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terça-feira, 27 de abril de 2021

Confusão no Reino Unido - o primeiro-ministro e sua mulher - Vilma Gryzinski

 

Bafafá à inglesa: o premier, a mulher dele, o ex-amigo e o ‘rato falante’

Boris Johnson está na posição altamente desconfortável de enfrentar escândalo que envolve sua companheira e ex-aliado que virou inimigo

[Nota do Blog Prontidão Total: avaliamos a importância desta notícia e de outras resultantes de tudo que foi dito na Senado Federal em função da  CPI Renan Calheiros e, decidimos, sem medo de ser feliz, que esta matéria é mais importante.]

Mantenha os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda, aconselhavam Sun Tzu e Michael Corleone. Mas o que um político pode fazer quando os amigos e potenciais inimigos se envolvem em disputa pelo poder com a própria mulher?  Como qualquer marido sensato, Boris Johnson optou pela mulher, Carrie Symonds, quando ela travou uma guerra de bastidores com seu mais importante assessor político, o genial e mercurial Dominic Cummings.

Mente brilhante por trás da campanha vitoriosa do Brexit, Cummings foi para casa em novembro do ano passado, com um pote até aqui de mágoa, e Carrie emplacou o assessor que queria como chefe de gabinete. Agora, Cummings está mandando a conta. E não é pequena. Vingança que se come fria tem mais poder.

Em posts inflamados que foram comparados a bombas nucleares, detonando Boris e Carrie, que antes de fingir que é uma cordata e silenciosa companheira trabalhava na assessoria de imprensa do Partido Conservador, conhece todo mundo e, como o caso acontece na terra de Shakespeare, merece ser chamada de Lady McSymonds.

Foi na época de assessora que conheceu Boris, sugou-o da esposa com quem tinha quatro filhos e acabou morando na ala residencial do sobrado número 10 de Downing Street, com o filhinho nascido em fim de abril do ano passado quando o pai ainda se recuperava de uma Covid das bravas. Uma reforma no apartamento oficial no célebre endereço provocou uma das maiores encrencas de Boris. Cummings relata ter apontado que seria não só antiético como potencialmente criminoso sondar milionários que fazem doações polpudas aos conservadores para saber se poderiam bancar os custos da reforma.

 Boris Johnson e Carrie Symonds


 

As obras foram feitas de qualquer maneira, ao custo de 200 mil libras, irrisório pelos padrões brasileiros de suntuosidade com dinheiro dos outros, mas potencialmente explosivos para Boris. Outra bomba: segundo Cummings, Boris disse que preferiria ver “os corpos se empilharem” a decretar um novo lockdown, em outubro, o que acabou fazendo de qualquer maneira. O primeiro-ministro e companhia negaram veementemente. “Estamos entrando no capítulo farsesco dessa história, com fontes anônimas, assessores anônimos, eventos anônimos. Nada disso é sério”, disse o secretário da Defesa, Ben Wallace.

Problema: apesar do aspecto novelesco, os assuntos são sérios e ninguém sabe o que mais Dominic Cummings tem em seu saco de maldades.  Entre outros detalhes que o primeiro-ministro preferiria esquecer, está a discussão sobre quem seria o integrante do governo que vazava assuntos sigilosos com tanta frequência que foi apelidado de “rato falante”. O maior suspeito, por incrível coincidência, era o melhor amigo de Carrie no governo, Harry Newman. 

Diz Dominic Cummings que quando o caso começou a ganhar corpo, Boris Johnson  ficou aborrecido e sugeriu que a investigação interna fosse suspensa. “Se for confirmado que Newman é o informante, então vou precisar demiti-lo e isso me causará problemas muito sérios com Carrie (pausa). Talvez pudéssemos suspender a investigação sobre o vazamento”, disse o primeiro-ministro, segundo Cummings.  Resposta do ex-assessor: “Disse que seria uma loucura e totalmente antiético. Ele não poderia cancelar uma investigação que afetava milhões de pessoas só porque poderia implicar amigos da sua namorada”.

Partidários de Carrie partiram para a defesa com o argumento clássico: ela está sendo alvo de ataques sexistas, provenientes de intrigantes que adoram atribuir interferências à clássica figura da mulher mandona. Eles pintam um quadro em que Cummings – apelidado de “Demonic” pela esquerda revoltada com o Brexit, mas agora tratado com entusiasmo pela mesma turma por causa dos estragos que está causando no governo conservador – e seu grupo formavam um “time dos meninos”, hostil a mulheres em geral e a Carrie em particular.

Foram eles, supostamente, que vazaram o apelido dado a Carrie, “Princess Nut Nuts” – palavra usada nos dois sentidos, como sinônimo de maluca e também no sentido estrito, nozes, uma referência ao que chamavam de seu rosto de esquilo. Carrie Symonds tem 33 anos, 23 a menos do que o futuro marido – eles iam se casar na Grécia no ano passado, mas a festa foi adiada por motivos óbvios. Foi criada só pela mãe, advogada que trabalhava no Independent e teve um caso com um dos fundadores do jornal, desinteressado em se envolver com a filha.

Em junho de 2019, a polícia foi chamada por causa de uma briga de casal no apartamento dela, onde Boris estava morando provisoriamente. Depois, ficou claro que o vizinho responsável pelo chamado tinha planejado conseguir um flagrante por antipatia política.  Motivo aparente da briga: uma taça de vinho derrubada num sofá branco. Apesar da gravidade do delito, o casal superou tudo e Carrie toma o cuidado de aparecer pouco em público, embora seja considerada, em particular, especialmente influente no quesito causas ambientais. 

E, como ficou comprovado, em assuntos políticos também, uma garantia de que, como tudo na carreira de Boris Johnson, o futuro reserva uns bons solavancos. Detalhe relevante: o primeiro-ministro tomou um empréstimo do comitê conservador e está ressarcindo as boas almas que bancaram a reforma em Downing Street. Os percalços de Boris coincidem com notícias excepcionalmente boas. Na prática, a epidemia já acabou, graças à combinação de lockdowns parciais e a brilhante campanha de vacinação. O número diário de novos casos caiu para menos de 2 000 e as mortes estão na casa das poucas dezenas.

O Goldman Sachs previu que a economia este ano vai crescer espetaculares 7,8%, mais do que as projeções para os Estados Unidos. O Brexit causou um soluço no começo do ano, mas já está sendo absorvido sem traumas. É claro que quando tudo está indo muito bem, um perigo inesperado ataca. Atualmente, o nome dele, para Boris Johnson, é Dominic Cummings.

Vilma Gryzinski - Blog Mundialista - VEJA


sábado, 21 de dezembro de 2019

Até que enfim: Brexit aprovado e Boris Johnson consagrado - VEJA - Mundialista


Por Vilma Gryzinski

Pelo menos até o Natal, com muita boa vontade até o Ano Novo, a vida sorri a quem deu duro para selar o divórcio; depois, vem o choque de realidade


Boris Johnson merece seu momento de glória, Jeremy Corbyn merece ser tripudiado, a rainha Elizabeth merece um descanso – ainda mais agora, com o marido hospitalizado.  Com o espírito de boa vontade que cerca o período natalino – sem contar o recesso geral –, o primeiro-ministro que conseguiu o aparentemente impossível terá um respiro.

Bem curto. Fazer o Parlamento aprovar o acordo de separação com a União Europeia, mesmo com dificuldades internas que pareciam insuperáveis, vai acabar parecendo a parte fácil, com o passar do tempo. E o tempo vai passar muito depressa. Romper as infinitas florestas de regulamentos, empreendimentos comuns e entendimentos comerciais que uniam a Grã-Bretanha à União Europeia é algo que nunca foi feito antes na história. Nem o mais ardente partidário do Brexit pode achar que vai ser fácil.  Aos primeiros resultados negativos – que, inevitavelmente, existirão – e muito antes que os resultados positivos comecem aparecer, as animosidades voltarão a aflorar.

É por isso que ele já se antecipou e prometeu um “Governo do Povo”, no discurso, uma retribuição aos eleitores que abandonaram em massa o Partido Trabalhista e votaram nos conservadores, dando ao partido de Boris a acachapante maioria de 80 parlamentares que destrancou o Brexit. Na prática, significa fazer o que o povo gosta de ver o governo fazer: gastar e gastar mais um pouco, preventivamente, para contrabalançar potenciais impactos do Brexit. Na compreensível embriaguez das vitórias sucessivas, e nada, nada fáceis, o círculo mais ligado ao primeiro-ministro já está falando numa era de dez anos com o conservadorismo renovado no poder.
Aí, evidentemente, mora um dos muitos perigos.

Boris Johnson costumava dizer, antes de virar um conservador populista, que era capaz de recitar, de cor, os cem primeiros versos da Ilíada, em grego, claro para isso servem os estudos clássicos em Oxford.  Conhece, portanto, perfeitamente, o significado profundo de hubris, a palavra grega que mistura o excesso de confiança dos vitoriosos com a arrogância, sempre resultando em tragédia.
Quando Theresa May foi eleita primeira-ministra pelo Partido Conservador e prometeu que ia fazer o Brexit exatamente como o povo havia votado no referendo, convenceu muita gente. Sua popularidade disparou.
Parecia competente, equilibrada, durona, capaz. Na realidade, não foi nada disso, talvez pela dificuldade interna em fazer algo em que não acreditava.

Existe, portanto, um exemplo muito próximo de como popularidade e ventos a favor podem durar pouco, pouquíssimo, em política.
A vitória eleitoral de Boris Johnson reverberou muito além da Grã-Bretanha por colocar em choque dois adversários representativos dos tempos atuais.
Jeremy Corbyn é exatamente o que a esquerda de manual, renascida em Marx, depois da fase de se aproximar do centro e abraçar o racionalismo econômico, hoje deseja.
Só esqueceu de combinar com os eleitores tradicionais do Partido Trabalhista, especialmente os fartos da enrolação do Brexit e com o orgulho nacional ferido pelos desaforos da União Europeia.

Falar em orgulho nacional no bioma esquerdista convencional, obviamente, é tabu. E vale, logo de cara, um “fascista”.
Deu no que deu.
Com cara de ódio mal disfarçado, Jeremy Corbyn ainda se deu ao desfrute de não renunciar imediatamente e acompanhar todos os rituais parlamentares dos últimos dias.
Para piorar, sua falange mais próxima deu de culpados os próprios eleitores – burros, ignorantes, onde foi mesmo que já ouvimos isso – pelo fracasso da liderança do partido.

Ter um trabalhismo enfraquecido apenas amenizará, inicialmente, as dificuldades de Boris, um típico integrante das castas privilegiadas que ainda bebe nas raízes profundas do conservadorismo inglês, mas é antenado com as elites em matéria de comportamento. E ainda tem uma namorada 24 anos mais jovem, a primeira companheira não casada a morar em Downing Street.  Agora, ele vai ter que mostrar serviço em áreas quase conflitantes: comandar o Brexit (e levar a culpa por tudo que não der certo); ser um conservador preocupado com o povão (ou que pareça como tal); aplacar as elites da bolha, os inconformados com o divórcio europeu; reinventar o potencial comercial independente do Reino Unido.
E mantê-lo unido – os independentistas da Escócia saíram reforçados da eleição e os anti-unionistas da Irlanda do Norte também estão loucos para aproveitar a brecha do Brexit.

Ser conseguir, ainda que em parte, terá alguns anos em Downing Street – quantos, é impossível dizer.
E talvez seu discurso cheio de otimismo que a rainha leu no Parlamento tenha sido um dos últimos, ou até o último, do longo reinado de Elizabeth II.
Pelo menos, um final digno.
Já pensaram se a rainha tivesse que ser um discurso preparado pela ala marxista-corbinista?

Blog Mundialista - VEJA - Vilma Gryzinski

segunda-feira, 30 de março de 2015

Meninas Britânicas Estupradas por Gangues Muçulmanas em "Escala Industrial"

"Nos intervalos entre os estupros, que por vezes duravam dias, os homens de Oxford mantinham as meninas sob vigilância de modo que não pudessem escapar. Além de serem estupradas em diversos locais de Oxford, algumas delas eram levadas a outras cidades e bairros como Londres e Bournemouth com o mesmo propósito". — Oxfordshire Serious Case Review (Avaliação de Casos Graves de Oxfordshire).
"Cheguei à delegacia de polícia às 2h30, toda ensanguentada, calças ensopadas até os órgãos genitais. Eles fizeram pouco caso, me considerando safada, inconveniente". — Testemunho da vítima, Oxfordshire Serious Case Review.
 Sete membros de uma gangue que abusa sexualmente de crianças de Oxford que foram considerados culpados em 2013 (no sentido horário a partir da 1ª foto à esquerda): Assad Hussain, Zeeshan Ahmed, Kamar Jamil, Bassam Barrar, Mohammed Karrar, Akhtar Dogar e Anjum Dogar. Eles foram sentenciados em 2013 a uma pena conjunta de 95 anos de prisão por estupro, tortura e sequestro de meninas britânicas sendo algumas de apenas 11 anos.
"Fiz queixa de um homem que me sequestrou de um orfanato. Ele foi preso, solto e me sequestrou novamente". — Testemunho da vítima, Oxfordshire Serious Case Review.
"A polícia se recusa a fornecer os endereços para que possamos trazê-la de volta para casa". — Testemunho do pai da vítima, Oxfordshire Serious Case Review.
"Ela era menor, mas nos informaram que isso não era da conta deles". — Testemunho do pai da vítima, Oxfordshire Serious Case Review.
O relatório não incrimina nem responsabiliza ninguém. Ele culpa a falta de providências por "falta de conhecimento" e "falhas organizacionais".
As autoridades locais por toda a Grã-Bretanha gastam um "considerável esforço intelectual" para encontrar as razões para não realizar investigações públicas compulsórias na questão do abuso de crianças por receio de "repercussões negativas". — The Telegraph.
Nos termos dos novos planos, professores, assistentes sociais, polícia e autoridades eleitas serão obrigados a tomarem providências quando houver alguma suspeita de abuso de crianças, sujeitos a penas de cinco anos de prisão no caso de descumprimento da lei.
"A não tomada de providências, sistêmica, tem sido ignorada através do silêncio, o desleixo em série recompensado com promoções e delatores afastados. Por que as coisas irão mudar agora, após os acontecimentos"? — Simon Kent, comentarista britânico.
Acredita-se que cerca de 400 meninas britânicas, algumas com apenas onze anos de idade, foram sexualmente exploradas por gangues de estupradores muçulmanos em Oxfordshire nos últimos 15 anos, de acordo com um arrepiante relatório que acaba de ser divulgado. Ele acusa autoridades locais de ignorar, repetidamente, casos de estupro devido a uma "cultura de negação".
A escala dos abusos em Oxfordshire, município no sudeste da Inglaterra, espelha casos chocantes da mesma natureza de exploração sexual de meninas britânicas brancas por gangues em Bristol, Derby, Rochdale, Rotherham e Telford, implica que não se trata de um problema isolado e sim endêmico.
As 133 páginas do Serious Case Review (Avaliação de Casos Graves, SCR em inglês) foram publicadas em 3 de março, no mesmo dia em que o Primeiro Ministro Britânico David Cameron convocou a assim chamada Reunião de Cúpula sobre Abusos de Downing Street, na qual revelou uma série de medidas destinadas a julgar mais criminosos e fazer justiça.
O relatório que revela que há "fundamentação para se acreditar" que 373 meninas foram exploradas sexualmente por gangues em Oxfordshire desde 2004, tem como base o relato de seis meninas às autoridades. As meninas foram as vítimas no julgamento "Operação Bullfinch", no qual sete muçulmanos foram considerados culpados em maio de 2013 por sequestro e estupro de meninas entre os anos de 2004 e 2012.
De acordo com a SCR, entre 2005 e 2010, as seis meninas foram registradas 500 vezes como desaparecidas, sendo que na metade dessas vezes elas estavam sob os cuidados de agências oficiais de proteção a criança, mas as autoridades nunca se preocuparam em investigar.