Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Ava Gardner. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ava Gardner. Mostrar todas as postagens

domingo, 19 de maio de 2019

Hímens de aço [fora do tema]

Doris Day nunca fez sexo sem casamento em seus filmes. Marilyn Monroe e Frank Sinatra, também não

Doris Day morreu no dia 13 último e a imprensa martelou a batida frase de Oscar Levant —atribuída pelos desinformados a Groucho Marx— sobre sua suposta virgindade na tela. Suposta? Não, real. De fato, em nenhum de seus 41 filmes subentende-se que Doris Day tenha feito sexo antes do casamento. Que careta, não? Pois tenho novidades: Ava Gardner, Elizabeth Taylor, Katharine Hepburn, Shirley MacLaine, Lauren Bacall, Cyd Charisse, Audrey Hepburn, Ingrid Bergman, Bette Davis, Judy Garland, Kim Novak, Susan Hayward, Natalie Wood, Jayne Mansfield e até Marilyn Monroe também nunca fizeram sexo antes do casamento em seus filmes.

E, para que não se diga que só as atrizes tinham hímens de aço, posso garantir que Humphrey Bogart, Clark Gable, Errol Flynn, Robert Mitchum, Kirk Douglas, Burt Lancaster, Gregory Peck, Gary Cooper, James Stewart, Henry Fonda, Orson Welles, William Holden, Paul Newman, John Wayne e até Frank Sinatra também nunca fizeram sexo antes do casamento em seus filmes. Vou adiante: entre 1934 e 1968, período em que todos eles trabalharam, ninguém fez sexo sem casamento nos filmes americanos.

Todos os estúdios de Hollywood obedeciam a um Código de Produção —imposto por eles próprios para evitar a censura federal—, que obrigava até casais casados a dormir em camas separadas. O Código só caiu em 1968, de caduco. Mas, em seus 34 anos de vigência, ninguém ousou contestá-lo. Sexo, só com casamento e, mesmo assim, subentendido. Era a lei.

Toda a carreira de Doris Day no cinema, de 1948 a 1968, se deu nesse período. Você dirá que, em suas comédias românticas —em que interpretava mulheres independentes e que não tinham de dar satisfações a ninguém—, ela rebatia os assédios do galã por moralismo. Não. Estava só fazendo algo que, hoje, as mulheres valorizam muito: exercendo o direito de dizer não.  

[apesar de nos tempos de agora, ser recorrente que mulheres mesmo tendo o direito (que merecem) de dizer não, acusem  determinadas pessoas de abuso - os alvos são sempre os que por algum motivo, já estão na mídia - digam que foram abusadas, alguns dias depois voltaram a procurar o abusador, foram novamente abusadas, algumas voltaram a procurar o abusador outras vezes e que só após anos e anos do ocorrido é que estão denunciando.

Talvez nem Freud explique esse procedimento. O normal, natural e correto é se não teve condições de resistir ao primeiro abuso, denunciar logo que possível;
mesmo que opte por razões pessoais em não denunciar, o que motiva a abusada a voltar a procurar o abusador?
 
Ruy Castro, Jornalista e escritor.



terça-feira, 12 de julho de 2016

O biquíni, a ‘bomba anatômica’, completa 70 anos

Em julho de 1946, o francês Louis Reard provocou um verdadeiro escândalo ao lançar um maiô considerado muito pouco pudico: 70 anos depois, uma exposição conta a história do biquíni através de peças míticas, do primeiro exemplar até o que foi eternizado por Úrsula Andress,  em “James Bond”


“O biquini: uma bomba anatômica” foi o slogan criado para os dois pedaços de tecido, uma faixa para a parte de cima e dois triângulos invertidos para a parte de baixo, vendidos em um pacote do tamanho de uma grande caixa de fósforos. A peça foi tão explosiva que foi batizada com o nome da pequena ilha onde testes atômicos americanos eram realizados.

Apesar de o biquíni já existir há algum tempo, foi a calcinha de cintura alta, na altura da barriga, a preferida das mulheres no pós-guerra, como evidenciado pelas imagens de pin-up ou atrizes americanas, Marilyn Monroe na liderança.  A chegada do biquíni foi histórica, porque mostrou pela primeira vez o que as mulheres não se atreviam a mostrar, o umbigo.

Foi uma dançarina de 19 anos, Micheline Bernardini, que se apresentava no Cassino de Paris, que vestiu o primeiro biquíni da história, em 5 de julho de 1946, para a eleição da mais bela na piscina Molitor, local muito frequentado da capital francesa nos anos 30.  “É comum lermos que nenhuma modelo quis usar a peça. E isso não é verdade”, explicam à AFP Ghislaine Rayer e Patrice Gaulupeau, que colocaram em exposição sua coleção privada, de 5.000 peças de lingerie e banho. “Réard sempre convocava vedetes ou modelos para seus desfiles”.

O criador francês também não hesitava em travestir a verdade, com etiquetas “made in USA” ou “Reard of California”…. “Ele havia compreendido como funcionava o marketing e a publicidade!”, exclama Thierry Virvaire.  Na Europa, sob pressão da Igreja Católica, os governos italiano, espanhol e belga proibiram a venda dos biquínis. Na França, curiosamente, foi permitido nas praias do Mediterrâneo, mas proibido nas do Atlântico.

Foi preciso esperar os anos 50 para as estrelas do cinema adotarem o biquíni. Desta forma, a atriz francesa Brigitte Bardot causou histeria durante o Festival de Cinema de Cannes (sul) em 1953, ao posar de biquíni branco com flores na praia de Carlton.
O público pode admirar as sublimes fotos de “BB”, Marilyn Monroe ou Ava Gardner em roupa de banho sexy. “Foram BB e Marilyn que fizeram do biquíni uma peça emblemática”, revela Ghislaine Rayer, que também exibe raras “roupas de banho” de 1880 ou suntuosos maiôs New Look, nesta exposição gratuita até 24 de julho em Lyon, antes de ir para Nova York em setembro, Miami em dezembro e para um museu do biquíni que será inaugurado na Alemanha em 2017.

‘Itsy bitsy’
Em Lyon também estava exposta uma das peças mais memoráveis, a utilizada por Ursula Andress, quando aparece emergindo das águas, conchas na mão e punhal na cintura, em uma famosa cena de “James Bond contra o Dr. No”, de 1962. O verdadeiro biquíni do filme foi leiloado pela Christie’s por 55.000 euros. Ele havia sido confeccionado às pressas por um pequeno alfaiate indiano”, relata a colecionadora.

Canções foram dedicadas a ele como em 1960, “Itsy Bitsy, petir bikini”, título americano sucesso em todo o mundo, incluindo em português “Biquíni de bolinha amarelinha”, que conta a história de uma jovem que usava pela primeira vez um biquíni na praia.  “Mas foi preciso esperar até os anos 1970, quando as mulheres se emanciparam e queimaram o sutiã em público, para que o biquíni, tal como foi concebido por seu criador, voltasse a aparecer, desta vez de forma definitiva”, conclui Ghislaine Rayer.

Adotado pelas jovens, “ele simboliza a ruptura com a geração precedente”, ressalta.
Depois, a maioria das mulheres passaram a escolher as duas peças para se bronzear ao sol, tanto quanto possível. Hoje, o biquíni já não causa escândalo e quase 15 milhões de peças são vendidas a cada ano na França, o maior mercado na Europa. A exposição é organizada pela Mode City, realizada em Lyon, em colaboração com as duas colecionadoras que também contam em “Rétrospective du bikini”, livro ilustrado de arquivos inéditos, a sua história.

Fonte:  AFP