Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
O
presidente Jair Bolsonaro está de volta ao Brasil depois de uma exitosa
e produtiva visita a países árabes do Golfo Pérsico riquíssimos em
petrodólares. A viagem começou pelos Emirados Árabes, em Dubai, na Expo
2020, e foi um sucesso. Fez amizade com os príncipes, almoçou com
empresários e teve o Dia do Brasil, no dia 15 de novembro. Também foram
fechados negócios, com a venda de aviões e material bélico brasileiros.
Bolsonaro
visita o evento Dubai Air Show: comitiva presidencial fechou acordos e
apresentou produtos brasileiros aos países árabes| Foto: Alan Santos/PR
Os
árabes compraram também alimentos, principalmente frango, além de café e
mate. Também houve intenções de investimentos em infraestrutura e em
papéis do agro. Dali ele foi para o Bahrein, onde inaugurou uma
embaixada brasileira, liderou uma motociata e foi muito bem
recepcionado. Os chefes de Estado estavam de braços abertos para os
brasileiros. Saudação na rua do povo e crianças com a bandeirinha
brasileira, foi uma festa.
E no Catar, onde vai ter
Copa do Mundo no ano que vem, Bolsonaro se encontrou com o presidente da
Fifa, Gianni Infantino. Ele ganhou uma bola e uma camisa da Fifa com o
seu nome. Como retribuição, Bolsonaro o presenteou com uma camisa
canarinho. Eles visitaram juntos um estádio maravilhoso, que já está
pronto um ano antes da competição. Chegaram a bater bola no gramado.
Filiação a novo partido Agora que Bolsonaro está de volta todos estão esperando para saber como vai ficar a filiação partidária do presidente. Ele viajou ao Oriente Médio sob o anúncio de que assinaria a ficha no próximo dia 22 para entrar no Partido Liberal (PL).
Mas lá pelas tantas, Bolsonaro e
Valdemar Costa Neto, o manda-chuva do PL, se desentenderam
principalmente por causa do apoio do partido a Rodrigo Garcia, candidato
de João Doria ao governo de São Paulo. Mas todos sabem que o candidato
de Bolsonaro é o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas. E
tem mais divergências em Alagoas, no Piauí, no Amazonas…
Mas
agora as lideranças do PL se reuniram e anunciaram que estão dando
carta branca para Valdemar Costa Neto negociar o que quiser com o
presidente Bolsonaro para não perdê-lo. Afinal, ele é o candidato que
puxa voto. Só lembrar que na eleição passada elegeu os governadores do
Rio de Janeiro e o de São Paulo, só pra citar alguns.
A
tradução dessa carta branca é aceitar qualquer condição de Bolsonaro
para entrar no partido. Afinal, o partido precisa do presidente da
República mais do que Bolsonaro precisa do PL. Ele tem ainda a opção do
Partido Progressista (PP), em que esteve por 11 anos e que é uma legenda
que tem muitos prefeitos e deputados pelo país.
O PL
tem a terceira bancada da Câmara em tamanho, com 43 deputados, que têm
uma fidelidade de 88% nas votações. Um deles, talvez o mais fiel, é o
Marco Feliciano (SP). E no Senado, o partido tem quatro senadores com
uma fidelidade de 84% nas votações. Um dos mais conhecidos é Jorginho
Mello, de Santa Catarina. E o partido ainda tem 347 prefeitos.
Partido é tudo igual Um amigo me questionou por que tanta celeuma com o PL, já que ele não é tão diferente dos outros partidos, e eu concordei. Pode ser que todos
sejam mais ou menos iguais, tem lá o chefão e os seus problemas de um
modo geral. Não há muita diferença, infelizmente, partidos no Brasil são
agremiações, não são conjuntos de doutrinas políticas. São interesses
momentâneos, às vezes fisiológicos, e união de gente que tem o mesmo
interesse.
“Se o governo é liberal e bem-sucedido na economia, em
áreas como educação, cultura e direitos humanos adotou uma orientação de
ultradireita que o puxa para baixo”
O primeiro ano do governo praticamente acabou, pois o presidente Jair
Bolsonaro já está em férias na base naval de Aratu, na Bahia, e nada
demais deve acontecer em termos políticos e administrativos. Qual é o
balanço a ser feito sobre sua gestão e a situação do país, que são
coisas que se combinam? Diria que é uma situação do tipo “copo pela
metade”. Os otimistas dirão que está quase cheio, principalmente em
razão da economia e da inexistência de escândalos de corrupção (não é
pôr a mão no fogo, mas o único problema de Bolsonaro é o caso Queiroz,
que não o atinge diretamente, mesmo que venha a ser envolvido, por ser
anterior ao exercício do mandato). [permitam um aparte complementar: o chamado 'caso Queiroz', pode até envolver filho do ex-presidente, mas, a BEM DA VERDADE é preciso ter presente que todas as suspeitas se baseiam em indícios que NADA PROVAM.
A situação ora comentada traz à lembrança o caso do ex-ministro da Saúde do governo Collor - Alceni Guerra - o 'escândalo das bicicletas', o noticiário transformava o ministro no maior ladrão do mundo, de todos os tempos - um Lula da década de 90.
O ministro foi devida e intempestivamente execrado, ocorreram as investigações e até hoje NADA foi provado, não foi condenado, sequer foi denunciado. Sabiamente, o ilustra articulista concede ao presidente Bolsonaro o benefício da dúvida - que por uma questão de Justiça, deve ser estendido a todos os demais.] Os pessimistas verão o copo quase
vazio, por causa da política externa e dos disparates da ala ideológica
do governo, principalmente na educação, na cultura, nos direitos humanos
e no meio ambiente, que a maioria dos analistas aponta como ameaças à
democracia no Brasil. [a pauta do meio ambiente, em que pese o esforço de parte da imprensa em mantê-la prioritária, deu uma recuada quando os que tentavam demonizar o presidente Bolsoanro por ter chamado a gazeteira sueca de pirralha - termo adequado com o comportamento escolar da 'ativista' -e usavam como supedâneo da injusta agressão o argumento que a pirralha tinha sido eleita personalidade do ano por conceituada publicação e capa da mesma e tomaram conhecimento que Adolf Hitler foi personalidade do ano da mesma revista e Bin Laden capa.]
É um diagnóstico que precisa ser equalizado de forma objetiva. Sim,
houve avanço na economia, com a política liberal do ministro Paulo
Guedes, que injetou otimismo no mercado (a Bolsa de Valores de São Paulo
é um indicador seguro desse otimismo). Há lenta retomada do crescimento
e geração de emprego em escalas modestas, mas continuadas. Os juros
continuam em queda e já são os mais baixos da história do Real. Para
comércio e consumidores, foi o melhor Natal desde 2014. Convém destacar
que nada disso estaria ocorrendo sem a aprovação da reforma da
Previdência pelo Congresso. Houve empenho de Guedes para que isso
ocorresse, portanto, lhe cabe mérito, mas os grandes artífices da
aprovação da reforma foram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), o relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), e o ex-deputado
tucano Rogério Marinho (RJ), secretário especial de Previdência e
Trabalho, o negociador de Guedes.
Ainda nesse quesito, o governo tem um dever de casa por fazer: o
ajuste fiscal na administração federal, pois o deficit orçamentário da
União continua e as reformas emergencial, administrativa e patrimonial
ficaram pelo caminho. O ambicioso pacote enviado ao Congresso, neste
final do ano, tem esse objetivo, mas estava descosturado politicamente,
com muitos jabutis e algumas jabuticabas. Se não for refinado, não será
aprovado num ano eleitoral como o próximo. O que mais atrapalhou o
governo no primeiro ano de mandato de Bolsonaro foram os embates
ideológicos. Se o governo é liberal e bem-sucedido na economia, em áreas
como educação, cultura e direitos humanos adotou uma orientação de
ultradireita que o puxa para baixo. Por seu caráter reacionário, até
mesmo setores conservadores que apoiam o governo não escondem o
constrangimento que passam diante de certas atitudes fundamentalistas.
Febeapá Em alguns casos, a vida se encarregou de neutralizar os efeitos
negativos de decisões intempestivas ou equivocadas de Bolsonaro; em
outros, não. Na primeira situação, temos a política externa, de
alinhamento automático com Donald Trump e alguns líderes de extrema
direita no mundo, como Viktor Orbán, premier da Hungria. [- o alinhamento automático com Trump foi mais consequência da inexperiência do presidente, que confundiu amizade política e interesses comerciais com lealdade - as decepções causadas pelo próprio Trump ensinaram ao nosso presidente que são coisas diferentes = assunto resolvido; - com a China o presidente Bolsonaro aprendeu que em comércio as amizades são relativas e também as inimizades - situação já equacionada; - com os países árabes, situação parecida com as anteriores: o presidente do Brasil pode até simpatizar com Israel,mas, na hora de confrontar a simpatia pelo Estado hebreu e a importância do relacionamento comercial com os árabes, deve colocar Israel em seu devido lugar = um parceiro menor = e priorizar os interesse comerciais do Brasil com as nações árabes; - com a Hungria pode dar mais importância às afinidades ideológicas, já que não há áreas de atrito entre a Hungria e o Brasil; - com a Alemanha uma pequena rusga, já acomodada; - o presidente francês tentou usar a questão ambiental para voltar aos tempos da França colonialista e o presidente Bolsonaro o enquadrou devidamente; - a questão europeia se resolve aos poucos e em partes.] Bolsonaro
trombou com a China, com os países árabes, com a França e com a
Alemanha. Mantém-se a narrativa templário-bizantina do chanceler Ernesto
Araujo, mas Bolsonaro recuou em relação a árabes e chineses. A mesma
coisa deve ocorrer com a Argentina, nosso maior importador de produtos
industrializados. Entretanto, o contencioso com a Europa permanece, por
causa do meio ambiente.
A propósito, no curto prazo, o que deu mais prejuízo ao Brasil neste
primeiro ano de governo foi a desastrosa política para o meio ambiente,
externa e internamente. O país sempre teve problemas ambientais,
inclusive queimadas e desmatamento, mas se esforçava para enfrentá-los.
Ao assumir, Bolsonaro sinalizou um liberou geral para grileiros,
desmatadores e garimpeiros. O resultado, todos conhecem. A longo prazo,
talvez o maior prejuízo seja nas áreas da educação e da cultura, nas
quais vivemos um permanente “febeapá”, como diria o falecido Sérgio
Porto, na antológica coluna do Stanislau Ponte Preta. Um novo festival
de besteira assola o país, com o agravante de que os prejuízos
“imateriais” nessas duas áreas somente poderão ser mensurados com o
passar dos anos.
Para finalizar esse breve balanço, a questão dos direitos civis. Em
razão dos indicadores de violência, embora os índices de homicídios
venham caindo, e da crise ética na política, estamos vivendo um ciclo de
endurecimento de penas e de recrudescimento do uso desmedido da força
pelo Estado, além da adoção de medidas que afrontam os direitos de
defesa e das minorias. [endurecimento das penas? uso desmedido da força? Tomando como referência Brasília, o número de feminicidios (termo sem sentido e discriminatório, mas muito usado) aumentou muito e quase todos os criminosos horas ou dias antes de cometer o crime, haviam sido presos e passados por audiências de custódias e liberados; - um individuo mata a mãe - estrangula, esfaqueia e queima - e alguns anos depois está livre e volta a matar: o próprio filho, uma criança de dois anos; - o STF decide que a regra seja: criminosos condenados só podem ser presos após trânsito em julgado da sentença condenatória = na prática os condenados, especialmente os endinheirados, só vão para a cadeia após decisão do STF ou STJ = grande possibilidade da pena prescrever e a impunidade se estabelecer; - em concordância com a suprema decisão o Congresso Nacional cria o juizado de garantias = na prática cada passo de um processo penal pode motivar recursos e postergar a sentença. Se isso for aumento de pena, imagine quando realmente ocorrer redução. Uso desmedido da força? nos tempos atuais os bandidos estão mais bem armados que a polícia, contam com o apoio das organizações dos direitos dos mano. Essa conjunção de fatores transfere para os bandidos a iniciativa do confronto e obriga os policiais a regirem com os meios necessários.] Nesse sentido, muitos temem pelo futuro da
democracia. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal (STF), com todas as
suas contradições, tem atuado de forma contra-majoritária, e exerce seu
poder moderador em defesa da Constituição de 1988. O que está mesmo fora
de controle é a venda de armas, que explodiu; nesse aspecto, Bolsonaro
abriu as portas do inferno para os demônios da força bruta, inclusive na
política. “Se o governo é liberal e bem-sucedido na economia, em áreas como
educação, cultura e direitos humanos adotou uma orientação de
ultradireita que o puxa para baixo”
[o
ilustre autor do Post ao usar o texto acima como abertura e fecho de
sua matéria destaca a importância do mesmo, o que nos anima a um
comentário:
-
ECONOMIA o seu sucesso é o objetivo e carro-chefe de qualquer
Governo, que deve ter como meta o bem estar dos governados e uma
economia em progresso propicia aos cidadãos o emprego e uma boa
alimentação = dois fatores essenciais, mas que não são limitadores,
essencial ao bem estar.
-
a EDUCAÇÃO deve ser prioritária, só perdendo para a SAÚDE e no se
espera que no próximo os dois tópicos tenham prioridade e melhoras -
sendo conveniente enfatizar que a Educação, pela sua importância, seja
acompanhada com atenção e proximidade e assim abusos sejam evitados;
-
a CULTURA tem grande importância, mas jamais pode disputar recursos
com a Educação e Saúde, que devem sempre ter preferência e a
possibilidade de a pretexto de ser 'cultura' certos absurdos
prosperaram,um acompanhamento atento e rigoroso das ações culturais se
impõe.
-
os DIREITOS HUMANOS precisam ser protegidos mas de forma controlada
evitando excessos, que sempre dão margem a abusos e impunidade em nome
da preservação dos tais direitos. Qualquer ação mais enérgica da autoridade policial costuma ser considerada como agressão aos direitos humanos.
Certas
organizações que dizem ser de defesa dos direitos humanos, agem mais em
prol dos direitos dos manos do que dos direitos dos humanos direitos. Uma
pessoa de BEM, seja um jovem um um idoso, padece horas e horas para ser
atendida em um hospital público, sendo comum óbitos ocorrerem nas portas
dos hospitais por falta ou atraso no atendimento. Quando
um cidadão procura um hospital está exercendo o
DIREITO CONSTITUCIONAL à SAÚDE e a VIDA. Ao não ser atendido, tal
DIREITO É VIOLADO e nada ocorre.
Um
criminoso preso em flagrante tem direito à defesa e o Estado tem a
obrigação de lhe fornecer um advogado - e tal direito sempre é
respeitado = ou seja o direito constitucional de defesa que um
criminoso, ainda que preso em flagrante, tem é sempre exercido. Tendo também o direito a ser ouvido por um juiz em 'audiência de custódia', sendo, em muitos casos, libertado. Um
criminoso ferido em confronto com a Polícia ou em ação criminosa, tem
PRIORIDADE nas filas de atendimento de hospital público - direito que se
estende aos presos condenados. Não
é incomum que uma pessoa de BEM seja ferida por um criminoso que se
evade, procure atendimento em hospital e fique lá mofando e veja horas
depois o seu agressor ser preso pela polícia, ser ferido, chegar ao
hospital ter prioridade no atendimento, até mesmo em relação a sua
vítima.]
Há
muitos equívocos cometidos por aqui na história do petróleo, mas talvez
possam ser resumidos assim: contar com um dinheiro que não existe e, seu
inverso, gastar mal o dinheiro que aparece. Faz anos que se discute nos meios políticos, prioritariamente, como
dividir o dinheiro do pré-sal entre os governos federal, estaduais e
municipais, de um lado, e quais setores (educação? Saúde?
Investimentos?) receberiam as verbas, de outro. E só secundariamente
como seria explorada essa riqueza natural que, segundo Dilma e Lula,
levaria o Brasil a um lugar entre os mais desenvolvidos do mundo.
Uma mistura de ideologia estatizante – seria tudo do Estado – e
enorme incompetência deixou um atraso de pelo menos cinco anos na
exploração de óleo. Nesse período, o preço do petróleo caiu – tornando
os investimentos menos rentáveis – e, mais importante, acentuou-se a
percepção de que o fim da era do petróleo está bem visível, mais à
frente. [a organização criminosa pt = perda total = além de roubar os cofres da Petrobras, e os públicos, ainda cuida de desvalorizar a fonte dos recursos que rouba. Conseguir roubar a Petrobras e, por burrice e incompetência, desvalorizar o petróleo.] Esse foi o segundo grande erro. O primeiro erro ocorreu quando de
fato havia dinheiro. Com o preço do petróleo nas alturas, nos anos 2000,
o Brasil faturou alto e … torrou o dinheiro em gastos de pessoal e
custeio. E na grossa corrupção do petrolão. E não por falta de aviso, nos dois casos. Na verdade, dois avisos
muito antigos, do sheik Yamani, criador da Opep lá nos anos 60. O
primeiro: “a idade da pedra não acabou por falta de pedras”. O segundo:
“a era do petróleo vai acabar antes que o mundo fique sem petróleo”.
Naquela época, o debate mais intenso tratava do fim dasreservas de
petróleo. Fazia-se a conta: o consumo de óleo crescia mais depressa que a
descoberta de novos jazidas. Logo, em um dado momento, o mundo ficaria
sem petróleo. O outro debate era mais político. Como os países árabes controlavam a
maior parte do petróleo, e já haviam imposto um embargo global, era
preciso encontrar outras formas de energia. Em qualquer caso, o recado de Yamani, para os donos do petróleo, era
claro: usar o dinheiro de hoje para criar uma economia, digamos,
“não-petróleo”. Valia para produtores e consumidores.
De uns anos para cá, tornou-se dominante o tema do aquecimento
global. A meta que se vai formando, no mundo, é de garantir que a
temperatura global não suba mais de 2º. nos próximos 30 anos. Vai daí,
como nota a última edição da revista Economist, o consumo global de
petróleo terá que cair dos atuais 95 milhões de barris/dia para não mais
que 75 milhões – e idealmente, para 45 milhões. E se o mundo caminha nessa direção, os países que dispõem da riqueza
natural precisam tomar duas providências: primeira, acelerar a
exploração, vender petróleo enquanto; segunda, aplicar os recursos em
investimentos que gerem riqueza a longo prazo. Para a primeira política, será preciso mudar o regime de exploração,
de modo a tornar mais baratos os investimentos em exploração. O custo
alto foi uma das causas do fracasso no leilão de ontem. Para a segunda política, será preciso definir os pontos nos quais
poderá ser aplicada a renda do petróleo. Não é difícil fazer isso. É só
copiar de países que deram certo. E copiar de grandes companhias
petrolíferas globais que estão investindo em energia sustentável.
Ou construir uma imensa indústria espacial – foguetes e estações pelo
universo – para poder escapar da Terra quando tudo se estragar.
Pacote É bom o pacote pós-previdência. É disso mesmo que o país precisa, uma imensa reforma do Estado e do sistema de gasto público. Mas essa política, no momento, é restritiva – mais de redução de
gasto do que de expansão, que só poderá ocorrer depois de um bom período
de saneamento.
Para estimular o crescimento mais imediato, há três agendas: 1)
aumento de crédito com redução de juros; 2) concessões e privatizações,
inclusive em petróleo, para atrair o máximo de investimento privado; 3)
a reforma tributária com o objetivo de promover uma eficaz
simplificação.
As três agendas estão em andamento. São difíceis, ainda mais
considerando as sucessivas crises políticas criadas pelo presidente
Bolsonaro. Mas se, nessas circunstâncias, o Congresso votou a reforma da
previdência, então há esperança.
Enquanto o governo patina no desenvolvimento de projetos e segue desarticulado no Congresso para a aceleração das reformas, a caserna trabalha sem alarde e faz a diferença
Os modos lhanos do hoje ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, encantava a todos em seu entorno, desde o período de transição do governo. Dono de um rosto afável, um sorriso amigável e um semblante sereno, não deixava de cumprimentar um a um ao desembarcar no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo provisório em Brasília. A imagem contrastava com aquela tradicionalmente exibida por milicos de altíssimo coturno dos tempos da ditadura, não raro sisuda, casmurra e irascível. A ponto de seguranças e servidores do local questionarem: “Ele é mesmo um general?”. Heleno é um dos símbolos da nova safra de generais que ascendeu ao poder a partir da eleição de Jair Bolsonaro. Não só devido ao jeitão despojado, aparentemente informal, pela educação quase suíça ou pela gentileza dispensada a quem o rodeia.
ADNILTON FARIAS
O general –atualmente um dos principais conselheiros de Bolsonaro, papel que no passado foi exercido por Golbery do Couto e Silva, influente mentor dos presidentes militares durante décadas – vem de uma linhagem de integrantes das Forças Armadas democráticos por excelência para os quais os projetos destinados a desenvolver o País devem pairar muito acima de ideologias de ocasião. Augusto Heleno não constitui um caso isolado – muito pelo contrário. Outros militares nomeados para cargos estratégicos do governo Bolsonaro se destacam como vozes eloqüentes de sensatez, equilíbrio e serenidade, quando tudo parece degenerar em caos. Hoje, estima-se que aproximadamente 120 membros da caserna integrem o governo no primeiro, segundo e terceiros escalões. Enquanto, em diversas ocasiões, a gestão se perde em discussões estéreis, enfileirando crises e mais crises sem necessidade, os militares trabalham.
“Palavra” tem sido o principal trunfo de outro general, o vice-presidente Hamilton Mourão – hoje imbuído de um papel moderador. O seu trabalho de mediar crises no governo tem se destacado tanto que ele chegou a desconfiar que o presidente monitorava seus passos, instalando escutas no gabinete no Planalto. Não à toa. Afinal, Mourão tem feito uma coisa que Bolsonaro não faz: dialogar com os políticos de todas as correntes, procurando adeptos aos projetos do governo, sobretudo para a aprovação da reforma da Previdência. A desenvoltura no trabalho do vice-presidente é fruto da experiência que ele adquiriu em 47 anos de Exército, o que, para ele, tem feito a diferença na atual gestão. “Todos nós (generais) somos administradores. Desde o primeiro momento em que a gente entra na carreira”, disse Mourão à ISTOÉ. “Além disso, a gente trabalha com organização. Por exemplo, os generais já comandaram um batalhão, uma brigada ou uma divisão, com muita gente sob seu comando. Então, obviamente, isso dá uma bagagem grande quando chegamos à administração pública”, complementou.
Fim dos ruídos Um dos maiores problemas do governo Bolsonaro tem sido exatamente o da falta de comunicação ou ruídos na interlocução tanto com a sociedade civil, como com a classe política. Pois bem. O cenário está mudando graças ao general Otávio Rêgo Barros, porta-voz da Presidência. Depois dos tropeços no começo do governo, Bolsonaro chamou Rêgo Barros para resolver o fosso existente entre ele e a mídia, principalmente. E a comunicação do governo realmente melhorou de forma clara e indiscutível nos últimos meses. O porta-voz é o homem responsável pelos discursos mais moderados do presidente e por corrigir vários embaraços causados pelo próprio mandatário. Mais recentemente, Barros passou a organizar cafés da manhã com jornalistas, o que tem aproximado o presidente da imprensa. Sempre gentil e disposto a colaborar com os jornalistas, o ex-coordenador de Comunicação do Exército tem tentado mostrar à cúpula do governo que é importante saber conviver com as críticas da mídia – parte integrante do jogo democrático.
A melhoria na articulação do governo advém também da figura do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo. Hoje, vários parlamentares admitem que preferem conversar diretamente com Santos Cruz do que dialogar com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, justamente pelo fato de que o general é considerado mais acessível e maleável. Tem sido de responsabilidade de Cruz também a organização da comunicação institucional do governo Bolsonaro, o que tem lhe provocado alguns dissabores. Até porque, tem contrariado alguns interesses. O general, por exemplo, resolveu auditar todos os contratos de propaganda assinados durante o governo do PT, que vigoraram até o governo Michel Temer (MDB). Ele acredita que possam estar eivados de vícios e vantagens indevidas. Ele quer promover a revisão de contratos antes de efetivar novas contratações. Tudo, segundo ele, “para evitar o desperdício de dinheiro público”. Filosofias como essas têm contribuído para mudar paulatinamente o olhar da sociedade sobre os militares: de ditadores brutais para gestores racionais e, acima de tudo, competentes.
No início do governo, o vice-presidente e general Hamilton Mourão pediu ao presidente Jair Bolsonaro que ele tivesse uma função preponderante no governo, para que não ficasse como mera figura decorativa. Ele queria ser uma espécie de supervisor das ações de todos os ministros na Esplanada, mas acabou se sentindo escanteado. Por isso, criou uma agenda própria. Passou a dialogar tanto com políticos da direita, quanto da esquerda, abrindo uma janela de diálogo mais ampla que a do próprio presidente. Assim, Mourão se transformou no contraponto pragmático do governo, ajudando a estreitar relações com parceiros comerciais históricos como os países árabes e a China, regiões com as quais Bolsonaro criou atrito por conta, sobretudo, da tentativa de transferir a embaixada brasileira de Israel para Jerusalém.
O CONSELHEIRO General Augusto Heleno: ministro do Gabinete de Segurança Institucional
É tido como o principal conselheiro do presidente. Com um estilo calmo e conciliador, vem atuando como bombeiro em várias crises provocadas por integrantes do próprio governo, principalmente a decorrente do episódio das investidas públicas do ideólogo Olavo de Carvalho e dos filhos do presidente contra militares. Lhano no trato, ele é visto por todos como a voz mais ponderada do Palácio do Planalto.
O EMPREITEIRO
O capitão Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura,
por exemplo, é o responsável pelas melhores notícias do governo
Bolsonaro até o momento. Ex-chefe do setor técnico da Companhia de
Engenharia do Brasil na Missão de Paz da Organização das Nações Unidas
(ONU) no Haiti, entre 2005 e 2006, Tarcísio comandou o processo de
concessão de 12 aeroportos, que gerou R$ 2,3 bilhões para os cofres
públicos. A expectativa é que no ano que vem outros 22 venham a ser
privatizados, com o ingresso de mais recursos para o caixa do governo.
O processo de concessão de aeroportos resultou em um ágio de aproximadamente 1.000%
e a expectativa é que os aeroportos do Recife, João Pessoa, Vitória e
Cuiabá comecem a melhorar já nos próximos meses. Além disso, foi ele
quem desenvolveu o projeto de concessão da ferrovia Norte-Sul, travado
desde os tempos do governo Sarney. Com ela, o governo federal obteve R$
2,7 bilhões, com um ágio de 100%. Virou o ministro que destrava
projetos, mas não só. Foi ele quem, por meio do plano de recuperações de
rodovias, prevendo investimentos da ordem de R$ 2 bilhões, motivou o arrefecimento do movimento grevista dos caminhoneiros previsto para o início deste mês. Confiando na palavra do ministro, eles recuaram.
Considerado um dos ministros mais competentes do governo Bolsonaro, o capitão Tarcísio de Freitas tem como principal característica a efetividade do trabalho. A infraestrutura é a pasta de onde estão vindo as principais notícias positivas do governo, com a concessão de 12 aeroportos e a recuperação e reestruturação de rodovias importantes como a BR-163 até Miritituba e a BR-135 (no Maranhão), parada desde o governo Dilma. O ministro destravou também outros leilões de privatizações, como a venda de seis áreas portuárias no Pará, assinou oito contratos de adesão de Terminais de Uso Privado (TUPs) para ampliar a movimentação de cargas em portos, e agilizou outros dois leilões de arrendamento dos Portos de Santos (SP) e Itaqui (MA), tudo para facilitar a concessão da ferrovia Norte-Sul.
O ARTICULADOR General Santos Cruz: ministro da Secretaria de Governo Metódico e direto, o ministro Carlos Alberto Santos Cruz, da Secretaria de Governo, é o grande personagem da articulação política do governo Bolsonaro, avocando para si funções do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Para a tramitação da Reforma da Previdência, por exemplo, Santos Cruz montou um núcleo de acompanhamento político e organizou uma lista de 25 deputados federais que o tem auxiliado na função. Foi ele quem ajudou o PSL a indicar nomes para fazer parte da tropa de choque em defesa do Planalto na Comissão Especial na Câmara. Nos bastidores, é visto como um dos ministros que mais trabalham. Em geral, é o primeiro que chega e último que deixa o Palácio do Planalto. Também tem comandado com pulso firme a comunicação, desautorizando o repasse de verbas publicitárias a blogs, alguns deles alinhados, inclusive, ao bolsonarismo, o que irritou o filho do presidente, o vereador Carlos
O COMUNICADOR General Rêgo Barros: porta-voz da presidência
Se dependesse exclusivamente do general Otávio Rêgo Barros, porta-voz da presidência, o governo não teria entrado nem em 10% das enrascadas provocadas por erros de comunicação. Graças a ele, houve melhorias no diálogo do presidente com a imprensa a partir do final de janeiro. E é ele o responsável por amenizar confusões provocadas pelo governo. Militar formado na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), tem como especialidade o gerenciamento de crises. Indicado pelo general Augusto Heleno, é considerado dentro do núcleo militar como um dos melhores quadros da caserna. Também é respeitado pela ala ideológica do governo, justamente por não emitir opiniões sem antes combiná-las com o presidente Bolsonaro. Prestigiado, passou a integrar o primeiro-time de conselheiros palacianos. Ultimamente, é ele quem dá a tônica moderada das notas oficiais lidas em nome do presidente da República.
A
oposição que me perdoe, mas, no curto prazo, o maior inimigo do governo
federal é o próprio governo. A ausência de um projeto oposicionista de
reforma do Estado e a crise atual do petismo constituem parte da
explicação desse fenômeno. Só que existe outro lado mais importante
neste processo: o eleitorado e os apoiadores de Jair Bolsonaro são muito
mais amplos e heterogêneos do que o discurso mais sectário adotado
regularmente pelo presidente. É disso que decorre o surgimento do
vice-presidente, Antônio Hamilton Mourão, como sombra, contraponto e,
numa hipótese mais extrema, alternativa real de poder.
Evidentemente
que essas circunstâncias não são novidade no país. O presidencialismo
brasileiro, pelo menos desde a Constituição de 1945, é marcado pelo
possível conflito entre o titular e seu vice. Naquela época, a
possibilidade de eleger uma dupla com políticos vindos de chapas
diferentes, como foi o caso de Jânio Quadros e João Goulart,
potencializava a crise. Mas mesmo durante o período autoritário houve
embates fortes, como no caso de João Figueiredo e Aureliano Chaves. A
falta de um papel institucional mais claro para a vice-presidência
explica parte desse problema, contudo, no mais das vezes, são os erros
do presidente que dão asas ao seu par.
O tipo de presidencialismo
derivado da Constituição de 1988 tornou mais importante e complexa a
montagem da coalizão de governo, por meio da combinação de
multipartidarismo, federalismo e divisão de Poderes. O sistema não é
ingovernável, como mostraram Fernando Henrique e Lula, no entanto,
nenhum presidente ou partido consegue governar sozinho o país, de modo
que é necessário angariar apoios políticos e sociais amplos e
heterogêneos. Quando Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff perderam a
capacidade de atrair os atores para além de seu grupo político mais
restrito, abriram as portas não só para o próprio impeachment, mas
também para a ascensão de seus vices.
É essa realidade mais geral
que o presidente Bolsonaro precisa compreender. Embora a eleição dele
tenha sido marcada pela crise do sistema político montado na Nova
República e consolidado a partir do Plano Real, dois fatores continuam
contribuindo para a necessidade de se governar por coalizão e levar em
conta um espectro mais amplo de apoios. O primeiro é que sua vitória
eleitoral não adveio do bolsonarismo raiz. O tamanho deste talvez esteja
próximo dos dados da última pesquisa do Datafolha feita antes da
trágica facada, enquete realizada nos dias 20 e 21 de agosto e que
marcava 22% de preferências pelo então candidato Bolsonaro.
O
episódio da facada e a incapacidade de outros candidatos de centro
subirem nas pesquisas favoreceram a migração de um grande contingente de
eleitores antipetistas ainda no primeiro turno para Bolsonaro, processo
que se completou no segundo turno com a aquisição de votos de outro
grupo considerável de cidadãos que não queriam o PT no poder. No computo
final, o presidente eleito teve 55% dos votos válidos, mas deve-se
ressaltar que, além dos que votaram em Fernando Haddad e daqueles que se
abstiveram ou votaram branco e nulo, muitos dos que elegeram o novo
governante, quiça a metade destes, não se identificavam com o
bolsonarismo raiz.
Diante disso, o discurso do presidente precisa
ser mais amplo e plural do que o conteúdo de seus tweets. Ao falar
basicamente ao seu eleitorado mais cativo, Bolsonaro abre o flanco para o
descontentamento de grande parte dos que votaram nele, para não falar
dos oposicionistas e dos que não votaram em nenhum dos candidatos. Sei
que seus estrategistas, principalmente seus filhos, têm uma opinião
diferente. Eles preferem seguir a máxima de Trump, de apostar na
manutenção do apoio dos mais fiéis. Só que há uma enorme diferença entre
os Estados Unidos bipartidário e o Brasil multipartidário: aqui, sempre
é possível ter mais opções políticas do que a luta entre um governo e
uma oposição bem definidos.
Hoje, Mourão é a voz da moderação em
comparação a Bolsonaro, atraindo a simpatia dos que votaram no
presidente, mas não são bolsonaristas, e até dos que votaram no
candidato da oposição. Esse poder de atração, entretanto, é um fator
mais forte na esfera política e junto aos grupos de interesse mais
influentes, como as instituições financeiras, a mídia, parte do
empresariado, universidades e outros setores da sociedade civil
organizada. É neste âmbito que há mais gente comparando o desempenho do
presidente com o do vice.
A estratégia política de Bolsonaro, de
discursar basicamente para os seus eleitores mais fiéis, principalmente
usando as redes sociais, é a maior alavanca para o crescimento do poder
de Mourão. Quando ele usa o argumento da "nova política versus a velha
política" e emperra o processo político no Congresso Nacional, aqueles
que querem a aceleração das reformas de Estado ficam mais descrentes do
bolsonarismo e, como viúvas de seu próprio voto, procuram alguém para se
consolar dentro do condomínio do governismo - se não for o vice, pode
ser o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Ao atacar como inimigos
da pátria grupos como a mídia, os ambientalistas, os ativistas sociais,
as universidades, os professores, as minorias éticas ou de gênero e
todos aqueles que não cabem no perfil bolsonarista raiz, Bolsonaro não
atinge apenas a oposição. Seus atos e palavras desagradam mais gente e
muitos dos seus eventuais eleitores de 2018, que não queriam o PT, mas
que estão longe de um sectarismo conservador. O uso constante e radical
dessa linguagem política contrasta com a comunicação feita agora por
Mourão, que se orienta pela parcimônia no discurso e pela conversa com
todos os atores sociais. O contraste entre presidente e vice
também é percebida no plano das relações internacionais. Se Bolsonaro
radicaliza o discurso sobre a Venezuela, Mourão adota uma postura mais
cuidadosa e realista. Se o bolsonarismo propõe que a embaixada em Israel
vá para Jerusalém, o vice conversa com os representantes dospaíses
árabes.[não tem o menor sentido mudar na sede da Embaixada - a embaixada do Brasil deve permanecer em Telaviv e se Israel quiser mudar sua capital, aproveite e devolva o território que tomou dos árabes. Para se massacrar palestinos, civis e inocentes, na Faixa de Gaza.] E toda vez que o discurso da Presidência da República for contra
o multilateralismo (ou globalismo, como diriam os olavistas) e agendas
internacionais mais consolidadas, como a questão ambiental, parte dos
atores internacionais vai procurar o morador do Palácio do Jaburu. Mas
o maior tiro no pé da estratégia política bolsonarista é tensionar a
relação com os militares. O discurso olavista, vindo do próprio ou dos
filhos do presidente, começou batendo em Mourão e, pouco a pouco, migrou
suas insatisfações para as Forças Armadas. Imagine se Olavo de Carvalho
fosse apoiador de Lula ou Fernando Henrique e tivesse dito o que falou
dos militares e de alguns de seus líderes específicos. Nem é possível
imaginar. Talvez a razão que levou setores do bolsonarismo a
criticar o comportamento dos militares esteja no fato de que as
lideranças das Forças Armadas, no mais das vezes, entenderam o sentido
político do governo atual: para ter uma governabilidade efetiva, é
preciso ampliar o diálogo e mesmo a negociação para além dos circuitos
mais fechados do PSL e dos apoiadores de primeira hora do presidente
Bolsonaro. E, neste sentido, comportam-se do mesmo modo que Mourão - e
de maneira inversa à lógica dos tweets do presidente e seus filhos. [é preciso que Bolsonaro ceda um pouco, dispensando o assessoramento inútil dos filhos e detonando dispensando o próprio Olavo, mas, é inaceitável que os círculos mais conservadores pró Bolsonaro, que incluem os apoiadores de primeira hora e bolsões mais fechados do PSL, sejam deixados de lado.]
Claro
que muitos atores políticos e analistas podem, com razão, pedir maior
discrição no comportamento de Mourão. Porém, não se trata somente de uma
situação individual. Do mesmo modo que o presidencialismo de coalizão
responde a questões estruturais do sistema político e da sociedade
brasileira, é possível dizer que quando o presidente não consegue manter
um amplo apoio dos partidos e de diversos setores sociais quase que
naturalmente surge um "vice-presidencialismo de conspiração". Isso já
aconteceu antes, como nos casos de Collor e Dilma no período mais
recente.
Pode-se acusar os vices de conspiradores, todavia, a
maior causa desse processo está na inabilidade dos presidentes. Sempre
se fala bem de Marco Maciel e José Alencar, pela sua lealdade em relação
ao companheiro de chapa presidencial. Isso é verdade. Só que o
comportamento deles esteve muito vinculado à qualidade da liderança e
dos governos de Fernando Henrique e Lula, que conseguiram manter, por um
longo tempo, um apoio político e social que era maior do que os seus
partidos. Do outro lado do fenômeno, Itamar e Temer foram vistos como
alternativa de poder quando a possibilidade de impeachment surgiu, mas
vale lembrar que não eram vistos com bons olhos antes. A instabilidade e
a mudança política derivaram mais dos erros dos respectivos presidentes
do que pela grande capacidade conspiratória dos vices.
O
presidente Bolsonaro e parte dos seus apoiadores precisam aprender com a
história recente do país. Mais ainda agora, num momento em que o
Brasil, mesmo se fizer reformas certas, vai demorar pelo menos dois anos
para sair da crise econômica e social. Em vez de brigar com Mourão,
deveriam tê-lo como ponte junto aos atores que não são bolsonaristas de
raiz. Sem esse elo, a travessia será mais difícil e pode nos levar não
ao Éden, mas a uma nova instabilidade política do presidencialismo de
coalizão, antessala do "vice-presidencialismo de conspiração". Fernando Abrucio - Valor Economico
Sexismo virou critério para a estética publicitária
[antigo ditado: quando o cara faz, pratica, muito sexo, ele pouco fala sobre o assunto;
quando não pratica, não faz, só pensa, recorda e imagina, vive falando sobre.
Será isso que está tornando o sexo tão importante na imprensa brasileira?
Qualquer coisa que envolva bicha, trans. sapatão e outras aberrações do tipo, vira notícia, manchete, tese de doutorado, etc.]
O presidente da República já deu mostras enfáticas, reiteradas e
indisfarçáveis de que não hesita em atear fogo no interesse público para
promover suas predileções moralistas, antiquadas e fascistizantes. [ presidente Jair Bolsonaro, procura sempre cumprir suas promessas de campanha e parte delas envolve fazer com que predileções moralistas passem a ser assunto atual.
Já passa da hora de parar de valorizar o bizarro, o anormal.
Chega de dar valor ao maldito politicamente correto, à maldita esquerda e excrescências do tipo.]
Foi assim quando, para bajular o governo de extrema-direita de Israel,
criou uma enorme confusão nas relações comerciais do Brasil com os
países árabes. Foi assim quando abriu mão do princípio da reciprocidade
e, unilateralmente, dispensou os americanos de terem visto para entrar
no Brasil (embora os brasileiros sigam obrigados a trilhar as catacumbas
da burocracia para ter um carimbo no passaporte que lhes permita pisar
em solo estadunidense [Bolsonaro pisou feio na questão da reciprocidade, mas, não pode ser olvidado que nenhum cidadão brasileiro é obrigado a visitar os Estados Unidos da América -
quem vai a um determinado país por gostar, por prazer, tem que estar disposto a enfrentar dificuldades, até humilhações.
Conheço alguns países, poucos, entre eles não se inclui, nem pretendo incluir, os EUA.]) --tudo para prestar vassalagem ao seu ídolo
Donald Trump, eleito pelas falanges bolsonáricas como o farol do
conservadorismo mundial. Foi assim, de novo, quando interveio
atabalhoadamente numa decisão interna da Petrobras e travou o reajuste
do preço do diesel e derrubou o valor da companhia em dezenas de bilhões
de reais.
A mesma coisa aconteceu na semana passada, quando Bolsonaro ordenou que o
Banco do Brasil tirasse do ar um anúncio de TV dirigido ao público
jovem, cujos hábitos são menos caretas do que preconiza o discurso hoje
em voga no Planalto.[a publicidade tem que ser dirigida a um público alvo que dê retorno e para isso é preciso um público numeroso e com algum poder aquisitivo.
A publicidade retirada estava mais preocupada com a pregação da tal 'diversidade' do que em dar lucro ao anunciante;
o Banco do Brasil, não é uma CEF - cem por cento propriedade do governo - mas é uma 'sociedade de economia mista', sendo a União o acionista majoritário, assim, qualquer mau uso dos seus recursos é desperdício de dinheiro público, do nosso dinheiro, tem que ser coibido e punido.]
De uma tacada, o presidente desrespeitou a Petrobras, enxovalhou (de
novo) suas vãs promessas liberais, humilhou gays, trans, bissexuais e
jovens em geral, feriu a dignidade de todos e todas que não cultivam
intolerância sexual de nenhuma espécie e decretou a expulsão simbólica
do Banco do Brasil de todos os homens que não se definam por usar
apartamentos funcionais para "comer gente" e de todas as mulheres que
não achem que as meninas devam se vestir de rosa e os meninos de azul. [com certeza essas pessoas de dignidade tão sensível, tão ferida e os que se sentirem expulsos do Banco do Brasil, não farão falta e os eleitores do nosso presidente Bolsonaro se sentirão mais orgulhosos do Brasil.]
Para o presidente, qualquer pessoa que não partilhe de sua doutrina de
gênero é "persona non grata" no Banco do Brasil. Com ele, o sexismo se
tornou critério ordenador da estética publicitária e filtro de seleção
de correntistas de uma casa bancária que se definia como pública. Ele
quer um Banco do Brasil em que somente os heterossexuais possam abrir
conta,e se isso implicar perda de clientes, de valor, de capital, não
importa. Para ele, o patrimônio do povo brasileiro está hierarquicamente
subordinado à moral sexual que ele professa(ou acha que professa). [o ele, destacado, substitui o POVO BRASILEIRO.]
(...)
Já tivemos por aqui presidentes que vendiam estatais para pagar salários
correntes e outros assaltavam o erário para comprar gravata de butique e
financiar divertimentos de pouco decoro. Mais raros são os que põem
fogo na coisa pública. O imperador romano Nero fez isso em Roma, já
sabemos, mas ele pelo menos achava bonito ver a cidade em chamas. O caso
presente está mais para a feiura do que para a beleza. O presidente não
se deleita ao ver as cifras em combustão, apenas acha feia, repulsiva, a
imagem de quem não é como ele acha que é, acha feio o marcador sexual
que não é igual ao que ele julga ser o seu.
O chefe de governo age como se precisasse, doentiamente, extirpar de seu
horizonte visual qualquer signo de sexualidades não
convencionalíssimas. Contemplá-las, para ele, parece ser insuportável.
Freud certamente não o classificaria como um "artista" doido. Talvez
tivesse outra pista para interpretar tamanha obsessão, mas isso não é da
nossa conta. Voltando então ao estrito interesse público, é o caso de alertar: se
deixarmos --e até aqui estamos "médio" deixando--, esse governante vai
seguir usando o Estado como combustível de suas fogueiras
inquisitoriais. Primeiro, vai lançar suas labaredas obscurantistas (que
as há) para expulsar a homoafetividade do Banco do Brasil. Depois, vai
passar aos expurgos mais definitivos.[o verbo deixar, usado neste parágrafo, deixa um certo sentido de ameaça?
apenas lembramos a sempre atual frase do grande Zagallo:'Vocês
vão ter que me engolir'; que tem tudo para se tornar um ótimo bordão para o presidente Bolsonaro.
Em tempo: não existe terceiro turno no Brasil.]
'Vocês vão ter que me
engolir'... - Veja mais em
https://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2017/06/29/voces-vao-ter-que-me-engolir-os-bastidores-da-polemica-frase-de-zagallo.htm?cmpid=copiaecola
'Vocês vão ter que me
engolir'... - Veja mais em
https://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2017/06/29/voces-vao-ter-que-me-engolir-os-bastidores-da-polemica-frase-de-zagallo.htm?cmpid=copiaecola