Míriam Leitão
Este episódio da redução dos juros do empréstimo consignado do INSS mostra como o processo decisório do governo é uma bateção de cabeça. O governo Lula já chamou atenção dos ministros para que qualquer “genialidade” seja submetida ao governo. Parece que não foi ouvido.
O ministro Carlos Lupi fez uma reunião no Conselho Nacional da Previdência Social, decidiu alterar o teto de de 2,14% para 1,70% ao mês, e pronto. Não perguntou nada para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nem para Rita Serrano, a presidente da Caixa, que é operadora deste mercado, se a taxa é factível ou não. E até agora o governo está tentando correr atrás do estrago.
Esse é o tipo de assunto tem que ser decidido tecnicamente e não politicamente. Olha o trabalho que isto resulta: os bancos suspenderam o empréstimo, até a Caixa e o Banco do Brasil. Ontem, o governo fez uma reunião para resolver o problema e já há outra marcada para a próxima semana.
A reunião no Planalto foi entre o ministro da Casa Civil, que deveria estar preocupado com as suas funções, o ministro da Fazenda, que está muito ocupado com o arcabouço fiscal, e a presidente da Caixa. Todos tiveram parar tudo para analisar a taxa de juros do inventada pelo Lupi, sem combinar com a realidade.
E quem é prejudicada é a população mais pobre ou endividada. Quem está
precisando de um empréstimo consignado não pode esperar. Terá que
contratar um com taxa de juros escorchantes das outras linhas bancárias
para crédito de emergência. [após analisarmos o tema, chegamos a conclusão que VAI PIORAR, especialmente para os mais pobres; só que somos alertados que por existir o 'crime de conclusão', podemos nos complicar, visto que ler noticias verdadeiras, presenciar fatos e tirar nossas próprias conclusões - sendo consideradas erradas - é crime grave.]
Miriam Leitão, colunista - O Globo
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