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sexta-feira, 13 de março de 2020

Ilustre passageiro - Nas entrelinhas

“”A reação dos países à epidemia é proporcional à envergadura de seu sistema de saúde, esclarecimento da população e escala de medidas de contenção por parte dos governos” 

Um dos mais famosos “cases” da propagada brasileira é um anúncio de bondes: “Veja, ilustre passageiro, o belo tipo faceiro que o senhor tem ao seu lado. E, no entanto, acredite, quase morreu de bronquite, salvou-o o Rum Creosotado”. O poeta Bastos Tigres levou a fama, mas a autoria seria do farmacêutico Ernesto de Souza (1864-1928), criador da fórmula, que até hoje serve de exemplo nas escolas de comunicação, por causa da simplicidade de seus versos. De acordo com o anúncio publicado no jornal Correio da Manhã, de 8 de agosto de 1920, a fórmula do Rum Creosotado, produzido pela centenária Drogaria Granado, era mesmo aquela que aparece na propaganda, com “fartos elementos para a hygiene dos pulmões”: iodo, hypophosphito de sódio (NaH2PO2), e de cálcio [Ca(H2PO2)2]. Naquela época, como grande público tinha baixa escolaridade, os versos e a ilustração facilitavam a propagação do anúncio boca a boca.

Seu principal concorrente era o Biotônico Fontoura, criado em 1910 pelo médico Cândido Fontoura para sua esposa. Seu amigo Monteiro Lobato, que tomava o produto para combater o cansaço, batizou a fórmula exaltando suas propriedades e o nome do criador. O Biotônico ganhou muita fama por causa da Lei Seca dos Estados Unidos (1920-1933), para onde foi exportado e fez muito sucesso como remédio que podia ser comprado nas farmácias, mas que servia para aliviar a abstinência dos beberrões, por causa do teor de 9,5% de álcool. No Brasil, era usado como abridor de apetite das crianças, misturado com leite condensado e ovos de pata, um coquetel antianêmico. Em 2001, a Anvisa proibiu que produtos destinados às crianças tivessem qualquer quantidade de álcool em sua composição, razão pela qual o produto foi modificado, ganhando os sabores morango e uva, sem álcool, para as crianças. Rico em ferro, é vendido até hoje, por R$ 26.

A propósito do tipo faceiro, ilustre passageiro ao lado, era o caso do secretário de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, que viajou aos Estados Unidos com o presidente Jair Bolsonaro e seus familiares e está com coronavírus. Toda a comitiva presidencial — parentes, ministros, assessores civis e militares, parlamentares — fez exames ontem para saber se alguém mais foi contaminado. Fábio está em isolamento, depois de fazer novo exame em São Paulo; o resultado da contraprova confirmou a infecção. Bolsonaro, a primeira-dama Michelle e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, fizeram o teste no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, e não apresentam sintomas da doença.

Desdenhar do coronavírus é a mesma coisa que acreditar que o Rum Creosodato resolveria o problema dos pulmões, numa época em que a penicilina não havia sido descoberta e, por isso mesmo, não existiam antibióticos capazes de curar a tuberculose, e a pneumonia era quase fatal. Essa suposição é alimentada pela baixa letalidade da epidemia (entre 0,5% e 3,5% dos infectados), que atinge grupos de risco (cardiopatas, diabéticos e idosos). O problema é a velocidade da propagação da epidemia, que aumenta sua letalidade por causa da incapacidade de o sistema de saúde atender o crescimento exponencial de casos graves, que exigem entubação dos pacientes em leitos de UTIs.  Até a volta dos Estados Unidos, Bolsonaro tratava o assunto de forma até leviana, comparando o coronavírus a uma simples gripe e culpando a imprensa — sempre ela — pelo justificado temor que se disseminou na população, o que é muito diferente de pânico.

Escolhas
Trata-se de uma escolha de Sofia
(decisão difícil sob pressão e enorme sacrifício pessoal, como a vista no filme homônimo de 1982, que valeu a Meryl Streep o Oscar de melhor atriz), entre a redução das atividades da sociedade, principalmente as aglomerações e circulação das pessoas, com consequente redução da atividade econômica, ou o colapso do sistema de saúde, sem leitos, máscaras, tomógrafos, respiradores e outros equipamentos para quem precisa, provocando o aumento do número de mortos. A capacidade de reação dos países à epidemia é mais ou menos proporcional à envergadura de seu sistema de saúde, nível de esclarecimento da população e escala de medidas de contenção da epidemia por parte dos governos.


O caso da China proporcionou aos especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) um estudo do comportamento da doença em diversas regiões do país, que está servindo de paradigma para o enfrentamento da epidemia, sobretudo depois do colapso do sistema de saúde da Itália, que é um dos melhores do mundo. As ruas desertas das cidades italianas escondem o drama terrível dos hospitais lotados, onde não se morre só de coronavírus, mas de câncer, ataque cardíaco, traumatismo craniano, pneumonia e até gripes comuns, por falta de leitos de UTIs.

O Brasil vai contratar 5 mil médicos pelo Programa Mais Médico e direcionar 2 mil leitos de UTI para o tratamento de pacientes com Covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, em entrevista coletiva, revelou que o nível de preocupação com leitos aumentou após registros dos casos na Itália. Ontem, em Florianópolis (SC), prefeitos das capitais e das principais cidades do país, se reuniram para discutir medidas de combate ao coronavírus. Ninguém se iluda, o sucesso no combate ao coronavírus precisa de medidas governamentais corajosas, dos prefeitos e dos governadores, para reduzir a velocidade de propagação da epidemia e contê-la, poupando vidas.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense


sábado, 24 de dezembro de 2016

Os líderes do futuro?


Para cobrar ética de governos, não podemos patrocinar para os filhos formaturas com álcool a rodo 

O ano de 2016 não foi o de nossos sonhos. Cobramos muito dos políticos, dos juízes e dos empreiteiros. Cobramos ética, honestidade, austeridade, caráter, cidadania. O Brasil atravessa crise de valores. Pode ser positiva no final. Se temos instrução e dinheiro – raro privilégio no Brasil –, precisamos fazer nossa parte como pais e mães.  Não estamos fazendo.

Um exemplo são as festas nababescas e regadas a coma alcoólico, organizadas no Rio de Janeiro pela empresa FormaIdeal Obah para a formatura, no ensino médio, de jovens e adolescentes. Publiquei em ÉPOCA, em 2014, “Uma elite perdida”, sobre a festa de R$ 800 mil do Santo Inácio. A elite citada se descabelou, me xingou. Pais e rebentos do Santo Inácio se reuniram, o reitor soltou uma nota.

Interessante é que, agora, houve uma cisão dos alunos do Santo Inácio uma ala consciente celebrou a formatura com festa bem mais modesta. A Forma ignorou o ano da crise: 180 pais do Santo Inácio pagaram R$ 2.700 para participar. E foram vendidos 2 mil convites avulsos de R$ 300. Ou seja, R$ 1.086.000, por baixo, foram arrecadados pela Forma com os convites. A Forma não tem nada de “Ideal”. Só de “Obah”.

A festa do PH, colégio cujo slogan é “Escreva seu futuro com PH”, foi descrita pela jornalista Kika Gama Lobo em seu perfil no Facebook. Eis trechos de seu depoimento de mãe de meninas com juízo. Mãe trabalhadora e “quase solteira”, agora casada pela segunda vez, Kika nunca foi careta, mas se chocou com o clima de Sodoma e Gomorra.
“Foi uma superprodução tipo Hollywood. Paguei caríssimo, em 12 vezes. Linda decoração, comida a rodo, rodízio de japonês, som de prima, vestidos de Oscar, rapazes de tuxedo, mas me pergunto: pra que tanta bebida? Vi quatro ilhas de vodkas, cervejas, espumantes, drinks, energéticos – tipo festa de Bacco. A certa hora eram zumbis sacolejantes, com olhares perdidos dando PT (na gíria deles, ‘perda total’, nada a ver com partido, se bem que podia ser). Uma excitação forçada, uma alegria de gôndola, garotos e garotas vulgarmente em transe... (...) Vi meninas dançando em cima de pufes, vestidos curtíssimos, saltos altíssimos, decotes profundos – balinhas rolando, maconha no ar, mistura de etílicos, o som de proibidões que bradavam a cultura da bunda, do sexo, da droga, das armas, e as patricinhas se igualando a meninas da periferia em gingado e atitudes. No banheiro, a imagem da decadência, com vômitos e sujeira. (...) Eles já não tinham mais sapato, gravatas, enfeites do cabelo, bolsas... eram apenas corpos entregues... Os meninos pareciam lobos, caçando... As presas estavam ali. (...) Na volta, na fila do táxi, meninas sozinhas ou em duplas – seminuas e alteradas pela bebida – entrando nos ubers da vida... (...) Ainda acho que temos de educar melhor nossos filhos. Me incluo nisso. Passei tempo demais fora de casa, trabalhando, me desculpando por isso...”  A festa do PH se intitulou “Reborn of the Sphinx”. Existe tema mais cafona – e num inglês totalmente errado, porque o certo seria “Rebirth of the Sphinx”? Vamos checar algumas regras da Forma para curtir saudavelmente essas festas cheias de menores.
■ Não jurarás amor, mas jurarás pinga.
Valorizarás cada GOTA de bebida.
■ O juízo perderás.
■ Se manterás impuro.
■ Não se preocuparás com o que a sociedade pensará.
■ Sarrarás.
■ Rebolarás o bumbum.
■ Com a língua, matarás.
■ Jamais se intimidarás com grandes copos e grandes doses, pois dessas demonstrações de coragem (sic) virão os grandes porres e a noite mais épica da sua vida.

Depois de publicar “Uma elite perdida”, recebi mensagem de um médico, Manuel Alexandre da Silva, que trabalhava no Hospital Municipal da Mulher Fernando Magalhães, referência em atendimento a vítimas de violência sexual:  “Atendemos no fim de 2013 uma adolescente de 15 anos, uma americana, filha de pai brasileiro que tinha vindo passar as festas de fim de ano com os parentes no Rio. Levada por sua prima à festa de formatura do colégio Santo Inácio, após embriagar-se, foi levada da festa por um desconhecido que a estuprou no interior de um táxi. Desnecessário comentar as condições psicológicas desta menor e de seus pais, diante de tamanha brutalidade. Parabéns pelo artigo, que espero repercutir nas consciências dos pais que patrocinam tal descalabro”.

Os pais que ousam criticar custos e formato das festas da FormaIdeal são expulsos da organização. Mas pagam a festa. Capitulam, por medo de desgostar os filhos e por achar a festa importante para “o futuro profissional dos filhos”. Não, nós não estamos fazendo nosso papel – e não adianta exigir da escola ou dos governos o que somos incapazes de fazer em casa. Vamos mudar para poder protestar.

Fonte: Ruth de Aquino - Revista Época

 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Alta da gasolina em Brasília supera média nacional



Com avanço de 8,83%, alta da gasolina em Brasília supera média nacional
Capital federal está entre as cinco cidades com o combustível mais caro do país. Especialista recomenda mistura de álcool e gasolina
A capital federal está entre as cinco cidades com a gasolina mais cara do Brasila variação de 8,83% ultrapassa bastante a média nacional (7,59%). Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado nesta terça-feira (10/2), o valor médio registrado do Distrito Federal entre 1º e 7 de fevereiro foi R$ 3,45 o litro de gasolina.

Com esse valor, serão necessários R$ 172,50 para encher um tanque de 50 litros. Na última semana de janeiro, as bombas de gasolina registravam R$ 3,17. Já na primeira semana de fevereiro, o valor alcançou R$ 3,45. Para o etanol, a variação foi de 2,41%.

Moto, carro econômico e mistura
Frente a esse aumento, há consumidores que têm optado pelo álcool em detrimento à gasolina para abastecer o tanque do automóvel. Alguns até cogitam trocar o veículo por modelos de motocicletas que percorrem mais de 40 quilômetros por litro. Outros, como o autônomo Anderson Pereira de Oliveira, 34 anos, pensam em substituir o atual carro por um mais econômico. “Coloquei as contas na ponta do lápis e analisei que, com minhas despesas atuais, não terei como manter”, disse ele, que necessita do carro para manter o trabalho de manutenção de piscinas.

Entretanto, mesmo diante dos reajustes, há como assegurar economia. O consultor automotivo Marcus Romaro estima que, uma proporção entre 10% e 20% de álcool no tanque com o restante de gasolina, possa aliviar o bolso do consumidor ao fim do mês. “Gasta-se um pouco mais para encher o tanque, mas, em contrapartida, o carro vai rodar mais. Vai depender muito do tipo do motor, da qualidade dos combustíveis utilizados e da condução do veículo”, garantiu.

O que não é recomendado nas atuais condições de valores nas bombas de combustíveis é abastecer apenas com álcool. Isso porque, se o valor do litro de álcool dividido pelo da gasolina for inferior a 0,7, será mais econômico para o motorista optar por ele. Contudo, no DF, com o etanol a uma média de R$ 2,54 e a gasolina a uma média de R$ 3,45, o resultado de 0,73 significa que o valor do etanol é superior a 70% do preço do combustível, e não vale a pena optar pelo álcool.

Preços
A gasolina mais cara do país está no Acre (R$ 3,62), seguida de Rondônia (R$ 3,51), Amazonas e Bahia (R$ 3,47), e Mato Grosso do Sul (R$ 3,46). Na variação semanal, o Pernambuco chegou ao topo da lista com 11,41%, ultrapassando Santa Catarina que ficou com 11,40% e Mato Grosso do Sul, 10,89%.

O preço médio da gasolina no Brasil atingiu R$ 3,26, com mínimo de R$ 2,35 e máximo R$ 4,51. O mínimo registrado do etanol foi R$ 1,63 e o máximo R$ 3,61. Foram pesquisados os preços em 8.560 postos do país.

A mudança nos preços é consequência do aumento das alíquotas do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social sobre a gasolina e o óleo diesel, que começou a valer no último domingo (1º). A expectativa do governo era de que o aumento dos dois tributos correspondesse a R$ 0,22 por litro da gasolina e R$ 0,15 por litro do diesel.

Três perguntas para o consultor automotivo Marcus Romaro
1 - A gasolina lubrifica e o álcool desgasta o motor. Caso o consumidor queira abastecer o tanque com etanol, corre o risco de danificar o motor do carro?

Nos atuais veículos ‘flex’, ao contrário dos movidos exclusivamente a álcool de antigamente, todos os componentes foram desenvolvidos com materiais mais nobres e/ou tratados quimicamente para que sejam resistentes à ação do álcool e mantenham a durabilidade esperada e definida em projeto. Por isso, o motorista pode encher o tanque do veículo somente com álcool sem problemas, especialmente porque a gasolina já possuía uma porcentagem de 25% de álcool hidratado em sua composição estabelecida por lei, e agora esse número vai para 27%.

2 - Caso o tanque esteja com metade de gasolina, é necessário esperar acabar o combustível para trocar para o álcool?
Não. Os motores dos veículos flex são calibrados para funcionarem com qualquer relação de mistura entre álcool e gasolina. A diferenciação é feita praticamente em tempo real pela sonda lambdadispositivo que envia sinal elétrico à injeção eletrônica do veículo e controla a quantidade de combustível para enviar ao motor, que através da análise dos gases de combustão envia a informação à central de comando da injeção eletrônica e esta providencia o ajuste do motor automaticamente.

3 - Ao trocar de combustível, é preciso rodar um pouco antes de desligar o motor?
Não. Entretanto, é importante manter o reservatório de partida a frio sempre cheio com gasolina aditivada de preferência, para não correr o risco de não conseguir se ligar o veículo em dias frios, caso o carro fora abastecido exclusivamente com álcool.

Fonte: Correio Braziliense