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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Bolsonaro sofreu uma emboscada dentro do PL - Entrevista

Ricardo Salles revela bastidores de emboscada a Bolsonaro no PL

 
Entrevista com Ricardo Salles, deputado federal (PL-SP), sobre a desistência da pré-candidatura a prefeito de São Paulo em 2024 depois que o presidente do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto, declarou apoio à reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Salles revela os bastidores de como se deu essa aliança PL-MDB, fala de seu futuro no partido e também sobre o trabalho como deputado federal e relator da CPI do MST.

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Manifestantes presos em Brasília foram enganados pela polícia do Exército - Cristina Graeml

VOZES - Gazeta do Povo

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso". Joseph Joubert.

Manifestantes presos em Brasília no dia seguinte aos atos de vandalismo na praça dos Três Poderes não foram apenas acusados, sem provas, de participação no quebra-quebra. 
Foram enganados pela polícia do Exército, subiram em ônibus acreditando no que diziam os soldados: seriam levados para local mais seguro.
 

Hoje, sabe-se que caíram numa emboscada. Depois de passar horas presos em ônibus lotados, muitos deles em pé, enfrentando calor de verão, viajaram por uma estrada vicinal para longe do centro de Brasília. Acabaram largados num ginásio de esportes, como animais à espera do abatedouro.

Num primeiro momento não tinham sido sequer informados sobre o real motivo pelo qual estavam ali.  Muitas acreditavam que seria um novo ponto de encontro para demonstrarem sua confiança nas Forças Armadas e pedir que exigissem o código fonte que poderia trazer clareza sobre o ocorrido nas eleições de 2022.
 
Eram jovens recém entrados na vida adulta, homens de todas as idades, mulheres com crianças e muitos idosos.
A maioria demorou para entender que estavam sendo acusados dos crimes cometidos na véspera por vândalos e infiltrados na manifestação verde e amarela ocorrida a quilômetros de distância do QG do Exército onde eles estavam acampados.

Parte considerável dos mais de mil e duzentos presos sequer tinha estado na esplanada dos ministérios na véspera. Ao longo do dia algumas pessoas doentes, atendidas às pressas por médicos do corpo de bombeiros, e também mulheres com crianças foram sendo liberadas.

Os demais enfrentaram uma noite inteira de desespero e incertezas, alguns outro dia e uma segunda noite, até serem ouvidos por um delegado da polícia federal, conseguirem contato com algum parente ou advogado e, tardiamente (muito além do prazo previsto em lei), ficaram diante de um juiz para a famosa audiência de custódia.

Desumanidade é pouco para definir, mas ninguém, absolutamente ninguém das entidades barulhentas de defesa dos Direitos Humanos apareceu no local.  Advogados sim, alguns contratados por parentes dos presos, outros voluntários que apareceram para atender até de graça se preciso fosse. E foi.

Socorro a manifestantes presos em Brasília
Na entrevista em vídeo publicada nesta coluna, o advogado Cláudio Caivano, um tributarista que faz parte da Associação SouLivre, formada para defender vítimas de arbitrariedades ou segregação durante a pandemia, explica o que viu no ginásio que funcionou como centro de triagem, mas lembrava campo de concentração nazista.

As revelações são estarrecedoras.
Mesmo que os manifestantes presos em Brasília no QG do Exército fossem, comprovadamente, os black blocs e vândalos que depredaram os prédios do Congresso, STF e Palácio do Planalto, jamais poderiam ser tratados à revelia da lei, como foram, conforme afirma o advogado.

Cláudio Caivano defende 15 dos 1.263 manifestantes presos em Brasília em 9 de janeiro.
Dois deles já foram liberados. Os outros estão em presídios da capital do DF esperando que o advogado tenha acesso ao processo, o que só é possível visitando pessoalmente o gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

Nenhum dos presos têm foro privilegiado, mas estão sendo acusados de crime por um ministro que não é delegado, num tribunal onde só deveriam tramitar processos contra políticos e autoridades que ocupam cargos públicos de alto escalão e que, efetivamente, cometeram crimes.

Assim caminha a ditadura brasileira, disfarçada de democracia. Assista à entrevista clicando no play da imagem no topo da página. Depois deixe sua reação ao conteúdo e um comentário para contribuir com o debate. Compartilhe com os parentes e amigos para que a verdade chegue a mais gente.

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 20 de junho de 2022

'Se há um mandante é um comerciante da área', diz Mourão sobre mortes de Bruno e Dom - O Globo

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira que caso haja um mandante no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips deve ser um "comerciante da área que estava se sentindo prejudicado" pelas ações do Bruno. Disse, também, que a morte do jornalista foi "efeito colateral" e que Dom "entrou de gaiato nessa história".

Não sei se há um mandante. Se há um mandante é comerciante da área que estava se sentindo prejudicado pela ação principalmente do Bruno e não do Dom, o Dom entrou de gaiato nessa história. Foi efeito colateral

Na sexta-feira, a Polícia Federal afirmou por nota que os suspeitos agiram sozinhos, sem 'mandante nem organização criminosa por trás do delito', segundo indicam as investigações. A PF diz também, no entanto, que mais prisões devem acontecer, dado existirem indícios da participação de outras pessoas no crime.

O vice-presidente também afirmou que os dois suspeitos, provavelmente, são ribeirinhos e vivem no limite "de ter acesso à melhores condições de vida". Disse também que a comunidade local, incluindo os suspeitos, tem "uma vida dura".

— Essas pessoas aí que assassinaram, provavelmente, os dois são ribeirinhos, gente que vive também ali no limite de, vamos dizer, ter acesso à melhores condições de vida. Vivem da pesca. [...] Essa é a vida do cara. Mora numa comunidade que não tem luz elétrica 24h por dia, é gerador. Quando tem combustível, o gerador funciona, quando não tem, não funciona. Então é uma vida dura.[enquanto os ribeirinhos, tão brasileiros quanto os índios, passam por grandes necessidades, privações, são concedidas  para 900.000 indígenas - menos de 0,5% da população do Brasil - uma área total um pouco acima de 14% do território nacional. 
E, ainda pretendem aumentar essa área, via interpretação do marco temporal,  deturpando o texto constitucional vigente.]

Mourão ainda avaliou que os assassinatos de Bruno e Dom "devem ter acontecido no domingo" que, para o vice, é um dia em que "a turma bebe, se embriaga". Ele comparou o assassinato do jornalista e do indigenista com crimes que acontecem na periferia das grandes cidades aos finais de semana, apontados por Mourão como "fruto" da bebida.[ocasião em que morrem mais pessoas e a repercussão é ZERO.]

— Isso é um crime, foi o que aconteceu num momento, vamos dizer assim, quase que uma emboscada. Um assunto que vinha se arrastando, vamos dizer. Na minha avaliação deve ter acontecido no domingo, domingo a turma bebe, se embriaga, mesma coisa que acontece aqui na periferia das grandes cidades. Aqui em Brasília a gente sabe, todo final de semana tem gente que é morta aí a facada, tiro, das maneiras mais covardes, normalmente fruto de que? Da bebida. Então mesma coisa deve ter acontecido lá.

Brasil - O  Globo 

 

domingo, 14 de março de 2021

Sobrevivente do atentado contra Marielle desabafa: 'Sinto como se estivessem me apagando da história' - O Globo

Três anos após assassinato da vereadora, jornalista que estava na hora da emboscada vive escondida

Em 16 de março de 2018, a jornalista Fernanda Chaves, de 46 anos, deixou o Rio de vez. Com cerca de 1,65m de altura, precisou se encolher no vão do banco traseiro de um carro blindado, escoltada por dois veículos da Polícia Civil, rumo ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador. Por ser verão, vestia jeans e uma blusa de malha fina. Nos pés, uma sandália de plástico. Usava boné e óculos escuros. Saiu às pressas para uma viagem não planejada e, sequer, desejada. Destino: Madri, onde o inverno ainda castigava. Única sobrevivente do atentado contra a vereadora Marielle Franco (PSOL), no qual a parlamentar e o motorista Anderson Gomes foram executados, Fernanda teve que deixar tudo, sem olhar para trás, dois dias após o crime.

[Senhora, com todo o respeito: de qual história lhe interessa participar? 
Se cada pessoa que presenciasse, ou apenas estivesse presente (parece ser o seu caso) em cada assassinato ocorrido no Brasil, nos últimos três anos, passasse para a história, seria necessário para seu registro   algumas dezenas de pen drive - que raramente seriam acessados, por falta de interesse histórico. 
Do dia em que a vereadora e seu motorista foram assassinados, morreram em torno de 200.000 pessoas - assassinadas, por óbvio,  não inclui as mortes atribuídas à covid - 19.]

Não há um dia sequer que ela não se lembre do “14 M”, referência à data dos assassinatos de Marielle e Anderson: 14 de março. Há três anos, Fernanda foi aconselhada por amigos especialistas na área de segurança, inclusive da Anistia Internacional, a deixar o Brasil, logo após o crime. Depois de quase quatro meses no exterior, e o restante do período vivendo às escondidas, ela sonha, um dia, retomar a vida que tinha no Rio. Para isso, tem que se livrar de algo que ainda a assombra: saber de quem ela precisa se proteger. Mais do que ninguém, a jornalista quer descobrir quem mandou matar Marielle.

Estou segurando a onda. Não pude fazer minha mudança. Fui obrigada a sair do país onde nasci por não ser seguro. Não posso morar no Rio só pelo fato de ter sobrevivido a um crime bárbaro, a um atentado à democracia. Eu me sinto aniquilada, como tivessem me apagado da história, da minha história de vida — conta a jornalista. Ao relembrar como foram os três anos após os homicídios de Marielle e Anderson, Fernanda fecha os olhos por alguns instantes e gesticula muito. Embora faça terapia e tente manter o foco no futuro da filha Rosa, de 10 anos, recordações do ataque ainda lhe causam agitação. Ela se ressente de não ter se despedido de Marielle, amiga e comadre (a jornalista coordenava o mandato da parlamentar, que era madrinha de batismo de Rosa).

Eu me senti impotente logo após o “14 M”. Não pude cumprir o rito da despedida. Não fui ao velório dela, nem ao enterro. Assisti a tudo pela TV. Não estive ao lado da Luyara (Santos, filha da vereadora). Foi tudo muito rápido — conta. — Eu estava no carro com ela vindo da Casa das Pretas, ouvi a rajada e pensei que estava passando no meio de um tiroteio. Mantive a lucidez, para puxar o freio de mão do carro até parar e sair agachada, por imaginar que ainda havia tiros.

Ressentimento
Um dos piores momentos, segundo Fernanda, foi ouvir, no local do crime, um policial militar descrevendo a cena pelo viva voz do celular para um superior. Falando no jargão da polícia, ele anunciou: “duas pessoas vieram a óbito e uma única sobrevivente” (sic). Ela descobriu, assim, de forma abrupta, que a comadre e o motoristas estavam mortos:— Eu era a sobrevivente e, ao mesmo tempo, uma testemunha. Na verdade, não vi nada, mas estava no carro, vivenciando o terror. [senhora: fica a impressão de que está havendo uma maximização excessiva da sua condição de testemunha - sua versão, acima destacada, deixa claro que a senhora não testemunhou nada. Seu receio de voltar ao Brasil é infundado - tempo não faltou para sua oitiva em Madri, caso não tenha sido ouvida é exatamente por não ter elementos a oferecer ao deslinde do caso.]

Confira: O caso Marielle Franco em imagens

O ressentimento com o Estado é grande. Começando pelos PMs que sequer lhe dirigiam a palavra ao chegarem à cena do crime. Outra agonia é quando lembra que os policiais ordenaram a saída de “todos” do local, o que representou também a perda de possíveis testemunhas. O giroscópio da viatura policial, em meio à escuridão, aumentava a sensação de medo, na esquina das ruas João Paulo I e Rua Joaquim Palhares, no Estácio, onde aconteceu a emboscada.

Sem punição: STJ absolve de calúnia desembargadora que publicou falsas acusações a Marielle Franco

Depois de passar por uma situação daquelas, não me senti confortável nem de aceitar a água que os policiais depois me ofereceram. Não confiava em ninguém. Estava numa tremedeira louca. Meu marido (Marcelo Salles) chegou em seguida e me levou para casa, onde tomei um banho, e fui para delegacia depor. Repeti o depoimento cinco vezes para diferentes policiais. Fiquei esgotada. Só queria sair dali. Foi quando um amigo me disse: “você tem que sair do país” — relembra.

Em casa, acabou dormindo cerca de uma hora, até o interfone tocar. Era o motorista da van para levar a filha dela, então com 7 anos, para o colégio.— Caiu a ficha de que teria que deixar tudo — diz.

Visita de Dilma
No dia seguinte ao atentado, numa quinta-feira, ela recebeu as visitas de representantes da Anistia Internacional, do Conselho Nacional de Direitos Humanos e do gabinete do então deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), com quem trabalhou antes de assessorar Marielle. Todos foram unânimes em orientá-la a sair do Brasil. O primeiro destino era Suíça, mas ela não tinha dinheiro para bancar a viagem. Lá, só teria um local para ficar. A melhor opção foi oferecida pela Anistia, que tem um programa de acolhimento de pessoas em situação de violência, com o apoio de voluntários. A ajuda tinha prazo para durar: três meses.

Foi quando, na sexta-feira, recebeu uma visita que, segundo a jornalista, lhe colocou no prumo. Segundo ela, a ex-presidente Dilma Rousseff foi à sua casa e fez uma “leitura rápida” da situação: — Ela disse que se tratava de um atentado político com uma dimensão tão grande quanto o que ocorreu com o líder seringueiro Chico Mendes (ambientalista e ativista político) executado em 1988, em Xapuri, no Acre.Fernanda passou quase quatro meses fora, em Madri e Roma, antes de voltar para o Brasil, sempre adotando os protocolos de segurança: — Nada de redes sociais, de celulares. Imagina isso para um jornalista?

Atualmente, Fernanda trabalha como assessora de imprensa parlamentar, remotamente, algo que a pandemia acabou lhe favorecendo.[assessora de imprensa parlamentar! remotamente? em nossa opinião o remotamente exclui assessorar um parlamentar espanhol; resta ser assessora da vereadora psolista, Rio,  Mônica Benício. Será? o que torna necessário que uma vereadora da cidade do Rio de Janeiro,  tenha como sua assessora de imprensa uma cidadã que reside na Europa? que certamente é paga com o dinheiro do contribuinte. Contribuinte brasileiro, que aceita tudo.] Na opinião de Fernanda, o Estado não a protegeu. Fala com mágoa que a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio, não a chamaram para acompanhar a investigação.

A promotora Simone Sibílio, coordenadora da Força-Tarefa que investiga o caso, explicou que tem reuniões periódicas com os familiares da vereadora e de Anderson. Já Fernanda, por ter ficado fora do país e, atualmente, se encontrar em local desconhecido, o contato foi evitado por segurança.

Rastros deixados na internet levaram aos suspeitos da execução
Os três anos de investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, completados nesta segunda-feira, foram marcados por uma reviravolta no caso e episódios de obstrução de Justiça. Antes de chegarem a Ronnie Lessa, sargento reformado da Polícia Militar, e ao ex-PM Élcio de Queiroz, como executores, os investigadores seguiram, por sete meses, uma equivocada linha de investigação que tumultuou o caso. [os suspeitos da execução ao que sabemos estão presos, preventivamente, por envolvimento em outros crimes; estranho é que não foram levados ainda a julgamento pela acusação de assassinato da vereadora - faltam provas que possam sustentar uma condenação? a busca do mandante, não impede que os suspeitos da execução sejam submetidos à julgamento.]

Depois de erros no início da apuração do crime, diante das dificuldades de elucidar a trama pelos métodos tradicionais, os investigadores passaram a adotar medidas mais ousadas para chegar aos autores. Como a quebra de sigilo telefônico não se mostrava suficiente, houve a necessidade de se buscar os dados telemáticos dos celulares e de computadores dos suspeitos, prática até então inédita na resolução de crimes. Foi assim que a polícia e o Ministério Público do Rio, recorrendo a medidas judiciais para obter informações do Google e do Facebook, conseguiram ter acesso às pesquisas feitas na internet pelos suspeitos. Foi descoberto, por exemplo, que Lessa levantou um endereço, no Rio Comprido, onde Marielle esteve na véspera da morte.

No entanto, a fase atual em que se tenta chegar aos mandantes do assassinato da vereadora se arrasta há dois anos. E algumas peças do quebra-cabeças ainda são fundamentais. Na última sexta-feira, por exemplo, o MP do Rio fez acordo judicial com o Facebook para acessar dados das redes sociais de Lessa e Élcio, que possam ajudar a identificar os mandantes. O 4º Tribunal do Júri, onde tramita o processo, havia determinado que o Facebook fornecesse os dados, sob pena de pagar uma multa de R$ 5 milhões. Daí, surgiu o acordo. — A relação com o Facebook é boa. Os representantes da empresa pretendem nos atender rapidamente. Queremos os dados dos alvos, de janeiro a março de 2018 (data de preparação e execução do crime) — diz Simone Sibílio, coordenadora da Força-Tarefa encarregada das investigações.

Opinião - O Globo

domingo, 12 de abril de 2020

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL, UM ASSUNTO QUE MORREU - Percival Puggina

O juiz Charles Bittencourt manteve a internação provisória de dois adolescentes que confessaram envolvimento na morte do jovem Kauê (16 anos) em emboscada levado a cabo em Porto Alegre, no dia 25 de março deste ano. Eram amigos.

Pelo que consegui colher de informação, meia dúzia de PECs que tratam da redução da maioridade penal, com foco na penalização dos crimes hediondos, encontram-se parados no Congresso por força dos mesmos artifícios retóricos. Nos últimos dois anos, conseguiram matar o assunto. O “humanismo” zarolho, de quem que só vê o bandido e desconsidera a vítima, entra em êxtase quando nossas ruas se enchem de criminosos. Agora, até um vírus serve para isso.
***
"Reduzir a maioridade penal não vai acabar com a violência!", proclama o debatedor em tom veemente. Ninguém afirmou uma tolice dessas, mas o sujeito passa a detonar a frase que ele mesmo fez como se, assim, estivesse demolindo a proposta de redução da maioridade penal. Um criminoso de 16 anos, ou um “adolescente autor de ato infracional” (fazem misérias com o idioma da gente!) tem que ser preso sob regras rígidas e ser submetido a penas do Código Penal por uma série de razões. E acabar com a violência não é uma delas. Seja como for, essa é uma das bem conhecidas e nada honestas artimanhas empregadas em debates: atribuir à tese adversária argumentos que não foram empregados em seu favor, para dar a impressão de que ela é destruída quando tais argumentos são desmontados.

Outra artimanha é a de levar a tese adversária a um extremo jamais cogitado, tornando-a ridícula. Por exemplo: "Os que defendem a redução da maioridade penal logo estarão querendo reduzi-la novamente para 12 anos. Daqui a pouco estarão encarcerando bebês". E, assim, um rapagão de 17 anos, do tamanho de um guarda-roupa, estuprador e assassino, fica parecendo tão inocente quanto uma criança de colo.
Outra, ainda, envolve a apresentação, em favor da própria tese, de um argumento competente que com ela não se relaciona. A coisa fica assim: "Nossos cárceres são verdadeiras escolas do crime, que não reeducam". Esse argumento escamoteia dois fatos importantíssimos
1º) a ressocialização é apenas uma (e sempre a mais improvável) dentre as várias causas do encarceramento de criminosos e 
 2º) o preso não entrou para a cadeia inocente e saiu corrompido. Foi fora da cadeia que ele se desencaminhou.

Por outro lado, a pena privativa de liberdade tem várias razões. A principal, obviamente, é a de separar do convívio social o indivíduo que demonstrou ser perigoso. A segunda é a expiação da culpa (fator que está sendo totalmente negligenciado no debate sobre o tema). Quem comete certos crimes paga por eles com a privação da liberdade. Ao sair da prisão, dirá que já pagou sua pena, ou seja, que já acertou as contas com a sociedade. A expiação da culpa é o único motivo, de resto, para que nos códigos penais do mundo inteiro as penas de prisão sejam proporcionais à gravidade dos delitos cometidos. A terceira razão da pena privativa de liberdade é o desestímulo ao crime (dimensão de eficácia incerta, sim, mas se as penas fossem iguais a zero a criminalidade, certamente, seria muito maior). Pois é a relativa impunidade assegurada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente que tem estimulado o uso de menores para a prática de muitos crimes.
O assunto é importante, bem se vê, mas pressupõe honestidade intelectual, porque a deliberação democrática fica comprometida quando ela se faz ausente.

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Coronavírus provoca encolhimento de Rodrigo Maia - Blog do Josias


Há um novo Rodrigo Maia na praça. É muito parecido com o anterior, só que bem menor e menos estridente. [é possível diminuir o que já é mínimo?] Deve-se a mutação à crise do coronavírus. É como se a biografia do presidente da Câmara tivesse sido infectada por um microorganismo que provoca o encolhimento. Até aqui, Maia parecia presidir a Câmara com clarins implantados na traqueia. Jactava-se de ter aprovado a reforma da Previdência a despeito de Jair Bolsonaro. 

Comportando-se como primeiro-ministro de um hipotético parlamentarismo branco, Maia prometeu tocar uma "agenda própria" de reformas econômicas e sociais. De repente, Maia abdicou do protagonismo. Em entrevista à Folha, soou como se já não priorizasse as reformas liberais. Não faz mais questão de ostentar liderança. "Hoje, o que me angustia e preocupa é, sob a liderança do Poder Executivo, mostrar à sociedade brasileira uma união para superar os próximos seis meses."

Maia já não fala em agendas próprias - nem na área econômica nem no setor social. Já não parece preocupado em alardear a independência do Legislativo. "Queremos que o governo construa as soluções que vão minimizar os efeitos na saúde pública e na crise na vida das pessoas na área econômica e área social. O governo precisa liderar isso." Antes, Maia ocupava espaços que a desarticulação do governo não conseguia preencher. Agora, queixa-se de Paulo Guedes por realçar o vazio legislativo. "Não posso imaginar que, numa crise desse tamanho, o ministro tenha encaminhado uma lista de 19 projetos para transferir a responsabilidade para nós." Até bem pouco, Maia estendia sua capacidade de articulação a todo o espectro ideológico —do petismo ao centrão. Subitamente...

Subitamente, revelou-se incapaz de evitar que os deputados se associassem aos senadores numa emboscada contra a responsabilidade fiscal. "Geramos uma despesa de R$ 20 bilhões", disse, resignado, sobre a decisão do Congresso de ampliar o acesso de velhos miseráveis a uma pensão do Estado. "A gente sabe que não tinha previsão Orçamentária", lamentou, antes de lavar as mãos: "Era uma votação da sessão do Congresso, que não sou eu que presido". Mantido o diapasão da entrevista, todo o poder que Rodrigo Maia acumulou desde a gestão de Michel Temer logo caberá numa caixa de fósforos.

Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - UOL



quarta-feira, 27 de março de 2019

Eduardo Bolsonaro e Rodrigo Maia engrossaram placar a favor da pauta-bomba

A derrota sofrida pelo governo no plenário da Câmara na noite desta terça-feira foi acachapante. Nada menos que 98,5% dos deputados presentes votaram a favor da emenda constitucional que livrou da tesoura do ministro Paulo Guedes (Economia) os investimentos enfiados no Orçamento da União pelas bancadas estaduais. A íntegra da lista de votação revela que gente graúda ajudou a compor a maioria favorável à pauta-bomba. Votaram a favor, por exemplo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o líder do governo, Major Vitor Hugo; e até Eduardo Bolsonaro, o filho 'Zero Três' do presidente da República.

[comentário: Além das pautas-bombas que herdou de Temer, Bolsonaro tem que administrar a oposição, comandada por Rodrigo Maia  que ontem decidiu assumir o que já fazia as escondidas e que  todos já sabiam: é contra Bolsonaro.

Rodrigo Maia fez contra o presidente Bolsonaro o mesmo jogo sujo que Eunicio Maia, na época presidente do Senado, fez contra o ex-presidente Michel Temer.]


A emenda foi aprovada em dois turnos. Na segunda e decisiva rodada, estavam presentes no plenário 460 dos 513 deputados. Desse total, 453 votaram a favor da emenda que elevou para 97% o índice de engessamento da peça orçamentária que o governo executa anualmente. Apenas meia dúzia de deputados (1,3% dos presentes) votaram contra a proposta. Três são do PSL, partido de Bolsonaro: a líder governista Joice Hasselmann (SP), Bia Kicis (DF) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP). Dois integram o Partido Novo: Paulo Ganime (RJ) e Tiago Mitraud (MG). Um é filiado ao PSDB: Pedro Cunha Lima (PB). Registrou-se, de resto, uma abstenção: Bruna Furlan (PSDB-SP).

Como presidente da sessão, Rodrigo Maia poderia desfrutar da prerrogativa regimental de não votar. Mas o chefe da Câmara, depois de ser alvejado por caneladas virtuais do vereador carioca Carlos Bolsonaro e de bater-boca com o pai dele durante todo o último final de semana, fez questão de gravar o "sim" no painel eletrônico. Deve-se o voto favorável de Eduardo Bolsonaro a uma trapaça da sorte. A emenda radioativa é de 2015. Foi concebida para explodir no colo da então presidente Dilma Rousseff. Eduardo e seu pai Jair, à época integrantes do baixo clero do Legislativo, não hesitaram em rubricar a emenda. Se renegasse a peça agora, o 'Zero Três' reconheceria que foi irresponsável há quatro anos. Apanhado na emboscada preparada pelos líderes que seu pai chama de representantes da "velha política", Eduardo Bolsonaro viu-se compelido a dizer meia dúzia de palavras no microfone. Dirigindo-se a Rodrigo Maia, ele declarou: "Só queria deixar aqui a nossa posição favorável à PEC, parabenizar Vossa Excelência pela presidência [da sessão]. Realmente é uma pauta que, quando Jair Bolsonaro era deputado federal, ele e eu fomos favoráveis."

Foi uma derrota do governo?, perguntou-se a Rodrigo Maia após o encerramento da sessão. E ele, cirúrgico: "Foi uma vitória. O PSL [partido do presidente] votou a favor. O deputado Eduardo fez um discurso dizendo que ele e o presidente Bolsonaro assinaram essa PEC." Bolsonaro sofreu na Câmara um tipo inusual de vexame. Coisa que, quando ocorre, o presidente da República é obrigado a examinar os destroços materializados na íntegra da lista de votação com o mesmo olhar que Napoleão lançou sobre os campos de Waterloo depois da batalha.

 Blog do Josias de Souza


[comentário 2: tentam fazer com Bolsonaro o que fizeram com Collor que tentar enfrentar a 'velha política' e governar sem ela;
com Collor foi fácil - conseguiram acusá-lo de improbidade administrativa (apesar de posteriormente  ter sido absolvido  no Supremo) e com isso o 'impeachment' ocorreu;
com Bolsonaro será dificil, nada há contra ele que sustente uma acusação de crime de responsabilidade.]


Eduardo Bolsonaro e Rodrigo Maia engrossaram placar a favor da pauta-bomba ... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/03/27/eduardo-bolsonaro-e-rodrigo-maia-engrossaram-placar-a-favor-da-pauta-bomba/?cmpid=copiaecola... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/03/27/eduardo-bolsonaro-e-rodrigo-maia-engrossaram-placar-a-favor-da-pauta-bomba/?cmpid=copiaecola... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/03/27/eduardo-bolsonaro-e-rodrigo-maia-engrossaram-placar-a-favor-da-pauta-bomba/?cmpid=copiaecola... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/03/27/eduardo-bolsonaro-e-rodrigo-maia-engrossara... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/03/27/eduardo-bolsonaro-e-rodrigo-maia-engrossaram-placar-a-favor-da-pauta-bomba/?cmpid=copiaecola

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Ministério Público denuncia 19 no caso do tiroteio entre policiais



Foram oferecidas duas denúncias à Justiça, uma delas citando sete pessoas, e a outra, 12, por crimes como latrocínio e formação de quadrilha

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra os envolvidos no tiroteio ocorrido em 19 de outubro no estacionamento de um hospital em Juiz de Fora (MG). Na ocasião, duas pessoas morreram e uma ficou ferida. Foram apresentadas duas denúncias nesta quarta-feira, 19, uma citando sete pessoas, e a outra, 12. Na primeira, foram denunciados quatro supostos empresários e três policiais civis, todos mineiros, pelos crimes de latrocínio, participação em organização criminosa com emprego de arma de fogo, estelionato e lavagem de dinheiro.

No caso dos policiais, eles responderão ainda por fraude processual. Na outra ação, os acusados são de São Paulo, sendo dois delegados e sete investigadores, além de três empresários. Os policiais foram denunciados por lavagem de dinheiro e posse ilegal de arma de fogo de uso em serviço, enquanto que os empresários são citados por lavagem de dinheiro.

Investigação
Segundo o apurado pelo MP, empresários do Itaim Bibi, em São Paulo, teriam sido atraídos para uma armadilha ao buscarem um "negócio econômico extremamente vantajoso" na troca de dólares por reais. O confronto se deu após desconfiarem do dinheiro brasileiro, pois dos R$ 14,6 milhões apresentados, apenas R$ 56 mil eram de notas verdadeiras. 

Versões
Os advogados dos envolvidos de Minas não se manifestaram sobre o ocorrido, enquanto que a defesa dos empresários e dos policiais paulistas nega a existência de dólares. A alegação é de que a intenção de obter um empréstimo acabou levando o grupo a uma "emboscada".

O Estado de S. Paulo 

 

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Uma emboscada muito lucrativa

Joesley Batista é essencialmente um apostador do mercado financeiro

Michel Temer passou o dia de ontem no Palácio do Planalto dando vazão à sua incredulidade diante da rápida desintegração do seu governo. Estava a milhares de quilômetros de distância do seu algoz, Joesley Batista, principal acionista do conglomerado agroindustrial JBS, maior exportador mundial de proteína animal. 
Temer, um político que atravessou mais da metade dos 71 anos de vida escapando de armadilhas, acabou emboscado pelo empresário bilionário de 45 anos de idade numa noite de março, em Brasília. O teor da conversa nada republicana sobre a Lava-Jato, gravada por Batista na residência oficial, expôs Temer no centro de uma trama suspeita para obstrução da justiça, levando o Supremo Tribunal Federal a determinar uma investigação criminal contra o presidente da República.

Temer não sabe como será o amanhã no poder, mas Batista encerrou a jornada de ontem com bons motivos para celebrar nos Estados Unidos, para onde migrou com permissão do Ministério Público Federal: multiplicou sua fortuna desde que grampeou o presidente, e aplainou o caminho para um acordo de leniência empresarial com plena imunidade para si e sua família. Ele e o irmão são protagonistas de cinco inquéritos criminais derivados da Lava-Jato.

Joesley, como é conhecido, é essencialmente um apostador do mercado financeiro. Jogou e lucrou com a crise nas últimas dez semanas. Ganhou cerca de US$ 500 milhões no período em negócios de câmbio no mercado futuro, contam empresários, enquanto negociava um acordo com o Ministério Público.  Lucrou, também, cerca de US$ 100 milhões com discretas operações de venda de ações da JBS para a JBS, empresa sob controle da sua família (44% do capital) e que tem o BNDES e a Caixa Econômica Federal como acionistas minoritários. Juntos, os bancos estatais detêm um terço conglomerado agro-industrial.

Da sede de negócios em Nova York, no antigo edifício Seagram, joia da arquitetura que serviu de cenário para Audrey Hepburn no filme "Tiffany", Joesley vendeu ações na alta, compradas pelos acionistas minoritários da JBS - entre eles BNDES e Caixa -, antes de detonar a crise institucional que está aí. Na última semana também intensificou operações de hedge (espécie de seguro cambial), como revelou ontem a coluna "Poder em Jogo", do GLOBO.

O apostador Joesley fez fama, no período 2006 a 2014, quando chegou a acumular lucros financeiros na proporção de cinco dólares para cada dólar de rentabilidade nas atividades agro-industriais da JBS. Sua principal "alavanca" era o dinheiro barato obtido nos bancos públicos a partir de estranhas transações com a oligarquia partidária do PT e do PMDB que atravessou os governos Lula, Dilma e Temer.

Ele ganhou todas as apostas. Por enquanto. Porque a ira de acionistas minoritários, que se julgam perdedores, tende a ser revertida em pressão sobre a Justiça, a comissão de valores, o BNDES e a Caixa para punir os acionistas, e não a empresa JBS, obrigando a família Batista a se retirar do controle do grupo.  Ontem, Joesley mandou divulgar uma nota em que a JBS "pede desculpas aos brasileiros" e lembra que em outros países, como os EUA, onde vive, seus negócios continuam - "sem transgredir valores éticos", garante.

Fonte: José Casado, jornalista - O Globo


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Idiotolatria

“Enquanto ‘lutava’ em Sierra Maestra, sua coluna fez amizade com um cãozinho de algumas semanas, segundo confessa. O bichinho apareceu no acampamento por causa dos restos de comida e para brincar com os homens, e se tornou o mascote do grupo. Certo dia, enquanto marchavam com o intuito de fazer uma emboscada ao exército de Batista, o cãozinho os seguiu, sempre brincando e balançando a cauda.
Mate o cão Felix, ordenou a um de seus homens. Mas não atire nele. Estrangule-o. Lentamente, segundo ele próprio, Felix fez um laço, colocou em volta do pescoço do cão e começou a enforcá-lo. Naturalmente, o cão esperava os carinhos habituais. É por isso que balançava a cauda quando Felix colocou a corda no seu pescoço. Este último, à medida que apertava o laço, contorcia o rosto como se fosse a vítima, não o algoz. ‘O alegre balanço da cauda se tornou convulsivo’, escreve. ‘Finalmente, o cão soltou um último latido, que mal se pôde ouvir. Não sei quanto tempo isso levou, mas a mim me pareceu um longo tempo até chegar ao final’, conta. Depois de um último espasmo, o cãozinho jazia imóvel, a cabecinha sobre um ramo qualquer”.¹
O chefe de Félix, o homem que matou o cãozinho sob suas ordens, é idolatrado e tido como um “santo libertador”, que queria a liberdade dos povos. Esse homem, cujo rosto está estampado em show business, nas faculdades, bandas de rock movimento LGBT e nas camisetas de intelectuais em geral foi responsável por perseguir e matar roqueiros, homossexuais, escritores, músicos e qualquer outra pessoa que, minimamente, lhe falasse algo contrário a si mesmo. Seu nome: Ernesto “Che” Guevara.
No ideário mundial, Che é um ícone pop; o modelo de revolucionário, pacifista e humanista. A realidade histórica, entretanto, é diametralmente oposta. Médico fracassado, guerrilheiro medíocre, apologista do ódio e carrasco de um regime que transformou Fidel Castro no homem com o maior número de escravos do planeta. Che era apenas o que ele mesmo dizia que o guerrilheiro deveria ser: uma fria máquina de matar. Mas com uma ressalva: Che apenas matava as vítimas após ela estar devidamente desnuda, imobilizada e torturada, sem qualquer chance de defesa.
Sua sede de sangue não poupou a ninguém. Seu ódio era estilado especialmente aos artistas e homossexuais. Era comum a viatura da polícia política cubana prender homossexuais num conhecido ponto de Havana (frequentado por eles) para levá-los ao fuzilamento. Afinal, para Che, os homossexuais são “aberrações da natureza”. No entanto, Jean Wyllys, deputado que supostamente luta pela causa gay, o admira com devoção, chegando mesmo a posar como se ele próprio fosse o Che.
Guevara também não hesitou em matar crianças, mulheres, idosos, homens, enfim, qualquer pessoa que lhe apetecesse. Foram inúmeros os casos de “julgamentos” em tribunais forjados com uma “testemunha que havia sido estuprada” nada mais era do que uma atriz do partido comunista. Ou então a simples captura de qualquer pessoa acusada de discordar da revolução. Defesa? Contraditório? Nada dessas formalidades burguesas, segundo Che. Ele era a Lei, juiz, o júri, a acusação e a defesa. E assim que sentenciava a pobre alma à morte, vislumbrava de sua ampla janela em La Cabaña, o pelotão de fuzilamento executando suas ordens. É esse homem que os estudantes universitários e o pessoal da esquerda estampam orgulhosamente em bonés, camisetas e bandeiras como símbolo de humanismo e tolerância.
Como administrador, Che também teve destaque... Negativo. Ele simplesmente destruiu a economia cubana, ignorando as necessidades e as relações de mercado/consumo, impondo a instalação de fábricas de produtos ou prestadores de serviço que não atendiam a demanda da ilha. E o resultado foi catastrófico. Cuba, que em 1958 tinha o terceiro maior consumo proteico do mundo, passou a racionar comida. Sua inflação era de 1,4% ao ano, menor do que a dos EUA. O peso era equivalente ao dólar. A genialidade de Che fez com que, já em 1962, Cuba se transformasse de um país em franco desenvolvimento para um dos mais pobres do mundo.
Para termos uma ideia, vejamos quanto de ração diária o Rei da Espanha destinava aos escravos no ano de 1842:
Carne, Frango e Peixe.
230g
Arroz
110g
Carboidratos
470g
Feijão
120g
 Muito pouco, não é mesmo. Mas... E quanto será que Fidel destina de ração diária aos cidadãos comuns? A resposta:
Carne, Frango e Peixe.
55g
Arroz
80g
Carboidratos
180g
Feijão
50g
 
É meus caros. Depois que Che se tornou o czar da economia cubana, a população da ilha passou a comer menos da metade do que os escravos nos tempos da colônia.
Se como humanista, Guevara foi um assassino. Como médico, um fracassado que nem médico era. E como mágico da economia, o semeador da escassez, resta a seus admiradores segurarem-se às habilidades militares de Che que, como conta a lenda, era um guerrilheiro genial. Será?
A suposta genialidade de Che como guerrilheiro era, virtualmente, inexistente. Sua grande habilidade era a de puxar o saco de Fidel Castro, destinando inclusive poemas para o comandante. Pela revolução cubana, nada fez além de dar um tiro no próprio pé, matar inocentes imobilizados e seus próprios companheiros de guerrilha.
Quando na África, Guevara foi derrotado ao tentar montar um foco guerrilheiro, colocando a culpa nos africanos. O detalhe é que foram esses mesmos africanos que lhe impuseram a derrota. Na Bolívia, repete-se a mesma situação. Seu grupo, formado por professores, advogados e estudantes idealistas, não conseguiu cooptar um único camponês sequer. Antes de ser abatido, Che havia ficado cerca de 40 dias perdido na selva o que, para um “guerrilheiro experiente” é, no mínimo, vexatório.
Como se vê Che Guevara é idolatrado por tudo o que ele não era. Claro que a propaganda cubana tem muita influência na construção de sua imagem fictícia. A realidade histórica, entretanto, é completamente diferente. Che não passou de um homem frio, assassino e sanguinário e que, ao mandar seus homens lutarem "até a última bala”, entregou-se como um cãozinho com o rabo entre as pernas a seus captores enquanto sua guerrilha lutava até o último tiro.
A aura do revolucionário humanista, reforçada por filmes-propagandas como o famoso “Diários de Motocicleta” (que omite as atrocidades cometidas por Che e escrita em seus diários) fazem com que os grupos que mais o idolatram sejam justamente aqueles que mais Guevara perseguiu, matou e torturou. São, enfim, uma multidão de idiotas, alienados de qualquer sopro de realidade.
Aqueles que os idolatram e tem orgulho de posar em fotos ao lado de seu retrato em Cuba (feito no prédio sede da polícia secreta cubana) são, além de completos imbecis, cúmplices de inúmeras torturas, assassinatos e violência cometida por ele o sob suas ordens. Os “idiolótras” não conseguem ver que, a única igualdade que Che pregava e fez cumprir foi a das vítimas de seus crimes inomináveis que não diferenciavam sexo, credo, idade ou condição social.
Fonte: Blog do Lenilton Morato