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sexta-feira, 28 de abril de 2023

A glória do embuste e a superação de Goebbels - Percival Puggina

         Assistiremos ao triunfo da mistificação? Ao sucesso das narrativas? Ao êxito dos truques? Chegaremos à glória do embuste, à superação de Goebbels, tornando desnecessário mentir repetidamente para criar a verdade, pois lhes bastará mentir... oficialmente?

Se acontecer o mais provável, na perspectiva orientada pelo resultado de ontem, é isso que vai acontecer com a aprovação de uma lei que é uma supuração do sistema que hoje controla o poder no Brasil. 
 Só esse grupo é capaz de espirrar sobre a sociedade a ideia de uma lei de “liberdade de expressão” que a sufoque sob ameaças, interdições e controles estatais.

Não por acaso, o projeto procede de quem sempre sonhou com isso e agora, finalmente, prepara-se para festejar ruidosamente o silêncio a que ficam condenados seus opositores. Lembram-se os leitores? Há poucos meses, na campanha eleitoral, ministros do TSE reprovavam a polarização da campanha? Queriam o quê, santo Deus? Uma disputa eleitoral não polarizada? Posando como semeadores da concórdia impuseram censura a qualquer matéria publicitária ou jornalística que negasse a Lula a virtude, a inocência e a pureza de um anjinho de Rafael Sanzio. Pergunto: não ficou proibido dizer que o candidato cuja vitória foi proclamada era amigo de seus amigos e parceiro de seus parceiros nacionais e internacionais?

O que está em curso no Congresso Nacional era previsível. Não há mais democracia no Brasil porque democracia não coexiste com uma república de juízes. 
Ela atrofia e fenece num parlamento povoado de negocistas e serviçais da tirania, a cujos péssimos desígnios a brava minoria não consegue pôr freios.  
Não há mais democracia porque ela é filha da liberdade. 
Com a morte de ambos, falece o estado de Direito, pois este não convive com um poder que se descontrola, manda a Constituição às urtigas e diz agir em defesa daquilo que destrói.

Qual tirania teve uma justificativa diferente? E qual não falou precisamente isso de si mesma e de suas ações?

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

terça-feira, 28 de março de 2023

Trimestre Trágico - Gilberto Simões Pires

 

CORRIDA CONTRA O TEMPO

Hoje, 27, o desgoverno Lula completa 86 dias repletos de tragédias e mentiras que por si só garantem, inequivocamente, a certeza de que o Brasil corre contra o tempo para assumir, muito em breve, a liderança do seleto TIME DE PAÍSES LATINOAMERICANOS, cujos presidentes-tiranos- fizeram valer os -PRINCÍPIOS E PROPÓSITOS COMUNISTAS- que estão elencados de forma extremamente didática e cuidadosa na CARTILHA DO FORO DE SÃO PAULO, organização que reúne de maneira promíscua partidos políticos de esquerda, organizações criminosas e grupos de narcotraficantes.

PROJETO DE DESTRUIÇÃO NACIONAL

Lembro bem, e até mencionei num dos meus editoriais, o MENTIROSO DISCURSO que o líder do crime proferiu no Congresso, no dia 01/01, sob aplausos da Mídia Abutre Consorciada, quando classificou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro como PROJETO DE DESTRUIÇÃO NACIONAL. Alto e bom tom, Lula subiu nas tamancas do comunismo ao dizer que estava assumindo o país sob TERRÍVEIS RUÍNAS e com um DESASTRE ORÇAMENTÁRIO. Que tal? 

GÊNERO, NÚMERO E GRAU

Considerando a importância que é dada, tradicionalmente, aos primeiros 100 dias de governo, período que o novo governante usa para marcar o território das suas intenções e propósitos para os 4 anos de mandato, o que temos, faltando apenas 14 dias para o fechamento deste ciclo, é simplesmente ASSUSTADOR. Ou seja: tudo de ruim e péssimo que se poderia esperar de Lula & Cia já excedeu, de forma gritante, e inquestionável, em GÊNERO, NÚMERO E GRAU. Um legítimo HORROR.

DADOS DA OCDE, BANCO MUNDIAL E MINISTÉRIO DA ECONOMIA

Observem que Lula, seguindo a velha e conhecida lógica de Goebbels, de que uma mentira repetida várias vezes faz dela uma verdade, disse inúmeras vezes que durante o governo Bolsonaro (2019 a 2022) o Brasil ficou ISOLADO do resto do mundo. Pois, para que não se perca de vista a verdade, eis o que dizem, por exemplo, os dados compilados a partir de estatísticas da OCDE, BANCO MUNDIAL E MINISTÉRIO DA ECONOMIA:  

1. O *Brasil foi o 4° maior destino de investimento estrangeiro direto (IED) em 2021* segundo a OCDE.

2. O *Brasil foi o maior destino de investimento estrangeiro direto (IED) como proporção do PIB* em 2021, consideradas as 15 maiores economias do ranking do Banco Mundial.

3. *Em 2022, o Brasil se consolida como 4° maior destino de IED e maior destino como proporção do PIB*, com base em dados da OCDE.

4. A *OCDE formalizou o processo de acessão do Brasil* à Organização em 2022.

5. O *Brasil é o único país a integrar o G20, o BRICS* e em processo de ingresso à *OCDE.*

6. De *2019 a 2022, Brasil* conclui *15 acordos de comércio internacional*.

7. Em 2019, o *Brasil liderou a conclusão do acordo Mercosul-União Europeia, maior tratado* entre blocos econômicos da *história do comércio internacional.*

8. Em 2019, o *Brasil liderou a conclusão do acordo Mercosul-EFTA*, a área de livre comércio que reúne os países mais ricos da Europa fora da zona do euro.

9. *De 2003 a 2018*, o Brasil concluiu 17 acordos, todos *de abrangência menor do que os dos últimos 3 anos e meio.*

10. De 2018 a 2021, o *Brasil* é a economia dentre os *países do G20* que *mais aumentou a participação do comércio exterior* (exportações + importações) como percentual do *PIB.* 

11. *Em 2021, o comércio exterior brasileiro atingiu recorde sobre PIB*. A soma de exportações e importações chegou a 39% do PIB, *maior patamar da série histórica iniciada pelo Banco Mundial* em 1960.

12. *Em 2021, a corrente de comércio brasileira* (exportações + importações) foi de *meio trilhão de dólares*. Recorde histórico.*

13. *Em 2021, as exportações brasileiras* foram de *US$ 280,4 bilhões. Recorde histórico.*

14. *Em 2021, o superávit comercial brasileiro* (exportações - importações) foi de *US$ 61 bilhões. Recorde histórico.*

15. De janeiro a agosto de 2022, as *exportações brasileiras somaram *US$ 225,1 bilhões, recorde histórico para o período.*

16. De janeiro a agosto de 2002, a *corrente de comércio exterior* (exportações + importações) de jan a ago 2022 é de *US$ 407 bilhões, recorde histórico para o período.*

17. O *Brasil é o *país ocidental que apresenta o maior superávit* em seu comércio bilateral *com a China.*

18. Nos últimos 3 anos e meio o Brasil obteve superávit comercial com a China superior ao acumulado *durante os 16 anos de governos anteriores..*

19.  Comparado com os números de 2018, *em 2021 o Brasil teve crescimento em sua corrente comercial com União Europeia, EUA, países da ASEAN e do Oriente Médio.*

20. Na comparação entre janeiro-agosto de 2022/2021, *dos 20 principais destinos de exportação do Brasil, houve crescimento nas transações para 19*, sendo que 17 tiveram *crescimento de dois dígitos.*

21. *Superávit comercial médio mensal nos governos brasileiros de 2003-2018* foi de US$ *2,28* bilhões. *Superávit comercial médio mensal de janeiro de 2019 a julho de 2022:*US$ *4,35* bilhões. 

22. *De janeiro de 2019 a agosto de 2022, o *superávit comercial acumulado do Brasil* chegou a US$ 191 bilhões. O valor é equivalente a *R$ 1 trilhão.*

DEMOCRACIA

Tudo isto, infelizmente, está sendo atacado e destruído a todo vapor.  Assim, sem tirar nem pôr, a considerar o quanto os primeiros 100 dias já se mostraram catastróficos, tudo leva a crer que os próximos 100 dias serão marcados por TRAGÉDIAS que neste momento ainda estão fora da nossa imaginação. Mais: a julgar o que significa -DEMOCRACIA-, por tudo que estamos assistindo, e principalmente sentindo, este REGIME já deixou de existir no nosso Brasil. 
Isto ficou claro a partir do momento em que o STF e o PCC, com total determinação, passaram a governar o nosso país. 

 Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires


segunda-feira, 1 de agosto de 2022

"Qual o interesse?" Os opositores e a síndrome da teta seca - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia - Vozes

O presidente Jair Bolsonaro mencionou uma ideia de levar o desfile de 7 de Setembro, que no Rio de Janeiro é feito normalmente na Avenida Rio Branco, para a Avenida Atlântica, em Copacabana. Porque?  
Em primeiro lugar porque são os 200 anos da Independência. 
Faz dois séculos que um membro da família real portuguesa declarou que a colônia seria independente da Corte. Tanto que no grito ele fala: “Laços fora, soldados! As cortes querem mesmo escravizar o Brasil. Independência ou morte seja a nossa divisa”. Temos que comemorar isso.
 
E aí eu estava pensando, eu visito o centro do Rio de Janeiro aos domingos porque eu acho que é o lugar mais lindo do Rio de Janeiro. E domingo está vazio. Parece que não mora ninguém lá. 
Então, para assistir um desfile de 7 de Setembro a população tem que ir para o Centro. 
Ao passo que Copacabana, a gente vê pelo Réveillon, enche de gente; imagina num feriado pela manhã. O desfile vai onde o povo está, digamos assim.

No mais, está se falando muito de síndrome da teta seca. Aquela cantora que pisoteou a bandeira do Brasil, a filha do João Gilberto - que eu só sei quem é porque é a filha do João Gilberto - depois do ocorrido, apareceu que ela tinha um contrato de 2011, quando a tia dela era ministra da Cultura, no qual teria recebido R$ 1,9 milhão. Acabou isso.

Hoje, a cultura brasileira é a cultura mesmo, não é o show business, o entertainment. Não é o artista rico que cobra R$ 500 ou mais. 
É para estimular quem está começando, a raiz, a cultura brasileira do interior, a pequena orquestra do interior, a bailarina que está despontando, o teatro do interior, o museu da cidade pequena. 
Mas tem outra classe que assinou o manifesto da Faculdade de Direito da USP. Manifesto que a gente nota que é político, porque não diz o que deveria dizer.
 
Se vai defender a Justiça e a democracia, tem que defender a Justiça e a democracia, mas não defende. 
Pegam a crítica do presidente e dizem que é uma agressão, uma ameaça. Isso o Goebbels fazia em outros tempos. Deveria falar de todas as rasgadas à Constituição que foram feitas. E não fala.

Tudo que você precisa saber sobre o pagamento dos benefícios temporários do governo

Quais as reduções de imposto promovidas desde o início do governo Bolsonaro

Banqueiros assinaram pela Justiça e a democracia. Qual é o interesse? Porque banqueiro sempre tem interesse.  
Do governo Fernando Henrique para o governo Lula aumentou oito vezes o lucro líquido dos banqueiros.  
Então gostaram do período Lula: saltou de R$ 34 bi para R$ 280 bi. Agora não, agora tem o Pix que é de graça, tem Banco Central que é independente, com o neto do Roberto Campos comandando muito bem, aliás. 
A gente está vendo que a nossa inflação vai ficar mais favorável ao povo do que a inflação de Europa, Estados Unidos.
E aí eu vejo também de um modo geral a grande imprensa virou partido de oposição.
 Aí eu peguei os números: publicidade do governo federal
Governo Dilma, R$ 9 bilhões. Governo Bolsonaro, R$ 258 milhões. Governo Lula, mais de R$ 7 bilhões. Então parece que é isso. Síndrome da teta seca.
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

quinta-feira, 13 de maio de 2021

CPI da COVID - Mentiras perigosas - Merval Pereira

O Globo

Que o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro Fabio Wajngarten mentiu na CPI da Covid, disso não há dúvida. [pergunta boba: mentiu em qual trecho do depoimento? o que ele disse a revista VEJA não implica necessariamente ser verdadeiro, expressar a verdade  - foi uma mera entrevista em que o entrevistado tem, quando muito, um compromisso ético, político.] A partir daí, é possível detectar como os senadores estão despreparados para os interrogatórios e prospectar um resultado muito mais político do que real, se não mudarem de postura. Um resultado político pode ser sem grande valia, pois a própria característica da decisão poderá dar ao presidente Bolsonaro uma escapatória, atribuindo às acusações da CPI um teor eleitoral. [O Brasil já produziu a 'CPI do Fim do Mundo', o 'Inquérito do Fim do Mundo', a 'Comissão Nacional da (IN)verdade = mentira', o que  impede de produzir a CPI da Vergonha''?]

Poucos foram como o senador Tasso Jereissati, que citou uma campanha de volta ao trabalho — “O Brasil não pode parar”—, claramente negacionista, feita pela Secom, em contraposição ao depoimento do ex-secretário, que se apresentou como um seguidor da ciência e favorável às medidas de prevenção, como o distanciamento social.

Frequentemente as perguntas dos senadores eram confusas, inclusive as do relator Renan Calheiros, que, por precipitação, perdeu um grande momento quando pediu ao depoente que enviasse à CPI os e-mails que ele dissera à revista “Veja” ter “guardado”. A primeira reação de Wajngarten foi concordar, com um gesto de cabeça, para logo em seguida se aproveitar da confusão reinante para dizer que os tinha guardado no computador da Secom.

Mandar prender um depoente, mesmo que ele seja um mentiroso [sic] evidente como Fabio Wajngarten, não resolveria a situação da CPI, mas criaria um fato político que poderia reverter até mesmo em favor do governo Bolsonaro. Mesmo que a lei permita que se dê voz de prisão durante o depoimento, as mentiras de Wajngarten foram tantas e tão evidentes que dispensam essa medida extrema.

Chega a ser patética a falha do ex-secretário de Comunicação ao garantir que nunca discutiu nenhuma campanha com o presidente Bolsonaro. Deu-se um poder que nenhum secretário de Comunicação tem, nem mesmo no menor município do país. Uma secretaria de Comunicação existe para explicar aos cidadãos a política do presidente da República, que guia as ações de um governo. Nem Goebbels, na loucura do nazismo, teve tanto poder quanto Wajngarten atribuiu-se ridiculamente. Foram demitidos sumariamente os que tentaram sair da linha de orientação de Bolsonaro, um governante que sabidamente não admite contestações. Mesmo em governos democráticos, e não é o caso deste de Bolsonaro, ministros discordam entre si, mas a última palavra é do presidente.

Tomada uma decisão, o ministro que publicamente a criticar estará fora. [e merecidamente; entendemos que se um ministro divergir do presidente da República, ele tem o DIREITO, o DEVER e até o PODER,de expor suas divergências ao presidente - em conversa franca, reservada e leal.

Havendo acordo, segue o acordado. Permanecendo a discordância o ministro tem o DEVER DE LEALDADE, Honra e Lealdade estão sempre lado a lado, de pedir demissão. 

Só após a demissão anunciada e concretizada é que o ministro,melhor, o ex-ministro tem o DEVER e o DIREITO de convocar a imprensa e expor o acontecido.

Não pode é fazer como um ex-ministro, atualmente treinando para um campeonato de sinuca, que aproveitava reuniões de trabalho, públicas, com atenção especial da imprensa e sabotar o presidente.] 

Disputas entre ministros e ministérios são comuns, e muitos saem ao perder a capacidade política de defender internamente suas ideias. Foi o caso de Wajngarten, que tinha muito poder até a chegada ao governo do ministro da Comunicação, Fábio Faria, que o dispensou depois de muitos atritos entre os dois.  Mesmo a carta da farmacêutica Pfizer que ele entregou à CPI, considerada por seu presidente, senador Omar Aziz, o grande achado do dia, já era de conhecimento de todos, e provavelmente o diretor da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, que deporá hoje, daria conhecimento dela à CPI.

No início do interrogatório, ninguém tinha a íntegra da revista “Veja” para confrontá-la com o depoimento de Wajngarten. Parece que os senadores estavam certos de que o depoimento seria uma confirmação da entrevista à revista e não se prepararam para uma reviravolta. Em beneficio dos senadores, é raro que uma pessoa dê uma entrevista tão explícita quanto a que Wajngarten deu à “Veja” e depois tente tirar dela o teor explosivo que contém. Quando, já ao final da sessão, o senador do Cidadania Alessandro Vieira leu integralmente as respostas do depoente, é que ele foi obrigado a admitir algumas críticas.

O final da sessão deu-se em clima de baixaria, com o bate-boca em que ambos, os senadores Flávio Bolsonaro e o relator Renan Calheiros, se xingaram de “vagabundo”, sem que houvesse condições de definir quem tinha razão. Ou se os dois estavam certos. [com certeza o senador Flávio Bolsonaro não é o 'vagabundo' - quando o relator o chamou de vagabundo, invocou para sustentar a acusação uma suspeita que paira sobre o senador que, vindo a ser provada, constitui crime e não contravenção.
Ambos são senadores e apesar da elevada carga de trabalho que é atribuída aos senadores, sempre eles conseguem executar, ainda que  parcialmente, o que os isenta da infração a LCP.
]

Merval Pereira, jornalista - O Globo


quarta-feira, 10 de junho de 2020

"Será que pensar dói?" - Coluna do Alexandre Garcia

Correio Braziliense


''Pode-se xingar o presidente todos os dias, inclusive ameaçá-lo, e fazer o mesmo com os presidentes da Câmara e do Senado, mas não se permite fazer isso com juízes do Supremo''

Domingo, em São Paulo, quando um grupo de mais de 500 pessoas no Largo do Batata se dispersou, alguns foram pacificamente para casa, outros foram quebrar vidros do Bradesco e do Itaú. Na Avenida Paulista, um grupo diferente se manifestava, uns com bandeiras nacionais, outros com cartazes pedindo fechamento do Supremo e do Congresso. Em Copacabana, umas 200 pessoas de um lado e de outro, se manifestavam, falando em democracia e antifascismo. No Centro do Rio, outro grupo levava barras de ferro, coquetéis molotov e facas. [os quebradores de vidros e portadores de barras de ferro, molotov e facas são das quadrilhas da esquerda, incluindo membros de gangues também conhecidas como 'torcidas organizadas'.]

“Esquecemo-nos, muito frequentemente, não só de que ‘há sempre um fundo de bondade nas coisas más’, mas muito geralmente também, de que há um fundo de verdade nas coisas falsas” –– palavras do filósofo Herbert Spencer (in Primeiros Princípios), em brilhante tradução de Irapuan Costa Junior, ex-governador de Goiás. Parecia assim em manifestações ocorridas em cidades brasileiras, no domingo –– não se poderia dividir manifestantes em democratas e fascistas. Aliás, democracia e fascismo provavelmente não encontrariam padrões por estas bandas.

Havia pessoas defendendo a democracia com a maior boa fé, sem se dar conta de que já estamos numa democracia, à nossa moda. Pode-se xingar o presidente todos os dias, inclusive ameaçá-lo, e fazer o mesmo com os presidentes da Câmara e do Senado, mas não se permite fazer isso com juízes do Supremo. [qual o fundamento de ministros do Supremo - pessoas e não a instituição  - receberem tratamento diferenciado? afinal, integram o órgão máximo de um dos Poderes, enquanto os outros presidem a Câmara e o Senado, órgãos máximos do Poder Legislativo, e o presidente preside, na condição de Presidente da República, à Nação = atribuição do Poder Executivo e lá está por ter recebido nas eleições 2018, quase 60.000.000 de votos.]  Também havia pessoas, com a maior boa-fé, pedindo intervenção militar. Havia pessoas autointituladas antifascistas e havia pessoas se expressando como anticomunistas. Todos exercendo o direito democrático e constitucional de liberdade de opinião, de expressão e de manifestação.

O que está fora da lei é armar-se para agredir quem pensa diferente, ou se preparar para incendiar ou sair quebrando. A linguagem da violência é falada por quem carece dos argumentos da razão. E a Constituição só garante direito de reunião sem armas. Num lado e no outro das manifestações há um fundo de verdade e coisas falsas, num lado e noutro há supostas boas intenções a justificar coisas más e ilegais. Em Curitiba, rasgaram a Bandeira, talvez sonhando com o Navio Negreiro, de Castro Alves (mas que bandeira é essa? […] antes te houvessem roto na batalha, que servires a um povo de mortalha!). Mentes que bailam em ideais revolucionários, embriagadas em rótulos que, repetidos, se tornam verdade, mesmo sem ter fatos que justifiquem o carimbo. E mentes que sonham com as armas para calar e impor. Repetem processos de Lênin e Goebbels. Nada de novo. Será que pensar dói?

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense



segunda-feira, 8 de junho de 2020

O fascismo eterno e o fascismo tabajara - Fernando Gabeira

 Em Blog


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Vocabulário da crise - Fernando Gabeira

10.02.2020 Em Blog
 
Ao chegar ao Rio, fui a um restaurante e na hora do café senti um gosto estranho. Era geosmina, palavra grega. Lembrei-me de que o arroz também já não era mais o mesmo. A geosmina não se limitava a transformar a água de banho. Agora seria um novo componente do próprio corpo. Andando pelas ruas de Ipanema, vejo que a chuva alagou as ruas; o esgoto, em alguns pontos, está de novo a céu aberto.

Ocorre-me uma outra palavra nova. Foi criada pelo escritor americano Glenn Albrecht: solastalgia. É uma combinação em inglês que une duas palavras, solace, consolo, com nostalgia do conforto, sentimento de desolação diante da perda de uma paisagem familiar por incêndio, inundação ou outro desastre. No caso do Rio, a corrupção endêmica.

No meio da semana, escrevi um artigo sobre coronavírus, afirmando que vivemos um novo tempo. Os negacionistas vão dizer sempre que nada mudou, houve pestes no passado, falta de água no Rio; o mundo para eles é apenas uma repetição mecânica. Refleti um pouco sobre o grande livro de Albert Camus, “A peste”. Ele volta à agenda de discussões porque é uma alegoria da ocupação nazista de Paris, uma referência à guerra. No livro, Camus, através de um personagem, afirma que o bacilo da peste nunca morre, ele adormece nas gavetas, nas nossas roupas, esperando o momento para ressurgir.

Quem se concentra apenas na interpretação política poderá entender que o bacilo do nazifascismo pode sempre despertar. Basta ver o discurso de Roberto Alvim ressuscitando as ideias de Goebbels.   entanto, há uma transformação que poderia também alcançar a releitura de “A peste”. De Camus para nossos dias, os perigos biológicos aumentaram muito. Bill Gates tem se dedicado a demonstrar que as pandemias podem matar muito mais que as guerras.  Quando me atenho a uma leitura biológica do texto de Camus, constato de fato que os bacilos a que se refere, de uma certa forma, nunca morrem. A febre amarela, por exemplo, deu as caras de novo no Brasil; da mesma forma, o sarampo. Estavam apenas adormecidos.
O texto de Camus é muito mais do que uma alegoria política ou mesmo uma reflexão sobre riscos biológicos. Ele trata de relações humanas nessas crises que nos levam ao limite.

Certamente, numa Wuhan semideserta muitos dramas e conflitos éticos estão em curso. Aqui mesmo no Rio, a leitura mais produtiva da crise da água não passa pela geosmina nem pelos milhões de litros de esgoto que chegam às estações do Guandu.
Como em “A peste” de Camus, os primeiros sinais aparecem com os ratos mortos. No Rio, foram os indícios de corrupção e incompetência que surgiram lá atrás, pouco notados antes do fim do governo Cabral. No caso da água, chegamos a uma situação difícil de superar. Não somente os milhões de litros de esgoto, mas as estações de tratamento paralisadas na Baixada Fluminense, tudo isso demanda recursos.

Há uma longa discussão sobre privatizar ou não. Defensores da presença do estado argumentam que a Cedae dá lucros. Mas lucros para nós talvez não sejam a questão essencial.  O problema central é a eficácia; há cidades que privatizaram o serviço e se deram bem. Outras se dão bem com o modelo estatal. Os ratos começam a aparecer mortos quando questões que demandam competência e seriedade são entregues ao apetite político partidário.  Essa é a historia antiga que precisa ser mudada. Resolvê-la pela privatização ou pela seriedade administrativa é uma tarefa que deveria apaixonar os dois lados da discussão. No entanto, as saídas demandam muito dinheiro, parte dele consumido nas farras de Cabral, nas fortunas enviadas para o exterior, nas migalhas distribuídas entre os cúmplices.

Bacilos, micróbios, vírus e bactérias — tudo isso assombra num mundo moderno e interligado. Mas é no personagem de um bispo que se fecha com provisões para enfrentar a crise e abandona seu povo que Camus mostra a importância da miséria humana nas tragédias coletivas.  Ele escreveu no Pós-Guerra. De lá para cá, cresceram os perigos biológicos, e nada indica que a humanidade tenha ampliado seu impulso solidário.
A geosmina e a solastalgia são a herança dos sobreviventes.


Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista

 
Artigo publicado no jornal O Globo em 10/02/2020

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Chance zero - Fritura Fake - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo

O ministro Sérgio Moro começou a semana no Pânico, da Jovem Pan, tendo que responder sobre o factoide dos últimos dias, de que ele estaria sendo fritado no azeite quente da retirada da Segurança Pública do seu ministério. Na mesma segunda-feira, a Coluna do Estadão publicou o título “O Brasil Quer Saber: Moro Fica no Governo?” – a pergunta vem de pesquisa feita no Google. Mas a pergunta também vem de uma ficção criada na quarta-feira da semana anterior, dia 22 de janeiro. Uma narrativa, para usar o eufemismo para ficção.


[atenção: inimigos do presidente Bolsonaro = inimigos do Brasil = turma do 'quanto pior, melhor', DESISTAM.
Vocês não vão conseguir semear inimizade entre o presidente Bolsonaro e o seu Ministro da Justiça e Segurança Pública - com as bençãos de DEUS vão estar junto nas eleições de 2022 = a 'dobradinha' que vocês mais temem: Bolsonaro presidente e Moro vice = e em 2026, Moro será cabeça de chapa.]

Ocorre que naquele dia eu testemunhei os fatos, porque fora ao Palácio do Planalto para acompanhar Regina Duarte, uma colega de televisão e amiga de muitos anos. Quando cheguei, o presidente e o ministro Moro estavam reunidos no gabinete de Bolsonaro. Depois, saíram para a ante-sala,  numa conversa descontraída.  O presidente já sabia, àquela hora da manhã, que viria um grupo de secretários de Segurança pedir, entre outras reivindicações, que a Segurança fosse desmembrada da Justiça. Provavelmente Moro fora levar a informação ao Presidente. E já estavam combinados que Moro não participaria daquela reunião mais tarde, deixando os secretários se dirigirem diretamente ao presidente.

Sabia-se também que havia certa ciumeira em relação aos poderes de Moro. Mais tarde, quando os secretários formalizaram o pedido, o presidente, por cortesia, prometeu estudar a reinvindicação. Isso foi recebido como um sinal para anunciar a dedução de que Moro estava sendo fritado, que iria ser enfraquecido. O barulho da suposta fritura subiu a tal volume que o presidente precisou ser claro na sexta-feira (24). Ele disse que a chance de desmembrar o Ministério é zero. A potencialização da narrativa pôs em prática o ensinamento de Goebbels: "uma mentira repetida mil vezes, pareceu virar verdade."
Só um ingênuo não perceberia que foi mais uma oportunidade de tentar mudar o time que está ganhando. Bater em Moro para atingir o governo num de seus mais prestigiados integrantes. Afinal, a Segurança exibe um recorde mundial de redução de 22% nos homicídios. Chegaram a sacar um argumento de pasmar: que a redução foi ordenada por facções criminosas. Vale dizer, quem está combatendo o crime são as quadrilhas. Mostrou, também, esse episódio, a ciumeira interna na disputa do poder. “Assunto encerrado” – repetiu o Presidente na Índia.

Mas é bom não esquecer o público que se percebe enganado. A chance zero já era zero na quarta-feira (22). Pode-se inventar um fato, mas a invenção não faz o fato, apenas fere credibilidade.

 
Alexandre Garcia, colunista - Vozes - Coluna Gazeta do Povo


sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Para historiador, comparação de Bolsonaro a nazifascismo é indevida - Valor Econômico

Fernando Taquari - De São Paulo

Historiador diz que forças progressistas têm dificuldade de entender fenômeno bolsonarista

O autoritarismo representa a melhor definição para o governo Bolsonaro e as comparações com o fascismo e o nazismo, do ponto de vista teórico, correspondem, por ora, a um exagero. Essa é a opinião do historiador Antonio Pedro Tota, da PUC-SP. As associações entre o bolsonarismo e o nazismo voltaram à tona após a demissão de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura, na esteira de um vídeo com declarações reproduzidas de um discurso de Joseph Paul Goebbels, ministro da Propaganda nazista.

Em sua avaliação, o termo fascista tem sido utilizado sem a devida compreensão
A gestão de Bolsonaro, segundo o professor, deve ser classificada como reacionária e de extrema direita. 
Autor de diversos livros, como “O Imperialismo Sedutor” e “O Amigo Americano”, Tota diz que falta ao presidente uma estrutura partidária organizada para simbolizar uma ameaça a ponto de ser comparado ao nazismo. Ele aponta que os evangélicos, em sua maioria apoiadores do governo, podem oferecer essa estrutura partidária ao bolsonarismo, mas refuta comparações entre a atuação das igrejas e o Partido Nacional Socialista Alemão.

Tota lembra que a SA - uma milícia militar nazista - tinham uma atuação social que oferecia aos desamparados uma sensação de pertencimento, mas o paralelo termina aí: “Não quero comparar evangélicos aos nazistas. Há grandes diferenças”, afirma. Ele pontua que “os evangélicos querem aumentar cada vez mais sua bancada e a influência no Congresso”. “Não sei se conseguem fazer um partido, mas podem aderir ao Aliança pelo Brasil, em construção pelos aliados do presidente”, acrescenta. Apesar das distinções, Tota enxerga pontos em comum entre o bolsonarismo e os regimes de Adolf Hitler e Benito Mussolini. Para ele, Bolsonaro atua politicamente mais com a emoção e contra a razão, que é a marca do fascismo e, sobretudo do nazismo. O professor pondera, porém, que o presidente pode inaugurar, envolto em um viés autoritário, um novo tipo de governismo, acuando cada vez mais outros Poderes.

Em meio às aulas, o professor tem se dedicado a escrever mais um livro: “1945, o Ano sem fim”. A ideia, afirma Tota, que se especializou em história contemporânea, com ênfase no processo de americanização da América Latina, é mostrar que continuamos hoje presos ao que aconteceu naquele ano, quando o então presidente Getúlio Vargas foi deposto pelos militares e encerrou o chamado Estado Novo, que identifica como um período autoritário. Em sua pesquisa, o historiador de 77 anos encontrou um documento no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), no Rio, com uma carta do educador e intelectual Anísio Teixeira, de abril de 1945, em que ele diz que as forças progressistas do país, com o fim do Estado Novo, perderam a oportunidade de se unir e que cada vez que se chegou perto desta união houve um boicote. Ele faz um paralelo com a situação atual.

Veja a seguir, os principais trechos da entrevista:

Valor: A demissão de Alvim da Secretaria de Cultura determina um limite do que é inaceitável?
Antonio Pedro Tota: No fim, pesou a pressão da comunidade judaica. A atriz Regina Duarte, que deve substituir Alvim, não apoia essa política. A maior parte das pessoas que votaram em Bolsonaro não faz a menor ideia de quem seja Goebbels e desconhece o que era o nazismo. Eles falam em comunismo, embora não tenham também ideia do que é, por conta da retórica de Bolsonaro. Ser anticomunista hoje é moleza. Você está chutando cachorro morto.

Valor: Como o senhor viu a reprodução de um discurso nazista? [foi reproduzida uma ínfima parte do discurso - os opositores ao governo Bolsonaro e que transformaram uma poucas linhas em quase um livro - sem transcrever, já que seriam desmascarados a uma simples comparação.]
Tota: Alvim não reproduziu o discurso de qualquer nazista. Ele escolheu Goebbels, o grande ideólogo da perspectiva de como organizar um partido pela propaganda. No filme “Triunfo da Vontade”, de Leni Riefenstahl, que retrata o 6º Congresso do Partido Nazista, há uma passagem do discurso de Goebbels em que ele fala que era muito melhor você conquistar o coração de um povo pelas palavras do que usar uma arma. Naquele momento, eles estavam no poder há um ano e oito meses e já tinham conquistado o coração do povo alemão. Ainda falta muito para nos aproximarmos do nazismo, o que não deixa de ser perigoso. Mas não sei se o governo Bolsonaro está conquistando o coração dos brasileiros. Conquistou o de uma parcela.

Valor: O vídeo de Alvim e outros gestos do governo Bolsonaro legitimam a tese daqueles que falam em uma gestão fascista ou nazista?
Tota: Usa-se hoje com muita facilidade a palavra fascismo. É evidente que o Alvim tem essa tendência autoritária, ele pode ser rotulado de fascista, mas, até onde sei, não tem a teoria fascista escorando-o. A questão importante aqui é que Goebbels tinha um grande partido por trás do nazismo. O bolsonarismo não tem. Isso, talvez, seja um perigo, já que esse autoritarismo pode se disseminar sem uma organização. A organização do Partido Nazista era impecável e deu uma identidade para aquele montante de desempregados existente na Alemanha entre 1929 e 1933. Muitos se filiaram porque a SA dava sopa, uniforme, dinheiro, cigarro e, principalmente, a camaradagem e a sensação de pertencimento. As igrejas evangélicas, no caso brasileiro, cumprem esse papel. As pessoas conseguem até deixar as drogas quando são acolhidas. Não quero comparar evangélicos aos nazistas. Há grandes diferenças.

Valor: O senhor quer dizer que os evangélicos podem ajudar o bolsonarismo a criar um grande partido?
Tota: Eles podem oferecer ao bolsonarismo uma identidade partidária. Repare que eles querem aumentar cada vez mais sua bancada e a influência no Congresso. Não sei se conseguem fazer um partido próprio, mas podem aderir ao Aliança pelo Brasil, em construção pelos aliados do presidente da República.

Valor: Seria anacrônico, portanto, falar em fascismo ou nazismo no Brasil de hoje? O governo Bolsonaro representaria um outro tipo de autoritarismo?
Tota: O autoritarismo cabe melhor ao nosso caso atual. Já cometemos o erro de chamar o governo de Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945, de nazista e totalitário. Não era nazista e tampouco totalitário. Era autoritário. O partido dele era fardado, o Exército que o sustentava. Numa conversa informal você até pode falar que o governo Bolsonaro é fascista. Mas pensar teoricamente como um governo fascista é um exagero. Diria até que é uma forma apressada e preguiçosa de classificar os eleitores do Bolsonaro.

Valor: Qual seria a melhor definição para este governo?
Tota: É um governo de extrema direita e reacionário. Não é um governo conservador. Muitos governos conservadores têm uma formação intelectual mais acurada. Basta lembrar de Winston Churchill. O curioso é que as forças progressistas estavam cegas e não faziam ou não fazem essa distinção. Por isso que o antipetismo se organizou via redes sociais. Foi nessa brecha que apareceu o Bolsonaro. As forças progressistas não conseguiram ainda entender isso.

Valor: O senhor acredita que o bolsonarismo veio para ficar?
Tota: É uma impressão. Bolsonaro vai testar cada vez mais as instituições. Mas não acho que sejam tão habilidosos politicamente. Como Alvim, este governo acredita mais nessa coisa emocional do que racional. O bolsonarismo é disperso e espontâneo, embora a administração nazista da Alemanha também tenha sido meio anárquica. Funcionava na fórmula erro e acerto, .....


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domingo, 19 de janeiro de 2020

Goebbels na era digital - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Alvim sai, mas Bolsonaro fica e Goebbels, Bannon e Olavo continuam pairando no ar

[aceitem,  que dói menos: 

- com as bençãos de DEUS, Bolsonaro fica e em 2022 será reeleito, tendo como vice o ministro Sérgio Moro;

é o inevitável, aceitem, se unam à Cruzada em prol do crescimento do Brasil e ao retorno, engrandecidos, de valores hoje esquecidos, vilipendiados, desvalorizados e que são tão caros ao BRASILEIROS DE BEM.]

Poderia ter sido apenas uma papagaiada chocante, mas o que o secretário nacional de Cultura Roberto Alvim fez foi muito pior: uma performance bem construída e ensaiada. Ator e diretor de teatro, ele encarnou o gênio do mal Joseph Goebbels, plagiando seus textos e usando o mesmo cabelo, o mesmo olhar, o tom solene e, como fundo musical, a ópera preferida de Hitler. [atenção apreciadores de Wagner e óperas: a esquerda estúpida (existe outra?)tenta censurar os grandes mestres e suas épicas produções, mas,não vão conseguir.
O que tem que ser proibido, urgentemente é a 'foice e martelo' - símbolos do comunismo, que assassinou mais de 100.000.000 de pessoas.] censura imposta pela derrotada esquerda não

Poderia também ter sido um surto individual, um fato isolado, um ponto fora da curva, mas o arroubo nazista foi num habitat onde, vire e mexe, um protagonista acena com a volta do tenebroso AI-5 e o presidente Jair Bolsonaro se delicia fazendo loas aos ditadores sanguinários Pinochet e Stroessner. A própria trajetória de Roberto Alvim no governo já diz tudo. Ele foi premiado com o principal cargo da Cultura nacional por ter atacado Fernanda Montenegro como “sórdida” e “mesquinha”, convocado artistas para uma “máquina de guerra cultural” e planejado ceder espaços culturais para teatros evangélicos. Nomeado com carta branca numa secretaria de cultura jogada como estorvo no Ministério do Turismo, ele teve passagem tão rápida quanto devastadora. Na Fundação Palmares, um negro racista. Na Funarte, um terraplanista que identifica rock com drogas e satanismo. [os que discordarem ou tiverem dúvidas, dispam-se das ideias preconcebidas, dos preconceitos e escutem alguns clássicos do rock.] Na Casa de Rui Barbosa, alguém muito distante de ser personalidade e alheio aos meios acadêmicos. Na Biblioteca Nacional, um monarquista. Verdadeiro strike.

Pelos elogios feitos ao secretário, o presidente da República parecia bem satisfeito com esse desmonte macabro da Cultura, que é a alma de uma nação e um dos mais calorosos orgulhos brasileiros, mas acaba de atrair o Brasil para mais uma onda de manchetes vexaminosas pelo mundo afora. O culto ao nazismo foi parar nos principais jornais dos Estados Unidos, da Europa, da América Latina, aprofundando a deterioração da imagem do País no exterior às vésperas de mais um Fórum Econômico Mundial em Davos. Eu não queria estar na pele do ministro Paulo Guedes e dos integrantes da delegação brasileira. Vão ouvir poucas e boas. E o que responder? [acabaram com os que admiram o nazismo nos Estados Unidos? e os neonazistas da Europa, foram eliminados?
o problema no Brasil é que a maior parte dos formadores de opinião entendem que arte é ofender JESUS CRISTO, é espezinhar VALORES CRISTÃOS, desvalorizar a FAMÍLIA, incitar a DESORDEM, cultuar a concessão de direitos SEM  a contrapartida de DEVERES.]

A performance nazista de Roberto Alvim compõe bem um todo em que pululam noções muito particulares (ou falta de noção?) sobre meio ambiente, educação, política externa, direitos humanos e mídia, em que prevalece o culto às armas e o governador de um dos principais Estados defende um peculiar combate à criminalidade: “mirar a cabecinha do bandido e pou!”. [não estamos julgando a conduta do governador do Rio, apenas lembramos que ele e o Presidente Bolsonaro estão rompidos politicamente.] O resultado é que as cabecinhas na mira são outras, dentro de casa, na escola, no parquinho ou passeando com a avó nesse mesmo Estado: as das crianças. Todas negras e pobres.

No caso de Alvim, Bolsonaro, pelo menos, foi rápido no gatilho. Antes das 11h ele já havia decidido a demissão, sob pressão dos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo, de amplo arco político da esquerda à direita, de toda a opinião pública e até da embaixada da Alemanha. Mas o xeque-mate foi da comunidade judaica. Tal como Donald Trump, ele é daqueles: “Mexeu com Israel, mexeu comigo”. [Bolsonaro esqueceu que quem escolhe e nomeia ministros (é o que consta da Constituição Federal, condição inclusive já reconhecida pelo plenário do Supremo) é o Presidente da República.
Por óbvio,  quem tem competência constitucional para escolher o titular de um ministério, tem para escolher titulares de órgãos subordinados àquele Ministério.
Deveria tomar a decisão pela demissão - mesmo não havendo obrigação legal, o componente político tornava a exoneração aconselhável - mas, recusar e divulgar a recusa, opinião dos presidentes das Casas do Poder Legislativo e de nações estrangeiras.] 

A partir daí, começou outra tortura nacional: quem seria o sucessor ou sucessora? Veio o medo. Alvim sai, mas Goebbels, assim como Steve Bannon e Olavo de Carvalho, continua pairando sobre o governo Bolsonaro. E não apenas na Cultura, mas na área mais eficaz do nazismo: a propaganda. Nem “a guerra ao marxismo cultural” nem máxima de que “uma mentira repetida mil vezes vira verdade” foram demitidos. Continuam vivos, fortes, entranhados na alma do governo. Aliás, desde a campanha, quando o “gênios do mal” modernos conseguiram massificar como verdade a mentira de que só Bolsonaro derrotaria Lula e o PT. [até que provem o contrário, só JAIR BOLSONARO derrotou os citados;
no século passado, o condenado petista, perdeu também para Collor e FHC.]   Uma mentira repetida não mil, mas milhões de vezes. Goebbels reencarna na era digital.
Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S.Paulo 


segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Veríssimo e seu método oculto - Renato Sant’Ana

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


A Folha de S. Paulo, em 06/01/2020, publicou uma entrevista com Luis Fernando Veríssimo, a qual, apesar de bem desenxabida, teve a utilidade de escancarar o obscurantismo ideológico que o entrevistado representa e sua apetência para propagar mistificações. Em tom de jornalzinho de grêmio estudantil (perguntas juvenis, respostas frívolas) e com o entrevistador Roberto Dias, profissional respeitável, comportando-se mais como "tiete" do que como jornalista, a reportagem não fez mais do que disseminar crenças ideológicas.
[inserção sob responsabilidade do Blog Prontidão Total]
A frase mais representativa da entrevista, por ocultar o maior embuste, é esta pérola do Veríssimo: "Talvez ingenuamente, eu não entendo como uma pessoa que enxerga o país à sua volta, vive suas desigualdades e sabe a causa das suas misérias pode não ser de esquerda." A falsidade escondida nas entrelinhas da frase pode ser assim traduzida: "quem tem senso de justiça é de esquerda. E quem não é de esquerda não é justo." Nada pode ser mais falso! É falta de honestidade intelectual de Veríssimo, insinuar, como fez, que a esquerda tem o monopólio da solidariedade, da ética e da justiça.

E é ironia de mau gosto, aventar a própria ingenuidade: Veríssimo nada tem de ingênuo e ele sabe disso muito bem! Pois foi a esquerda quem instituiu a corrupção como método no Brasil. E culminou com a maior recessão da história do país, empobrecendo a nação, um desastre que vai precisar muitos anos para ser desfeito. Quem se identifica com a esquerda, que é antes um movimento, mais do que partido ou ideologia, conscientemente ou não, colabora com o esforço revolucionário de implantar o totalitarismo.

Vale o exemplo. Como bem sabe Veríssimo, a Venezuela, há mais de 20 anos, vive sob o tacão da esquerda, que, naquele país, causou a mais desesperadora crise humanitária: fome, desemprego, desabastecimento, hiperinflação, destruição do setor produtivo, cerceamento das liberdades individuais, com presos políticos e tortura, etc. Será que Veríssimo não sabe que a Venezuela, antes que Hugo Chaves a empurrasse para o abismo esquerdista, era o país política e economicamente mais estável da América Latina?

Ora, quem pensa um pouco não entende como uma pessoa, enxergando a desigualdade e a miséria da Venezuela, pode ser de esquerda. É preciso ser muito ingênuo (não é o caso de Veríssimo) ou desonesto para, conhecendo a história dos movimentos revolucionários de esquerda, seguir defendendo o indefensável. Mais de 76 milhões de chineses foram mortos pelo regime comunista entre 1949 e 1987, além dos 3,5 milhões de civis que o Partido de Mao Tsé-Tung já tinha assassinado antes de consumar a revolução chinesa (totalizando 80 milhões). E, na União Soviética, a revolução comunista matou 62 milhões de pessoas entre 1917 e 1987.

Ou seja, são mais de 140 milhões de mortos em apenas duas revoluções de orientação esquerdista! Sem contar os milhões em outras tantas! Mas, contrariando todas as evidências, a "santidade da esquerda" é uma mentira repetida à exaustão, quase sempre nas entrelinhas (mensagem subliminar), que é para driblar a crítica e se fixar como verdade. É o consabido ensinamento de Paul Joseph Goebbels (nazista, ministro da propaganda de Hitler): uma mentira insistentemente repetida acaba impondo-se como verdade. Pois Veríssimo e seus confrades esquerdistas seguem à risca essa doutrina. É método de poder.

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo. 
E-mail: sentinela.rs@uol.com.br
Publicado no Blog Alerta Total - Jorge Serrão