Atual
governador de Minas Gerais é investigado por Operação Acrônimo da PF
A
Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestou contra a indicação do
governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), conforme
antecipou a coluna de Lauro Jardim. Em 11 de dezembro, o órgão enviou petição
ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em que nega o
pedido da Polícia Federal de interrogatório e eventual indiciamento de Pimentel
no âmbito da Operação Acrônimo.
Na
petição, enviada
ao ministro relator do inquérito, Herman Benjamin, a vice-procuradora-geral
da República, Ela Wiecko de Castilho, argumentou
que não compete à Polícia Federal o indiciamento de autoridade com foro
privilegiado, função que caberia ao tribunal. Em relação ao pedido de
interrogatório, a procuradoria entendeu que o
Ministério Público deve decidir “o momento oportuno de sua
realização, em razão da legitimidade exclusiva para investigar detentor de
prerrogativa de foro”. Um dos advogados de Pimentel, Igor Sant’Anna
Tamasauskas, disse que concorda com o posicionamento da vice-procuradora, mas
alega que a defesa desconhece os laudos do caso, que estão sob segredo de
justiça.
Iniciada
em maio de 2015, a Operação Acrônimo apura suspeitas de
lavagem de dinheiro em contratos com o governo federal. Recursos
desviados no esquema teriam abastecido campanhas eleitorais, entre elas a do
atual governador de Minas Gerais.
Em maio
do ano passado, na primeira fase da operação, a PF apreendeu um bimotor
turboélice King Air, avaliado em R$ 2 milhões, de propriedade do empresário
Benedito de Oliveira Neto, o Bené, dono de uma gráfica em Brasília. A mesma
aeronave já havia sido apreendia com R$ 116 mil durante a campanha
eleitoral de 2014, quando Marcier Trombiere Moreira, ex-funcionário do
Ministério das Cidades que atuava na campanha de Pimentel, foi preso ao
descer do bimotor.
Bené e o
empresário Otílio Prado, da OPR Consultoria e ex-sócio de Pimentel, são suspeitos de operar
a rede e de pagar despesas pessoais de Fernando Pimentel. Um relatório sigiloso da PF
apontou que Bené pagou gastos com transporte e hospedagem do
então ministro do Desenvolvimento e de sua mulher, Carolina Oliveira,
no Maraú Resort, na Bahia, em novembro de 2013.
A
PF também investiga se o Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas
Gerais
(Sindiextra) pagou no mesmo
ano R$ 500 mil à OPR Consultoria, empresa que pertencia
ao governador. O GLOBO revelou
ainda que a consultoria recebeu R$ 1,1 milhão do
sindicato das concessionárias do transporte público na Grande BH, o Sintram, a título de “avaliação mercadológica”.
A PF suspeita que houve caixa 2 para a campanha de Pimentel.
Fonte: O Globo