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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Ministro é convidado a explicar o disparate que foi o Enem - Alexandre Garcia

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e a Comissão de Agricultura do Senado aprovaram convite ao ministro da Educação, Camilo Santana, para explicar esse disparate de domingo passado, que foi essa prova do Enem. Eu não quero nem falar da politização, da ideologia; quero falar é da falta de entendimento. 
O próprio ministro diz que ele não conseguiria responder as questões; eu também não conseguiria, porque eu não entendi os enunciados, os pressupostos, que estão redigidos em um português horrível, sem nenhuma clareza ou simplicidade. Isso mostra a complexidade mental desses tais “professores independentes” que confeccionaram a prova.
 
Pobre do aluno do ensino médio que teve de tentar entender aqueles absurdos, como a proposta de redação. 
Era para falar sobre a profissional que também é dona de casa, mas eles inventam termos que não existem: “desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. “De cuidado”? 
Que trabalho é esse? Seria o de cuidar da casa, mas eles são muito obtusos, já pressupõem a “invisibilidade”. Como assim? Todas as famílias aplaudem a mãe, a avó, que cuidam da casa. Nunca esquecemos desse cuidado.

Vamos ver o que vai acontecer com o ministro da Educação indo lá. Ele disse que não é responsável, mas é responsável, sim. O governo é responsável.

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Marina Silva terá de explicar “perseguição ao agro” na Câmara
Também houve a convocação – não um mero convite, mas convocação – da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pela Comissão de Agricultura da Câmara. Ela terá de explicar por que, segundo os deputados, o Ministério do Meio Ambiente está perseguindo a agropecuária brasileira, principalmente na Amazônia. 
Como no caso daqueles pobres coitados que foram postos lá pelo Incra, em 1994, e agora estão sendo retirados de uma terra onde eles estão plantando há 30 anos, tudo porque criaram depois uma reserva indígena. 
 São pessoas que não têm para onde ir e estão sendo tratados pelo governo como criminosos, quando na verdade deveriam receber pedidos de desculpas, indenização, casa nova e terra equivalente à área em que o Incra os tinha colocado. 
Além disso, Marina Silva também terá de explicar por que as queimadas desse ano estão sendo maiores que as do ano passado no Amazonas, em Roraima e no Acre; e será questionada sobre a burocracia que está amarrando o setor agropecuário.
PF prende dois suspeitos de ligação com o Hezbollah
Tenho dito aqui que os problemas da Amazônia estão mais perto de nós que os problemas do Oriente Médio, da Faixa de Gaza
Mas agora vimos que a Polícia Federal prendeu duas pessoas – uma no aeroporto de Guarulhos (SP) – suspeitas de ligação com o Hezbollah, grupo que segue as ordens do Irã, considerado país terrorista pelos Estados Unidos
Segundo a PF, eles estavam planejando atentados e manifestações contra a comunidade judaica aqui do Brasil – e recrutando brasileiros para isso! Não foi pouco, foram sete ações da Polícia Federal em Minas Gerais, duas no Distrito Federal e mais essas duas prisões; e há outros dois brasileiros no Líbano fazendo ligação com o Hezbollah e que estão na lista da Interpol.
 
O Hezbollah é uma milícia xiita, como xiita foi o atirador que descarregou um fuzil AK-47 em mim, em 1982. 
Se eu não tivesse formação de infantaria estaria morto. 
Quando eu vi o zumbido que eu conhecia, fui para o chão. 
Levantei a cabeça, deu mais uma rajada. 
Eu rastejei até uma proteção de uma floreira de concreto e rolei para dentro. Só que eu estava desarmado.
 
Temos um histórico na região da Tríplice Fronteira, em Foz do Iguaçu (PR), de pessoas que, perseguidas por terrorismo, vão “esfriar” naquela região. Respeitam as leis brasileiras, até para serem esquecidos. Ficam lá anos. 
E o terrorismo islâmico já agiu contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992. O atentado de lá matou 30 pessoas. Não há como descansar. É a eterna vigilância para não aparecer o terror aqui no Brasil. É uma guerra que chega aqui dentro, infelizmente. Por isso, parabéns para a PF, que inclusive recebeu informações de agências de inteligência de Israel e dos Estados Unidos.
 
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos
 
Alexandre Garcia, colunista, Gazeta do Povo - VOZES
 

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

PCC-Hezbollah: conexão investigada há 23 anos tem treinamento armado e financiamento de terrorismo


PCC e Hezbollah trocam experiências com armas, treinamentos militares e na capitalização para financiamento de ações criminosos
PCC e Hezbollah trocam experiências com armas, treinamentos militares e na capitalização para financiamento de ações criminosos| Foto: Divulgação/Polícia Federal

As conexões entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Hezbollah são investigadas no Brasil desde o ano 2000, mas só se tornaram públicas na última década após uma operação da Polícia Federal.

As investigações apontam que a maior facção criminosa da América Latina, o PCC, se aliou ao grupo terrorista libanês, que apoia o Hamas na guerra contra Israel, para operações na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, em Foz do Iguaçu (PR).

Além disso, a parceria entre PCC e Hezbollah também teria braços de atuação nos portos brasileiros para o transporte ilegal de drogas, armas e munições exportadas e importadas pelo crime organizado no Brasil.

A Polícia Federal brasileira tem evidências da presença de membros do Hezbollah no país, conforme relatórios de segurança emitidos nos últimos anos. 
A reportagem da Gazeta do Povo apurou que a parceria tem quase duas décadas com envio de armas pelos terroristas para o PCC, além de treinamento de faccionados com técnicas de guerrilha. 
Em contrapartida, o Primeiro Comando da Capital auxilia o grupo extremista na capitalização e investimentos para financiamento das ações do Hezbollah, inclusive, por meio do tráfico internacional de drogas. Após o ataque terrorista do Hamas com mortes e sequestros de civis em Israel, no início deste mês, o Hezbollah voltou às manchetes internacionais com elevada tensão na fronteira da Faixa de Gaza, ao Sul do Estado de Israel, onde se concentra a contraofensiva do Exército israelense contra o Hamas e as negociações para a entrada de ajuda humanitária aos palestinos.

Mas o Norte também preocupa Israel por causa da fronteira com o Líbano, onde o Hezbollah atua e é considerado um grupo ainda mais agressivo, com alto poderio armamentista e preparado para abrir para segunda frente de batalha em apoio ao Hamas. Se isso acontecer, as forças israelenses seriam divididas e o novo cenário poderia potenciar o risco de outros países entrarem na guerra, como o Irã, inimigo histórico do Estado de Israel.

Procurado o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse apenas que o “tema deveria ser tratado com a Polícia Federal”. A PF, no entanto, respondeu que estava analisando a demanda, mas não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Como Hezbollah  e PCC se encontraram?

Em 2008, surgiu o primeiro alerta da relação criminosa depois que uma operação da PF identificou ligações e parcerias. Na época, as investigações apontavam que a aproximação teria ocorrido dois anos antes, ainda em 2006, focada na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina e não por acaso.

A região concentra uma das maiores comunidades vindas do Oriente Médio,
conciliada à facilidade logística proporcionada pelas fronteiras, por onde o PCC transporta drogas, armas, munições e amplia suas ações para outros segmentos ilícitos, como o contrabando bilionário de cigarros.

Há uma década, o alerta foi tema de debate no Congresso Nacional com informações de que os “serviços de inteligência brasileiros reuniam uma série de indícios de que traficantes se associaram a criminosos de origem libanesa, ligados ao Hezbollah, organização com atuação política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita, sediada no Líbano” e que “relatórios da Polícia Federal apontavam que esses grupos teriam se ligado ao PCC”.

À época, o terceiro vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, o então deputado João Campos (PSDB-GO) alertava que pouco vinha sendo feito pelo governo e instituições no sentido de enfrentamento aos núcleos terroristas em território nacional, usando como exemplo a ligação entre PCC e o Hezbollah. Só em 2016, o Brasil aprovou a Lei 13.260 que passou a disciplinar o terrorismo e reformulou o conceito de organização terrorista.

Na prática, os operadores da lei têm avaliado que ela foi feita para não funcionar diante da grande preocupação em não criminalizar movimentos "populares", com ênfase neste caso ao próprio Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). 

É preciso enfrentamento com rigor, defende promotor que investiga o PCC
Quem enfrenta legalmente o crime organizado sente na pele a ausência de medidas mais severas no combate às facções. 
O promotor do Gaeco de São Paulo, Lincoln Gakiya, reforça que são necessários mecanismos para que o Estado brasileiro e as instituições consigam atuar, livremente, no combate contra as organizações.
 
Segundo ele, os Estados Unidos já consideram o PCC uma organização criminosa de risco ao país como tem classificado o próprio Hezbollah e cartéis mexicanos.  
O PCC tem se fixado como um dos maiores traficantes de cocaína do mundo. 
O grupo despacha, ilegalmente, pelos portos brasileiros toneladas da droga, com destaque à Europa.

Além do grupo extremista libanês, a PF tem alertado para a parceria da facção brasileira com máfias de diversos cantos do planeta, com retorno financeiro expressivo e maior influência.

Juliet Manfrin, colunista - Gazeta do Povo - Paraná



terça-feira, 31 de outubro de 2023

Fósforo branco: Anistia Internacional acusa Israel de usar munição ilegal no Líbano; entenda - O Globo

Israel usou ilegalmente munições de fósforo branco ao longo da fronteira sul do Líbano, inclusive em ataques "indiscriminados" que "devem ser investigados como crime de guerra", acusou a Anistia Internacional em relatório publicado nesta terça-feira.  
De uso restrito pela lei internacional, a substância tem um poderoso efeito incendiário e causa queimaduras graves, danos respiratórios e falência de órgãos. 
O uso da substância em áreas civis é estritamente proibido pela convenção de Genebra de 1997, o que configuraria uma violação do direito internacional.O governo de Israel nega.

"É mais do que horrível que o exército israelense tenha usado fósforo branco indiscriminadamente, violando a lei humanitária internacional. O uso ilegal de fósforo branco no Líbano, na cidade de Dhayra, em 16 de outubro, colocou seriamente em risco a vida de civis, muitos dos quais foram hospitalizados e deslocados, e cujas casas e carros pegaram fogo", disse Aya Majzoub, vice-diretora regional da Anistia Internacional para o Oriente Médio e Norte da África.

As hostilidades na fronteira sul do Líbano aumentaram significativamente desde 7 de outubro, após os ataques do grupo armado palestino Hamas contra Israel. Os bombardeios israelenses no Líbano mataram pelo menos quatro civis e 48 militantes do grupo xiita libanês Hezbollah até o momento. O Hezbollah e outros grupos armados também dispararam foguetes contra o norte de Israel, matando seis soldados e um civil israelenses, de acordo com o Exército israelense. 
A Anistia Internacional está investigando os ataques do Hezbollah e de outros grupos armados ao norte de Israel para determinar se eles violaram a lei humanitária internacional.

A Human Rights Watch e o governo libanês também acusaram Israel de usar fósforo branco no Líbano e em Gaza. No início deste mês, o Exército israelense negou o uso da substância no Líbano.

Conflito em Israel:
Brasileiros em Gaza chegam a cidade do sul e esperam retirada pelo Egito
Israel alinha narrativa e prepara escalada do conflito com o Hamas após ultimato em Gaza

Texto preliminar de resolução da ONU preparado pelo Brasil fala em 'ataque terrorista do Hamas'
 
Milhares de famílias em Gaza fogem de forma caótica após ultimato de Israel

Hamas teve acesso a segredos do Exército de Israel antes de ataque terrorista

O que é o fósforo branco?
Ao contrário do vermelho, inofensivo e encontrado em palitos de fósforo, o fósforo branco é altamente tóxico e instável, com a propriedade de voltar a queimar mesmo após ser apagado se entrar em contato com o oxigênio.  
Devido a essa alta capacidade de combustão espontânea que se inflama a partir de aproximadamente 30ºC —, a substância deve ser mantida em água ou parafina. 
 
O fósforo branco pode ser fabricado por meio do fosfato encontrado em rochas, com uma aparência que se assemelha à cera, e tem odor ácido semelhante ao de alho. 
Translúcido, o fósforo branco tende a adquirir uma cor amarelada quando exposto à luz. 
A substância já foi utilizada na composição de pesticidas, venenos e fogos de artifício. 
Atualmente, é usada na fabricação de fertilizantes, aditivos alimentares, compostos de produtos de limpeza, chips de computador, ligas metálicas e bombas de fumaça.

O que são as bombas de fósforo branco?
Munições de fósforo branco têm poder altamente explosivo. Essas bombas são capazes de incendiar centenas de metros quadrados, uma vez que o fogo é causado pela reação do fósforo branco com o oxigênio, que queima até o fim.

A reação química entre a substância e o oxigênio pode iniciar uma combustão de cerca de 850 graus Celsius, queimando de forma extremamente rápida e brilhante.

A densa fumaça branca e tóxica produzida pela reação — o pentóxido de fósforo é capaz de obstruir a visão infravermelha e sistemas de rastreamento de armas, conforme relatório publicado pela ONG Human Rights Watch.

Quais os perigos das bombas de fósforo branco para os humanos?
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o fósforo branco é absorvido pelo corpo humano quando inalado, ingerido ou por meio de contato com a pele. 
 
A exposição à substância pode causar queimaduras graves e que podem até mesmo atingir os ossos.  
Além disso, o fósforo branco pode entrar na corrente sanguínea e afetar órgãos internos, como os rins, o fígado e o coração, o que pode causar falência múltipla. 
 
Os pulmões podem ser gravemente afetados pela exposição à fumaça, danificando o sistema respiratório.  
O CDC também aponta danos sérios à córnea dos olhos, além de possíveis perfurações, inflamações no globo ocular (endoftalmite) e outros problemas oculares graves no caso de contato com os vapores da substância.

O tratamento dos ferimentos causados pelas bombas de fósforo branco é difícil, já que os fragmentos podem continuar a queimar em contato com oxigênio.

É proibida a utilização de fósforo branco na guerra?
Apesar de seu uso ser condenado por organizações de defesa dos direitos humanos, o fósforo branco não é proibido pela legislação internacional. Isso significa que é comum a utilização da substância em artifícios de guerra para iluminar territórios e abrir cortinas de fumaça no recuo de tropas e durante ataques.

Munições de fósforo branco operam da mesma maneira que armas incendiárias (“pela ação de chama, calor ou combinação destes, produzidos por uma reação química de uma substância lançada no alvo”), embora não recebam a mesma classificação perante as leis internacionais, revelando uma brecha nos protocolos dos tratados de armas da ONU. [comentário pautado apenas no aspecto HUMANITÁRIO: a ser verdade o afirmado por Aya Majzoub, vice-diretora regional da Anistia Internacional para o Oriente Médio e Norte da África, o uso de  fósforo branco por Israel, em áreas civis do Líbano representa além de grave violação ao disposto na convenção de Genebra, um ato de extrema crueldade, sem esquecer ser notório que Israel e o Líbano não estão em guerra.]

No entanto, o uso da substância em áreas civis é estritamente proibido pela convenção de Genebra de 1997, o que configuraria uma violação do direito internacional.

Mundo - O Globo


quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Por que os aiatolás do Irã jogam o jogo mais perigoso do Oriente Médio? Leia artigo da Economist

O Estado de S. Paulo

O objetivo do regime iraniano neste momento, como ao longo da década recente, não é provocar uma guerra direta com o Ocidente e seus aliados, mas semear incertezas e instabilidades

Sinais de alerta de que a guerra de Israel com o Hamas pode vir a se tornar uma conflagração maior no Oriente Médio piscam por todos os lados. Os Estados Unidos mandaram uma segunda frota de ataque com porta-aviões, liderada pelo USS Eisenhower, ao Golfo Pérsico. “Há probabilidade de escalada”, afirmou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em 22 de outubro. Crescem as chances de mais ataques praticados por grupos aliados ao Irã contra forças dos EUA. “Nós não queremos ver um segundo ou terceiro front se desenvolver”, continuou Blinken.

Temores também crescem no Líbano sobre a possibilidade de Israel usar a cobertura dos americanos para lançar um ataque preventivo. 
Israel esvaziou suas cidades próximas à fronteira libanesa, e o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, alertou que, se o Hezbollah, uma milícia apoiada por Teerã no Líbano, entrar no conflito, as consequências para o país serão devastadoras
Uma razão para Israel ter postergado sua ofensiva em Gaza pode ser para incrementar suas preparações para uma escalada no front setentrional. O ministro de Relações Exteriores do Irã afirmou que a região parece um “barril de pólvora”.
 
Os governantes autocráticos do Irã podem ter nas mãos um dos palitos de fósforo capazes de incendiar seu pavio: um “eixo de resistência”, uma rede de aliados violentos por toda a região. 
O regime iraniano passou duas décadas construindo essa capacidade no Iraque, no Líbano, na Síria e no Iêmen
Teerã preda lugares onde a política local é fraca, onde é fácil enviar operadores e armas e onde nenhum ator externo é capaz de desafiá-lo, de acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, um centro de análise com sede em Londres. 
A capacidade do Irã de provocar caos à distância — por meio do Hamas, do Hezbollah, da infinidade de milícias xiitas no Iraque e dos houthi, no Iêmen — pode dar mais peso a Teerã do que suas capacidades militares convencionais, que são relativamente fracas.
O objetivo do regime iraniano neste momento, como ao longo da década recente, não é provocar uma guerra direta com o Ocidente e seus aliados, mas semear incertezas e instabilidades. No mesmo momento que trafega num limite para se tornar uma potência nuclear, o Irã também mantém uma ambiguidade estratégica com o eixo. 
Teerã nega estar no comando ao mesmo tempo que fornece armamentos a grupos armados, como os houthis, dando-lhes treinamento e usando-os como fachada para conduzir ataques — como o ataque a mísseis contra a Saudi Aramco, em 2019, que fez diminuir temporariamente em 5% a produção global de petróleo. 
O propósito é intimidar o Ocidente tanto quanto complicar seu cálculo. 
 
A atual crise evidencia oportunidades e problemas da estratégia do Irã. Teerã financia o Hamas há muito, mas não parecia saber antecipadamente a respeito de seu ataque contra Israel em 7 de outubro, de acordo com autoridades ocidentais cientes do assunto. 
Ainda assim, pareceu capitalizar sobre as atrocidades do Hamas e mobilizar o eixo de resistência. 
Hezbollah e Israel trocaram fogo com o apoio explícito, respectivamente, do Irã e dos EUA. 
Ao menos 19 combatentes do Hezbollah foram mortos. 
Os houthis, que controlam a capital do Iêmen, lançaram três mísseis de cruzeiro de médio alcance e vários drones, recentemente adquiridos do Irã, contra a cidade portuária de Eilat, em Israel (interceptados por um destróier americano). 
E milícias xiitas apoiadas por Teerã na Síria e no Iraque ampliaram seu conflito atacando repetidamente, com foguetes e drones, bases que abrigam soldados americanos (Washington retirou sua presença diplomática do Iraque como resultado).
 
Para o Irã, há certos benefícios óbvios. A conflagração em Gaza congelou — mesmo que apenas temporariamente — as conversas sobre normalização de relações entre Israel e Arábia Saudita
Os aiatolás do Irã, xiitas, não podem suportar a ideia de ser isolados enquanto Estados liderados por sunitas e Israel passam a cooperar mais. O impulso iraniano para deslegitimar os Acordos de Abraão continua: em uma região com ministros de Relações Exteriores muçulmanos na Arábia Saudita, em 18 de outubro, o Irã instou os países muçulmanos a impor um embargo de petróleo contra Israel. 
Teerã está apoiando pedidos para que o Egito receba palestinos de Gaza, talvez na esperança de agravar tensões entre Israel e seu mais antigo aliado árabe.
 
A turbulência regional também significa mais dinheiro para o Irã, pelo menos por agora. O preço do barril de petróleo subiu mais de US$ 5 desde 7 de outubro. 
Os EUA estão ansiosos para conter a inflação anteriormente à eleição no país, no próximo ano, e têm permitido tacitamente ao Irã exportar mais petróleo, apesar de formalmente manterem as sanções. “Esses barris iranianos são muito importantes” para Joe Biden, afirma Ahmed Mehdi, analista do setor petroleiro radicado em Londres. 
A produção chegou a 3 milhões de barris ao dia, seu nível mais alto desde que o governo Trump impôs sanções, em 2018. Ano após ano, afirma Mehdi, as exportações aumentaram mais de um terço.

Mas a guerra por procuração em escalada contra os americanos e seus amigos implica em grandes riscos para o Irã. Em Teerã, as autoridades gabam-se afirmando que voltaram a ser “estadistas”; o presidente Ebrahim Raisi — considerado por muitos no Ocidente um pária linha-dura — conversou com o presidente francês, Emmanuel Macron, nos dias recentes. Os iranianos comuns estão menos impressionados.

Uma guerra regional poderia desencadear um novo ciclo de protestos no Irã. A estudante iraniana Armita Geravand, que desmaiou após ser espancada pela polícia da moralidade, em 1.º de outubro, segundo ativistas locais, teve morte cerebral declarada — uma notícia que poderá ressuscitar o ultraje que levou manifestantes às ruas do Irã em 2022, após a morte sob custódia das autoridades iranianas de Mahsa Amini, que havia sido presa por não usar o véu obrigatório às mulheres no país
A população do Irã está cansada das aventuras de seu regime no exterior e relutante em suportar mais sofrimento pela Palestina. Protestos convocados pelo governo têm tido baixo comparecimento. Um minuto de silêncio numa partida de futebol em Teerã pelos mortos em Gaza foi interrompido por gargalhadas sonoras. “Nem Gaza, nem Líbano”, entoaram manifestantes das janelas de suas residências. “Nós sacrificamos nossas vidas pelo Irã.”

A guerra nas sombras do Irã é um jogo delicado, e a capacidade de Teerã de controlar seus aliados não é clara. Desde que os EUA assassinaram Qassem Suleimani, um dos formuladores do eixo de resistência, três anos atrás, a autonomia dos satélites iranianos. Conforme lançam ameaças de guerra juntamente com seus foguetes, eles poderão achar difícil recuar de sua retórica. Cada um estabeleceu “limites” para determinar intervenção contra Israel e o Ocidente. Não responder poderia ferir sua credibilidade com apoiadores locais. Uma invasão terrestre de Israel a Gaza poderia fazê-los forçar a mão.

Os aliados do Irã também têm de equilibrar suas aspirações militares com os interesses dos países que os abrigam. De acordo com autoridades iranianas, o presidente sírio, Bashar Assad, disse ao Hezbollah que não tem nenhum desejo de acudir aos seus chamados por ataques contra Israel de seu território. Do ponto de vista de Assad, o Hamas o traiu quando se aliou à rebelião contra seu regime, em 2011, após ele ter permitido ao grupo permanecer em segurança na Síria. Agora, Assad não quer lutar pelo Hamas.

O Líbano teme ser mais um peão de sacrifício. Seus xiitas são o maior grupo religioso do país, mas suas outras 17 denominações sectárias oficiais formam maioria. Reveladoramente, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, famoso por seus discursos beligerantes, evitou expressar-se publicamente de seu bunker em Beirute desde que os combates começaram. 
A ameaça de guerra pôs fim à esperança de uma ressuscitação do turismo no Líbano. 
A firma de seguros Lloyd’s sinalizou que poderá retirar cobertura no país, e a Middle East Airlines, maior empresa aérea libanesa, está estacionando parte de sua frota na Turquia. 
Os EUA aconselharam seus cidadãos a deixar o Líbano. O primeiro-ministro libanês afirmou que “a decisão sobre guerra e paz” não está em suas mãos.

Se os aliados do Irã atacarem interesses dos EUA, ou possivelmente Israel, o mais provável é que os americanos retaliem inicialmente contra eles em vez de seu financiador. Ainda assim, a aposta iraniana é alta. A decisão do Irã de mobilizar o eixo de resistência sinaliza que, no longo prazo, o regime ruma ao isolamento e à autocracia. 

Apenas um mês atrás, Teerã celebrava uma troca de prisioneiros com Washington e a iminente transferência para o Irã de US$ 6 bilhões em rendimentos do petróleo congelados.  
O aiatolá Ali Khamenei abençoou pela primeira vez conversas diretas desde que o governo Trump abandonou o pacto nuclear. 
Alguns falavam de uma nova trégua. Agora essa perspectiva se arruinou — e as chances de uma guerra maior, catastrófica, mesmo que ainda baixas, são perigosamente altas. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

Internacional - O Estado de S. Paulo - The Economist


sábado, 28 de janeiro de 2023

O que é um terrorista? - Flávio Gordon

Revista Oeste

O interesse da esquerda não é saber isso. É prender e neutralizar adversários políticos. E aí o nome das coisas vira um mero detalhe 

A relativização da palavra terrorismo diante dos acontecimentos em Brasília, no dia 8 de janeiro | Foto: Shutterstock

A  relativização da palavra terrorismo diante dos acontecimentos em Brasília, no dia 8 de janeiro | Foto: Shutterstock  

“O uso da mídia como arma tem um efeito paralelo ao de uma batalha. Mediante o uso dessas imagens, fomos capazes de controlar à distância o moral do inimigo” — declarou, em julho de 2000, Nabil Qaouk, então comandante do Hezbollah. Explicando como o grupo terrorista xiita — que fazia desabar frequentes tempestades de mísseis sobre Israel — lograra dominar as técnicas de filmagem e distribuição de propaganda para a imprensa ocidental, o xeique muçulmano afirmou que a campanha de desmoralização de Israel aos olhos do mundo fora decisiva para a retirada das forças israelenses do sul do Líbano.

O que o xeique não disse, todavia, é que sua propaganda só frutificou porque o solo era especialmente fértil: a predominância da ideologia “anticolonialista” nas redações e nos estúdios, que conduz o noticiário e o colunismo de opinião a relativizarem (e, por vezes, deliberadamente ocultarem) o terrorismo islâmico. Com efeito, desde aproximadamente meados dos anos 1960, a visão hegemônica nas faculdades de jornalismo ao redor do mundo consiste numa versão adaptada do marxismo, que dividiu as nações do mundo em “exploradoras” e “exploradas”. Nesse contexto, multidões de repórteres-ativistas passaram a se ver como porta-vozes dos explorados, a favor dos quais era permitido mentir, ocultar e manipular a informação. Sua função já não era a de reportar, mas a de integrar a máquina de propaganda “anticolonialista” (contra Israel, contra o Ocidente, contra o capitalismo etc.).

É por essas e outras que Michael S. Malone, consagrado jornalista norte-americano, com passagens por ABC News, New York Times, The Wall Street Journal, Forbes e Los Angeles Times, confessou, em artigo de 2008, a sua vergonha em se assumir jornalista nos dias de hoje. Sua desilusão com a profissão que herdou dos avós começou justamente quando, num quarto de hotel, acompanhava a cobertura sobre a Guerra do Líbano, no ano de 2006. No relato de Malone:

“O hotel em que eu estava, em Windhoek, na Namíbia, só sintonizava a CNN, uma emissora que eu já aprendera a abordar com ceticismo. Mas ali se tratava da CNN internacional, o que era pior. Estava ali sentado, primeiro de queixo caído, e logo em seguida gritando para a televisão, enquanto um correspondente após o outro reportavam a carnificina dos ataques israelenses em Beirute, sem praticamente nenhuma notícia complementar da chuva de mísseis lançados pelo Hezbollah sobre o norte de Israel. A reportagem era tão completa e vergonhosamente tendenciosa que permaneci horas assistindo, imaginando que, em algum momento, eventualmente a CNN fosse contar toda a história… Mas não o fez”.

A manipulação midiática detectada por Malone revela algo perturbador: muitos dos responsáveis por decidir o que iremos ler ou ver no noticiário não concebem seu trabalho como informativo, mas como essencialmente político
Nesse contexto, a cobertura torna-se uma arma a serviço da causa que defendem. 
Assim é que, na mentalidade de muitos jornalistas e intelectuais de esquerda, atos efetivos de terrorismo (bombas, tiros, explosões, facadas etc.), desde que praticados por algum representante da categoria dos “explorados”, são justificáveis diante do fato primeiro e pecado original da exploração. Por vezes, o termo “terrorismo” chega a desaparecer do noticiário, quando se trata de cobrir a violência praticada por “explorados” contra “exploradores”.

A relativização do terrorismo atingiu o paroxismo justo num de seus momentos mais espetaculosos, quando dos atentados de 11 de setembro. Comentando sobre o chocante evento, o ultrarradical Noam Chomsky, intelectual público dos mais influentes no mundo, qualificou os EUA de “Estado terrorista”. Resumidamente, a sua tese era a seguinte: os ataques terroristas haviam sido uma resposta dos povos oprimidos do Terceiro Mundo ao imperialismo norte-americano. Antes que vítima, a América era, portanto, a verdadeira responsável pelos atentados.

De acordo com a Lei Antiterrorismo sancionada por Dilma Rousseff, não faz parte dos tipos penais o cometimento de crimes por razões políticas. Na época, essa ressalva na lei foi concebida a fim de proteger grupos radicais alinhados ao petismo para que pudessem continuar cometendo impunemente suas ações de violência política

A macabra racionalização chomskyana não era uma posição excêntrica no seio da intelligentsia esquerdista mundial. De acordo com ela, os terroristas da Al-Qaeda foram irremediavelmente atraídos para o campo magnético das Torres Gêmeas, não tendo alternativa que não a de se explodirem contra milhares de inocentes. Bin Laden e seus pupilos haviam manifesto um instinto de liberdade que, sob condições de opressão, tende a se mostrar exasperado e eventualmente homicida. Quanto ao país agredido, sendo inexorável e aprioristicamente culpado no tribunal da história, o que lhe restava era assimilar o golpe com humildade e resignação, extraindo-lhe motivo para uma autocrítica. 

Como notou à época o analista Frédéric Encel, a lógica chomskyana funcionava “como se os trabalhadores no World Trade Center e os passageiros dos aviões sequestrados encarnassem o mal da América, tendo de expiar a culpa pelo culto do rei dólar, o destino dos apaches, o McDonald’s”.

Embora soe odiosa quando dita sem rodeios, a mensagem era clara: os EUA haviam pedido por aquilo. Poucos, obviamente, ousaram expressar a coisa nesses termos. 
Mas, incrivelmente, houve quem tenha perdido até mesmo esse mínimo de pudor. Destaca-se aí o filósofo francês Jean Baudrillard, que escreveu: “Olhando de perto, pode-se dizer que eles o fizeram, mas nós o desejamos… Quando o poder global monopoliza a situação a este nível, quando há tamanha condensação de todas as funções na maquinaria tecnocrática, e quando nenhuma forma alternativa de pensamento é permitida, que outro caminho há senão uma guinada situacional terrorista? Foi o próprio sistema que criou as condições objetivas para essa brutal retaliação” (grifos meus).

Obviamente, também entre os intelectuais brasileiros de esquerda houve quem justificasse o terrorismo como meio político aceitável e até mesmo inevitável. Também por ocasião do 11 de setembro, escrevendo para o Correio Braziliense, o psolista uspiano Vladimir Safatle seguiu a senda aberta por Baudrillard: “Verdade seja dita: a terça-feira negra mostrou como a ação política mais adequada para a nossa época é o terrorismo. Ele é o que resta quando reduzimos a dimensão do conflito social à lógica do espetáculo”.

Ataque terrorista ao World Trade Center, em Nova Iorque, 
em 11 de setembro de 2001 | Foto: Wikimedia Commons

Anos depois, em artigo com o significativo título “Invenção do terror que emancipa”, Safatle resenhava uma coletânea organizada por Slavoj Zizek (outro notório entusiasta da violência política redentora) e descrevia os terroristas de uma maneira bem peculiar: “Sujeitos não substanciais que tendem a se manifestar como pura potência disruptiva e negativa”. O argumento consista basicamente na afirmação de que o rótulo “terrorismo” adviria, na verdade, de um juízo burguês, moralista e reacionário de práticas revolucionárias inerentes à história política moderna.

Por óbvio, os tortuosos argumentos avançados por intelectuais enragés acabam sempre formatando as cabecinhas do pessoal das províncias das redações e dos estúdios, levando-os a assimilarem como fato inconteste uma tese para lá de controversa, segundo a qual o terror “que emancipa” é sempre uma reação a uma agressão anterior. Retratando a América (ou Israel, ou mesmo o Ocidente como um todo) como o agente primeiro e transcendental do terrorismo, Chomsky, Baudrillard, Safatle e os jornalistas que consomem a sua papinha ideológica acabam equiparando terroristas e vítimas, ambos passivamente sujeitos à atuação de um ator histórico que, de fora e acima, os determina igualmente. Diante do algoz abstrato e categorial, as vítimas concretas (mortas pelo terror) e os agressores concretos (os terroristas da Al-Qaeda, do Hamas ou do Estado Islâmico) são nivelados na condição de pacientes históricos. Diante do “fato” primeiro da opressão, o terrorismo torna-se praticamente um imperativo categórico — ou, nas palavras de Safatle, “a ação política mais adequada para a nossa época”.

Não é espantoso que essa mesma esquerda, para a qual o terrorismo concreto sempre foi relativizadoquando não exaltado, como se vê na representação cultural benevolente do líder terrorista Carlos Marighella, resolva agora absolutizar o termo para aplicá-lo irrestritamente a todos os bolsonaristas de algum modo associados aos atos de 8 de janeiro? Deliberadamente omitindo o fato de que, segundo a lei, nem mesmo os crimes efetivamente cometidos naquele dia (vandalismo, depredação, destruição de patrimônio etc.) poderiam ser tipificados como terrorismo, a militância de redação pró-PT não pensou duas vezes em estigmatizar como “terroristas” até mesmo quem não os cometeu, e, mantendo-se acampados em frente ao QG do Exército, nem sequer esteve presente na Praça dos Três Poderes.

Como mostra reportagem de Oeste, a própria PGR afirmou não ser possível enquadrar como “terroristas” os responsáveis pelos atos
De acordo com a Lei Antiterrorismo, de nº 13.260, sancionada por Dilma Rousseff em 2016, não faz parte dos tipos penais o cometimento de crimes por razões políticas
Na época, essa ressalva na lei foi concebida a fim de proteger grupos radicais alinhados ao petismo (a exemplo do MST, do MTST, da UJS etc.), para que pudessem continuar cometendo impunemente suas ações de violência política. 
Embora seu mérito seja questionável — pois baseada na ética das intenções, e não na das consequências , o fato é que a ressalva foi aprovada e incorporada na lei, e, portanto, sua aplicação deveria ser isonômica.

Não é o que temos visto, obviamente. Porque o interesse não é saber o que é um terrorista caso em que os militantes de redação deveriam perguntar, por exemplo, a Orlando Lovecchio, que, em 19 de março de 1968, perdeu a perna na explosão de uma bomba “pela democracia” detonada pelos rebentos de Marighella. O interesse é prender e neutralizar adversários políticos. E aí o nome das coisas vira um mero detalhe. O reino de Confúcio — “a verdadeira sabedoria é dar às coisas os nomes certos” — é substituído pelo do Humpty-Dumpty, o cabeça-de-ovo: “Quando uso uma palavra, ela significa o que eu quiser que ela signifique”.

Leia também “O foro de São Paulo no poder”

Flávio Gordon, colunista - Revista Oeste

 

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Como funciona o Iron Dome, poderoso escudo antimíssil israelense - DefesaNet

O fogo cruzado entre forças israelenses e palestinas continua a se intensificar e as Nações Unidas temem uma "guerra em grande escala". [estilingue x caças de última geração?] Desde segunda-feira (10/05), membros palestinos do Hamas lançaram mais de 1.000 mísseis contra Israel, a maioria contra a cidade de Tel Aviv e seus arredores.

Em resposta, as forças israelenses realizaram bombardeios letais em Gaza, deixando dezenas de mortos. Mas Israel conta com um escudo poderoso para se proteger dos foguetes lançados por militantes do Hamas a partir da Faixa de Gaza: o chamado Iron Dome (Domo de Ferro em português). Conforme o exército israelense, dos cerca de 1.050 mísseis e morteiros disparados, 850 foram interceptados por este sistema antimísseis.[só que para Israel não basta sua imensa capacidade defensiva - necessitam assassinar civis palestinos na Faixa de Gaza.]

Diversas imagens e vídeos comprovam a capacidade do sistema, mostrando como ele destrói diversos mísseis no ar simultaneamente e impede que caiam em áreas civis.
No entanto, como qualquer outro sistema de defesa, o Domo de Ferro não é infalível, e especialistas alertam que outras organizações com maior poder de fogo podem botar à prova sua eficácia.

Os ataques balísticos das últimas horas revelaram mais uma vez o poder da Cúpula de Ferro de Israel


Como funciona o Domo de Ferro
Também conhecido como Cúpula de Ferro, o escudo é parte de um amplo sistema de defesa aérea que opera em Israel. Seu objetivo é proteger o país de mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro, foguetes e outras ameaças aéreas.


O sistema foi projetado pela companhia Rafael Advanced Defense System LTD, uma empresa privada com laços estreitos com as forças armadas israelenses, que constrói sistemas de defesa aérea, marítima e terrestre. O projeto também contou com financiamento superior a US$ 200 milhões (R$ 1,06 bilhão) dos Estados Unidos.

O fabricante afirma que trata-se do sistema antimíssil mais amplamente utilizado no mundo e que é eficaz em mais de 90% dos casos. As baterias são feitas de mísseis interceptores, radares e sistemas de comando que analisam onde os foguetes inimigos podem pousar. A tecnologia de radar diferencia entre mísseis que podem atingir áreas urbanas e aqueles que devem errar o alvo. O sistema então decide quais devem ser interceptados.
Os interceptores são lançados verticalmente a partir de unidades móveis ou estacionárias. Eles então detonam os mísseis no ar.

 

Com que finalidade o sistema foi instalado?
O Domo de Ferro tem sua origem no conflito de 2006 entre Israel e o Hezbollah, grupo islâmico libanês. À época, o Hezbollah lançou milhares de foguetes contra Israel, matando dezenas de pessoas e causando grandes estragos. No entanto, os esforços israelenses para desenvolver um escudo antimísseis têm mais de três décadas e são parte relevante da colaboração militar entre Israel e os Estados Unidos.

Em 1986, Israel assinou um contrato com os EUA para pesquisar sistemas antibalísticos, como parte de um projeto da Iniciativa de Defesa Estratégica (SDI, na sigla em inglês) do governo Ronald Reagan. Cinco anos depois deste acordo, os líderes israelenses aceleraram os esforços para desenvolver o sistema, quando o então presidente iraquiano Saddam Hussein ordenou o lançamento de mísseis Scud contra Israel durante a Primeira Guerra do Golfo.

Estilingue x caças última geração

[por respeito aos nossos dois leitores - 'ninguém' e 'todo mundo' - entre os quais estão simpatizantes de Israel e dos Países Árabes e também a nossa condição de ser nosso principal objetivo o BRASIL - nações estrangeiras, só entram em nosso radar, em situações excepcionais. 
Nada contra que Israel utilize sua fantástica capacidade de defesa para sua autoproteção. 
Complicado é que mesmo possuindo elevado poder defensivo não se contente e use seu imenso poder ofensivo para atacar civis palestinos desarmados e destruir construções civis na Faixa de Gaza - assim, além de se defender dos estilingues lançados pelo Hamas, o exército israelense mata civis palestinos desarmados e deixa milhares de civis, incluindo crianças e mulheres em situação de desabrigo.
 
Nos constrange é que a ONU, e vários dos comitês de defesa disso e  daquilo, anistia internacional e muitos outras Ong's,   que sobrevivem pendurados em suas tetas, pouco façam - além de pedidos de cessar trégua, etc - para evitar a matança e trazer uma situação  de paz para a Faixa de Gaza. É pacífico que os limites de atuação de Israel estão sempre dentro dos limites acordados com os EUA.
 
Ficamos revoltados é que as mesmas organização citadas,quando se trata de se imiscuir nos assuntos internos do Brasil, fazem exigências, querem impor regras, etc. Felizmente, recebem como resposta o resultado do velho ditado árabe: "enquanto os cães ladram, a caravana passa". 
 
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, realizou recentemente operação em área de favela conhecida como 'jacarezinho' - operação lícita, legal, apoiada em ações de inteligência e  destinada principalmente a cumprir mandados de prisão = documentos emitidos pelo Poder Judiciário e cujo cumprimento é obrigação da Polícia Civil.
Os criminosos homiziados naquela região, reagiram à operação policial com a ousadia que lhes é, especialmente os ligados ao tráfico de drogas, e com a certeza de que contariam com o apoio das Ong's, dos direitos dos manos, dos comitês de 'boteco' da ONU, a parcialidade pró bandido da 'defensoria pública', da esquerda maldita que tenta retomar o controle do Brasil, optaram pela reação e efetuaram o primeiro disparo: de forma covarde e traiçoeira, utilizando um FUZIL, o bandido emboscado  em uma laje - excelente ponto de observação e disparo, que certamente ocupou com a conivência do dono do lote - e tendo como alvo um policial herói (policial Civil, André Faria) que desembarcava de um carro blindado e não teve a menor chance tendo em conta a excelente localização do atirador e a situação do policial naquele momento = chegando ao local onde se iniciaria a operação e sem nenhuma ação belicosa até aquele momento. Foi o policial André Faria, a PRIMEIRA VÍTIMA de um confronto que ainda não tinha sido iniciado. 
 
Mas, a turma da ONU, da anistia internacional, da defensoria pública e das Ong's defensoras dos direitos dos manos, logo entrou em ação classificando de chacina um tiroteio iniciado pelos bandidos e que teve como primeira vítima um policial.
Exigiram investigação independente, certamente o francês Macron e o esquerdista Biden, devem ter cogitado de lançar uma bomba atômica na Amazônia para enquadrar o Brasil. 
Uma instituição ligada à uma universidade enviou para o STF um vídeo mostrando uma ação policial realizada em 2018 em Porto Alegre - assegurando serem imagens da 'chacina' do jacarezinho.
Os gritos por Justiça, as ameaças, latidos só cessaram quando a Polícia Civil do Rio de Janeiro, divulgou a folha corrida dos 28 mortos, mostrando que 25 dos mortos eram bandidos - alguns ex-presidiários e outros em liberdade condicional - dois tinham envolvimento com o tráfico = segundo depoimento de familiares, - e 28º morto, era um 'di menor' que estava comprando drogas - o único inocente foi o policial civil ANDRÉ FARIA.
Sem argumentos para sustentar a acusação, colocaram as coleiras nos cães e silenciaram.
 
Qual a razão de entidades internacionais se juntarem a outras , dizendo defender direitos humanos e acusarem policiais em serviço - que, simplesmente, se defenderam,  na luta pelo direito de VOLTAR PARA CASA - e se omitirem quando civis desarmados, incluindo mulheres e crianças, são abatidos na Faixa de Gaza - mortes realizadas por um dos mais poderosos exércitos do mundo?]

No início de 2010, o Domo de Ferro já havia passado com sucesso pelos testes realizados pelo exército israelense. Em abril de 2011, o sistema foi testado em combate pela primeira vez, quando derrubou um míssil lançado contra a cidade de Beer Sheva, no sul do país.

Deficiências
Desde segunda-feira, em várias cidades israelenses - como Tel Aviv, Ashkelon, Modi'in e Beer Sheva — soam os alarmes que alertam sobre mísseis lançados a partir de Gaza. Militantes palestinos têm tentado saturar o poderoso sistema de defesa israelense, avaliam especialistas. Anna Ahronheim, correspondente de defesa e segurança do jornal israelense The Jerusalem Post, disse à BBC que foi "assustador ouvir centenas de interceptações e mísseis" caindo nas proximidades.

O ataque a mísseis se intensificou depois que dois blocos de apartamentos residenciais foram derrubados em Gaza na terça-feira (11/05).[um dos blocos residenciais abrigava a sede da Associated Press] Israel afirma que tem como alvos locais de lançamento de foguetes, edifícios, residências e escritórios usados ??pelo Hamas, que por sua vez diz estar indignado com o "ataque do inimigo a torres residenciais".

O Domo de Ferro teria derrubado entre 85% e 90% dos mísseis lançados pelo Hamas. No entanto, de acordo com Yonah Jeremy Bob, analista de inteligência do Jerusalem Post, o sistema pode ser eficiente contra ataques do Hamas, mas poderia ter mais dificuldades com organizações como o Hezbollah, capaz de lançar mais mísseis em menos tempo.

Críticas
Não há nenhuma dúvida de que o sistema tem protegido os israelenses de diversos ataques letais na última década. No entanto, há críticas quanto à sua utilidade a longo prazo. Especialistas como Yoav Fromer, cientista político da Universidade de Tel Aviv, argumentam que o escudo tecnológico é um recurso de curto prazo, dentro de um conflito muito mais profundo."Muitos anos depois, ainda estamos presos no mesmo ciclo de violência sem fim. O notável sucesso do Domo de Ferro contribuiu, irônica e inadvertidamente, para o fracasso das políticas externas que criaram essa escalada de violência", disse Fromer à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

"O fato de o governo israelense ter fracassado em desenvolver uma estratégia consistente para neutralizar a ameaça do Hamas pode ser considerado, ao menos indiretamente, como um resultado de o Domo de Ferro nos prover uma proteção considerada 'suficiente'", acrescenta o especialista.  Fromer acredita que a defesa oferecida pelo sistema contribuiu para que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu nunca sofresse pressão suficiente da opinião pública para criar políticas que resolvessem efetivamente a ameaça a partir da Faixa de Gaza.

 DefesaNet