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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Zica, quando usada como gíria que significa algo muito ruim, se refere a Dilma Rousseff



A zica do Planalto
[com o surgimento do vírus zika, extremamente nocivo, a palavra ZIKA passou a ser utilizada,  quase que exclusivamente, para designar ser, que também significa “toxina” ou “veneno”.
Mas a palavra ZICA  possui  outros significados, todos ruins e que inclui maldição, baixo astral, mau agouro, pessoa enrolada ou azarada.
Como é fácil perceber, todos,  coincidentemente,  se aplicam à Dilma – dado o fato de ser a presidente uma pessoa enrolada, azarada, uma verdadeira ZIQUIZIRA.]

Cada fala de Dilma sobre a zika vira uma festa para humoristas e um constrangimento para a população
Zica com “c” é uma gíria brasileira que significa mau agouro, azar, maldição, momento de baixo-astral, quando tudo dá errado. A origem da palavra não se sabe ao certo, mas há quem jure que seria uma contração da palavra ziquizira. Faz sentido. Não tem nada a ver com a zika, triste doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Triste porque infecta o cérebro de bebês no útero materno, triste porque atesta nossa incompetência de país subdesenvolvido diante do mosquito que também transmite a dengue, triste porque pode atingir 1,5 milhão de pessoas no Brasil neste ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Cada fala da presidente Dilma Rousseff sobre a zika vira uma festa para humoristas e um constrangimento para a maioria da população não, claro, para os militantes dilmistas, que a perdoam sempre e atribuem esses lapsos à pressão da dieta argentina ou da “inquisição medieval” contra ela e contra Lula. Dilma já chamou o mosquito de vírus. Dilma já chamou a zika de vetor. Dilma já disse que a doença é transmitida por ovos infectados por vírus. Dilma já inventou um outro inseto que seria especializado em zika, e que não seria o mesmo da dengue. 

Dilma também disse que “o Brasil não parou e nem vai parar”e não vai mesmo parar de piorar enquanto ela achar que o inferno são os outros. A microcefalia do Planalto não permite que criatura e criador caiam na real. [no que se refere a Lula e Dilma, os dois estão seriamente afetados pela microcefalocracia saber mais clique aqui.]  Dilma e Lula estão juntos na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Juntos no idioma maltratado. Juntos na solidariedade a Zé Dirceu, o consultor-modelo que mais voou em jatinhos de empreiteiros e lobistas, abastecidos por propinas. Juntos no discurso de perseguição da “mídia”, da Lava Jato e dos delatores premiados.

Pode continuar a trocar o ministro da Saúde, o ministro da Fazenda, o ministro do Planejamento, o ministro da Educação (aliás, por onde anda Aloizio Mercadante, qual será seu bloco escolar este ano?). De nada vai adiantar essa dança das cadeiras ministeriais para agradar a um ou outro partido. Não são eles os mosquitos vetores que contaminaram o Brasil com uma ziquizira da qual será muito difícil sair. O da Saúde, Marcelo Castro, formado em psiquiatria, depois de espalhar piadinhas de mau gosto com mulheres grávidas, cometeu o pecado fatal: foi sincero. Marcelo Castro disse que o Brasil “está perdendo feio” a guerra contra o mosquito – e isso é o fim da picada, não é, presidente?

Dilma não convive com a sinceridade. Seu governo não erra. Aliás, “se erra”, como admitiu há alguns meses, erra pouco e sem maldade – e tudo tem conserto. Erra porque foi vítima. Suas amigas, do gênero Erenice Guerra, também sempre acertam. Se erram, é por ingenuidade ou por falta de memória. A ex-ministra Erenice é ingênua, dá para sentir. E nem lembra quem pagou viagens aéreas dela. Dilma também já se esqueceu de muitas canetadas nessa roda-viva de Petrobras, Casa Civil, Presidência da República. Seu problema não foi o mosquito, mas a mosca azul.

Para a mosca azul não há antídoto nem vacina. A mosca, num passe de mágica, tira as contas do vermelho num gráfico ilusório, com a sua, a nossa ajuda. Uns bilhões do FGTS aqui, outros da CPMF ali, e pronto. O país fica cor-de-rosa, a cor dos programas eleitorais do PT. Só que não, a conta não fecha mesmo assim, porque o Estado brasileiro é voraz e gigantesco. Não há foco na redução do tamanho. Só no aumento de taxas, impostos e contas de serviços públicos. A dívida pública federal terminou 2015 em R$ 2,793 trilhões. A dívida – assim como o Brasil – não vai parar.

Diante do Conselhão de quase uma centena de empresários, empreendedores, banqueiros e autoridades – sem a presença incômoda da imprensa –, Dilma lançou um plano de sete medidas para liberar R$ 83 bilhões em crédito para habitação, agricultura, infraestrutura, pequenas e médias empresas. A maior parte desse dinheiro viria do FGTS. Crédito para um país em recessão, que não acredita na capacidade do governo para enfrentar a crise. Dilma disse que, para “a travessia a um porto seguro”, a CPMF é “a melhor solução disponível”.

Não existe nem espaço para o crédito moral, quando se vê Lula, o fiador de Dilma, acuado por delações que o envolvem em reformas milionárias e obscuras de imóveis como o tríplex do Guarujá ou o sítio de Atibaia – hoje amaldiçoados. Na vida real, os juros batem recorde e famílias endividadas precisam refinanciar seus débitos porque não podem lançar mão do dinheiro alheio. O Solaris não nasce para todos. A zica que contaminou o país tem origem na Capital.

Fonte: Revista Época – Ruth de Aquino


segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Ministro Edinho, cabra de confiança da Dilma e marcado para ser preso, entrega a presidANTA

Alvo de inquérito, ministro-tesoureiro diz que 'seguiu orientações de Dilma'

Edinho Silva, ministro da Comunicação Social, afirma que era 'impossível' não manter contato com delator Ricardo Pessoa. Aloizio Mercadante não comenta

O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva (PT), afirmou nesta segunda-feira que seguiu orientações da presidente Dilma Rousseff ao buscar recursos para financiar a campanha de reeleição da petista no ano passado. Ex-tesoureiro de Dilma, Edinho se defendeu da suspeita de ter cometido irregularidades na arrecadação, sobretudo em contato com o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, que virou delator na Operação Lava Jato. 


 O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva(Ueslei Marcelino/Reuters)
O acima apresentado tem perfil daqueles que são escalados para puxar uma cana, segurar a peteca - aliás, prisão é algo que está sempre muito próximo dos 'tesoureiros' do PT e de candidato petista a presidente da República.
O Edinho lembra outro idiota que se enrolou por carregar dólares na cueca. Dólares pertencentes do Zé Guimarães, deputado petista, líder do governo Dilma e conhecido pelo VULGO 'capitão cueca'

A partir das informações de Pessoa, que disse ter sido pressionado, o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquérito contra Edinho.   "Eu segui as orientações da presidente Dilma, ou seja, conversei com empresários brasileiros seguindo os princípios éticos e morais", disse Edinho, após acompanhar o desfile de 7 de Setembro. "Encaro com muita tranquilidade [a investigação]. Quando cheguei como coordenador da campanha, já tínhamos investigação em andamento."

O ministro disse ainda que o fato de ter tido contato com Ricardo Pessoa não representa qualquer irregularidade. "É impossível eu ou qualquer outro tesoureiro de campanha não ter tido contato com Ricardo Pessoa. Ele sempre foi um empresário conhecido. E dialogar com empresários não representa qualquer irregularidade", disse. [dialogar com empresários não representa irregularidade, extorquir é que é crime grave.
O próprio Ricardo Pessoa declarou que Edinho era muito convincente e persuasivo nos pedidos de recursos que apresentava para a campanha da atual presidente.] O ministro negou sua renúncia ao cargo e disse ainda que o fato de estar sendo investigado mostra "o fortalecimento das instituições no Brasil". "É mais uma demonstração de que as instituições funcionam com liberdade de trabalho e apuração, e que a intenção do governo é de que a verdade prevaleça".

Mercadante - Também alvo de investigação autorizada pelo Supremo por suspeita de ter se beneficiado irregularmente em 2010, quando era candidato ao governo de São Paulo, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), deixou o desfile na Esplanada dos Ministérios sem comentar o inquérito. No domingo, Mercadante afirmou que a tese de que teria recebido doação ilegal na campanha ao governo paulista é "absolutamente insustentável".

Fonte: Estadão Conteúdo

domingo, 6 de setembro de 2015

A autocombustão de Dilma Rousseff

As coisas até que poderiam ir bem para a doutora Dilma, pois Eduardo Cunha está parado, e Aécio Neves, calado. Contudo, seu governo parece ter entrado num processo de autocombustão. Na semana passada viu-se o ministro da Fazenda defendendo lealmente um tributo que não inventara. O “bunker” do Planalto já havia desistido, esquecendo-se de avisá-lo. (Ou lembrando-se de esquecê-lo.) 

Nesse “bunker” ficam a doutora Dilma, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e mais alguns devotos que a chamam de “presidenta”. Reclamam dos outros e, sempre que podem, elogiam-se. Menos de uma semana depois do vexame da CPMF, Levy cancelou seu embarque num voo para a Turquia e foi ao Planalto para uma reunião. Nada demais, até o momento em que Mercadante informou que “a reunião estava agendada”. A ser verdade, o episódio mostraria que o Planalto agenda reuniões sem falar com os ministros, ou Levy, mesmo sabendo que tinha esse compromisso, preferiu manter o horário do seu voo.  

A realidade era pior, a reunião nunca fora agendada. O Planalto tem uma verdade própria e diz o que quer. Os comissários ainda não perceberam que a popularidade da doutora deteriorou-se antes da percepção da crise econômica. Ela decorreu da falta de credibilidade que atingiu Dilma Rousseff (pelas suas promessas de campanha) e arrastou um governo que desligou-se da realidade. Afinal, o comissariado diz que a crise econômica é internacional, seu reflexo no Brasil é “transitório”, e tudo vai acabar bem porque “temos um projeto”. 

Quando o vice-presidente Michel Temer diz que “ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo” de 7% de aprovação, vê-se que há algo no ar além dos aviões de carreira. Temer não dá “boa noite” sem pensar duas vezes e já dissera que o país precisa de alguém que “tenha a capacidade de reunificar a todos”. Ele assegura que não há conspiração contra Dilma. Não precisa. Quando um presidente derrete, o vice ascende por gravidade. Itamar Franco era um vice irrelevante e não precisou conspirar contra Fernando Collor. Temer, pelo contrário, até outro dia era o coordenador político do Planalto e guarda respeitoso silêncio a respeito dos motivos que o levaram a deixar o cargo saindo pela escada de incêndio.

Um governo sem liderança parlamentar nem sistema operacional fabrica crises a partir do nada. Um sujeito pode estar gripado e pendurado no cheque especial, mas não precisa aparecer no trabalho sem o sapato do pé esquerdo. Sempre que não sabe o que fazer, o comissariado propõe pactos à sociedade. A turma do “bunker” poderia marcar uma reunião propondo-se um pacto elementar: o de não fazer novas bobagens.

Odebrecht na CPI
A passagem do empresário Marcelo Odebrecht pela CPI da Petrobras foi um espetáculo deprimente. O doutor, que está preso desde junho, foi tratado como um príncipe que visita súditos. Com plateia tão cordial, tratou o instrumento legal da colaboração com a Justiça com o desprezo da malandragem. Até aí nada demais, pois a doutora Dilma já informou que “não respeito delator”. 

Havia mais na cena. Parlamentares, empreiteiros e advogados que têm a Lava- Jato no seu encalço reagem à essência do trabalho do Ministério Público e do juiz Sérgio Moro. A cordialidade vista no episódio foi um aviso à patuleia: “Estamos juntos”. Eles sabem que pela primeira vez na História do país oligarquias da política e de grandes empresas foram apanhadas na rede da fiscalização do Estado.

Não havia ingênuos na cena da CPI, assim como não é ingênuo o magano que pergunta “onde é que isso vai parar”. O que ele quer saber é se “isso” chegará a ele. 

Lula e Dilma
A última conversa de Lula com Dilma foi difícil. Pode-se esperar que provoque mudanças no governo. Se isso não acontecer, pois o que Nosso Guia costura durante o dia o comissariado do Planalto descostura à noite, a próxima conversa será ainda mais difícil. 

Eremildo, o idiota
Eremildo é um idiota e resolveu inscrever-se em 18 cursos de aperfeiçoamento depois que ouviu o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, dizer que o Brasil precisa aumentar a produtividade do seu trabalho. 

O cretino espera aprender um sistema de trabalho pelo qual, quando for ministro do Planejamento, jamais deixará que o governo defenda a criação de um imposto na quarta para mudar de ideia no sábado. Também evitará que se mande ao Congresso um Orçamento prevendo um déficit para, dias depois, anunciar que está preparando um adendo do qual resultará um superávit. 

Eletronuclear
As investigações em torno das irregularidades praticadas na Eletronuclear poderão atrapalhar a carreira de mais alguns deputados petistas.

Migração
Mais do que os maus números das pesquisas, o que tem assustado o PT é a migração de seus prefeitos e vereadores para outros partidos. Em São Paulo, ajudado pelo PSB, o governador Geraldo Alckmin vem fazendo uma boa colheita. O partido arrisca perder até 20 dos seus 68 prefeitos.

Num estado em que a reeleição de Fernando Haddad para a prefeitura da capital parece improvável, a derrocada petista poderá magnificar um mau resultado nacional na eleição do ano que vem. 

Pasadena 2.0
Atropelando áreas técnicas e até mesmo parte de sua diretoria, a Petrobras está pronta para fechar um contrato de aluguel de 19 sondas por 15 anos. Coisa de 40 bilhões de dólares, valor equivalente a 40 refinarias de Pasadena. 

Os equipamentos serão alugados por um preço bastante acima do que se pede no mercado internacional por material mais moderno. Explicação deve haver, como havia para o negócio da refinaria de Pasadena e todas as obras do catálogo da Lava-Jato. 

Quem fica
O chefe da Casa Civil, comissário Aloizio Mercadante, informou oficialmente que Joaquim Levy continuará no Ministério da Fazenda.
Isso significa, no máximo, que Aloizio Mercadante acha que fica no “bunker”. 

Por que me ufano
Com Lava-Jato, recessão e tudo o mais, volta à moda o hábito de se falar mal do Brasil, um disfarce para se falar mal dos brasileiros. Para ser mais preciso, do “outro” brasileiro. 

Nessa hora, diante da crise da migração de refugiados, vale sempre lembrar que Pindorama tem duas características:
1) O Brasil nunca exportou seus pobres. Pelo contrário, recebeu seis milhões de imigrantes.
2) A morte do último soldado brasileiro num conflito que resultou na expansão das fronteiras do país ocorreu em 1870, quando acabou a Guerra do Paraguai. Quem quiser pode sustentar outra data, a da revolta de brasileiros que viviam no Acre boliviano. Essa disputa foi encerrada em 1903.
Nas duas guerras europeias dos últimos cem anos, morreram 65 milhões de pessoas. 

Fonte: Elio Gaspari - O Globo
 

sábado, 5 de setembro de 2015

Deu tilt... o governo parou - Dilma, já era. Pertence ao passado, só falta um leve empurrão para cair na vala, rosto enfiado na terra

O governo parou...

Dilma vê sua imagem ruir com Orçamento com R$ 30 bilhões de déficit. Agora, a presidente promete fortalecer o ministro Joaquim Levy na tentativa de salvar as contas públicas. 

Será que consegue? Até o Michel Temer já demonstra dúvida


A imagem pública da presidente Dilma Rousseff foi toda construída em cima de sua alegada capacidade administrativa. Quando escolhida pelo ex-presidente Lula para ser sua sucessora, nos idos de 2009, ela era vendida como “a mãe do PACoe a “gerentona” capaz de manter o País nos trilhos do desenvolvimento econômico. [imagens vendidas por um imbecil - o estrupício do Lula - e comprada por outros idiotas - os que votaram na cérebro baldio.] A reconhecida falta de experiência política, diziam os entusiastas de sua escolha, seria compensada pela desenvoltura com que Dilma tocaria a máquina pública, engrenagem de difícil manejo que ela conhecia por dentro como poucos. 

Desde os tempos em que chefiou a Casa Civil, num dos momentos mais turbulentos da era Lula – quando José Dirceu deixou o cargo acusado de ser o mentor do mensalão. Esta imagem de executiva competente que conseguiu no início da primeira gestão inebriar até setores refratários ao PT, como a classe média, desmoronou por completo na última semana, com o envio ao Congresso do Orçamento com um déficit de R$ 30 bilhões – algo inédito na nossa história. O reconhecimento do governo de que foi incapaz de controlar suas próprias contas e a tentativa de terceirizar a solução, delegando ao Congresso a tarefa de arrumar receitas para cobrir o rombo, escancarou de uma vez a inépcia da presidente da República. Mas este foi apenas o último e mais nítido sinal de sua incapacidade gerencial.

De 2013 para cá a presidente agiu de maneira inconseqüente, como se montasse uma arapuca para si mesma. Mas quem caiu na armadilha foram os brasileiros. Para garantir sua reeleição gastou o que podia e o que não podia. Curiosamente, no primeiro programa eleitoral de 2014, Dilma foi apresentada aos eleitores como uma dona de casa. Na TV, cozinhava, arrumava os livros e caminhava pelo jardim. No governo, ela não seguiu um ensinamento básico de uma chefe da família: não se deve gastar mais do que recebe.
Caso Dilma admitisse o profundo desequilíbrio das contas públicas, não seria reeleita. Para mascarar o problema, vieram o represamento dos preços administrados e as chamadas pedaladas fiscais, hoje em julgamento no TCU. “O que ocorreu em 2014 é que o governo federal aumentou programas não obrigatórios que tinham forte impacto eleitoral. Ou seja, as pedaladas beneficiaram Dilma na eleição”, afirmou o procurador do TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, na última semana.

Na esfera política, para ampliar o arco de alianças durante a campanha, Dilma prosseguiu com o inchaço indiscriminado da máquina e avalizou a liberação de verbas para a base parlamentar. O apetite eleitoral somado à irresponsabilidade fiscal levou à falência do Estado. No Tesouro não faltam faturas pendentes. Uma delas soma R$ 227 bilhões — sete vezes mais que a meta de déficit para 2016. São os chamados “restos a pagar”, gerados quando os serviços prestados já foram reconhecidos pelo governo, mas o dinheiro não sai do caixa. Algo do tipo “devo não nego, pagarei quando puder”. “Os atrasos encarecem as contratações, pois os fornecedores embutem previamente a demora no preço e dão margem à corrupção, pois os gestores passam a decidir a qual credor irão pagar”, diz o economista Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas.

Depois da reeleição de Dilma, o impacto no cotidiano foi grande. A liberação dos preços administrados - como energia, água e combustível - aumentou o custo de vida. Apenas este ano, a conta de luz ficou quase 50% mais cara na média das principais regiões do País. O aumento de IOF encareceu o crédito ao consumidor, que já está sendo pressionado pela alta da taxa básica de juros. E o acesso a benefícios sociais, como seguro-desemprego e abono salarial, ficou mais restrito.

Do ponto de vista administrativo, o País vive um caos. Os ministros, no aguardo de um corte que pode atingir 15 ministérios, vivem atordoados, sem saber se e até quando permanecerão no cargo. [esses desempregados que estão pendurados no que a Dilma chama de 'ministérios' podem ser chamados de ministros?] As principais capitais se transformaram num imenso canteiro de obras inacabadas. Segundo levantamento do Instituto Trata Brasil, 52% das obras do PACo apresentam problemas. No PACo 2, lançado no ano eleitoral, 41% das obras sequer começaram. [os contos do PACO chamados de PACo foram inventados, a exemplo da transposição do Rio São Francisco, apenas para servires de  fontes de recursos a serem roubados pela gang PETRALHA.] 

Já os programas Água e Luz Para Todos só utilizaram 12% do seu orçamento previsto no ano, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). Outra prioridade do governo, o programa Educação Profissional e Tecnológica, utilizou apenas 27,5% do previsto. Na rubrica Cidade Melhor, que inclui obras de saneamento, de prevenção de risco em encostas, de mobilidade urbana e pavimentação, não foram executados nem 2% do total. As promessas de campanha, como se vê, não saíram do papel. Os números expõem um País paralisado.

Outros movimentos recentes desnudaram uma presidente mais parecida com uma biruta de aeroporto, instrumento que muda de direção ao sabor dos ventos. Malfadada a operação de ressuscitar a CPMF, no início da semana, ao encaminhar o projeto orçamentário com uma conta que não fechava, a presidente agiu a contragosto do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Não seria a primeira vez que ela sabotaria Levy. Na quinta-feira 3, após o ministro procurá-la reclamando de isolamento e falta de apoio no governo, provocando rumores sobre sua iminente saída do cargo, Dilma resolveu fortalecê-lo. Agora, a promessa é de que Levy terá plenos poderes para conduzir o ajuste fiscal e o reequilíbrio das contas públicas planejados no início do segundo mandato. Nesse novo arranjo, perdem força os ministros Nelson Barbosa, Planejamento, e Aloizio Mercadante, Casa Civil.

MAIS FORTE
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ameaça deixar o governo, recebe solidariedade
do mercado e conquista plenos poderes para tocar o ajuste fiscal
                                  Levy, a desgraça do Brasil - defendida por Trabuco,  presidente do BRADESCO - Levy é o representante dos banqueiros que no desde o primeiro mandato de Lula alcançaram lucros NUNCA alcançados na história deste País
                             

Se levada adiante, a decisão, embora acertada, foi movida mais por um instinto de sobrevivência da presidente do que por convicção política. Um dia antes de anunciar em reunião no Planalto a apoio total ao seu ministro da Fazenda, Dilma ouviu de interlocutores importantes que o País corria sério risco caso Levy fosse escanteado ou apeado do posto. Uma das pessoas com quem Dilma se aconselhou foi o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, opção número um para a Fazenda antes da nomeação de Levy. “O País quebra em questão de meses, se Levy deixar o cargo ou mesmo ficar enfraquecido”, teria dito Trabuco a presidente. A orientação de Dilma, agora, para todo o governo é no sentido de perseguir a meta de superávit de 0,7% do PIB no próximo ano. Estuda-se ainda no Planalto o envio de uma emenda ao Congresso para evitar o déficit primário de 0,5% do PIB. Na verdade, se honrar o prometido, Dilma põe em marcha o que lhe fora cobrado por Levy, hoje na prática o homem mais forte do governo, cabendo a ela prosseguir com única agenda exercida até então com relativo êxito: a de não cair.

Mas pode ser por pouco tempo. Nem o vice Michel Temer, dizendo-se traído por Mercadante, se dispõe mais a ajudá-la na ponte com um Congresso cada vez mais distante da presidente. Na verdade, com antecipou ISTOÉ em sua última edição, o vice prepara o PMDB para o desembarque do governo em breve. Mas o peemedebista permanece afinado com Levy, ao lado do qual promete estar agora e, se for o caso, no pós-Dilma – possibilidade já tratada abertamente por Temer. Em conversas com empresários na quinta-feira 3, Temer abandonou a fleuma habitual ao dizer que será difícil a presidente Dilma resistir até o fim do mandato se mantiver a baixa popularidade atual. “Não dá para passar três anos e meio assim”, afirmou. As palavras do vice, na atual circunstância política, carregam um forte simbolismo. Parece um vaticínio do vice sobre a queda da titular. E realmente é. Para entender melhor o peso das declarações de Temer, no início de julho, Dilma disse em entrevista: “eu não vou cair. Isso aí é moleza”. Menos de dois meses depois, quem diz – e publicamente – que se continuar impopular como agora ela cai sim é o próprio vice-presidente e substituto imediato em caso de renúncia ou impeachment.

...o estado quebrou..
Ao anunciar que vai gastar mais do arrecada em 2016, governo assina o próprio atestado de incompetência, escancara a ruína das contas públicas e aumenta a desconfiança de empresários e trabalhadores

...e você paga a conta
Sabe quem vai arcar com os prejuízos gerados pela inépcia do governo? Os milhões de contribuintes que já estão asfixiados pela crise econômica


Colaborou:  Fabio Brandt

Fotos: Ueslei Marcelino/REUTERS Pedro França/Agência Senado; ANDRÉ COELHO/Ag. O Globo

 Sérgio Pardellas  - sergiopardellas@istoe.com.br