Alexandre Garcia
100 mil mortes
[Não só os governadores, também os prefeitos e todos que de alguma forma colaboraram para o fracasso do combate ao coronavírus, devem ser apontados como culpados e responsabilizados.
Sendo simples e direto: apenas o presidente Bolsonaro não tem culpa - foi impedido de agir. Apesar do comportamento da pandemia, deixar claro que a imunidade de rebanho começou, graças a DEUS.]
Descendente de libanês, o ex-presidente Michel Temer vai chefiar a missão humanitária do Brasil que levará ajuda ao Líbano. Depois da explosão no porto de Beirute, o país todo explodiu politicamente. O primeiro-ministro do país renunciou e está havendo manifestações na rua. O povo libanês não aguenta mais a corrupção que impera nessas últimas décadas.
O Brasil está doando ao Líbano 4 mil toneladas de arroz — o alimento vai chegar de navio. A comitiva de Temer vai levar inclusive donativos da área médica. O Brasil segue assim o exemplo dos Estados Unidos, onde é tradição indicar ex-presidentes para missões humanitárias.
O último boletim de estatísticas estaduais do coronavírus saiu com o nome dos governadores. Isso provocou um tititi, mas foi o STF que determinou que quem toma as medidas sanitárias são os chefes dos estados. Os prefeitos se queixam de que só têm margem de manobra para tornar mais rígidas medidas do governador. Se for para atenuar eles não podem. Os comerciantes estão fazendo queixas às prefeituras, essas reclamações não chegam aos governadores. Os prefeitos sabem que se o comércio não funcionar não há arrecadação e consequentemente não tem como pagar a folha de pagamento.
Percival Puggina, que é um grande articulista no Rio Grande do Sul, fez um post no Facebook dizendo: “se o STF não deixou fazer, se governadores e prefeitos não fizeram e se a grande imprensa desqualificou o que Bolsonaro queria ter feito, responsabilizar o presidente por 100 mil mortes é calúnia para fugir da própria culpa.”
Essa publicação foi de uma clareza cristalina. Foi por isso que o boletim saiu com o nome do administrador do estado, o responsável por coisas como o lockdown em Pelotas, onde teve até sirenes para anunciar o isolamento social — parecia alerta de ataque aéreo.
Tem um juiz de carreira no Supremo Tribunal Federal, felizmente próximo presidente da Corte, Luiz Fux. Juízes do trabalho de carreira são dois: Marco Aurélio e Rosa Weber; os outros são promotores de carreira, advogados ou professores de Direito.
A formação real de um juiz é na primeira instância, porque há contato direto com a população.
O sujeito que passa o dia inteiro em uma cátedra, dentro de uma banca de advogados ou trabalhando no Ministério Público não tem a mesma tarimba de um juiz de carreira que trabalha num fórum lá no sertão, no interior do país. Esse sim sabe ser justo, com base na lei.
Alexandre Garcia, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes