Os
ministros do nosso Supremo são os trabalhadores-modelo de qualquer
reforma da Previdência.
Podendo aposentar-se antes, só saem do cargo
quando, por terem completado 75 anos, a lei os expele para os chinelos e
para o aconchego do lar. Joaquim Barbosa foi a exceção que me ocorre.
Pouco adepto da tal colegialidade (nome simpático para o velho e astuto
“espírito de corpo”), ele se retirou prematuramente após o julgamento do
Mensalão e a saída foi festejada por seus pares.
Misteriosa
atração pelo trabalho árduo e pelas tribulações inerentes ao exercício
do poder! Dessa prisão dos autos, os titãs da juristocracia invertem a
norma e só se libertam, mesmo, em última instância.
No próximo
dia 11 de maio, Ricardo Lewandowsky soprará um fogaréu de velinhas e
deixará o STF.
Essas labaredas eu conheço bem porque meu mais recente
bolo tinha 78 delas e um vizinho diligente chegou a chamar os bombeiros.
A aposentadoria de Lewandowsky poderia ser um momento nacional
relevante, não houvesse a certeza de que Lula designará ao Senado o seu
substituto.
A escolha
de ministros do STF e das cortes superiores tem evidenciado ser uma
dessas ocasiões em que PT faz o de sempre: pensa em si mesmo. Quer
alguém integrado à esquerda-raiz e evidências de fidelidade. Para
afastar quaisquer riscos, o partido aprendeu a escolher gente nova,
disposta a entregar no mínimo um quarto de século às fainas e vigílias
do poder.
A disputa pela cadeira vaga já deve estar em curso nos bastidores jurídicos e judiciais do país. O novo
ministro pode sair da USP, que produz esquerdistas como forno de padaria
faz cacetinhos de 50 gramas; pode sair dos sempre agradecidos e
festeiros juristas do grupo Prerrogativas (Prerrô para os íntimos); pode
sair da turma sempre ouriçada da AJD – Associação Juízes para a
Democracia; e pode sair dos tribunais superiores, menos provável porque
formado por pessoas mais idosas.
Vindo da
caneta de onde vem, é inevitável que o futuro ministro seja esquerdista e
marxista. Só rogo a Deus que não seja stalinista. [CALMA! somos católicos, cristãos e devemos sempre lembrar que os desígnios de DEUS costumam surpreender.]
Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores
(www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país.
Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
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