Já não há mais possibilidade de um debate racional
sobre a situação do país. Quando jornalistas são constrangidos dentro de
aviões por militantes políticos que querem calá-los, como aconteceu com
Miriam Leitão e Alexandre Garcia, um após a outra, para demolir as
tentativas de desmentido orquestrado;
Quando procuram explicações conspiratórias para a denúncia
jornalística de uma gravação do diálogo entre o presidente da República e
um empresário, onde diversos crimes são descritos e abordados; é que a
surdez deliberada de setores políticos e empresariais, por razões que
vão da manutenção do poder ao interesse financeiro, domina o quadro
político da mesma maneira que aconteceu quando o ex-presidente Lula ou a
ex-presidente Dilma foram denunciados por crimes variados.
Cada grupo político vê os acontecimentos da maneira que lhe convém, e
o debate vai para o brejo. Agora disputa-se qual é a maior quadrilha em
ação nesse país abandonado por Deus, que, diziam, era brasileiro. Só
que não. O PT e o PMDB são acusados de terem organizado quadrilhas para
manipular o governo, e existem fatos que demonstram que aos dois cabe o
epíteto.
O dono da JBS, empresário Joesley Batista, na entrevista que deu à
revista Época, avalia que a quadrilha do PMDB é a mais perigosa em ação,
e enumera seus membros, todos presos ou assessores do Planalto. Mas diz
que a corrupção institucionalizada, organizada por núcleos sob a
supervisão de ministros e outras autoridades, começou com o governo Lula
do PT.
Para quem era acusado de ter dado uma sociedade oculta a um dos
filhos do ex-presidente, parece pouco o que diz sobre Lula, e a teoria
da conspiração dita que ele se voltou contra Temer, orientado pelo
Procurador-Geral da República, para proteger Lula e tirá-lo da
presidência. O próprio presidente Michel Temer sugere isso na nota oficial em que
rebate as acusações de Joesley Batista. O empresário livra a cara de
Lula diretamente, quando afirma que nunca tratou com ele da corrupção,
mas joga para o ex-ministro Guido Mantega a responsabilidade por todas
as vantagens que recebeu de órgãos governamentais como BNDES e Caixa.
É o mesmo que disse outro ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci,
que atribui a Mantega as ordens para pagamento de propina de interesse
do PT. Mas a acusação é direta:"Foi no governo do PT para frente. O Lula
e o PT institucionalizaram a corrupção. Houve essa criação de núcleos,
com divisão de tarefas entre os integrantes, em estados, ministérios,
fundos de pensão, bancos, BNDES. O resultado é que hoje o Estado
brasileiro está dominado por organizações criminosas. O modelo do PT foi
reproduzido por outros partidos".
Não me parece, portanto, que Lula esteja a salvo das delações de
Joesley, até mesmo devido à conta na Suíça de U$ 150 milhões que, ele
garante, financiava as campanhas políticas do PT nos governos Lula e
Dilma, e mesmo gastos pessoais, até de Mantega. Mas acho natural que o
foco da vez esteja voltado para o presidente Temer, assim como já esteve
prioritariamente voltado para o ex-presidente Lula. Os processos contra ele já estão na fase final, e brevemente as
primeiras sentenças judiciais serão anunciadas. Quando isso acontecer, e
a primeira deve vir a público até o final do mês, novamente surgirão as
acusações de que Lula e o PT estão sendo perseguidos, os organismos
internacionais serão acionados. [Lula condenado e encarcerado não provocará reação de organismos internacionais - pelo menos os com alguma moral e que prezem o nome - haja vista que o mundo inteiro já comprovou que Lula é o chefe de todos os chefes de todas as organizações criminosas e tudo com abundância de provas.
O fato do delator marchante Joesley voltar sua artilharia contra Temer não surpreende; o autor de mais de 200 crimes - cujas penas, por baixo, ultrapassam 2.000 anos, isto se fosse condenado mas o MP com o aval de Fachin já cuidou para que o açougueiro tenha perdoado seus crimes passados, presentes e futuros - começou a perceber que a revolta dos brasileiros contra sua impunidade, por oferecer uma delação vazia, sem credibilidade, sem provas, pode levar a ter seus benefícios cancelados e só lhe resta centrar sua artilharia em Temer: afinal acusar sem provas é fácil., apesar de muitas vezes levar o acusador a ser punido e o acusado ter mias um caminha para provar a inocência.]
É surpreendente que uma entrevista claramente de interesse público,
já que o empresário que gravou o presidente da República não falara
ainda para um órgão jornalístico, seja considerada estranha, ou parte de
uma conspiração para a sua derrubada.
Se não houvesse nada a ser delatado, Joesley Batista não teria
importância para as investigações da Procuradoria-Geral da República. A
conversa, em tom de sussurros, mesmo àquela hora da noite no subsolo do
Palácio Jaburu, revelou os bastidores do submundo político e só pode ser
considerada uma banalidade num país que já se perdeu.
Fonte: Merval Pereira - O Globo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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domingo, 18 de junho de 2017
Um país perdido
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sexta-feira, 19 de maio de 2017
Uma emboscada muito lucrativa
Joesley Batista é essencialmente um apostador do mercado financeiro
Michel Temer passou o dia de ontem no Palácio do Planalto dando vazão à
sua incredulidade diante da rápida desintegração do seu governo. Estava a
milhares de quilômetros de distância do seu algoz, Joesley Batista,
principal acionista do conglomerado agroindustrial JBS, maior exportador
mundial de proteína animal.
Temer, um político que atravessou mais da metade dos 71 anos de vida
escapando de armadilhas, acabou emboscado pelo empresário bilionário de
45 anos de idade numa noite de março, em Brasília. O teor da conversa
nada republicana sobre a Lava-Jato, gravada por Batista na residência
oficial, expôs Temer no centro de uma trama suspeita para obstrução da
justiça, levando o Supremo Tribunal Federal a determinar uma
investigação criminal contra o presidente da República.
Temer não sabe como será o amanhã no poder, mas Batista encerrou a jornada de ontem com bons motivos para celebrar nos Estados Unidos, para onde migrou com permissão do Ministério Público Federal: multiplicou sua fortuna desde que grampeou o presidente, e aplainou o caminho para um acordo de leniência empresarial com plena imunidade para si e sua família. Ele e o irmão são protagonistas de cinco inquéritos criminais derivados da Lava-Jato.
Joesley, como é conhecido, é essencialmente um apostador do mercado financeiro. Jogou e lucrou com a crise nas últimas dez semanas. Ganhou cerca de US$ 500 milhões no período em negócios de câmbio no mercado futuro, contam empresários, enquanto negociava um acordo com o Ministério Público. Lucrou, também, cerca de US$ 100 milhões com discretas operações de venda de ações da JBS para a JBS, empresa sob controle da sua família (44% do capital) e que tem o BNDES e a Caixa Econômica Federal como acionistas minoritários. Juntos, os bancos estatais detêm um terço conglomerado agro-industrial.
Da sede de negócios em Nova York, no antigo edifício Seagram, joia da arquitetura que serviu de cenário para Audrey Hepburn no filme "Tiffany", Joesley vendeu ações na alta, compradas pelos acionistas minoritários da JBS - entre eles BNDES e Caixa -, antes de detonar a crise institucional que está aí. Na última semana também intensificou operações de hedge (espécie de seguro cambial), como revelou ontem a coluna "Poder em Jogo", do GLOBO.
O apostador Joesley fez fama, no período 2006 a 2014, quando chegou a acumular lucros financeiros na proporção de cinco dólares para cada dólar de rentabilidade nas atividades agro-industriais da JBS. Sua principal "alavanca" era o dinheiro barato obtido nos bancos públicos a partir de estranhas transações com a oligarquia partidária do PT e do PMDB que atravessou os governos Lula, Dilma e Temer.
Ele ganhou todas as apostas. Por enquanto. Porque a ira de acionistas minoritários, que se julgam perdedores, tende a ser revertida em pressão sobre a Justiça, a comissão de valores, o BNDES e a Caixa para punir os acionistas, e não a empresa JBS, obrigando a família Batista a se retirar do controle do grupo. Ontem, Joesley mandou divulgar uma nota em que a JBS "pede desculpas aos brasileiros" e lembra que em outros países, como os EUA, onde vive, seus negócios continuam - "sem transgredir valores éticos", garante.
Fonte: José Casado, jornalista - O Globo
Temer não sabe como será o amanhã no poder, mas Batista encerrou a jornada de ontem com bons motivos para celebrar nos Estados Unidos, para onde migrou com permissão do Ministério Público Federal: multiplicou sua fortuna desde que grampeou o presidente, e aplainou o caminho para um acordo de leniência empresarial com plena imunidade para si e sua família. Ele e o irmão são protagonistas de cinco inquéritos criminais derivados da Lava-Jato.
Joesley, como é conhecido, é essencialmente um apostador do mercado financeiro. Jogou e lucrou com a crise nas últimas dez semanas. Ganhou cerca de US$ 500 milhões no período em negócios de câmbio no mercado futuro, contam empresários, enquanto negociava um acordo com o Ministério Público. Lucrou, também, cerca de US$ 100 milhões com discretas operações de venda de ações da JBS para a JBS, empresa sob controle da sua família (44% do capital) e que tem o BNDES e a Caixa Econômica Federal como acionistas minoritários. Juntos, os bancos estatais detêm um terço conglomerado agro-industrial.
Da sede de negócios em Nova York, no antigo edifício Seagram, joia da arquitetura que serviu de cenário para Audrey Hepburn no filme "Tiffany", Joesley vendeu ações na alta, compradas pelos acionistas minoritários da JBS - entre eles BNDES e Caixa -, antes de detonar a crise institucional que está aí. Na última semana também intensificou operações de hedge (espécie de seguro cambial), como revelou ontem a coluna "Poder em Jogo", do GLOBO.
O apostador Joesley fez fama, no período 2006 a 2014, quando chegou a acumular lucros financeiros na proporção de cinco dólares para cada dólar de rentabilidade nas atividades agro-industriais da JBS. Sua principal "alavanca" era o dinheiro barato obtido nos bancos públicos a partir de estranhas transações com a oligarquia partidária do PT e do PMDB que atravessou os governos Lula, Dilma e Temer.
Ele ganhou todas as apostas. Por enquanto. Porque a ira de acionistas minoritários, que se julgam perdedores, tende a ser revertida em pressão sobre a Justiça, a comissão de valores, o BNDES e a Caixa para punir os acionistas, e não a empresa JBS, obrigando a família Batista a se retirar do controle do grupo. Ontem, Joesley mandou divulgar uma nota em que a JBS "pede desculpas aos brasileiros" e lembra que em outros países, como os EUA, onde vive, seus negócios continuam - "sem transgredir valores éticos", garante.
Fonte: José Casado, jornalista - O Globo
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