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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx) relata como o ensino de militares precisou continuar na pandemia

Ante à impossibilidade de parar, chefe do Departamento de Educação e Cultura relata como o Exército se preparou para formar quadros

No Exército, a preocupação e os desafios não foram diferentes: como manter uma máquina educacional funcionando e formando jovens e militares de carreira sem que a qualidade ficasse comprometida. Nesta entrevista ao Correio, o chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, salienta que, em todo o tempo, a máquina se manteve funcionando para que as soluções fossem encontradas –– mesmo porque, a Arma tem um compromisso permanente com a defesa do país e, portanto, não tem como interromper as atividades. “No que consiste às orientações do comandante do Exército, posso dizer que foram simples: preservar a família militar e manter a operacionalidade”, observa o general.

Para o chefe do DECEx, entre as adaptações realizadas, uma teve especial sucesso: a conjugação entre o ensino presencial e o virtual. O general, aliás, coloca-se à disposição para debater, com educadores e as redes de ensino privada e pública, o sucesso da experiência dos colégios militares durante a pandemia.

O tema do momento é a vacinação contra a covid-19. Há alguma previsão para quando a imunização será feita com os militares?
Isso fará parte de uma diretriz nacional, que vai ser encampada pelo Ministério da Saúde. Seguramente, temos um centro de operação de saúde do Exército que trabalhou o tempo todo, foi montado pelo comandante do Exército (Edson Pujol) para atender a todas as medidas sanitárias, orientar para dentro da Força. À semelhança do que tem acontecido com as outras vacinas, haverá prioridade para os profissionais da área de saúde, pessoas idosas, com comorbidades e pessoas que não podem parar. Seguiremos o faseamento determinado pelo ministério.

Mas, essa vacina será obrigatória ou ficará a critério de cada um?
Vai depender da interpretação da lei. Hoje, a vacina não é obrigatória, mas temos algumas que constam como regularmente aplicadas a todos aqueles que incorporam. Outras não –– vai depender da interpretação. Mas, aqui é diferente, pois cumprimos ordens. Quando o camarada entra na escola militar, e se tem um programa de vacinação, vamos vacinar todo mundo. O cara está constantemente em risco, é diferente. Quando se entra para a junta militar, há o cuidado e, a depender da missão, toma-se uma bateria de vacinas. Quando fui para o Haiti, por exemplo, tomei sete vacinas no mesmo dia.

Nada muda?
Absolutamente nada, porque o serviço continua e é essencial. Uma coisa tenho certeza: o ano que vem será melhor do que este ano. Porque já temos a expertise. Se conseguimos não parar neste ano, no ano que vem é que não iremos parar mesmo. Temos todas as condições, convicções de que o sistema tem plena condição de funcionar em segurança. Ainda mais com as vacinas que virão. E elas virão, é uma questão de decisão. E, nós estamos totalmente fora de qualquer contexto de discussão política.

Quais os principais esquemas montados para garantir a continuidade das escolas de formação durante a pandemia?
O sistema de educação e cultura do Exército é complexo. Envolve uma educação customizada, profissional, voltada para a formação de quadros, além de uma parte assistencial, dos colégios militares. A maior parte é voltada para proporcionar a formação, qualificação necessária para que os camaradas desenvolvam as habilidades e preencham os quadros, o que está diretamente envolvido com a operacionalidade da Força. Neste ano, temos cerca de 42 mil alunos passando pelo sistema, sendo 39 mil presenciais. Quando a pandemia chegou, o alto comando recebeu orientações do comandante do Exército e diretrizes também do ministro da Defesa (Fernando Azevedo e Silva). No que consiste às orientações do comandante do Exército, posso dizer que foram simples: preservar a família militar e manter a operacionalidade. Dentro da operacionalidade da Força, temos um compromisso em continuar formando, já que somos uma atividade essencial. Esse é o caso das academias militares, escolas de formação de sargentos, curso de formação de oficiais médicos, por exemplo. Todo esse pessoal, já do quadro militar, estava sujeito, em caso de necessidade, a ser utilizado. Desde o começo, a nossa intenção — de acordo com as diretrizes do comandante do Exército e que virou uma diretriz minha para o sistema — era a de não parar, tomar as medidas sanitárias para que a gente pudesse permitir prosseguimento das atividades.

Quais foram as principais preocupações?
Me preocupava especialmente com os cerca de 4,5 mil militares que estavam no sistema de internato. Esse pessoal não parou. Tivemos uma série de adaptações, flexibilizações e um acompanhamento sanitário muito acirrado. As pessoas tiveram muita responsabilidade, os alunos tiveram muita compreensão. No momento inicial, em março, optamos por mantê-los mais reclusos para protegê-los. Isso nos permitiu até mesmo um adiantamento de conteúdos presenciais, em acordo com os alunos. A residência do interno é a escola. Por esses fatores, e também porque tínhamos problemas com transportes, ele passou praticamente dois meses internado.
Depois disso, começamos a fazer saídas restritas para que os internos pudessem visitar familiares, fazer compras básicas. Permitimos saídas controladas e cuidando, monitorando muito acirradamente. Foi preciso mudar procedimentos. No primeiro semestre, diminuímos as atividades de campo mais intensas, conseguimos fazer tudo com cuidado. E, à medida que a pandemia foi passando, fomos alterando medidas e flexibilizando de local para local. Desta forma, no segundo semestre, começamos a ver que dava para fazer as atividades mais intensas. Essa experiência de preparo foi uma experiência exitosa e apresentá-la à sociedade é uma forma de mostrar que é possível manter atividade de educação presencial com cuidado.

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA


domingo, 17 de fevereiro de 2019

USP volta atrás e confirma matrícula de alunos de colégios militares aprovados via Sisu



Tomada na última quinta-feira, decisão de cancelar matrículas mobilizou Comando do Exército e Ministério da Educação

Em nota, a USP comunicou que, "face às afirmações que se tornaram públicas e para garantir a lisura de seu processo de matrícula, todos os candidatos aprovados oriundos de colégios militares, vinculados e mantidos efetivamente pelas Forças Armadas, que se inscreveram no vestibular optando pela ação afirmativa para egressos de escolas públicas, tiveram a sua matrícula aceita, uma vez que atendem plenamente ao regramento estabelecido para o concurso vestibular 2019". 

A Universidade explicou ainda que este ano decidiu analisar "caso a caso" as matrículas relativas a este público em virtude de questionamentos recebidos pela Comissão de Acompanhamento do Vestibular da instituição. Segundo a nota, havia informações que davam conta da existência de instituições denominadas militares, mas que, na verdade, seriam administradas por entidades privadas e mantidas por mensalidades. "Por essa razão, os candidatos aprovados no vestibular, oriundos de escolas militares, tiveram a sua matrícula analisada caso a caso. Os poucos casos de indeferimento de matrícula estão em análise, em função de recursos apresentados", diz a USP no comunicado. Quando da publicação da reportagem semana passada, a Pró-Reitoria de Graduação da USP havia alegado que as 12 escolas mantidas pelo Exército não se enquadrariam no sistema de cotas por serem mantidas por contribuições e quotas mensais pagas por pais de alunos. [a 'universidade' dos cotistas tentou o golpe de não aceitar, se colasse, tudo bem... não colou, volta atrás.
Esse pessoal precisa ter presente que nos tempos da corja lulopetista, quem não sabia como justificar o que havia dito, simplesmente, falava em afirmação, diversidade, inclusão  e ganhava a causa.
Agora mudou: mentir e tentar confirmar a mentira alegando política de inclusão, diversidade ou qualquer outra afirmação dentro do maldito politicamente correto, não funciona mais. ]

Na reunião fechada no campus que se estendeu ao longo da tarde da quinta, um representante do Comando do Sudeste, sediado em São Paulo, tentou convencer dirigentes da universidade a reverter a decisão, que afeta mais de 20 alunos, nas contas do Exército, ou dez, na estimativa da USP. O governador de São Paulo, João Doria, foi acionado pelo Comando Militar do Sudeste, pois a universidade é mantida pelo Estado. Ao mesmo tempo, os militares telefonaram para Brasília. Uma operação foi deflagrada à noite na capital federal pelos militares. O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, também foi chamado e entrou para interferir a favor dos alunos. 

Matrícula
Na quinta-feira, a universidade enviou e-mail aos estudantes para informar sobre o cancelamento da matrícula dos aprovados no concurso de acesso da instituição por meio das cotas de escolas públicas. Numa mensagem obtida pela reportagem, a universidade informa a um aluno aprovado no curso de Medicina que cancelou sua matrícula para não “burlar” a “finalidade das políticas de inclusão”. 

O texto foi elaborado pela Comissão para o Monitoramento Operacional do Processo de Ingresso. O pró-reitor de Graduação, Edmund Chada Baracat, assinou a mensagem. Procurada na ocasião, a direção da Universidade de São Paulo afirmou que o caso dos alunos ainda estava sob avaliação. Ainda durante a reunião, o representante do Exército lembrou que, em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que os colégios militares são escolas do ensino oficial. Um documento preparado pela direção do Comando do Sudeste citou que o plenário do Supremo julgou, por unanimidade, improcedente uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5082 contra a cobrança de contribuição obrigatória nos colégios militares. 

O Estado de S. Paulo

USP veta estudantes de colégios militares e inicia disputa com o Exército

Comando Militar vê retaliação a governo Bolsonaro na decisão; USP alega que escolas não se enquadram no sistema de cotas

Uma decisão da Universidade de São Paulo (USP) de cancelar matrículas de estudantes de colégios militares aprovados no vestibular por meio do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) mobilizou, na tarde de ontem, o Comando do Exército e o Ministério da Educação. A corporação identificou na medida da universidade uma retaliação ao governo Jair Bolsonaro.

A Pró-Reitoria de Graduação da universidade alegou que as 12 escolas mantidas pelo Exército não se enquadrariam no sistema de cotas por serem mantidas por contribuições e quotas mensais pagas por pais de alunos.  Numa reunião fechada no campus que se estendeu ao longo da tarde de ontem, um representante do Comando do Sudeste, sediado em São Paulo, tentou convencer dirigentes da universidade a reverter a decisão, que afeta mais de 20 alunos, nas contas do Exército, ou dez, na estimativa da USP. Ele saiu de lá apenas com a promessa de que o caso seria analisado, sem previsão de prazo, relataram militares envolvidos na questão. O ato foi interpretado pela corporação como um “ataque político” para atingir o governo Jair Bolsonaro.

O governador de São Paulo, João Doria, foi acionado pelo Comando Militar do Sudeste, pois a universidade é mantida pelo Estado. Ao mesmo tempo, os militares telefonaram para Brasília. Uma operação foi deflagrada à noite na capital federal pelos militares. O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, foi acionado e entrou para interferir a favor dos alunos.

Matrícula
Na quinta-feira 14, a universidade enviou e-mail aos estudantes para informar sobre o cancelamento da matrícula dos aprovados no concurso de acesso da instituição por meio das cotas de escolas públicas. Numa mensagem obtida pela reportagem, a universidade informa a um aluno aprovado no curso de Medicina que cancelou sua matrícula para não “burlar” a “finalidade das políticas de inclusão”.

O texto foi elaborado pela Comissão para o Monitoramento Operacional do Processo de Ingresso. O pró-reitor de Graduação, Edmund Chada Baracat, assinou a mensagem.  Procurada, a direção da Universidade de São Paulo afirmou que o caso dos alunos ainda está sob avaliação. Pegos de surpresa, os estudantes temem que o tempo de análise dado pela universidade se estenda pela semana, o que os impediria de fazer a matrícula prevista para segunda-feira. Uma parte dos alunos entrou em contato com as diretorias dos colégios para reclamar que tinham deixado de fazer matrículas em outras universidades em que foram aprovados.

Supremo
Ainda durante a reunião de ontem ocorrida no campus, o representante do Exército lembrou que, em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que os colégios militares são escolas do ensino oficial. Um documento preparado pela direção do Comando do Sudeste citou que o plenário do Supremo julgou, por unanimidade, improcedente uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5082 contra a cobrança de contribuição obrigatória nos colégios militares.

O relator, ministro Edson Fachin, considerou que essas contribuições não configuram ofensa à regra constitucional da gratuidade do ensino e ratificou as escolas mantidas pelo Exército como estabelecimentos do ensino oficial. Os militares afirmam que trata-se de uma atitude inédita no País, pois o Exército nunca encontrou barreira semelhante por parte de outras instituições. O Comando Militar do Sudeste procurou, ainda ontem, o Ministério Público Federal com um documento de cerca de 80 páginas, incluindo a decisão do Supremo, para pedir que o órgão ingresse com recurso contra a universidade.

Veja

domingo, 12 de agosto de 2018

Acreditar, jamais” e outras notas de Carlos Brickmann

O debate dos candidatos na TV tem mesmo de ser em hora avançada. O telespectador pega no sono e embala até de manhã


O PT, para protestar contra a ausência de Lula no debate cumprindo pena por corrupção, não podia deixar a cadeia para comparecer – resolveu promover um evento paralelo, na Internet: o Debate com Lula. Uma grande ideia só que não era com Lula. Nem debate, já que todos tinham a mesma opinião: Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann, Sérgio Gabrielli (presidente da Petrobras na época da compra da Ruivinha, aquela refinaria toda enferrujada em Pasadena) e Manuela d’Ávila. Sanduíche de pão com pão.

O debate dos candidatos na TV tem mesmo de ser em hora avançada. O telespectador pega no sono e embala até de manhã. Mas havia coisas curiosas a observar: por exemplo, seus maiores adversários acham que Bolsonaro é café com leite, tanto que não o atacaram. Alckmin, o quarto nas pesquisas, foi o mais atacado: imagina-se que, dono de quase metade do tempo de TV, o Picolé de Chuchu cresça, transforme-se numa Paleta de Chuchu e seja mais competitivo. De qualquer forma, ele se comportou no debate como um bom chuchu, insípido e difícil de ser engolido. Marina, a cometa que surge de quatro em quatro anos, estava como o Meirelles e o César Cielo: nada. Álvaro Dias devia estar com sono, falando arrastado (e sua aparência mudou: está a cara do Coringa, o inimigo do Batman). Boulos é articulado, mas precisaria dizer quem, daquele grupo, é dono de helicóptero. Faltou informar. E nada falou de cobrar aluguel de sem-teto. [extorsão que Boulos pratica contra todos os sem-teto que aceitam sua liderança.]

Os rivais
Esperava-se que Bolsonaro e Ciro, os extremos do grupo (a menos que se leve Boulos a sério), fossem os grandes duelistas. Não foram. Bolsonaro reage bem quando atacado, mas é confuso para expor ideias. Colégios militares de alto nível, com disciplina rígida? Pode ser bom – mas é muito pouco em relação às necessidades do país. E os outros alunos? Ciro fala bem, tem boa presença, é convincente. Mas prometeu fazer tudo aquilo que levou o país ao buraco e não explicou por que desta vez será diferente. Há o Cabo Daciolo. Sua arma é ser evangélico. Mas Marina também é. [Só que o Cabo Daciolo não é favorável ao aborto; 
já Marina é favorável, desde que a matança de seres humanos e inocentes e indefesos seja autorizada em um plebiscito - é tão desorientada que sua pretensão será a primeira e única no mundo, desde os tempos de Lutero, em que um evangélico pretende que um plebiscito tenha o poder de revogar um dos dez mandamentos: NÃO MATARÁS.]

De todos os lados
Sobra Henrique Meirelles. Tem excelente carreira na iniciativa privada, foi presidente do Banco Central de Lula, deixou boa imagem, foi ministro de Temer, ia bem – até que Temer gastou todos os cartuchos para ficar no cargo e dinamitou as bases da política econômica. Os petistas o consideram golpista; da política econômica atual, o aspecto mais visível é o marasmo, o desemprego. Não sabe se destaca seu lado de preferido de Lula, ou de Temer, ou de executivo de sucesso na iniciativa privada. Quer ser tudo ao mesmo tempo. Comunica-se mal: não aprendeu ainda a manter o foco.

Meiguices
As equipes de campanha dos candidatos agiram rápido: antes que os cronistas de Internet, em geral ácidos, popularizassem (em internetês, “viralizassem”) imagens e comentários mais maldosos, entraram brincando com características e erros de cada um dos debatedores. Tudo muito meigo, procurando mostrar que aqueles políticos profissionais são gente como nós.

Alckmin brinca com seu momento Montoro o grande líder do PSDB que errava o nome das pessoas, chegando a chamar o mineiro Pimenta da Veiga, num comício, de “Pimenta do Reino”. Alckmin postou um vídeo em que cumprimenta Luciano Huck e “Eliana” (era Angélica). “Hoje fiz por merecer um belo puxão de orelhas”, diz o redator que escreve por ele.

Marina, parecendo feliz da vida, responde a perguntas do humorista Fábio Porchat; e colocou em sua rede o link chamando para ele.

Ciro é fofíssimo, o top da meiguice: postou bebê dando risada, um cão engraçado, gatinhos tocando piano. E sugere: “Quem você sugere para ver esse gatinho fofo? Quem a gente curte tem de vir junto. Quem é que você conhece que ainda não deu like (curtir) no Ciro?”
O PT entrou no jogo, mas com uma seriedade soviética: pôs mensagens sugerindo que se coloque como toque de celular um jingle de Lula, junto a uma aula de como fazer isso; e sugere que se baixe a máscara do Lula. Além disso, há um pedido de doações para a vaquinha eletrônica de Lula. [lembrete aos que pretendem contribuir com a vaquinha:
1º - o dinheiro terá que ser devolvido aos contribuintes,  visto que não sendo a candidatura de Lula aceita - e não será - as contribuições feitas para a vaca do presidiário terão que ser devolvidas;
2º - contribuir com vaquinha para o PT ou petistas é perda total é sinônimo de ser roubado. Fato: milhares de militontos petistas contribuíram com a vaquinha para Zé Dirceu - o 'guerrilheiro de festim' pagar a multa referente ao MENSALÃO - PT. Enquanto petistas otários vendiam o jantar para contribuir, suprimiam o lanche dos filhos, o Zé Dirceu recebi da propina, já no PETROLÃO - PT,  quase R$ 30000.000,00.]

Descoberta
Tem gente com boa memória na praça. Veja só o que foram desenterrar, para fazer piada com o candidato a vice de Bolsonaro, o general Mourão (que falou da indolência dos índios e da malandragem dos negros): um samba de Sátyro de Melo, José Alcides e Tancredo da Silva Pinto que fez sucesso em 1950, na voz de Blecaute (na época, escrevia-se “Blackout”): “Chegou o general da banda ê ê; chegou o general da banda ê á/ Mourão, Mourão, vara madura que não cai/ Mourão, Mourão, Mourão, catuca por baixo que ele vai”. O samba tem quase 70 anos; foi regravado por Elis Regina em 1973. E que significam seus versos? Não se sabe; o que se sabe é que a obra se baseia num ponto de macumba.

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Um episódio real da longa guerra petista contra os colégios militares

Persiste ainda hoje, entre as esquerdas, com apoio da burocracia do Ministério da Educação, uma absoluta intolerância em relação à "indisciplina pedagógica" dos colégios militares.

Quando Olívio Dutra elegeu-se governador do Rio Grande, sua vitória foi entendida como evento culminante de uma empreitada revolucionária. Olívio e seus companheiros chegaram ao Palácio Piratini, em 1º de janeiro de 1999, mais ou menos como Che Guevara e Camilo Cienfuegos haviam entrado em Havana exatos 40 anos antes - donos do pedaço, para fazer o que bem entendessem e quisessem. Só faltou um velho tanque de guerra para os bigodudos e barbudos do PT se amontoarem em cima.


 Persiste ainda hoje, entre as esquerdas, com apoio da burocracia do Ministério da Educação, uma absoluta intolerância em relação à "indisciplina pedagógica" dos colégios militares.

Foi com esse voluntarismo que o primeiro governador gaúcho petista, posteriormente conhecido como "O Exterminador do Futuro I" (haveria uma segunda versão com outro ator), despachou a montadora da Ford para Camaçari, na Bahia. "Nenhum centavo de dinheiro público para uma empresa que não precisa!", explicava o governador incandescendo sua mistura de vetustos ardores messiânicos e antiamericanismo adolescente. E o PIB gaúcho, por meia dúzia de tostões, perdeu mais de um bilhão de dólares por ano pelo resto de nossas vidas. Foi assim, também, que se instalaram pela primeira vez entre nós a tolerância, as palavras macias, o aconchego e os abraços aos criminosos, seguidos de recriminações e restrições às ações policiais. Foi assim que o MST e as invasões de terras ganharam uma secretaria de Estado. Foi assim, também, que o PT gaúcho inventou uma Constituinte Escolar, instrumento ideológico concebido para, sob rótulo de participação popular, permitir que o partido estabelecesse as diretrizes de uma educação comunista no Rio Grande do Sul.

A essas alturas já era gritante o contraste entre a qualidade da Educação prestada pelo Colégio Tiradentes, sob orientação da Brigada Militar, e o decadente ensino público estadual. A insuportável contradição não comportava explicações palatáveis, mas sua notoriedade exigia completa eliminação. E o governo transferiu o tradicional Colégio para a já então ultra-ideologizada Secretaria de Educação. O Colégio Tiradentes foi condenado à morte, executado e esquartejado. No mesmo intento de combater a quem defende a sociedade e de afrontar a tudo que pudesse parecer militar, Olívio Dutra retirou o comando da Brigada Militar do prédio onde historicamente funcionava e fez a Chefia de Polícia mudar-se do Palácio da Polícia. Sim, sim, parece mentira, mas é verdade pura.

Eleito governador em 2002, Germano Rigotto, tratou de reverter o aviltamento das instituições policiais. Fez com que seus comandos retornassem às sedes tradicionais e decretou a volta do Colégio Tiradentes à Brigada Militar. Ao se pronunciar durante a solenidade de assinatura desse decreto, o governador afirmou algo que não pode sumir nas brumas do esquecimento porque define muito bem a natureza totalitária de seu antecessor: "Não raro, por escassez de recursos ou limitações de qualquer natureza, a comunidade quer algo e o governo não pode atender. O que raramente acontece é o governo fazer algo contra o manifesto desejo da comunidade. Foi o que o aconteceu e é o que sendo retificado neste momento. O Colégio Tiradentes volta para onde deve estar. O Quartel General da Brigada Militar, retornou ao seu QG. A Polícia Civil voltou para o Palácio da Polícia".

Três atos marcantes, revogando providências que o governo petista impôs à sociedade gaúcha, contrariando-a intensamente, apenas para expressar seu antagonismo a tudo que fosse ou seja policial e militar. Decorridos 13 anos, podemos ler no episódio aqui narrado as preliminares de um antagonismo que não se extinguiu. Persiste ainda hoje, entre as esquerdas, com apoio da burocracia do Ministério da Educação, uma absoluta intolerância em relação à "indisciplina pedagógica" dos colégios militares.

http://puggina.org


quinta-feira, 4 de junho de 2015

"Lava Jato toca a campainha do Palácio",

Youssef afirmou que se sentia “mais seguro” por saber que tinha a proteção do Planalto
O doleiro do petrolão afirmou, em delação premiada, que o Palácio do Planalto sabia do esquema. Citou pelo menos três ex-ministros de Dilma cujos nomes ouviu várias vezes nos momentos decisivos das operações criminosas. Alberto Youssef disse também aceitar acareações com qualquer um. O esquema bilionário que funcionou mais de década exatamente sob os governos do PT, operado por diretores da Petrobras nomeados ou protegidos pelo grupo político governante, chegou à sua hora da verdade. Ou o Brasil acredita que o doleiro Youssef botou a República debaixo do braço e fez o governo inteiro refém, ou o comando da quadrilha terá de aparecer.

Youssef afirmou, em seu depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba, que se sentia “mais seguro” em suas operações criminosas por saber que tinha a proteção do Palácio do Planalto. Marcos Valério não chegou a dizer literalmente a mesma coisa, mas o julgamento do mensalão mostrou que ele também era assegurado pelo Palácio – tanto que o então ministro-chefe da Casa Civil acabou condenado e preso. Nos dois megaescândalos, dois tesoureiros do PT presos, acusados de participar de desvios de dinheiro de estatais para o partido. E o Brasil, chupando o dedo, não liga lé com cré e se recusa a entender que esse é um padrão de governo.

Aliás, “a única forma de governar o Brasil” – como Lula teria afirmado a José Mujica, ex-presidente do Uruguai. Os dois ex-presidentes naturalmente negaram que se tratasse do reconhecimento do escândalo, mas o livro que traz essa passagem é absolutamente claro ao contextualizá-la como referência ao mensalão. Um dos autores do livro, Andrés Danza, declarou não ter dúvidas de que assim a fala de Lula fora entendida por Mujica – com quem, aliás, Danza tem excelente relação. Possivelmente o ex-presidente uruguaio, chapa de Lula, achou que expondo a confissão de “culpa” do colega brasileiro em relação ao escândalo iria humanizá-lo. É um tipo de humanismo que passarinho não bebe.

A tolerância do Brasil com os métodos escancarados do PT beira o masoquismo.
A pessoa em quem Dilma Rousseff mais investiu para ser seu braço direito no governo chama-se Erenice Guerra, investigada em dois escândalos de tráfico de influência dentro do Palácio – este que Youssef diz que o fazia sentir-se seguro, o mesmo de onde foi engendrado o mensalão. É uma vertiginosa sucessão de coincidências. Ou então o Brasil gosta de apanhar.

Gosta porque não se mexe. Está esperando a Justiça capturar a quadrilha.
E vai esperar sentado. A domesticação da corte máxima dessa Justiça apresenta neste exato momento mais um capítulo circense talvez o de maior audiência, pelo que tem de bizarro. O país assiste à indicação de mais um soldadinho petista para o Supremo Tribunal Federal um simpatizante do MST, para ter uma ideia do nível de aparelhamento a que está chegando a Justiça brasileira, esta que a plateia está esperando pegar os chefes do bando. O novo indicado por Dilma para o STF tem até site feito pela mesma pessoa que faz o do PT, provando que a independência não livra ninguém dos sortilégios da sincronicidade.

O Congresso Nacional teria a chance de devolver essa carta marcada ao Planalto, reprovando a indicação de Luiz Edson Fachin ao Supremo. Mas o Congresso é... o Congresso. E assim o país vai assistindo candidamente ao adestramento das suas instituições pelos companheiros progressistas, que conseguiram subjugar até as contas públicas – travestindo o balanço governamental através da contabilidade criativa e das já famosas pedaladas fiscais (tão famosas quanto impunes). Claro que a lavagem cerebral companheira já chegou forte a escolas de todo o país sendo que até colégios militares andam sendo coagidos a ensinar o conto de fadas petista, coalhado de ideologias exaltando as pobres vítimas do capitalismo que mandam no Brasil (pelo visto, para sempre).

O Congresso Nacional está em cima do muro, o governo está atrás do muro e o Supremo está atrás do governo. Só o povo, com ou sem panelas, pode afrontar essa barricada no coração do Estado brasileiro e libertá-loexigindo que a Lava Jato siga o dinheiro até o fim. E levando a investigação até dentro desse Palácio que protege doleiros.
      

Fonte: Guilherme Fiúza - Revista Época