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sábado, 17 de agosto de 2019

Brasil e Argentina, amigos por destino - O Globo/Veja



Míriam Leitão
O ministro Paulo Guedes pergunta: desde quando precisamos da Argentina? Desde sempre, caro Paulo. O Brasil e a Argentina são parceiros antigos, tiveram momentos de tensão, juntos enfrentaram um inimigo comum no Império e têm vivido uma história intensa. Eu acompanhei uma parte dessa relação como jornalista de política externa no governo militar. Os dois países estavam de acordo sobre torturar e matar opositores, na operação Condor, mas tinham desconfianças e conflitos no comércio e na energia. Havia quem temesse uma corrida nuclear entre ambos.

O próprio governo militar, que alimentou a desconfiança, tratou de desfazê-la. Foram três intermináveis anos de negociação tocada pelo ministro Ramiro Saraiva Guerreiro até o fechamento do acordo que permitia a conclusão da hidrelétrica de Itaipu e deixava espaço para Corpus. Houve um tempo em que o medo um do outro era tanto que a Argentina achava que Itaipu fora concebida como arma. Abertas as comportas, Buenos Aires seria inundada. Era esse clima que Guerreiro desfez, com paciência, diplomatas profissionais, e a certeza de que se entender com a Argentina é destino, um determinismo geográfico. As guerras começam às vezes por mal entendidos não desfeitos a tempo.

Guerreiro — aprendi muito com ele — nunca criticava a Argentina nas conversas com os jornalistas. Ele preferia elogiar os avanços das negociações. Certa vez ele fez o impossível. Elio Gaspari costuma lembrar desse episódio com uma de suas expressões: “ele tirou a meia sem descalçar o sapato.” Foi quando a ditadura argentina nos seus estertores decretou guerra à Inglaterra. Aqui, a nossa ditadura estava no fim também, mas tentava sair de fininho. Eles, mais sanguíneos, decretaram a guerra contra a velha potência colonial, que havia perdido os dentes, mas ainda controlava as Malvinas, chamada de Falkands pelos britânicos.
Primeiramente, a diplomacia brasileira nunca aceitou o nome inglês. Era um recado. Depois, foi bem-sucedida na meta que se impôs: ficar ao lado da Argentina, ser contra a guerra, e não brigar com a Inglaterra.

A diplomacia brasileira quando bem trabalhou foi nesse sentido. A nós não cabe o uso da força. É um equívoco infantil do candidato a embaixador Eduardo Bolsonaro dizer que “diplomacia sem armas é como música sem instrumentos”. É que o menino não entende de diplomacia nem de música. O Brasil, que nunca será potência militar, tem que exercer o soft power. É nesse campo que poderíamos avançar protegendo as florestas e fazendo disso o arsenal nas negociações do século XXI na política do clima.Houve um tempo de conjunturas macroeconômicas diferentes em que o diálogo ficou áspero. O então embaixador do Brasil na Argentina Marcos Azambuja deu um jeito de jogar uma partida de golfe com o então presidente Carlos Menem. No jogo, entregou o recado: “Señor presidente, nosotros estamos condenados a ser amigos”.

Na diplomacia, às vezes uma coisa leva à outra. Para o bem e para o mal. Palavras hostis minam o chão no qual precisamos andar. No acordo das hidrelétricas o que eu vi foi a retirada de minas de um terreno em que se caminhou penosamente. Depois do tratado, assinado em Assunção, houve um acordo entre os dois países em que cada um abria as instalações nucleares para vistoria do outro. Uma forma de provar que os projetos tinham todos os objetivos pacíficos, da medicina à energia, mas não os militares. Veio, então, o Mercosul, que aumentou muito o comércio entre os quatro países — Uruguai e Paraguai incluídos. Hoje a Argentina é o maior comprador de produtos manufaturados brasileiros, os bens que temos dificuldade em exportar.

No Brasil se fez uma escolha eleitoral em 2018, na Argentina se fará este ano, pelo visto, no sentido oposto. E se os países tiverem governos de ideologias diversas? É hora de minguar a relação e ofender os vizinhos? Evidentemente, não. Os dois governos serão traço na história longa dessa relação bilateral. Argentina e Brasil têm errado, mas o mais inteligente é tirar o máximo proveito dessa parceria. Uma vez, o ex-ministro da Economia argentino Domingo Cavallo me disse: “Argentina es el tango, Brasil es la samba”. Somos distintos. A diferença não pode separar. Esta é a arte da diplomacia.


Blog da Miriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo


#SanatórioGeral: Herança maldita (13)

Deputada da bancada do berreiro jura que Bolsonaro destruiu em sete meses o paraíso construído pelo partido que virou bando


Congelaram o país por 20 anos dizendo que iam gerar milhões de empregos. Rasgaram a CLT e acabaram com o direito à aposentadoria com a mesma cantilena. Agora, aprovam a MP da Liberdade Econômica com esse discurso? O povo brasileiro não acredita nessa gente cruel e mentirosa!”. (Erika Kokay, deputada federal que brilha na bancada do berreiro, jurando no Twitter que Jair Bolsonaro destruiu em sete meses o paraíso que o PT, entre um desvio de dinheiro e um assalto a cofres públicos, inventou durante 13 anos)

#SanatórioGeral: Amante insaciável

Gleisi fica à beira de um ataque de nervos com a ideia de perder a chance de saquear a Petrobras pela segunda vez


“Guedes tem ideia fixa por vender as riquezas do povo num ataque frontal à soberania nacional. É o fim da picada privatizar a Petrobras! Qual sentido nisso? Nenhum país joga pela janela áreas estratégicas e que geram lucro e emprego”. (Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do PT, conhecida pelo codinome Amante no Departamento de Propinas da Odebrecht, no Twitter, esquecendo de dizer que, se o ministro da Economia sonha com a venda da Petrobras, Gleisi, Lula e seus comparsas só pensam em voltar ao poder e saquear a estatal pela segunda vez)

Blog do Augusto Nunes - Sanatório Geral - Publicado em Veja


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Operação para salvar o presidente do Paraguai - Blog do Noblat

Veja - Blog do Noblat

Bolsonaro e Trump, afinados

A escalada da crise que ameaça o mandato do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítes, acusado pela oposição de ter fechado com o Brasil um acordo que fere os interesses do seu país, provocou uma ação conjunta dos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump.

Bolsonaro admitiu rever o acordo que levaria o Paraguai a pagar mais caro pela energia produzida pela hidroelétrica de Itaipu. O embaixador americano em Assunção, ontem à noite, soltou uma nota onde cobra do Congresso paraguaio o “estrito respeito à lei”.

Benítes é considerado um aliado pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos. O acordo considerado lesivo ao Paraguai foi assinado em maio último, mas só agora revelado. Poderia beneficiar uma empresa brasileira ligada à família de Bolsonaro.

O Senado paraguaio recusou-se a aprovar o acordo. Benítez demitiu quatro autoridades que se envolveram nas negociações – entre elas o ministro das Relações Exteriores, Luis Castiglioni. E segue disposto a resistir às pressões para que renuncie ao cargo.




quarta-feira, 31 de julho de 2019

Acerto secreto com Brasil sobre Itaipu põe presidente do Paraguai sob risco de impeachment - O Globo




O Globo - Janaína Figueiredo

A revelação por um ex-diretor da Ande (a Eletrobras paraguaia) dos termos da ata diplomática assinada por autoridades dos dois países em maio, em Brasília, modificando aspectos da administração compartilhada da hidrelétrica de Itaipu desencadeou verdadeira tsunami política em Assunção. O presidente Mario Abdo Benítez ficou à beira de um pedido de impeachment e foi obrigado a afastar quatro altos funcionários, entre eles o chanceler Luis Castiglioni, senador colorado mais votado nas eleições de 2018. Segundo analistas locais ouvidos pelo GLOBO, a crise tornou o atual governo o mais fraco desde 2003. 

Instalou-se a sensação de que o documento negociado em Brasília, já rechaçado pelo Senado do país, foi um acordo secreto altamente prejudicial para os interesses do Paraguai . Ontem, o advogado Tadeo Ávalos apresentou uma denúncia à procuradora-geral do Estado, Sandra Quiñónez, acusando Castiglioni; o ex-embaixador do Paraguai no Brasil, Hugo Saguier Caballero; o ex-diretor da Ande Alcides Jiménez, e o ex-diretor paraguaio de Itaipu José Alderete, de traição à Pátria.  
Os pontos mais questionados pelos paraguaios se referem a limitações que seriam impostas ao país sobre seu direito de solicitar energia produzida por Itaipu e a redução da chamada “energia excedente” que seria entregue ao Paraguai. Desde 2007, o país tem preferência para receber esse tipo de energia, a preços baixíssimos. 

As denúncias públicas feitas por Pedro Ferreira, ex-presidente da Ande que ontem foi ao Parlamento reforçar suas acusações ao governo de Benítez, acentuaram a crise e aumentaram as dúvidas sobre como o chefe de Estado conseguirá acalmar os ânimos. Benítez, do Partido Colorado, foi eleito por margem estreita de votos e não controla o Parlamento, onde enfrenta a oposição de liberais, partidos de esquerda e, atualmente, também de amplas alas do próprio partido. Segundo informações que circularam na imprensa local, correligionários do presidente teriam apoiado o pedido de impeachment, suspenso temporariamente após a decisão de Benítez de afastar os quatro altos funcionários que assinaram a ata de Brasília. Esta crise é consequência de erros graves cometidos pelo governo e da incapacidade dos técnicos de chegarem a um acordo que acabou ficando, pela primeira vez desde a criação de Itaipu, em mãos da Chancelaria — afirmou ao GLOBO Alejandro Evreinoff, do Instituto de Altos Estudos Estratégicos (IAEE) e assessor de Coordenação de Itaipu.


Segundo ele, “o ponto mais sensível refere-se à energia excedente, que permite ao Paraguai baixar os custos operacionais de suas empresas e se desenvolver”.
— Finalmente, estamos igual ou pior que em outubro do ano passado, quando os técnicos começaram a negociar os termos para 2019. Essa ata não tem validade e acabou sendo usada para tentar desestabilizar o governo — apontou o especialista. 

Itaipu é uma questão extremamente sensível para o Paraguai, já que fornece 90% da energia elétrica consumida pelo país. Com menos de um ano de gestão, sem poder exibir grandes êxitos e às voltas com o impacto da recessão argentina e a desaceleração da economia brasileira, Benítez cometeu um erro que já lhe custou caro. No discurso anual ao Congresso, no começo de julho, o presidente ignorou a ata de Brasília e agora é acusado de secretismo e traição. O governo brasileiro considera válido o documento e espera seu cumprimento. -  No Paraguai, a política pode ser vertiginosa, e erros como este podem ter consequências graves — afirmou o ex-chanceler Ruben Melgarejo Lanzoni, espécie de assessor externo do presidente.

Num país que elege seus presidentes em apenas um turno, Benítez venceu as eleições por pouco e é pressionado por um Congresso que mostrou rápida capacidade de articulação. O chefe de Estado reagiu rápido, mas analistas como José Tomás Sánchez se perguntam como esta crise afetou o governista e dividido Partido Colorado.— Existe a sensação de que este governo nunca começou e, agora, a incógnita sobre a guerra colorada — frisou Sánchez. 

Desde que a crise veio à tona, uma pesquisa sobre a hidrelétrica e a relação entre Brasil e Paraguai desde 1973 realizada pelo Centro para a Democracia, a Criatividade e a Inclusão Social viralizou nas redes sociais. O trabalho, coordenado por Miguel Carter, tem números que só aumentaram a irritação social. A pesquisa de Carter diz que entre 1985 e 2018 o Paraguai deixou de ganhar US$ 75,4 bilhões por vender a energia que não consome ao Brasil, a preços abaixo dos valores de mercado. O trabalho mostra, ainda, que em todos esses anos de funcionamento da hidrelétrica o Paraguai usou 7,6% da energia produzida.— Há um amplo consenso no país de que o tratado e esta última negociação foram amplamente desfavoráveis aos paraguaios — afirmou Carter. 

Em Assunção, o documento selado em Brasília é chamado de “ata secreta da traição”, e mesmo que nada do que foi negociado tenha saído do papel, sua divulgação debilitou um governo que já era vulnerável e que muitos se perguntam como se sustentará por mais três anos.
 

O Globo - Janaína Figueiredo - Colaboraram Manoel Ventura e Eliane Oliveira, de Brasília