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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Ânimo! Só faltam mais sete dias...

Ao contrário do que se imagina e muito se cita em discursos e textos clássicos ou comuns, a matriz do pensamento da esquerda ocidental contemporânea não é mais o comunismo de Marx e Engels nem a teoria da revolução proletária de Lenin. Mas se inspira numa frase do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre: “O inferno são os outros”. Ante a angústia de ter de decidir como viver a própria vida, o ser humano, como fica explícito em sua peça Huis Clos (Entre Quatro Paredes), habitua-se a delegar ao “outro” a responsabilidade pela própria existência. A militância esquerdista, desde a adesão do pai do existencialismo à tirania pós-stalinista do chinês Mao Tsé-tung, assumiu a fraqueza humana como justificativa para as próprias vilezas.

Mesmo não sendo o autor de O Ser e o Nada o melhor exemplo de caráter ilibado, seria injusto conceber que ele possa ser o maior responsável pelo comportamento do lulodilmopetismo na exacerbação amoral e imoral desse raciocínio. Como Lula se orgulha de detestar ler e Dilma tem dificuldade de entender o que ouve, lê e repete, é mais sensato constatar que esse paradigma da apropriação do bem que o outro faz e da responsabilidade deste sobre os próprios delitos é um acréscimo prático às lições de Nicolau Maquiavel aos cruéis príncipes da Florença renascentista. Durante a bonança da primeira gestão Lula, os benéficos resultados da revolução social planejada, gerada, produzida e gerida nas administrações de Itamar Franco e Fernando Henrique foram tratados como “herança maldita”. E os bens causados pelo equilíbrio fiscal e monetário, incluídos no legado “bendito” dopadim dos oprimidos.

Apresentada a conta dos frutos podres desse pomar, onde foram queimados em fogo-fátuo o suor e as lágrimas dos desvalidos, especialmente dos 10,9% de desempregados, hoje eles passam a usar mentiras maledicentes contra quem ouse denunciar seus crimes. E a tratar suas vítimas como cúmplices no que as prejudicaram, forçando-as a perdoá-los.

Acolitada por Lula e repetindo o discurso à Goebbels do marqueteiro João Patinhas Santana, Dilma vendeu o paraíso na terra na campanha pela reeleição, em 2014. Mas desde o primeiro dia do segundo governo iniciou a transferência para os derrotados da própria culpa pelo inferno da maior crise econômica da História. O PT e seus aliados formaram, em 13 anos e quatro meses de desgoverno, uma organização criminosa que esvaziou os cofres da República, feito um Robin Hood às avessas. Assim, a crise moral que assolou as máquinas burocráticas federal e estaduais, roendo as conquistas do Plano Real, a maior revolução social da História, produziu a maior crise econômica de todos os tempos.

Flagrado tapando, de forma ilícita, rombos do Tesouro com saques em aberto em bancos públicos, o bando no poder, sob o comando de madama, cometeu crimes de responsabilidade e tornou o impeachment dela uma urgência para a salvação nacional. Ao longo dos quatro anos do primeiro mandato, ela moeu a maioria no Congresso, herdada do antecessor e padroeiro, com sua inusitada incapacidade de conviver com membros de outros Poderes, gerada no ventre da serpente de seu trato truculento e intolerável com outrem.

Demonstrando enorme desapreço pela Constituição, revelado quando só a assinaram a contragosto, seus correligionários petistas tentaram, em vão, espalhar pelo mundo a hipótese estapafúrdia de que “impeachment sem crime é golpe”. Esse slogan parte de duas mentiras grosseiras: a de que ela é inocente e a da possibilidade de êxito de uma conspiração tramada nos porões (como os da tortura na ditadura militar) por 61% da população, representada por milhões nas ruas, 69% dos deputados federais, 61% dos senadores (conforme revela o placar do Estadão publicado nesta edição) e pela maioria do Supremo Tribunal Federal (STF).

O absurdo, que chacoalha o esqueleto de Aristóteles, não resiste a fatos. Os brasileiros que querem apeá-la do poder são em maior número do que o total dos que nela votaram. A oposição, que ela acusa de culpa pela crise por ter aprovado pautas-bombas que tornaram inviável seu insustentável ajuste (?) fiscal, é minoria insignificante no Congresso. E dos 11 juízes do Supremo, oito foram nomeados por Lula e por ela.

A insistência com que sua defesa mente tira a harmonia do samba de uma nota só do “golpe”. José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, de fato seu causídico pessoal, já arengou tanto no Congresso, no STF e na “mídia” que merece uma citação no Guinness como o mais loquaz camicase na história dos “golpes”.

Não só de acusações à oposição sobrevive sem governar o atual desgoverno. Quem não apoia tal desvario tem sido açoitado no pelourinho petralha. A professora da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) Janaína Paschoal teve de explicar à “bancada do chororô” na comissão de impeachment no Senado por que defendeu um procurador que bateu na mulher. Seus detratores, que ainda a acusaram de ser “tucana”, não refutaram um só argumento válido à acusação por ela lida. Nem se lembraram da sentença romana de que acusados devem gozar da presunção de inocência, tão citada pelo PT para defender cúmplices na roubalheira.

Na dita sessão, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, chamou os brasileiros de caloteiros, ao perguntar quem nunca deixou de pagar uma conta, ousando comparar a irresponsabilidade da chefona com o estado de extrema necessidade do desempregado que não consegue manter o crédito na praça porque perdeu o salário. Ocupada em contar reses, não sabe que ninguém entende mais de crédito do que o pobre, incapaz de sobreviver sem ele.

Contra tantas ignomínias, com as quais Sartre nada tem que ver, há uma salvação: o emprego de Dilma e o protagonismo de seu partido estão a sete dias do fim anunciado. Amém!
 
Fonte: O Estado de São Paulo - José Nêumanne
 
 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

José Nêumanne: ‘Quem só se comunica também se trumbica’



Quem é que o padim Lula de Caetés pensa que engana com essa lorota de que a enorme crise que tornou sua afilhada Dilma Rousseff uma pata manca no Palácio do Planalto se deve à desarticulação política de Aloizio Oliva, que usa o sobrenome da mãe, Mercadante, para ninguém se tocar de que o pai era figurinha carimbada na ditadura militar?

Ao completar seu terceiro mês de mandato um dia depois de o golpe de 1964 ter completado 51 anos, a escolhida dele empatou com José Sarney, recordista absoluto de impopularidade desde 1989, com 64% de respostas “ruim” ou “péssimo” à pergunta do Ibope sobre o desempenho de seu governo. Com uma má notícia por dia, alternando recordes negativos na economia com revelações de novas gatunagens ou anúncios de medidas impopulares para tentar corrigir o incorrigível, ninguém precisa ter um sexto sentido premonitório para prever que não demora muito para ela sair de lanterna em punho pelos desvãos e porões palacianos onde tenta se esconder da plebe. E enquanto a pesquisa não revela o novo retrato, Sarney virou arroz de cuxá nos bailes do Planalto Fiscal.

padim tirou do baú seu sermão de profeta da barcaça que afunda ao peso dos ratos do porão. Segundo a colega Vera Rosa, Sua ex-Excelência intensificou a pressão sobre a pupila para ela modificar a desarticulação política do governo, concentrando fogo no filho do general: “Mercadante vive falando de rating pra cá, rating pra lá. Que rating, que nada! A crise é política e o governo tem que resgatar a confiança. O resto vem naturalmente”. Resto de quê, cara hirsuta? Lula tem motivos para não gostar do Mazarino do cerrado. Pois foi surrado por Fernando Henrique no primeiro turno da eleição presidencial de 1994 após ter levado em conta a falácia dele de que o Plano Real seria estelionato eleitoral. E depois chamou de “aloprados” seus asseclas que falsificaram dossiê contra José Serra na disputa da eleição estadual paulista de 2006. Mas essa é uma questão dele e Dilma não abre mão do direito de errar.

Na última pesquisa Datafolha, em que a avaliação de “bom” ou “ótimo” do governo federal desceu a cabalísticos 13%, o Congresso Nacional foi lembrado positivamente por apenas 9%. Devoto praticante da verdade pela metade, a mais enganadora das formas da mentira, o demiurgo do ABC só olhou para um lado da questão. Sim, é verdade que a relação da presidente com o Congresso é péssima, como atesta pesquisa da consultoria política Arko Advice, que ouviu 102 deputados federais de 22 partidos e constatou que 61% deles avaliam como  “ruim” ou “péssimo” o convívio do Legislativo com o Executivo. Mas a verdade completa é que somente melhorar tal relação em nada tornará a “comandanta” mais popular.

De um lado, porque a imagem de deputados e senadores está ainda mais emporcalhada que a dela. De outro, porque as boas relações entre esses dois Poderes dependem muito menos de qualidades que Oliva não ostenta do que da gana dos parlamentares por um butim palaciano cada vez mais escasso nestes idos de vacas magras. O convívio entre os dois lados da Praça dos Três Poderes só vai melhorar quando houver mais verbas e cargos a distribuir. Se houvesse, nenhum congressista se melindraria com o chefe da Casa Civil lhe fazendo ouvidos de Mercadante nem com o estilo “deixa que eu cuspo” da chefona irritadiça.

O PMDB desconfia da irrelevância de articulação política para salvar o que resta deste desgoverno. Por isso Eliseu Padilha recusou o lugar de Pepe Nada Legal Vargas no palácio. Embora tudo leve a crer que ele se arrastará Ladeira do Pelourinho abaixo até o canto do cisne de 2018. Seu desprestígio crescente não resulta da falta de saliva em corredor, mas da sobra de material orgânico à tona sempre que se levanta algum tapete ou capacho. As obras não iniciadas ou atrasadas em 57% da rede de saneamento básico no Brasil passaram a ser a metáfora pronta ao alcance do nariz.

Na verdade, Dilma mentiu tanto que nem seu espírito santo de orelha, João Patinhas Santana do Bendegó, será mais capaz de resgatar alguma verdade que ela tenha dito por acaso e dela criar uma peça publicitária para ressuscitá-la neste pós-Páscoa. Tudo depõe contra isso: da delação premiada de Paulinho de Lula às fotografias em que ela foi flagrada ao lado do cão de guarda do Partido dos Trabalhadores na Petrobrás, Renato Duque. Na imagem que esboroa a olhos nus, os restos de verniz de sua honestidade pessoal, que evitam um processo de impeachment, são apagados por pegadas de sua protegida Erenice Guerra no cofre da Viúva. Sob o manto protetor de Dilma, Erenice, esse embrião de Graciosa Foster no Ministério de Minas e Energia e na Casa Civil, para a qual – suprema infâmia contra a Pátria – ela a indicou, prosperou à sombra do ancestral benefício da dúvida. A Operação Zelotes ameaça revelar a explicação para a ascensão social que moveu a fiel factótum de uma cidade-satélite para as margens do Paranoá.

Como sabe disso tudo e de muito mais, Lula não acredita nas próprias bazófias de intriga florentina contra o filho do general. Logo ele, que vendeu à Nação a suprema inverdade da gerentona que entrará para a História como o pior presidente da República! E que agora recorre ao velho truque de continuar enganando para não se enganar nem ser enganado. Não o faz por burrice, pois inteligência tem de sobra, ou alienação, por mais soberba que exiba e arrote. Mas, sim, porque não têm saída. Só lhes resta apostar na sorte, essa deusa caprichosa e cega, que sempre esbanjaram. Lula não confia em Dilma, mas na própria capacidade de evitar que ela repita a saga do Pedro da lenda infantil, devorado pelo lobo diante da omissão da aldeia que, após ouvir muitos pedidos de socorro mentirosos, não lhe acudiu.

Lula conta com a mágica de Goebbels, que fabricava verdades de mentiras somadas. É que Chacrinha disse: “Quem não se comunica se trumbica”. Mas não contou que “quem só comunica também se trumbica”.

Publicado no Estadão - JOSÉ NÊUMANNE