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quarta-feira, 10 de maio de 2023

Visita de Alberto Fernández - Lula quer ajudar a falida Argentina às custas do sacrifício do povo brasileiro

Gazeta do Povo - VOZES

Leonardo Coutinho

Brasil, América Latina, mundo (não necessariamente nesta ordem)

Alberto Fernández e Lula se cumprimentam, durante a visita do argentino a Brasília esta semana| Foto: EFE/André Borges

O presidente argentino Alberto Fernández esteve em Brasília para uma missão de vida ou morte. A Argentina quebrou. Quebrou mesmo. A Argentina, aliás, sempre flerta com a bancarrota. Mas com Fernández, a economia se esfarelou de vez. As reservas do país estão sob sangria e já atingiram o nível mais baixo dos últimos sete anos. 
Com uma inflação que já supera a 100% por ano (e não para de subir) e uma seca histórica que reduziu drasticamente a produção do agronegócio – a principal fonte de dólares para o país. 
Ele voltou para casa com uma promessa de seu homólogo brasileiro de que fará “todo e qualquer sacrifício para ajudar a Argentina”.
 
Lula pode dizer isso, pois foi eleito para representar o povo brasileiro. 
Mas quando Lula o diz, ignora o fato de que o sacrifício não será feito por ele, mas pelo povo que o elegeu. [cabe a famosa pergunta aos que votaram no apedeuta petista: "quem mandou fazer o L?agora, aguentem que vai doer".]
Em seu terceiro mandato, Lula reproduz o vício de governar o Brasil como se o país fosse seu. Como se o Brasil fosse o PT.
 
A Argentina está na iminência de não ter dólares para pagar importações. Alguns economistas estimam que as reservas líquidas do Banco Central da República Argentina estejam por volta de US$ 2 bilhões. 
Para um país, isso não é nada. Em termos objetivos, é o mesmo que estar no cheque especial.

Como em um tango, não é de hoje que a economia e a política da Argentina dão um passo para a frente, um para o lado e dois para trás. Depois de cada suspiro, o país dá uma estagnada e depois piora ainda mais. Nessa dança infinita, que imita os passos de um dos símbolos nacionais, os argentinos colecionam dívidas monumentais e calotes.

Quando Lula fala em “sacrifício para ajudar”, ele está prevendo que os contribuintes brasileiros terão que assumir a conta que certamente jamais será quitada pelos vizinhos do sul. Em seu pronunciamento, Lula citou os Brics cujo banco de desenvolvimento é presidido por Dilma Rousseff – e o indefectível BNDES, que durante o petismo foi a peça-chave para o envio de bilhões para ditaduras amigas na África, América Latina e Caribe
Dinheiro que não só financiou obras, como serviu para alimentar o maior caso de suborno internacional da história.

O governo Lula desenha uma linha de crédito para Argentina poder usar para importação de bens brasileiros. O plano é dar um cartão pré-pago, cujo limite pode ser bilionário, para Fernández comprar no Brasil o que a Argentina está na iminência de não mais poder pagar aos fornecedores que já acumulam boletos não pagos por Fernández.

A China já fez isso durante os governos de Cristina Kirchner, Mauricio Macri e no de Fernández. 
A dinheirama virou fumaça no irremediável populismo argentino. 
As contas impagáveis transformaram a Argentina em uma escrava da dívida.

O “sacrifício” brasileiro é líquido e certo. A ideia de conceder crédito para um país importar produtos brasileiros é boa. Estimula a indústria e o agro locais, gerando empregos e riqueza no Brasil. Mas na prática, quando esses recursos são entregues a caloteiros, o resultado é uma tragédia na qual os benefícios obtidos pelas operações são anulados pelo prejuízo que recai sobre o Tesouro e consequentemente sobre os mais necessitados.

O emprego do BNDES para a concessão de crédito para os argentinos é ainda mais esdrúxulo considerando que, em março, o BNDES anunciou que planeja contrair empréstimos com a China que somam R$ 6,5 bilhões. Ou seja, o mesmo BNDES que está se encalacrando com a China será a fonte de um empréstimo que possivelmente jamais será pago pelos argentinos.

O sacrifício vai ser grande. E saiba de uma coisa: é apenas o começo
.

Leonardo Coutinho, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Los hermanos ditadores - Gilberto Simões Pires

 SHOW EM BUENOS AIRES
Ontem, 23 de janeiro, em Buenos Aires, capital da vizinha Argentina, Lula deu um verdadeiro show. Mostrando um preparo invejável, com muito foco, Lula foi ainda mais cirúrgico na sua habitual e inconfundível capacidade para produzir MENTIRAS. Mais: fez questão de mostrar o quanto é capaz de pensar grande quando se trata do uso e do abuso daquilo que trafega na rota do mais amplo ABSURDO. 
 
TANGO A MODA PETISTA
Tal qual um exímio bailarino, Lula fez uma apresentação dentro do mais puro estilo reservado aos dançarinos de TANGOS ARGENTINOS. Misturando o TANGO DE SALÃO com TANGO MILONGUEIRO E TANGO FANTASIA, Lula dançou sob aplausos frenéticos de Alberto Fernández, um inusitado -TANGO À MODA PETISTA-. 
 
SITUAÇÃO PRIVILEGIADA
Sem mostrar o menor rubor, Lula disse coisas pra lá de ABSURDAS. Uma delas, talvez a maior de todas foi quando disse que a Argentina terminou 2022 em SITUAÇÃO PRIVILEGIADA NA ECONOMIA. Privilégio, para Lula e petistas em geral, é um país que adota o incrível CONGELAMENTO DE PREÇOS, DESMEDIDA IMPRESSÃO DE MOEDA e que apresenta INFLAÇÃO OFICIAL em torno de 100% -a mais alta dos últimos 31 anos-. Mais: segundo dados oficiais, 40% DOS CIDADÃOS ARGENTINOS SÃO POBRES. Que tal? 
 
VENEZUELA E CUBA
Dentro do figurino COMUNISTA, Lula defendeu os governos ditatoriais de Cuba e Venezuela. Entretanto ficou mudo quanto à INFLAÇÃO VENEZUELANA, que NO ANO PASSADO, 2022, atingiu a marca de 234%, uma das mais altas do mundo. Como se percebe claramente, a Venezuela resolveu deixar de lado a produção de petróleo para se dedicar na produção de INFLAÇÃO, a ponto de se transformar num dos maiores do mundo nesta incrível e absurda arte destrutiva de qualquer economia. No ano anterior, 2021, a taxa de inflação atingiu a incrível marca de 686,4%. Pode?
 
RETROCESSO?
Para concluir, não posso deixar de referir o que Lula disse a respeito da deplorável petista Dilma Rouosseff. Ao lado do presidente Alberto Fernández, afirmou que "UM GOLPE DE ESTADO derrubou a sua companheira Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita presidenta da República do Brasil”. Mais: com a saida de Dilma, “o Brasil entrou em um retrocesso que eu jamais imaginei que o Brasil poderia entrar". Dose, não?
 
Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires
 

sábado, 11 de junho de 2022

Constituição em frangalhos - Revista Oeste

 
A democracia do Brasil está sendo destruída na frente de todo o mundo, praticamente todos os dias, pelas decisões dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Não há nada oculto, e nem sujeito à dúvida, naquilo que fazem: estão criando, peça por peça, um país fora da lei, no qual a Constituição Federal e o restante da legislação em vigor não valem mais nada, os direitos individuais foram suprimidos e o resultado das eleições pode ser montado numa sala secreta do “TSE”, o braço eleitoral do STF. 
Qualquer cidadão brasileiro pode ser preso, obrigado a usar tornozeleira e punido com multas extravagantes e ilegais. 
Está sendo tocado no degrau mais alto da justiça um inquérito policial proibido por todas as leis — nunca foi feito, em toda a história do Brasil, nada de parecido. Partidos políticos são proibidos de operar por decisão individual de um ministroque, naturalmente, conta com o apoio da maioria dos colegas em qualquer decreto que assine, por mais demente que possa ser. 
 Há violação aberta ao direito de livre expressão; não é permitido, simplesmente, dizer o que os ministros não querem que seja dito nas redes sociais. 
Há ameaça pública, por parte do STF e do TSE, de cassar candidaturas à próxima eleição — uma intervenção no processo eleitoral que jamais se viu desde que o Brasil retornou oficialmente ao Estado de direito. 

O Congresso Nacional é cúmplice do Estado fora da lei que o Supremo criou no Brasil

É uma ditadura em construção. Um decreto perfeitamente legal do presidente da República, anulando uma condenação do STF, é ignorado pelo ministro Alexandre de Moraes, o autor da sentença; ele continua socando punições em cima do indivíduo que persegue, e a maioria dos seus companheiros de plenário apoia este ato de desordem aberta. 

A imunidade dos parlamentares, que segundo a lei não podem ser punidos por “quaisquer opiniões” que derem em público, foi grosseiramente desrespeitada pelo tribunalum deputado federal em pleno exercício do mandato, esse mesmo que o presidente perdoou, foi preso por nove meses, condenado a quase nove anos de prisão e enfrenta multas que podem chegar a R$ 1,5 milhão, pelo único e exclusivo fato de ter feito “ataques” verbais ao STF. 
Suas contas bancárias foram bloqueadas, inclusive a que paga os seus vencimentos como deputado — e bloquear salário, qualquer salário e por qualquer motivo, é proibido de maneira absoluta por todas as leis do país. 
 
O ministro que persegue o deputado bloqueou, também, as contas de sua mulher. É algo nunca visto no Direito. A mulher do deputado não é acusada de crime nenhum, não faz parte do processo e, se tiver alguma coisa a ver com a história, a violência fica ainda mais absurda ela integra a equipe de advogados do réu, e nenhum deles jamais poderia ser atingido por qualquer punição de quem está julgando o caso no qual advogam. (Imagine-se um pouco o que aconteceria se bloqueassem a conta bancária de um advogado de Lula, durante suas desventuras com a justiça penal brasileira. O mundo acabaria na hora.)  
O STF apoia essa aberração, como apoia toda a conduta delinquente do colega.
 
Vive-se num regime de histeria. O dirigente de um partido político sem expressão — não tem nenhum deputado federal, nem estadual —, mas que opera inteiramente dentro da lei, chamou um ministro Moraes de “careca”; o partido todo, no ato, foi praticamente proibido de continuar exercendo as suas atividades, por decisão pessoal do ministro que se sentiu ofendido.  
É verdade que o dirigente usou a palavra skinhead para dizer “careca”, e esse termo, no inglês, serve para designar militantes nazistas. 
Mas qual poderia ter sido o seu crime?  
Careca o ministro indiscutivelmente é — não dá, então, para dizer que o punido espalhou notícia falsa, ou fake news, na linguagem oficial do Supremo. E achar que ele é nazista? Aí já é uma questão de ponto de vista — mas expressar pontos de vista é um direito assegurado pela liberdade constitucional de expressão
Houve abuso ou crime no exercício desta liberdade por parte do líder partidário? 
Então a única resposta legal teria sido processar o homem por calúnia, injúria ou difamação, pedir retratação ou cobrar alguma indenização por dano moral — como, aliás, teria de ter sido feito no caso do deputado que tanto assombra o STF. O fato é que no Brasil de hoje a vingança passou a ser abertamente admitida como função judicial. 
 
Os ministros, e particularmente o que foi chamado de “careca”, deram a si próprios o poder e o direito de punir quem quer que seja quando se sentem pessoalmente atingidos, por qualquer coisa que seja. Para tanto, quando se dão o trabalho de explicar alguma de suas atitudes, inventaram a espantosa teoria pela qual cada metro quadrado do território nacional, do Oiapoque ao Chuí, é uma extensão física do prédio-sede do STF e, portanto, está sujeito às mesmas regras de segurança em vigor ali. 
 
Quer dizer, o infeliz fala alguma coisa em São Benedito do Fim do Mundoe é como se estivesse dentro da sala da ministra Cármen Lúcia, com uma granada na mão. Da mesma maneira, a pessoa de cada ministro é considerada como se fosse o próprio STF, e qualquer coisa que se diga contra eles é considerada um “ataque à instituição” e uma ameaça à sua sobrevivência. Como assim? É demente. O tribunal, pela última conta, gastou R$ 80 milhões nos últimos quatro anos com a segurança pessoal dos ministros e funcionários: carros blindados, escolta armada, o diabo. 
Como o sujeito, enfiado numa casamata dessas, pode se sentir “ameaçado” por ser chamado de careca? 
Supõe-se que um alto funcionário do Estado deveria se obrigar a um mínimo de coragem pessoal para exercer as suas funções, não é mesmo? É muito justo que ele tenha toda a segurança física — mas, com essa segurança toda, por que a excitação nervosa fora de controle quando alguém diz a mínima coisinha? Não faz sentido nenhum.

Os ministros do STF violam diretamente a democracia brasileira porque nenhum dos seus atos, por mais ilegais que sejam, é contestado por quem quer que seja. Na verdade, o que acontece é o contrário.  
O Congresso Nacional é cúmplice do Estado fora da lei que o Supremo criou no Brasil — para começo de conversa, aceitou, num caso único no mundo, que o princípio constitucional da imunidade parlamentar fosse jogado na lata do lixo pelo STF. No Senado, que tem o dever legal de fiscalizar o tribunal, a situação é de parceria declarada com a ilegalidade seu presidente, um dos maiores bananas que jamais passou pelo Poder Legislativo brasileiro, opera como um servente explícito dos ministros. A mídia, em sua quase totalidade, é fanaticamente a favor de tudo o que o STF decide. 
 
As elites econômicas e culturais, a esquerda em peso e toda a militância das ”pautas progressistas” também dão apoio integral ao tribunal. Não é nenhuma surpresa, naturalmente, a aberração que coroa todas essas aberrações: a suprema corte do Brasil, um grupo de ativistas onde sete dos 11 ministros foram nomeados nos governos Lula-Dilma, e dois outros são inimigos radicais do governo, age como um partido político de oposição e tem um candidato quase oficial à presidência da República — ou seja, é a própria negação da democracia. A mídia, as classes intelectuais e a “comunidade internacional” fingem fervorosamente que essa realidade não existe.

A respeito da candidatura Lula, porém, o STF tem um problema sem solução, hoje ou em qualquer época futura: o chefe do PT é candidato à presidência da República porque um dos ministros, com o pleno apoio dos colegas, tomou em seu favor a decisão mais delirante de toda a história jurídica do Brasil

Como apagar esse ato de militância política escandalosa? O ministro anulou, sem qualquer fundamento que tivesse um mínimo de decência, os quatro processos penais existentes contra Lula, inclusive sua condenação pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove magistrados diferentes o juiz que deu a sentença original, os três desembargadores que a examinaram e os cinco ministros do Superior Tribunal de Justiça que fizeram a revisão final do caso. Sem essa anulação, Lula simplesmente não poderia ser candidato, por força da Lei da Ficha Limpa — ou seja, sua candidatura é resultado direto da decisão do STF. É bem sabido o disparate utilizado para anular a condenação: Lula teria sido julgado num foro sem “competência legal” para julgá-lo. Não faz o menor nexo. 

Qualquer advogado de porta de cadeia sabe que a primeira coisa a ver num processo, qualquer processo, é se o foro é competente ou não é; se não é, a coisa nem começa
Como, então, a ação penal que condenou Lula passou por nove juízes e ninguém, ao longo de cinco anos, percebeu nada de errado com o foro? Só o ministro Edson Fachin descobriu — bem na hora em que Lula queria se candidatar a presidente? É uma alucinação. A partir dela, tudo o que o STF decide fica contaminado.

É o mesmo processo de degeneração que está acontecendo com o inquérito policial aberto três anos atrás no STF — o “inquérito para apurar fake news e atos antidemocráticos”. Esse inquérito é ilegal: por uma maneira muito simples de dizer as coisas, ele nunca poderia ter sido aberto, pois a lei brasileira, também de uma maneira muito simples, não permite que o STF abra um inquérito criminal. Muito menos, aliás, quando ele próprio se apresenta como vítima, investigador de polícia, promotor de acusação e juiz final do caso, tudo ao mesmo tempo. A partir desse fato, nada mais fica certo. É a doutrina jurídica da “árvore envenenada”, muito aceita no Direito dos Estados Unidos. Se uma árvore está envenenada, diz a teoria, todos os seus frutos terão veneno; se um ato judiciário é ilegal, todos os atos derivados dele serão ilegais. O inquérito das fake news é um clássico em matéria de árvore envenenada. Sua criação desrespeita a lei, e ponto final — depois desse pecado original, nada do que sair dele é legal, nem tem qualquer valor jurídico. 

Daí por diante, como no tango de Gardel, é Cuesta Abajo; só tristeza, com um erro dando origem automática a outro erro, um despropósito gerando outro despropósito, e assim por diante, ladeira abaixo e cada vez pior. 
Não poderia haver inquérito nenhum; a partir dessa insensatez, o STF foi criando a prisão de um deputado federal no desfrute das suas imunidades como homem público eleito pelo povo; o “flagrante perpétuo”; as agressões à liberdade de expressão; a criação de presos políticos e de pelo menos um exilado; a criminalização da notícia falsa”, ou desinformação, um crime que não existe nos 361 artigos do Código Penal Brasileiro; a imobilização de um partido que tem o direito de existir; o bloqueio da conta bancária da mulher do deputado punido; as ameaças de anulação de candidaturasna verdade, anulação de candidaturas “de direita”, a começar pela do presidente; e daí em frente, rumo ao infinito. 

Esse desrespeito continuado à lei desmonta a democracia brasileira; não há como haver democracia e, ao mesmo tempo, um supremo tribunal de justiça que pratica a ilegalidade o tempo todo. Também não há como fazer isso sem a aceitação das forças que dizem representar a “sociedade civil”. Essa aceitação se traduz em incentivo, daí se passa à cumplicidade e, no fim, à coautoria. É onde estamos.

Leia também “A negação da democracia”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste


sábado, 26 de junho de 2021

Presidente do STM defende Pazuello e elogia Bolsonaro: “É um democrata” - VEJA

General Luis Carlos Gomes Mattos afirma que não há hipótese de retrocesso institucional e diz que a oposição está esticando demais a corda

O general Mattos tinha 16 anos quando ingressou na escola de cadetes do Exército, em abril de 1964, dias depois do golpe militar. Hoje, aos 73 anos, preside o Superior Tribunal Militar (STM), corte responsável por julgar crimes cometidos por integrantes das Forças Armadas.[atualização: e crimes militares ainda que cometidos por civis.]  No cargo desde março, ele diz que se impôs duas missões. A primeira é conseguir um assento no Conselho Nacional de Justiça, órgão que, entre outras coisas, investiga acusações contra magistrados. [foi uma picuinha barata a exclusão do Superior Tribunal Militar da composição do CNJ - a Corte Castrense é o mais antigo Tribunal da Justiça no Brasil e não poderia, nem deveria, ter sido excluída;
mas, sua inclusão não é complicada, não sendo necessário sequer ampliar o número de integrantes do Conselho Nacional de Justiça, entrando o ministro indicado pelo STM, em substituição ao  juiz previsto no inciso V ou XI, ou pela redução para um do número previsto no inciso XII - os incisos são do artigo 103-B, da Constituição Federal. Efetuar o ajuste no inciso XIII do citado artigo provocaria uma ciumeira entre deputados e senadores.] A segunda, talvez a mais complicada, é trabalhar para reduzir o “ranço” que ainda existe em relação aos militares. 
 

Luis Carlos Gomes Mattos - Cristiano Mariz/VEJA
 
Ex-comandante da Amazônia, o general é um atento observador da cena política. Orgulhoso de sua farda, não vê exagero algum na participação de seus colegas no governo. Muito pelo contrário. Segundo ele, os militares são profissionais corretos, competentes, honestos e, por isso, agregam credibilidade e confiabilidade. Nesta entrevista a VEJA, Mattos defende o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, elogia o presidente Jair Bolsonaro, afirma que o receio de um retrocesso institucional é usado como discurso daqueles que, na verdade, não têm apreço algum pela democracia e critica a maneira como se faz oposição ao Planalto. A seguir os principais trechos.
 
Com cinquenta anos de carreira militar, como o senhor avalia a imagem do Exército hoje? 
Eu vou lhe responder com as pesquisas. O povo é quem mostra nesses levantamentos a credibilidade do Exército. Veja que a credibilidade não caiu. A que se deve isso? Eu vou dizer: é simplesmente porque a gente procura fazer as coisas de maneira correta. Talvez haja um ou outro desvio de comportamento, mas isso a Justiça resolve. Para isso tem a Justiça Militar, para isso tem o Regulamento Disciplinar do Exército, [Marinha e Aeronáutica possuem regulamentação disciplinar específica.] que pune eventuais transgressões. As Forças Armadas, por formação, se conduzem de maneira séria.
 
A CPI da Pandemia vem dissecando a atuação do general Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde e já é dado como certo que o relatório final vai responsabilizar Bolsonaro e o ex-ministro pela maior crise sanitária da história do país. Isso não contradiz o que o senhor acabou de afirmar?  
Não tenho a menor dúvida de que a CPI não vai abalar em nada, porque nada tem a ver com as Forças Armadas. A CPI está lá no Senado. As Forças Armadas continuam fazendo e cumprindo sua missão, inclusive ajudando a combater essa pandemia de Covid-19, disponibilizando grandes efetivos, distribuindo material.
 
Não incomoda ver um general da ativa sendo interrogado pelo Congresso na condição de investigado, ter o sigilo quebrado e provavelmente ser indiciado? 
Lógico que isso me incomoda, especialmente a forma como as coisas acontecem. Vejo uma falta de respeito. Eu sempre respeitei as pessoas. Não como militar, mas como gente, como homem. Pazuello foi muito preciso e objetivo nas respostas. Não sei se eu seria. Na minha opinião, ele não vai ser acusado de nada. E, se acontecer, isso não vai abalar as Forças Armadas. Eu conheço o general Pazuello. Não tenho dúvidas da competência e honestidade dele. Quebraram o seu sigilo. A família do Pazuello é rica. Ele não está no Exército por necessidade, está por gosto.

(.........)

Fala-se muito em uma ameaça de retrocesso democrático. Esse risco existe? 
De jeito nenhum. Muito pelo contrário. O presidente Bolsonaro é um democrata, fala com o palavreado do povo, mas nada disso com a intenção de quebrar as estruturas, destruir as instituições, dar um golpe.
 
O senhor tem certeza sobre as convicções democráticas do presidente da República? 
O presidente Bolsonaro passou quantos anos no Legislativo? É um político que entrou na política, como outros entraram, pelo voto. Além disso, todos os poderes estão funcionando normalmente. Outro absur­do que dizem por aí é que as Forças Armadas foram capturadas pelo governo. Não fomos capturados por ninguém. 
Nós passamos quantos anos em governos de esquerda? 
As Forças Armadas se mantiveram fiéis ao presidente, que é o comandante em chefe das forças, seja ele de que ideologia for.

(..........)

Mas parece claro que o governo federal demorou para comprar vacinas contra a Covid-19.
Só vou fazer uma pergunta: você compraria, com seu CPF, alguma coisa que ainda está sendo cientificamente estudada? 
Você colocaria o seu CPF numa compra de bilhões? 
Veja que é uma decisão difícil. Eu acho que ele não demorou. Toda autoridade tem responsabilidade jurídica. Eu tomo uma decisão do tribunal, mas se eu tomar uma decisão errada, o meu CPF é que está lá, e eu vou responder como pessoa física. Quem vai sofrer as consequências sou eu.
 
Qual a avaliação que o senhor faz do governo Bolsonaro? 
Houve alguma acusação de corrupção contra o presidente Bolsonaro? 
Ele se elegeu para combater a corrupção. E de todas as maneiras estão tentando atribuir alguma coisa a ele e não conseguiram até agora. Deviam deixar o presidente governar, mas não deixam. Quem critica Bolsonaro faz isso de manhã, de tarde, de noite. Tudo atribuem ao presidente. [a maioria os que criticam o presidente Bolsonaro -  conspiram contra ele, contra o Brasil e os brasileiros -  são ladrões, corruptos e teriam que estar presos. Não é necessário a citação de nomes, a maior parte deles é bem conhecida.] Tudo de errado. Será que você aguentaria isso? Que reação eu teria? Não sei. E alguma coisa boa atribuem? O Brasil está crescendo, a economia está crescendo, mesmo com todas as dificuldades. Não tenho dúvida de que estão esticando demais a corda.
 
Quem está esticando demais a corda? 
De maneira geral, todos aqueles que são contra o governo… porque a política é assim: tem gente contra e tem gente a favor. Quem está contra logicamente vai esticar essa corda, como se diz, até que ela arrebente. Esses, na verdade, são os que não têm muito apreço pela democracia, os que defendem ditaduras e apoiam ditadores. Quando a corda vai arrebentar? Isso eu não sei.
 
O que seria exatamente arrebentar a corda? 
Tomar uma medida fora da Constituição. Não tenho dúvida de que estão esticando, para ver até onde se pode ir. 
Tenho a certeza de que nós já suportamos muito. Nós saímos dos governos militares com a maior credibilidade institucional no país. Por quê? Porque aplicamos e não desviamos o pouco que recebemos. Essa verdade incomoda muita gente, porque, apesar de tudo o que falaram dos militares — “autoritário, ditador” —, nós continuamos e vamos continuar cumprindo a nossa missão.
 
A Lei de Segurança Nacional, herdada do regime militar, está sendo contestada no Supremo Tribunal Federal e em discussão pelo Congresso. Ela precisa de reparos? 
A Lei de Segurança Nacional permanece, até o momento, em nosso ordenamento jurídico. Há, de fato, a discussão sobre se ela está ou não completamente alinhada aos cânones constitucionais, inclusive com ação no STF.  
É importante destacar que deve existir o ordenamento legal que discipline e controle o comportamento do cidadão diante de situações que ponham em risco a segurança nacional
Não podemos viver em um mundo de sonhos em que pensemos que, de alguma maneira, a segurança nacional não pode ser afetada.
 
A polarização que se avizinha nas eleições do ano que vem preocupa? 
Vivemos em um Brasil que tem a sua democracia consolidada, onde os poderes e as instituições vêm cumprindo o seu papel. Exerceremos o direito democrático do voto e, certamente, prevalecerá a vontade da população brasileira. O povo brasileiro tem de saber votar.
 
O que significa “saber votar”? 
Votar nas pessoas que vão responder às necessidades do país. Aí você me pergunta: “Quais?”. Vou lhe dar um exemplo do que estou dizendo. O Brasil precisa de infraestrutura. O ministro Tarcísio (Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, capitão da reserva) está fazendo isso. Está fazendo as estradas, que outros governos começaram e não acabaram. Está fazendo ferrovia, que outros governos pagaram e o dinheiro sumiu. É nisso que o eleitor precisa estar atento. Um governo que faça as coisas sem corrupção.

ÍNTEGRA DA ENTREVISTA - Clique aqui

Publicado em VEJA, edição nº 2743, de 23 de junho de 2021

 

sábado, 17 de agosto de 2019

Brasil e Argentina, amigos por destino - O Globo/Veja



Míriam Leitão
O ministro Paulo Guedes pergunta: desde quando precisamos da Argentina? Desde sempre, caro Paulo. O Brasil e a Argentina são parceiros antigos, tiveram momentos de tensão, juntos enfrentaram um inimigo comum no Império e têm vivido uma história intensa. Eu acompanhei uma parte dessa relação como jornalista de política externa no governo militar. Os dois países estavam de acordo sobre torturar e matar opositores, na operação Condor, mas tinham desconfianças e conflitos no comércio e na energia. Havia quem temesse uma corrida nuclear entre ambos.

O próprio governo militar, que alimentou a desconfiança, tratou de desfazê-la. Foram três intermináveis anos de negociação tocada pelo ministro Ramiro Saraiva Guerreiro até o fechamento do acordo que permitia a conclusão da hidrelétrica de Itaipu e deixava espaço para Corpus. Houve um tempo em que o medo um do outro era tanto que a Argentina achava que Itaipu fora concebida como arma. Abertas as comportas, Buenos Aires seria inundada. Era esse clima que Guerreiro desfez, com paciência, diplomatas profissionais, e a certeza de que se entender com a Argentina é destino, um determinismo geográfico. As guerras começam às vezes por mal entendidos não desfeitos a tempo.

Guerreiro — aprendi muito com ele — nunca criticava a Argentina nas conversas com os jornalistas. Ele preferia elogiar os avanços das negociações. Certa vez ele fez o impossível. Elio Gaspari costuma lembrar desse episódio com uma de suas expressões: “ele tirou a meia sem descalçar o sapato.” Foi quando a ditadura argentina nos seus estertores decretou guerra à Inglaterra. Aqui, a nossa ditadura estava no fim também, mas tentava sair de fininho. Eles, mais sanguíneos, decretaram a guerra contra a velha potência colonial, que havia perdido os dentes, mas ainda controlava as Malvinas, chamada de Falkands pelos britânicos.
Primeiramente, a diplomacia brasileira nunca aceitou o nome inglês. Era um recado. Depois, foi bem-sucedida na meta que se impôs: ficar ao lado da Argentina, ser contra a guerra, e não brigar com a Inglaterra.

A diplomacia brasileira quando bem trabalhou foi nesse sentido. A nós não cabe o uso da força. É um equívoco infantil do candidato a embaixador Eduardo Bolsonaro dizer que “diplomacia sem armas é como música sem instrumentos”. É que o menino não entende de diplomacia nem de música. O Brasil, que nunca será potência militar, tem que exercer o soft power. É nesse campo que poderíamos avançar protegendo as florestas e fazendo disso o arsenal nas negociações do século XXI na política do clima.Houve um tempo de conjunturas macroeconômicas diferentes em que o diálogo ficou áspero. O então embaixador do Brasil na Argentina Marcos Azambuja deu um jeito de jogar uma partida de golfe com o então presidente Carlos Menem. No jogo, entregou o recado: “Señor presidente, nosotros estamos condenados a ser amigos”.

Na diplomacia, às vezes uma coisa leva à outra. Para o bem e para o mal. Palavras hostis minam o chão no qual precisamos andar. No acordo das hidrelétricas o que eu vi foi a retirada de minas de um terreno em que se caminhou penosamente. Depois do tratado, assinado em Assunção, houve um acordo entre os dois países em que cada um abria as instalações nucleares para vistoria do outro. Uma forma de provar que os projetos tinham todos os objetivos pacíficos, da medicina à energia, mas não os militares. Veio, então, o Mercosul, que aumentou muito o comércio entre os quatro países — Uruguai e Paraguai incluídos. Hoje a Argentina é o maior comprador de produtos manufaturados brasileiros, os bens que temos dificuldade em exportar.

No Brasil se fez uma escolha eleitoral em 2018, na Argentina se fará este ano, pelo visto, no sentido oposto. E se os países tiverem governos de ideologias diversas? É hora de minguar a relação e ofender os vizinhos? Evidentemente, não. Os dois governos serão traço na história longa dessa relação bilateral. Argentina e Brasil têm errado, mas o mais inteligente é tirar o máximo proveito dessa parceria. Uma vez, o ex-ministro da Economia argentino Domingo Cavallo me disse: “Argentina es el tango, Brasil es la samba”. Somos distintos. A diferença não pode separar. Esta é a arte da diplomacia.


Blog da Miriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo


#SanatórioGeral: Herança maldita (13)

Deputada da bancada do berreiro jura que Bolsonaro destruiu em sete meses o paraíso construído pelo partido que virou bando


Congelaram o país por 20 anos dizendo que iam gerar milhões de empregos. Rasgaram a CLT e acabaram com o direito à aposentadoria com a mesma cantilena. Agora, aprovam a MP da Liberdade Econômica com esse discurso? O povo brasileiro não acredita nessa gente cruel e mentirosa!”. (Erika Kokay, deputada federal que brilha na bancada do berreiro, jurando no Twitter que Jair Bolsonaro destruiu em sete meses o paraíso que o PT, entre um desvio de dinheiro e um assalto a cofres públicos, inventou durante 13 anos)

#SanatórioGeral: Amante insaciável

Gleisi fica à beira de um ataque de nervos com a ideia de perder a chance de saquear a Petrobras pela segunda vez


“Guedes tem ideia fixa por vender as riquezas do povo num ataque frontal à soberania nacional. É o fim da picada privatizar a Petrobras! Qual sentido nisso? Nenhum país joga pela janela áreas estratégicas e que geram lucro e emprego”. (Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do PT, conhecida pelo codinome Amante no Departamento de Propinas da Odebrecht, no Twitter, esquecendo de dizer que, se o ministro da Economia sonha com a venda da Petrobras, Gleisi, Lula e seus comparsas só pensam em voltar ao poder e saquear a estatal pela segunda vez)

Blog do Augusto Nunes - Sanatório Geral - Publicado em Veja