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domingo, 18 de março de 2018

O Brasil líder em mortes de ativistas de direitos humanos é “fake news”; Marielle era psolista. E não tinha de morrer por isso

Leio na Folha o seguinte:
“Relatórios de 2017 da Anistia Internacional, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e da ONG Front Line, que monitoram direitos humanos no planeta, colocaram o Brasil entre os quatro líderes globais em homicídios de ativistas, ao lado de Colômbia, Filipinas e México.”

Sempre que o Brasil aparece acima do Sudão, do Norte e ou do Sul, nesses rankings que dizem respeito à agressão aos direitos humanos, fico um tanto espantado. Não se veem entre os quatro o Irã ou os países árabes. Nada de China, Rússia, Coréia do Norte, Venezuela ou Cuba. A lista seria gigantesca.
Pra começo de conversa, seria preciso definir exatamente o que é um “ativista” dos direitos humanos. O texto fornece algumas pistas. Transcrevo:
  “Segundo a Comissão Interamericana, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA), três a cada quatro assassinatos de defensores de direitos humanos no mundo aconteceram na América Latina em 2016, concentrados no Brasil e na Colômbia.
Naquele ano, 66 defensores foram assassinados por aqui –um a cada cinco dias, em média–, segundo o Comitê Brasileiro de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos. Em 2015, foram 56.
‘Há um aumento evidente da violência contra quem luta por direitos no país, apesar da subnotificação desses casos’, avalia a advogada Layza Queiróz Santos, que integra o comitê
.”

Como se nota, ou os países em guerra civil da África são, não obstante, respeitadores de direitos humanos, ou a turma é meio fraca por lá nesse quesito. Poderíamos lembrar ainda as, como direi?,  notáveis democracias árabes ou, mais amplamente, muçulmanas, para incluir paraísos como o Paquistão e o Afeganistão… Mais uma vez, a militância política vem a serviço da distorção, e a “fake news” com pedigree se espalha.

No Brasil, os “atividades de direitos humanos” que são mortos costumam estar ligados, por exemplo, a conflitos agrários. Deveriam morrer por isso? Não! Nem matar! Mas luta por terra e o MST é o dono dessa agenda — não é luta “por direitos humanos”. Até porque o movimento tem uma agenda política. O mesmo se diga sobre lideranças indígenas. Não se trata de condescender com a morte dessas pessoas ou de afirmar: “Ah, quem está na chuva é mesmo pra se molhar”. Nada disso. É que aquele que luta por “direitos humanos” não pode estar atrelado a projetos de poder, inclusive partidários. Não por acaso, a Colômbia, que ainda sob a égide da luta contra a narcoguerrilha, aparece no topo da lista, junto com o Brasil. Militantes das Farc ou que serviam de porta-vozes informais da guerrilha eram e são tidos como “ativistas dos direitos humanos”.

Não! Não é para matar ninguém! Eu sou contra a pena de morte, ainda que aplicada por sistemas judiciais de países democráticos. Logo, não poderia condescender com justiçamentos e afins.  Ocorre que é preciso chamar as coisas pelo nome que elas têm.
Marielle Franco, por exemplo, era uma vereadora do PSOL. Pertencia a uma organização que tem um projeto de poder e que atua não segundo a ótica dos “direitos humanos”, como se esse fosse um conceito que habita no empíreo, de que ela, Marcelo Freixo, Chico Alencar e Jean Wyllys fossem a perfeita expressão terrena. Era uma política.
“Então ela merecia morrer?”
Reitero: ninguém merece morrer.
Ocorre que quem a matou estava pouco se lixando para a sua “militância em favor dos direitos humanos”. Ela só foi morta porque se tornou uma voz estridente contra a intervenção e porque seus assassinos, também contrários à dita-cuja, contavam que isso levaria as esquerdas para a “luta”, com a adesão, sem filtro, da esmagadora maioria da imprensa.
[Ser do PSOL, descontando raras exceções, não é boa recomendação nem torna o psolista 'defensor dos direitos humanos'.
Só um exemplo: tem um terrorista italiano, Achiles Lolo - em ações terroristas na Itália tinha como 'hobby' incendiar seres humanos quando estavam dormindo;  
Lollo foi condenado, fugiu e veio para o Brasil - que nos governos Lula e Dilma se tornou valhacouto de diversos tipos de marginais, com destaque para terroristas - e foi ser assessor do PT - foi dispensado, nem o partido dos traidores teve estômago para suportar Lollo.
O PSOL de imediato o contratou para prestar serviços de assessoria - não sabemos se o demitiram, até recentemente estava prestando assessoria.
Por aí se ver que o PSOL tem um conceito de direitos humanos que torna válido empregar  terroristas incendiários (de seres humanos, não de coisas).
De qualquer forma, Marielle ou qualquer outro que seja psolista não merece morrer.]

Blog do Reinaldo Azevedo 

SABER MAIS:  Militância de minorias obscurece o fato de que país é dos mais violentos também para as maiorias. E cria obstáculos à ação oficial

[aproveitando o gancho para mostrar, MAIS UMA VEZ, que o 'estatuto do desarmamento' tem que ser revogado e todo brasileiro tem o direito inalienável de possuir/portar armas de fogo;
quanto mais os bandidos terem a certeza que em suas ações criminosas encontrarão cidadãos aptos a enfrentá-los, mais desestimulados ficaram para cometer crimes - e os que tentarem nunca terão a certeza que sairão ilesos.
...
O Brasil e a Síria
Costuma-se dizer por aí que se mata no Brasil praticamente o mesmo do que se mata na Síria, um país em guerra. Essa conta está errada, como já http://www3.redetv.uol.com.br/blog/reinaldo/guerra-nao-declarada-no-brasil-mata-quase-o-quadruplo-do-que-mata-a-guerra-civil-na-siria/
demonstrei neste blog no dia 30 de outubro do ano passado. Explico por quê.

Do início da guerra civil na Síria até março de 2017, ao longo de seis anos, morreram 321.358 pessoas. Uma barbaridade? Sim! Uma barbaridade! Ocorre que esse número reúne todas as vítimas, incluindo soldados do Exército oficial e insurgentes, que estão em guerra. O dado que interessa na comparação com o Brasil é outro. São civis nesse grupo 91 mil indivíduos. No mesmo período, em nosso país, foram assassinadas 320 mil pessoas. Entenderam? Mata-se em Banânia não “o mesmo de uma Síria em guerra”, mas quase o quádruplo. A taxa de homicídios em 2016 chegou a 29,9 por 100 mil habitantes, uma das mais altas do mundo. 
... 
Os Estados Unidos, país em que o direito do cidadão portar armas atinge o status de sagrado, a taxa de homicídios é  pouco superior a 4 por 100.000 habitantes.
Sete vezes inferior à taxa do Brasil e aqui só os bandidos e policiais podem possuir/portar armas.]