Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Os
ministros do nosso Supremo são os trabalhadores-modelo de qualquer
reforma da Previdência.
Podendo aposentar-se antes, só saem do cargo
quando, por terem completado 75 anos, a lei os expele para os chinelos e
para o aconchego do lar. Joaquim Barbosa foi a exceção que me ocorre.
Pouco adepto da tal colegialidade (nome simpático para o velho e astuto
“espírito de corpo”), ele se retirou prematuramente após o julgamento do
Mensalão e a saída foi festejada por seus pares.
Misteriosa
atração pelo trabalho árduo e pelas tribulações inerentes ao exercício
do poder!Dessa prisão dos autos, os titãs da juristocracia invertem a
norma e só se libertam, mesmo, em última instância.
No próximo
dia 11 de maio, Ricardo Lewandowsky soprará um fogaréu de velinhas e
deixará o STF.
Essas labaredas eu conheço bem porque meu mais recente
bolo tinha 78 delas e um vizinho diligente chegou a chamar os bombeiros.
A aposentadoria de Lewandowsky poderia ser um momento nacional
relevante, não houvesse a certeza de que Lula designará ao Senado o seu
substituto.
A escolha
de ministros do STF e das cortes superiores tem evidenciado ser uma
dessas ocasiões em que PT faz o de sempre:pensa em si mesmo. Quer
alguém integrado à esquerda-raiz e evidências de fidelidade. Para
afastar quaisquer riscos, o partido aprendeu a escolher gente nova,
disposta a entregar no mínimo um quarto de século às fainas e vigílias
do poder.
A disputa pela cadeira vaga já deve estar em curso nos bastidores jurídicos e judiciais do país. O novo
ministro pode sair da USP, que produz esquerdistas como forno de padaria
faz cacetinhos de 50 gramas;pode sair dos sempre agradecidos e
festeiros juristas do grupo Prerrogativas (Prerrô para os íntimos); pode
sair da turma sempre ouriçada da AJD – Associação Juízes para a
Democracia; e pode sair dos tribunais superiores, menos provável porque
formado por pessoas mais idosas.
Vindo da
caneta de onde vem, é inevitável que o futuro ministro seja esquerdista e
marxista. Só rogo a Deus que não seja stalinista. [CALMA! somos católicos, cristãos e devemos sempre lembrar que os desígnios de DEUS costumam surpreender.]
Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores
(www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país.
Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
Qual o maior crime que alguém pode cometer no Brasil de hoje? Deixa eu reformular a pergunta: qual o pior "crime" que alguém pode cometer no país da juristocracia? Não é roubar, por certo. Isso pode até levar à Presidência!
Não é virar traficante de droga, pois isso pode garantir um habeas corpus supremo. O que seria esse terrível crime, então?
É ser "bolsonarista", ou seja, é ser alguém de direita, que condena o arbítrio supremo, o abuso de poder, desconfia do processo eleitoral e repudia a "volta do ladrão à cena do crime", como dizia Alckmin.
Isso pode dar censura, cadeia, contas bancárias bloqueadas, cancelamento de passaporte etc.
OEstadão, que demonizava Bolsonaro em nove de cada dez editoriais, publicou uma reportagem hoje demonstrando preocupação com o futuro da liberdade de expressão no Brasil lulista: "Gestão Lula cria órgãos contra desinformação, define ‘mentira’ e acende alerta para arbitrariedades", diz a chamada.
O jornal tucano continua:"Conceito ainda não foi definido na lei, mas AGU diz que se trata de ‘mentira voluntária’ e ataques a ‘membros dos Poderes’; especialistas veem riscos".Não diga?! Então quer dizer que termos vagos como "desinformação", "fake news" ou "discurso de ódio" permitem interpretação elástica e abuso de poder, censura, tirania? Sério?!
Será que o Estadãovai dar ouvidos, agora, aos "bolsonaristas" que apontam para esse risco faz tempo?
Durante a pandemia tivemos apenas um aquecimento do que estava por vir: em nome da "ciência", os "negacionistas" foram calados, mesmo quando eram especialistas, médicos, virologista respeitado etc. Só podia repetir o que o "consórcio" da imprensa dizia, o Estadão incluído.
A mesma mídia criou a narrativa de "atos antidemocráticos"que tem servido de instrumento para o abuso de poder, para prisões arbitrárias, busca e apreensão, conta bancária suspensa, censura etc.
A velha imprensa já chamou o ministro Alexandre de Moraes de "muralha da democracia" ou de "fiador da democracia".Agora essa turma está preocupada com excessos?
É uma piada mesmo! O Brasil já vive numa ditadura, onde prerrogativas constitucionais básicas são ignoradas se o alvo for "bolsonarista".A definição do conceito é elástica e abrangente.
Os tucanos acharam que estariam protegidos. Os petistas agora estão no poder, e vão avançar mais e mais.
Pau que bate em Francisco também dá em Chico. Tudo isso foi antecipado pelos "bolsonaristas".
A tirania em curso não teria sido possível sem o consentimento e a cumplicidade da velha imprensa. O Estadão incluído.
Organizadora do livro Suprema Desordem: Juristocracia e Estado de Exceção no Brasil, promotora fala sobre abusos do Judiciário brasileiro
O Poder Judiciário está onipresente na vida pública brasileira e as
decisões cada vez mais autoritárias e distantes da legislação e da
realidade da população suprimem direitos fundamentais, sem qualquer
oposição consistente da sociedade.
Essa é a síntese da entrevista
concedida a Oeste pela promotora Cláudia R. de Morais Piovezan, organizadora do livro Suprema Desordem: Juristocracia e Estado de Exceção no Brasil,
lançado no mês de julho, em Londrina (PR). Com coautoria na organização
da juíza Ludmila Lins Grilo, a obra é formada por sete artigos, com
temas específicos, nos quais estudiosos do direito e da política relatam
a situação brasileira.
Cláudia Piovezan: 'Os rumos do país são determinados por uma
minoria sem voto e sem contato com a realidade da população'
| Foto: Reprodução/Brasil Paralelo
A promotora deu exemplos concretos do estado de exceção instaurado no
Brasil, que “se configura quando os direitos individuais dos cidadãos
são suprimidos, sem que eles possam se utilizar dos meios legais para se
defender”. Inquéritos instaurados pelo STF, às margens da lei
processual, são alguns desses exemplos.
A perseguição durante a pandemia de covid-19 contra pessoas que semanifestaram contra as medidas de isolamento social ou se recusaram a
tomar as vacinas experimentais também são analisadas no livro. “Retomar
as liberdades que já tivemos antes também depende de uma mudança de
mentalidade dos indivíduos, que parecem ter se habituado com a censura
do debate e até gostado dela”, diz a promotora, que é mestre em Direito
pela Universidade da Flórida e já organizou outros dois livros sobre
tema semelhante.
A seguir, os principais trechos da entrevista.
Como o estado de exceção mencionado no título do livro pode ser descrito ou exemplificado?
O estado exceção se configura quando os direitos
individuais dos cidadãos são suprimidos, sem que eles possam se utilizar
dos meios legais para se defender. Isso pode ocorrer legalmente, em
situações extremas e devidamente previstas na Constituição, ou pode
ocorrer ilegalmente, ou seja, fora dos casos previstos no ordenamento
jurídico, quando, nas palavras do jurista Ricardo Peake Braga [autor do
artigo The supreme court can do no wrong – é o Brasil um estado democrático de direito?], o princípio da legalidade é desligado e a base democrática do sistema jurídico é destruída.
Isso está acontecendo no Brasil?
Atualmente, no Brasil, temos verificado diversas situações em que os
direitos individuais foram e continuam suprimidos fora dos parâmetros
legais, como nos casos de alguns inquéritos e processos criminais
instaurados no Supremo Tribunal Federal. Além disso, vimos um grande
espectro de direitos fundamentais serem despudoradamente violados
durante a pandemia da covid-19, sem previsão legal e constitucional e
com base em decisões arbitrárias, posto que não calcadas nem mesmo
motivações racionais.
As liberdades suprimidas – liberdade de expressão e a própria
autodeterminação de vacinar-se ou mesmo de falar contra medicamentos
experimentais – serão retomadas?
A resposta para esta pergunta é daquelas que vale milhões. Existe um
evidente desequilíbrio entre os poderes que não sabemos quando e se será
restaurado. Esse desequilíbrio causa uma enorme insegurança jurídica,
mormente porque a Constituição tem sido reiteradamente violada e o
sistema de freios e contrapesos não funciona. Para além do desajuste
político e jurídico, percebemos um ambiente cultural corrompido no qual
muitos cidadãos parecem concordar com as arbitrariedades que têm sido
praticadas contra as liberdades. Portanto, retomar as liberdades que já
tivemos antes também depende de uma mudança de mentalidade dos
indivíduos, que parecem ter se habituado com a censura do debate e até
gostado dela.
“As políticas públicas e os rumos do país são
determinados por uma minoria formada por tecnocratas sem voto e sem
contato com a realidade da população”
Qual a face mais evidente da juristocracia hoje e como a
senhora avalia a onipresença do Judiciário em todos os setores da
sociedade?
A face mais evidente da juristocracia é que atualmente todas as
questões relevantes e até mesmo irrelevantes para o país são decididas
pelos juristas que levam as discussões para os tribunais, seja por meio
de partidos políticos, por organizações não governamentais — muitas
delas financiadas com verbas internacionais —, seja pelo Ministério
Público, seja pela Defensoria Pública, e que acabam sendo decididas por
onze ministros do STF. O povo brasileiro foi alijado do processo e essas
entidades e órgão públicos, dominados pelos bacharéis de direito,
tomaram as rédeas do poder, que está sendo exercido por meio da
judicialização completa da vida, da administração pública e da política.
Estando o povo afastado do debate e do centro de decisões, as políticas
públicas e os rumos do país são determinados por uma minoria formada
por tecnocratas sem voto e sem contato com a realidade da população.
Algo pode ser feito para refrear essa conduta?
Primeiramente algo pode ser feito por aqueles que ocupam posições que
detêm a atribuição de fazer funcionar o sistema de freios e contrapesos
e têm se omitido. Em segundo lugar,é possível a aplicação de outro
mecanismo previsto constitucionalmente, que é o artigo 142, da
Constituição Federal, cuja mera menção provoca choro e ranger de dentes
nos mais histéricos e histriônicos.
No entanto, o mecanismo existe
constitucionalmente para ser empregado nos momentos de crise, como esse
que enfrentamos. Esse tema foi abordado pelo jurista Ives Gandra da
Silva Martins e causou um grande escândalo entre os militantes da
juristocracia e grupos a quem interessa esse estado de corrosão
constitucional.
Há outras maneiras?
Considerando que o protagonismo da atual crise é o Supremo Tribunal
Federal, uma possibilidade sempre presente é a renovação daquela Casa, o
que acontece em países em que há alternância de poder,como ocorreu
recentemente nos Estados Unidos, de maneira que vai se mudando perfil da
Corte com a renovação de seus membros. Uma outra possibilidade são
reformas constitucionais, mas estas só podem ser feitas com um Congresso
independente e comprometido com os rumos do país. Todas essas são
soluções absolutamente legais e constitucionais. Há outras que foram
escolhidas por diversos países que implicaram em rupturas legais e
constitucionais, mas que esperamos que não ocorram em nosso país.
Por que grande parte da sociedade e instituições ligadas ao
direito (OAB, associação de juízes e promotores) não se manifestam
contra esse estado de coisas?
É necessário compreender que os juristas atuais, em sua grande
maioria, se formaram no ambiente acadêmico, cultural e intelectual da
Constituição de 88 e sob governos de esquerda. Logo desconhecem outras
possibilidades do Direito e repudiam a autocontenção judicial.
Poucos
têm alguma noção de Direito Natural ou mesmo de um Direito anterior ao
modernismo e também não querem saber porque não suportariam o peso de
serem rotulados de “retrógrados”num ambiente em que as pessoas se
orgulham de se autointitular “iluministas” e “progressistas”. Portanto,
como diria o professor Olavo de Carvalho sobre o projeto gramsciano de
revolução cultural, em sua maioria são como peixes que não percebem a
água em seu entorno.
A sua formação se deu em termos de clichês como
“democracia”, “estado democrático de direito”, “justiça social”, “agente
de transformação social”, “igualdade material”, etc. Portanto, tudo que
lhes é apresentado nesses termos pelos seus pares, colegas de bolha, é
inquestionável.
Há outros fatores?
Além disso, há os militantes; há os que obtém vantagens como cargos,
troca de favores e bajulações; há os que têm medo; há os que não querem
se incomodar e há uma grande massa que não está entendendo nada do que
está acontecendo e não está interessada.
Por outro lado, os poucos que
denunciam os abusos não têm espaço em suas instituições, estão sempre
sujeitos a perseguições, representações e processos disciplinares,
portanto sob vigilância constante, e sofrendo violações em sua liberdade
de expressão e de opinião.
Este é o terceiro livro da série de obras para denunciar a anomalia da conduta do Judiciário. O que mudou de lá para cá?
O primeiro livro,Inquérito do Fim do Mundo, o apagar das luzes do direito brasileiro,
foi lançado em meados de agosto de 2020. Já na apresentação do livro
apontei que esse procedimento instalaria uma máquina de perseguições
políticas que não se restringiria ao STF, mas que se espalharia por
outros órgãos, como Congresso Nacional, Tribunal Superior Eleitoral,
Tribunal de Contas e, porque não dizer, para os tribunais inferiores já
que o precedente estava aberto. E foi exatamente a isso que assistimos
durante os últimos dois anos.
Era uma tragédia anunciada?
O que já era possível vislumbrar por alguns atos isolados naquela
época, agora está escancarado. Então temos um inquérito, o 4.781, que
não tem fim, como já havíamos adiantado que ocorreria; temos os filhotes
do Inquérito 4.828, no qual o ex-deputado Roberto Jefferson foi preso e
processado ilicitamente; tivemos a fracassada CPMI da fake news,
que foi ela mesma uma grande farsa que alimentou o inquérito do fim do
mundo e se alimentou dele e não comprovou nada do que imputou aos
investigados; tivemos a CPI da Covid, outra farsa instalada no Senado
por decisão do STF; e atualmente temos o rolo compressor do TSE,que
coloca a eleição sob suspeita ao blindar as urnas eletrônicas e
perseguir seus críticos.
Logo, as ilegalidades e perseguições que
denunciamos no primeiro livro, que reiteramos no segundo livro, Sereis como Deuses, o STF e a subversão da justiça,
foram se recrudescendo e arrastando um número cada vez maior de
vítimas.
E nos tribunais inferiores e na primeira instância já
verificamos procedimentos criminais anômalos com imputações de “crimes”
não previstos em lei; perseguições políticas; censura à liberdade de
expressão, seguindo os precedentes da mais alta Corte.
No
último sábado, 11 de junho, o jornalista Allan dos Santos, exilado nos
EUA desde 2020, esteve presente na motociata organizada em Orlando por
apoiadores do presidenteJair Bolsonaro,
então em viagem ao país para participar da Cúpula das Américas.
Em sua
12.ª conta no Instagram – pois as anteriores foram censuradas por ordem
judicial –, Allan publicou um vídeo desafiando o ministro Alexandre de Moraes,
que, ávido por vingança, move contra o jornalista uma implacável
perseguição de natureza não apenas política como pessoal. “O Xandão não
queria que eu participasse de motociata no Brasil. E aí o que Deus faz?
Traz a motociata pra cá”, ironizou o fundador do portal Terça Livre.
Bolsonaro durante motociata realizada em Orlando, na Flórida (EUA), no último dia 11. - Foto: Alan Santos/Presidência da RepúblicaAgindo sempre como lavanderia do STF, e firmemente imbuída da missão de prejudicar Bolsonaro “fingindo fazer jornalismo” (como admitiu em 2018 Fernando de Barros e Silva, então diretor de redação da revista Piauí),
a autoproclamada imprensa “profissional” – do tipo que trata
pejorativamente por “blogueiros” os novos concorrentes surgidos com a
internet – pareceu mais furibunda que o próprio Moraes.
Diante do
ocorrido, dedicou-se à prática de seu esporte preferido, numa jogada
ensaiada que tem se repetido à exaustão: a estigmatização estratégica
dos alvos políticos da corte antibolsonarista, de modo a legitimar toda e
qualquer ação perpetrada contra eles pela militância togada.
Foi
então que Allan dos Santos passou a ser invariavelmente descrito como
“foragido”da Justiça, uma pessoa cuja presença na motociata
comprometeria o presidente da República. Ilustrativo dessa postura
foram, por exemplo, os textos que Josias de Souza publicou em sua coluna
no UOL. Num deles, intitulado “Allan dos Santos une Biden e Bolsonaro na cruzada de desmoralização do STF”,o blogueiro antibolsonarista(viu como é bom, Josias?) repreende o
presidente americano por permitir que Allan permaneça “na vizinhança do
Mickey Mouse sem ser incomodado”. Em seguida, confronta-o com a
alternativa entre conceder asilo político ao jornalista brasileiro ou enviar o “fugitivo” para uma cadeia no Brasil. Se Biden
nada fizer, diz o blogueiro do UOL, isso só pode significar uma adesão
sua “à cruzada de Bolsonaro para desmoralizar o Supremo, o TSE e Moraes”. Como se vê, a gravidade da síndrome do antibolsonarismo psicótico não deve ser subestimada.
O
esporte preferido da autoproclamada imprensa “profissional” tem sido a
estigmatização estratégica dos alvos políticos da corte
antibolsonarista, de modo a legitimar toda e qualquer ação perpetrada
contra eles pela militância togada
Mas Josias de Souza não se limitou a pressionar o presidente americano a juntar-se à causa antibolsonarista. Noutro artigo,
resolveu também dar um ultimato aos militares brasileiros,impondo-lhes
um prazo de quatro meses para “optar entre a Constituição e Bolsonaro”.
A tese do articulista é que, ao pôr em dúvida o sistema eleitoral
brasileiro, o presidente Jair Bolsonaro prepara um golpe de Estado, e
que, ao ecoar “as críticas infundadas do presidente às urnas”, as Forças
Armadas estariam embarcando na aventura golpista.
A exemplo de Josias de Souza –que, antes de ser pautado pela psicose antibolsonarista, chegava até a manifestar razoável preocupação com o crescente autoritarismo do STF –, também Vera Magalhãesexasperou-se diante das imagens de Allan dos Santos na motociata. “Evento do presidente da República no exterior com um foragido da Justiça posando para selfies. Chegamos a mais este ponto” – tuitou a ferrenha antibolsonarista.
[A jornalista Vera deve ter tido severo ataque no seu equilíbrio emocional, quando leu que no jornal O Globo, no qual se encontra prestando serviços, Editorial,expressando preocupação com o ativismo do Supremo.] E, de modo geral, foi assim que o grosso da imprensa tratou o colega de
profissão politicamente não alinhado: como um criminoso de alta
periculosidade, um “foragido da Justiça”. Simples assim.
Mas
essa é mais uma das tantas mentiras repetidas pela blogosfera
antibolsonarista, ambiente que inclui a maioria dos veículos da imprensa
autoproclamada “profissional”. Em primeiro lugar, a fim de
estigmatizá-lo como “foragido”, essa imprensa precisou inverter a ordem
temporal dos fatos, como se Allan tivesse viajado aos EUA depois
de decretada a prisão preventiva, com o objetivo calculado de fugir da
cadeia. Na verdade, Allan já estava nos EUA quando Alexandre de Moraes
determinou a prisão, tanto que a ordem foi acompanhada de um risível
pedido de extradição para o Brasil,obviamente ignorado pelas
autoridades americanas, já que nada do que fez o jornalista exilado
consta como crime no tratado de extradição assinado entre os dois países (e, de resto, tampouco na legislação brasileira, hoje substituída pela vontade dos ministros supremos).
Pior
ainda, os blogueiros antibolsonaristas jamais mencionam o fato de que o
decreto de prisão – bem como todas as demais medidas de força tomadas
contra o jornalista e a sua empresa –tem um vício insanável de origem,
pois decorre de um inquérito ilegal: o de número 4.781, conhecido como
“inquérito das fake news” e, graças justamente às suas ilegalidades, apelidado pelo ex-ministro Marco Aurélio Mello
de “inquérito do fim do mundo”.
Que o inquérito é ilegal não é difícil
de constatar. Se mesmo um leigo (como eu) consegue notar a aberração de
um inquérito aberto pela autoproclamada vítima, que assume também as
funções da promotor e juiz, o que dizer dos juristas honestos,
obviamente horrorizados com tamanha teratologia jurídica?(Sobre o
assunto, aliás, recomendo o livro O Inquérito do Fim do Mundo,
em especial os capítulos 2 e 3, nos quais a juíza Ludmila Lins Grilo e o
procurador de Justiça Marcelo Rocha Monteiro, respectivamente, expõem
didaticamente as muitas ilegalidades do inquérito).
Cabe lembrar que, um mês após a sua abertura por Dias Toffoli,a então procuradora-geral Raquel Dodge determinou o arquivamento do
inquérito, alegando que o procedimento violava o devido processo legal e
o sistema penal acusatório consagrado na Constituição de 1988, segundo o
qual o Ministério Público é titular exclusivo da ação penal. Sendo
assim, o inquérito jamais poderia ter sido aberto de ofício (sem
provocação) pelo STF. “O sistema penal acusatório é uma conquista antiga
das principais nações civilizadas, foi adotado no Brasil há apenas 30
anos, em outros países de nossa região há menos tempo e muitos países
almejam esta melhoria jurídica. Desta conquista histórica não podemos
abrir mão, porque ela fortalece a justiça penal” –observava Dodge em
sua manifestação pelo arquivamento,
uma prerrogativa exclusiva do Ministério Público. Contudo, como se
sabe, a ordem de arquivamento foi ignorada por Alexandre de Moraes,
relator do inquérito.
Recorde-se também que, na
qualidade de titular da ação penal, a PGR manifestou-se contrariamente à
prisão do fundador do Terça Livre. E, mais uma vez, a manifestação foi
ignorada por Alexandre de Moraes. Tendo, pois, começado ilegalmente, o
inquérito assim prossegue até hoje, estendendo-se de modo indefinido, a
fim de servir de instrumento de intimidação e perseguição política, tal
como a que sofre Allan dos Santos.
Os
militantes de redação estão sendo forçados a contorcionismos cada vez
mais dramáticos para sustentar a mentira e manter a pose de bastiões de
uma “democracia” marcada por censura, presos políticos e exilados
Ademais
de reiteradamente estendido em termos de prazo, o inquérito do fim do
mundo – e outros que lhe são correlatos, como o “inquérito das milícias
digitais” (outrora “inquérito dos atos antidemocráticos”) – baseia-se em
acusações estrategicamente genéricas e subjetivas, a maioria das quais
referentes a crimes nem sequer tipificados em lei, e instituídos a
golpes de retórica chinfrim.
Foi nesse terreno, aliás, que a imprensa
autoproclamada “profissional” desempenhou um papel crucial, agindo quase
que em parceria com o STF, ao criar e repetir incessantemente os
estigmas (“blogueiro bolsonarista”, “miliciano digital”, “disseminador
de fake news”, “antidemocrático” etc.) com que, na ausência de
qualquer materialidade delituosa, os inquéritos têm sido bizarramente
fundamentados.
STF e imprensa “profissional”têm
sabido explorar bem essa mutualidade de matriz antibolsonarista mútuo,
cada qual visando aos seus interesses próprios. Por um lado, os supremos
inquisidores(agentes de um sistema inquisitório, e não mais
acusatório) apoiam-se na narrativa midiática para dar ares de legalidade
e legitimidade à perseguição política contra os estigmatizados,
confiantes de que, aos olhos da opinião pública formatada pelo establishment
midiático, os “bolsonaristas” são cidadão de segunda classe, párias
sociais contra os quais passa a valer tudo. Por outro, ao colar o rótulo
de “bolsonarista” em quem bem entenda (e, para ser bolsonarista, basta
não ser antibolsonarista), essa imprensa consegue indicar aos
inquisidores os alvos a serem incluídos nos inquéritos.
Ao
caracterizar Allan dos Santos como “blogueiro bolsonarista”, por
exemplo, o objetivo é privar-lhe das garantias legais – entre elas a do sigilo de fonte – reservadas aos jornalistas, um procedimento que até mesmo o esquerdista Glenn Greenwald, desafeto de Allan,julgou temerário.
A imprensa “profissional” faz isso por razões tanto de ordem
político-ideológica, por ser majoritariamente formada por militantes de
esquerda, quanto de ordem mercantil-monopolista, para esmagar a
concorrência, livrando-se de novos veículos como o Terça Livre,que, até
ser fechado por obra de Alexandre de Moraes, tinha mais audiência que
boa parte dos meios de comunicação tradicionais.
É
claro que, conquanto circunstancialmente interessante, a parceria com o
poder absoluto acaba legando a essa mesma imprensa um fardo difícil de
carregar no longo prazo, sobretudo na medida em que os abusos de
autoridade vão se tornando mais escandalosos e menos legitimáveis,
forçando os militantes de redação a contorcionismos cada vez mais
dramáticos para sustentar a mentira e manter a pose de bastiões de uma
“democracia” marcada por censura, presos políticos e exilados. A
percepção incipiente desse fardo talvez explique, por exemplo, o ambíguo
editorial que O Globo publicou hoje, 15 de junho.
Com
o título “Ativismo do STF representa risco preocupante”, o texto
principia por negar qualquer fundamento às críticas de Bolsonaro à
corte, apenas para, em seguida, apontar a politização do STF – ou o jogo
“fora das quatro linhas da Constituição”, como costuma dizer o
presidente – como um risco à democracia. “A Corte, que deveria manter-se
equidistante e alheia às paixões, parece a cada dia mais contaminada pelo noticiário, como se devesse prestar contas à opinião pública, não à lei ou à Constituição” – escreve o editorialista.
Terá sido um surto de má consciência de O Globo?
Não sei. Sei que, apesar de tardia, a preocupação da imprensa
“profissional”com a contaminação do STF pelo noticiário seria deveras
salutar caso viesse acompanhada do interesse complementar pela
contaminação do noticiário pelo antibolsonarismo da corte. Como não vem,
resta a impressão de que o inusitado editorial de O Globo,
antes que expressão de um zelo sincero pelo bom funcionamento das
instituições republicanas, revela um desejo de apagar as pistas da
participação do jornal na criação do monstro, no exato instante em que,
com apetite cada vez mais incontrolável, a criatura ameaça estender seus
tentáculos para além do bolsonarismo, até então o solitário boi de
piranha da juristocracia que se agiganta sobre a nação.
É mais do
que oportuno o lançamento, no Brasil, do livro do jurista canadense Ran
Hirschl,mostrando o perigo das cartas mais recentes, cita Nova Zelândia
e África do Sul, permitirem um fortalecimento dos judiciários.A
primeira observação que cabe como uma luva no nosso país é o tamanho da
Carta Magna, que Roberto Campos, que hesitou em assinar – ele e o Lula,
por motivos diferentes –, dizia ser comparável a uma antiga lista
telefônica. Seria sacrilégio, dizia Roberto, comparar com a Biblia....
O livro e
sua tese assustam, pois nos fazem reportar a Rui Barbosa com sua famosa
frase de que “a pior das ditaduras é a do Judiciário”. Algo que, de
certa maneira, estamos vendo acontecer no Brasil.
Nosso
Supremo se ocupa de questões ligadas às vacinas, ao uso de armas,
programas de saúde, nomeações para cargos de confiança do Executivo,
além da constitucionalidade em processos criminais e de decisões da área
econômica, como venda de estatais e mil outras miudezas. Só no Brasil
um ministro do STF pode, monocraticamente, soltar um bandido condenado
por crimes graves, como tráfico de entorpecentes, o homem fugir e ficar
por isso mesmo. Por mero preciosismo jurídico.
A entrada
do Judiciário nas questões políticas e eleitorais,tendo o Brasil um
Tribunal Eleitoral, de alto custo e poucos resultados,conspira contra a
democracia.
Nossos ministros são de nomeação do presidente da República
e a função é vitalícia.
Recentemente, alargou-se a idade da compulsória
para 75 anos.
Pouco se
fala dessa aberração, porque a inusitada situação, que engessa a
economia, interessa as esquerdas,pois a maioria da atual composição foi
de nomeação dos anos PT.O Supremo se considera “supremo” mesmo, e os
demais poderes ainda não souberam reagir.
O
Parlamento, que é onde as leis são elaboradas, tem sido violentado nas
suas prerrogativas e, ao tentar deixar clara a questão da imunidade, que
é universal,recuou diante de uma inconcebível manifestação, que tentou
convencer a opinião pública que se tratava de defender impunidade, e
não imunidade. Hoje, imunidade é só para magistrados no Brasil.
Temos de
melhorar nossos códigos,simplificar, descongestionar os tribunais,
caros demais, com salários médios chocantes para nossa realidade e
instalações de hotéis cinco estrelas.
E modificar algumas coisas, como
uma limitação para o exercício da função nos tribunais superiores de dez
anos, pelo menos, com aposentadoria proporcional. E voltar à
compulsória para os 70 anos logo. Mais da metade dos processos em
andamento envolve a união, especialmente em questões fiscais que
poderiam ser simplificadas ou sumariadas.
Essa
juristocracia é pouco democrática,tumultua a vida econômica, servindo
muitas vezes de palco para o corporativismo e o sindicalismo, tornando a
atividade empresarial de altíssimo risco entre nós. E com esta
arrogante ocupação de espaços dos demais poderes.
Tudo bem, já vivemos períodos melhores, já tivemos políticos melhorese o
século XXI está marcado pela má qualidade média de nossas
representações parlamentares. Mas a Câmara Alta da República, o Senado
Federal, façam-me o favor...! A Casa dos mais experientes virou abrigo
dos mais espertos e dos conchavos.
São duras
estas palavras? São, mas não há lugar para palavras macias em minha
opinião. Aliás, se um dia eu quisesse ouvir conversa mole e desistir do
Brasil, assistiria a TV Senado.
Desde 2003,
nossos senadores escolheram em sequência, os seguintes presidentes para
representá-los e dirigi-los: José Sarney, Renan Calheiros (duas vezes),
Garibaldi Alves Filho, José Sarney (mais duas vezes),Renan Calheiros
(mais duas vezes), Eunício Oliveira, Davi Alcolumbre e Rodrigo Pacheco.
Desculpem
senhores senadores, mas algo assim não acontece por acaso. Essa lista
fornece o roteiro de uma tragédia moral. Estão aí as pegadas coletivas.
Elas não abrem uma trilha, proporcionam, isto sim, uma avenida para
irmos até a necessária conclusão: nem os senhores senadores se levam a
sério.
O Brasil
poderia ter um número maior de petistas, comunistas e consectários.
Poderia conviver com mais universidades a serviço de si mesmas e de
estapafúrdias ideologias. Poderia terainda maior corporativismo, mais
bandidolatria, mais ativismo judicial, mais impunidade. Poderia. E mesmo
assim, haveria esperança, se tivéssemos um Senado que fizesse por
merecer o apreço da sociedade. Estaria cumprindo seu dever perante a
nação. Ali, a política faria soar o clarim das mudanças, dos princípios,
dos valores, do amor ao Brasil e seu povo.
No entanto,
acantonados na longevidade de seus mandatos, exceção feita a escassas e
honrosas exceções, nossos senadores vivem como se não houvesse amanhã. Abastecem-se na democracia, mas rejeitam os anseios nacionais.
Fortalecem-se no poder da própria instituição, mas conspiram para fazer
dela seu paraíso privado. Nunca a “busca da felicidade”, enfatizada por
Thomas Jefferson, esteve tão bem saciada, quanto no Senado Federal
brasileiro.
Na última
sexta-feira, 9 de março, o senador Rodrigo Pacheco, o omisso, tomou a
iniciativa de criar uma comissão para propor uma nova lei de
impeachment.
Logo ele,que está sentado sobre todos os processos de
impeachment entregues à Casa resolve exibir interesse por tão relevante
tema! E adota uma providência cujo efeito natural é sustar todas as
denúncias existentes posto que o Senado produzirá nova lei para
regulamentar a questão. Reina a paz nos cemitérios da democracia.
A tal
comissão tem 11 membros, cinco ligados ao Poder Judiciário, cinco
juristas ou advogados e o ex-senador Antônio Anastasia, hoje ministro do
TCU. A juristocracia vive dias de glória e esplendor.
Quem dentre os 11
tem independência absoluta, entende o sentimento nacional e conhece o
clamor popular?
Não
bastasse isso, o presidente da comissão, escolhido a dedo pelo omisso
senador Pacheco, atende pelo nome de Ricardo Lewandowski. Sim, ele
mesmo, o ministro do STF que fatiou a pena da ex-presidente Dilma,
preservando-lhe os direitos políticos. [a decisão do supremo ministro foi sabiamente revogada pelo sábio eleitorado mineiro, que chutou, via não votando na ex-presidente, já 'escarrada' da presidência.] Alguém acredita que essa comissão
vai propor algo para favorecer a instauração de impeachment contra
membros de poder?
Bem, o voto
popular não deixa de ser uma forma tardia de impeachment. Tudo
contribui para tornar ainda mais relevante a eleição de outubro. Cabe à
nação ser, nas urnas, o que seus representantes não têm sido nos espaços
de poder.
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de
dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do
Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Deputados governistas e conservadores querem pôr freios no
que chamam de ativismo judicial do STF
Mesmo após a derrota da bancada conservadora e governista, a
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara voltará a discutir o projeto
de lei n.º 4754/16, que tipifica como crime de responsabilidade a usurpação de
competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivopor ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF). O projeto é visto por parlamentares governistas e
demais conservadores da Câmara como um antídoto contra o ativismo judicial do
STF.
No último dia 5, a CCJ rejeitou o relatório do PL 4754/16,
da deputada Chris Tonietto (PSL-RJ), por 33 votos contrários e 32 favoráveis. O
relatório era favorável ao projeto. Agora, a CCJ vai votar o relatório do
deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), que defende a inconstitucionalidade da
matéria. A matéria chegou a se agendada para a sessão da última terça-feira
(11) da CCJ, mas a votação acabou sendo adiada. A expectativa é que o relatório
de Mattos seja votado em breve.
Governistas e conservadores se articulam para derrubar o
parecer de Pompeo de Mattos e poder novamente votar um relatório favorável ao
projeto inicial, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ). Na segunda-feira (10), em entrevista à Gazeta do Povo, a
presidente da CCJ, Bia Kicis (PSL-DF), confirmou a de articulação da base do
governo para a derrubada do relatório de Mattos.
Como está a articulação para derrubar o parecer A articulação para reverter a tendência de rejeição na CCJ
do projeto contra o ativismo do STF envolve vários deputados, inclusive o autor
da proposta — Sóstenes Cavalcante diz estar empenhado em conseguir os votos
necessários. Os governistas precisam reverter dois votos – ou seja, precisam
ter 34 votos para derrubar o parecer de Pompeo de Mattos. "Empate é sempre
pró-relator", explica Sóstenes, daí a necessidade de mais dois votos. O autor do projeto tenta garantir o voto do PTB na CCJ. O
representante do partido esteve ausente na sessão do dia 5. Ele também tentará
reverter outros dois votos de deputados tidos como "traidores".
Sóstenes não informa os nomes deles para não atrapalhar o trabalho de
convencimento.
Parte da estratégia para sair vencedor na nova votação
envolve conquistar uma das cinco vagas do PSD. O deputado Delegado Éder Mauro
(PSD-PA) já expressou o desejo de votar contra o parecer de Mattos. Dos cinco
votos da legenda, apenas um votou favoravelmente no dia 5, Stephanes Junior
(PSD-PR).
Por quais motivos o parecer a favor de conter o ativismo do
STF foi derrotado A base governista e conservadora da CCJ tenta evitar brigas
internas. Mas culpa o PTB pela rejeição do parecer favorável ao projeto
elaborado pela deputada Chris Tonietto. O presidente nacional do partido,
Roberto Jefferson, prometeu entregar o voto da legenda à pauta. Mas, na
votação, o deputado Wilson Santiago (PB) faltou à sessão. Quem conversou com Jefferson após a derrota diz que ele
ficou "extremamente irritado". O presidente do PTB destituiu Santiago
do comando do diretório do partido na Paraíba. Como mostrou anteriormente a
Gazeta do Povo, o partido vive um racha após a aproximação de Jefferson com
Bolsonaro.
Além de perder a presidência do PTB na Paraíba, Santiago
também foi removido da CCJ pelo partido. Foi substituído pelo deputado Marcelo
Moraes (PTB-RS). O suplente da sigla na comissão, Maurício Dziedrick (PTB-RS),
que também esteve ausente na sessão do dia 5, permanece. Os "problemas de comunicação" no PTB, como alguns
preferem classificar para evitar brigas entre governistas, não é o único motivo
apontado pela derrota. Alguns deputados da base ouvidos pela reportagem
disseram suspeitar de que ministros do STF tenham atuado para derrubar o
projeto.
Por que o parecer de Pompeo de Mattos preocupa governistas e conservadores A preocupação dos defensores de um freio no ativismo
judicial do STF quanto ao parecer do deputado Pompeo de Mattos vai além da mera
defesa da inconstitucionalidade do projeto original. Caso o relatório dele saia
vitorioso, Sóstenes Cavalcante explica que o PL 4754/16 será arquivado e um
novo projeto, ainda que nos mesmos moldes, poderia ser apreciado somente após
seis meses.
A Associação Brasileira de Juristas Conservadores (Abrajuc)
alerta que uma vitória do parecer de Mattos traria um impacto pior do que o
mero arquivamento do texto original. "O que o deputado pretende é que o
Legislativo brasileiro, ao acolher o seu relatório, reconheça que qualquer
tentativa futura de impedir a total liberdade e autonomia da Suprema Corte,
acima de qualquer lei e da própria Constituição, será sempre
inconstitucional", argumenta a associação.
O presidente da Abrajuc, João Daniel Silva, afirma que o
parecer de Mattos é inconstitucional e defende a rejeição dele. "Nenhum
Poder pode ser ilimitado. Estaríamos beirando ao totalitarismo", avalia.
Para ele, o Brasil já vive o pós-ativismo judicial, onde se contempla o início
de uma "juristocracia" e o relatório original viria exatamente no
sentido de combater tal ativismo judicial ao propor freios a ministros do STF. Em parte, a defesa de inconstitucionalidade apresentada por
Mattos é embasada na própria subjetividade da "usurpação de poderes"
por ministros da Suprema Corte para justificar impeachment de integrantes do STF.
Silva afirma que o PL 4754/16 apenas complementa o artigo 39
da Lei 1.079/50, que define os crimes de responsabilidade aos magistrados.
"A própria lei de responsabilidade em si é uma lei muito abstrata",
diz Silva. Esse é um dos motivos pelo qual ele entende que a própria
subjetividade de tornar a usurpação de poderes um crime de responsabilidade não
é inconstitucional. "Mesmo a lei sendo subjetiva, é para ambos os lados,
assim como o ministro [Ricardo] Lewandowski conseguiu com essa mesma lei, de
forma flagrantemente inconstitucional, fatiar o impeachment da [ex-presidente]
Dilma Rousseff e manter seus direitos políticos", diz Silva.
Veja Também:Entenda a suspeita
que recai sobre Toffoli e que motivou pedido de inquérito da PF
O que alega Pompeo de Mattos em seu parecer sobre o ativismo do STF O parecer de Pompeo de Mattos defende que não existe
usurpação de poderes pelo STF e que cabe à Suprema Corte se posicionar quando o
Congresso não o faz. "Ora, se nós, nesta Casa, não legislamos sobre
determinado tema e a sociedade se vê perante uma situação de direito e recorre
ao STF, cabe a este se manifestar", diz em seu relatório.
Para Mattos, o relatório original seria uma forma de
"amordaçar" o STF. O pedetista também questiona a subjetividade da
proposta. "Destaco que usurpar competência significa tomar para si,
apropria-se de; assumir, avocar competência e o projeto analisado não
esclarece, objetivamente, critérios que definam se o ministro do STF está
'usurpando' competência", diz.
A medida, segundo Mattos, traz "forte potencial para
limitar e inibir a independência judicial". "Não podemos estabelecer
uma medida genérica para punição, por crime de responsabilidade de ministros do
STF", afirma. "Além disso, a medida desrespeita a separação de
poderes, contendo vícios insanáveis de inconstitucionalidade." A Constituição, destaca Mattos, estabelece em seu artigo 2.º
que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são "independentes e
harmônicos entre si" e que a separação de poderes é cláusula pétrea,
prevista no artigo 60, parágrafo 4.º, inciso III". "Assim, percebemos que o parecer favorável à criação de
um novo crime de responsabilidade para os ministros do Supremo Tribunal Federal
estava baseado na tomada decisões proferidas na omissão do Poder Legislativo.
Ou seja, o STF estava, nesses casos, atuando com todas as suas prerrogativas
constitucionais", diz Pompeo.[Esse deputado precisa ser contido - tanto quanto o ativismo judicial do STF;ele, o Pompeu, fala em separação de poderes e finge esquecer que quando o STF passa a legislar - à pretexto de suposta omissão do Poder Legislativo - invade a competência do Poder Legislativo, violando a Constituição Federal que estabelece em seu artigo 2.º
que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são"independentes e
harmônicos entre si" e a separação de poderesé cláusula pétrea,
prevista no artigo 60, parágrafo 4.º, inciso III".]