem que a qualidade ficasse comprometida. Nesta entrevista ao Correio, o chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, salienta que, em todo o tempo, a máquina se manteve funcionando para que as soluções fossem encontradas –– mesmo porque, a Arma tem um compromisso permanente com a defesa do país e, portanto, não tem como interromper as atividades. “No que consiste às orientações do comandante do Exército, posso dizer que foram simples: preservar a família militar e manter a operacionalidade”, observa o general.

Para o chefe do DECEx, entre as adaptações realizadas, uma teve especial sucesso: a conjugação entre o ensino presencial e o virtual. O general, aliás, coloca-se à disposição para debater, com educadores e as redes de ensino privada e pública, o sucesso da experiência dos colégios militares durante a pandemia.

O tema do momento é a vacinação contra a covid-19. Há alguma previsão para quando a imunização será feita com os militares?
Isso fará parte de uma diretriz nacional, que vai ser encampada pelo Ministério da Saúde. Seguramente, temos um centro de operação de saúde do Exército que trabalhou o tempo todo, foi montado pelo comandante do Exército (Edson Pujol) para atender a todas as medidas sanitárias, orientar para dentro da Força. À semelhança do que tem acontecido com as outras vacinas, haverá prioridade para os profissionais da área de saúde, pessoas idosas, com comorbidades e pessoas que não podem parar. Seguiremos o faseamento determinado pelo ministério.

Mas, essa vacina será obrigatória ou ficará a critério de cada um?
Vai depender da interpretação da lei. Hoje, a vacina não é obrigatória, mas temos algumas que constam como regularmente aplicadas a todos aqueles que incorporam. Outras não –– vai depender da interpretação. Mas, aqui é diferente, pois cumprimos ordens. Quando o camarada entra na escola militar, e se tem um programa de vacinação, vamos vacinar todo mundo. O cara está constantemente em risco, é diferente. Quando se entra para a junta militar, há o cuidado e, a depender da missão, toma-se uma bateria de vacinas. Quando fui para o Haiti, por exemplo, tomei sete vacinas no mesmo dia.

Nada muda?
Absolutamente nada, porque o serviço continua e é essencial. Uma coisa tenho certeza: o ano que vem será melhor do que este ano. Porque já temos a expertise. Se conseguimos não parar neste ano, no ano que vem é que não iremos parar mesmo. Temos todas as condições, convicções de que o sistema tem plena condição de funcionar em segurança. Ainda mais com as vacinas que virão. E elas virão, é uma questão de decisão. E, nós estamos totalmente fora de qualquer contexto de discussão política.

Quais os principais esquemas montados para garantir a continuidade das escolas de formação durante a pandemia?
O sistema de educação e cultura do Exército é complexo. Envolve uma educação customizada, profissional, voltada para a formação de quadros, além de uma parte assistencial, dos colégios militares. A maior parte é voltada para proporcionar a formação, qualificação necessária para que os camaradas desenvolvam as habilidades e preencham os quadros, o que está diretamente envolvido com a operacionalidade da Força. Neste ano, temos cerca de 42 mil alunos passando pelo sistema, sendo 39 mil presenciais. Quando a pandemia chegou, o alto comando recebeu orientações do comandante do Exército e diretrizes também do ministro da Defesa (Fernando Azevedo e Silva). No que consiste às orientações do comandante do Exército, posso dizer que foram simples: preservar a família militar e manter a operacionalidade. Dentro da operacionalidade da Força, temos um compromisso em continuar formando, já que somos uma atividade essencial. Esse é o caso das academias militares, escolas de formação de sargentos, curso de formação de oficiais médicos, por exemplo. Todo esse pessoal, já do quadro militar, estava sujeito, em caso de necessidade, a ser utilizado. Desde o começo, a nossa intenção — de acordo com as diretrizes do comandante do Exército e que virou uma diretriz minha para o sistema — era a de não parar, tomar as medidas sanitárias para que a gente pudesse permitir prosseguimento das atividades.

Quais foram as principais preocupações?
Me preocupava especialmente com os cerca de 4,5 mil militares que estavam no sistema de internato. Esse pessoal não parou. Tivemos uma série de adaptações, flexibilizações e um acompanhamento sanitário muito acirrado. As pessoas tiveram muita responsabilidade, os alunos tiveram muita compreensão. No momento inicial, em março, optamos por mantê-los mais reclusos para protegê-los. Isso nos permitiu até mesmo um adiantamento de conteúdos presenciais, em acordo com os alunos. A residência do interno é a escola. Por esses fatores, e também porque tínhamos problemas com transportes, ele passou praticamente dois meses internado.
Depois disso, começamos a fazer saídas restritas para que os internos pudessem visitar familiares, fazer compras básicas. Permitimos saídas controladas e cuidando, monitorando muito acirradamente. Foi preciso mudar procedimentos. No primeiro semestre, diminuímos as atividades de campo mais intensas, conseguimos fazer tudo com cuidado. E, à medida que a pandemia foi passando, fomos alterando medidas e flexibilizando de local para local. Desta forma, no segundo semestre, começamos a ver que dava para fazer as atividades mais intensas. Essa experiência de preparo foi uma experiência exitosa e apresentá-la à sociedade é uma forma de mostrar que é possível manter atividade de educação presencial com cuidado.

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA


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