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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

De Guerreiro@edu para Bolsonaro


Na Venezuela deveremos tirar a meia sem tirar o sapato, o Itamaraty fez isso com a Argentina e no Suriname 

Senhor presidente,
Fui empregado do Itamaraty durante 45 anos, seis dos quais como ministro das Relações Exteriores do general João Figueiredo (1979-1985). Ouvi o que o senhor disse em Davos, esperando que o governo da Venezuela "mude rapidamente". Por cá, tenho ouvido a mesma coisa, pois o presidente Nicolás Maduro arruinou o paísEscrevo-lhe para sugerir que nossa diplomacia trate a crise desse país com quem temos 2.000 quilômetros de fronteira seca tirando as meias sem tirar o sapato. Para as pessoas comuns isso parece impossível, mas no Itamaraty sabemos fazê-lo.

Tenho horror a falar de qualquer coisa, sobretudo de mim. Na Casa corre o chiste segundo o qual eu sou capaz de dormir durante meus próprios discursos. Costumo adormecer os outros, mas, mesmo acordado, falo pouco.  Quando sugiro que tiremos a meia sem tirar o sapato, lembro que a hostilidade verbal de seu governo em relação a Nicolás Maduro já foi explicitada. Nossas precauções devem se relacionar com o dia seguinte a uma eventual queda do bolivarianismo. O que advirá? Isso ninguém sabe. Tomara que não aconteça nada e que os venezuelanos resolvam a própria crise. [oportuno lembrar que na Guerra do Golfo, a do Bush pai, havia todas as condições para Saddam Hussein ser derrubado, só que havia dúvidas e muitas se o caos não se instalaria - apesar do seu governo sinistro, Saddam, era o equilibrio na região.

Óbvio que o filhote de Chavez é menos que nada quando comparado ao Saddam - que não valia nada - mas, sua queda de forma rápida trará problemas gravíssimos para toda a América do Sul, notadamente para o Brasil, cuja fronteira dificulta, melhor dizendo, impede qualquer controle dos venezuelanos que desesperados virão para o Brasil para dividir nossa miséria com a deles - que é maior que a nossa.

O Brasil com mais de 12.000.000 de desempregados não tem a menor condição de receber alguns milhões de venezuelanos famintos e desempregados.

E sempre os europeus que estão a milhares de quilômetros da fronteira Brasil x Venezuela, ou seja do problema,  estarão a pregar, a exigir, que o Brasil seja solidário e some nossas necessidades à miséria dos venezuelanos.

Maduro precisa ser excluído, neutralizado, mas, com uma boa análise (sem demorar demais na análise) de todas as implicações.]

Em 1965, o Brasil apoiou a intervenção militar americana na República Dominicana, mandou tropas para uma força multilateral de paz e chegou a comandá-la. Mesmo assim, veja a frequência com que se fala das nossas missões militares recentes no Haiti e no Congo.  Da República Dominicana, fala-se pouco. O que começou como uma operação destinada a evacuar cidadãos americanos transformou-se numa ocupação, e a tropa brasileira ficou por lá durante 18 meses. Até hoje a diplomacia americana discute o processo de decisão que levou o presidente Lyndon Johnson a invadir o país. De qualquer forma, a Dominicana fica a 2.000 quilômetros das nossas fronteiras.

O Itamaraty tirou a meia sem tirar o sapato em 1982, quando o general argentino Leopoldo Galtieri invadiu as ilhas Malvinas, ocupada pelos ingleses desde 1833. O general achava que os Estados Unidos ficariam neutros e a primeira-ministra inglesa, Margaret Thatcher, absorveria o golpe. Não aconteceu uma coisa nem a outra.
Se o Brasil apoiasse Galtieri seria sócio de uma aventura. Se apoiasse a Inglaterra, alimentaria um ressentimento que duraria gerações. Ficamos no fio da navalha, apoiando o direito argentino à posse da ilha e dissociando-nos da invasão. Lembro-me que o general Figueiredo foi a Washington e disse ao presidente Ronald Reagan que o Brasil não admitiria um ataque ao continente argentino. Ele não ocorreu, até porque não foi necessário.

Um ano depois do caso das Malvinas, pousou em Brasília um avião americano com o diretor da CIA, William Casey. Ele trazia um recado para Figueiredo: os Estados Unidos planejavam uma invasão do Suriname e queriam nosso apoio, inclusive com tropas.
O governo local era esquerdista, tinha ajuda cubana e perseguia a oposição. Conseguimos dissuadi-lo, dizendo-lhe que deixassem o Suriname por nossa conta. Figueiredo fez saber a Reagan que a condição de país limítrofe determinava que quaisquer efeitos negativos repercutiriam em primeiro lugar sobre nossos próprios interesses.

Nunca contei essa história, mas ela foi revelada no diário de Reagan. Outro dia reclamei com ele da indiscrição. Como ensinou o Barão do Rio Branco, diplomata não sai por aí cantando vitórias.  Perdoe-me a impertinência, mas o último presidente que pensou em mover tropas na nossa fronteira norte, para a Guiana Inglesa, foi Jânio Quadros.

Com meu profundo respeito
Ramiro Saraiva Guerreiro

Elio Gaspari - Folha de S. Paulo

 

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Teimosia de Lula dá ao PT aparência de religião

Diante do veto da Justiça Eleitoral à candidatura de Lula, o PT parece ter descoberto uma solução engenhosa para o seu drama ético-político. O partido se comporta como se tivesse desistido de operar no ramo partidário, para se reorganizar como uma religião.
Entre uma derrota judicial e outra, o PT reforça a devoção dogmática que obriga os fiéis de Lula a aceitar todas as presunções da divindade-presidiária a seu próprio respeito. Em matéria penal e eleitoral, isso inclui concordar com o dogma segundo o qual Lula tem uma missão na Terra de inspiração divina e, portanto, indiscutível.

[Lula já consultou alguns dos seus "aspones"sobre a possibilidade de seguir o exemplo do fanático Jim Jones, que comandou um suicídio coletivo na Guiana inglesa, no século passado.

O presidiário pretende conclamar os fiéis de sua seita a chantagear o TSE e o próprio STF, com o decreto: ou Lula presidente ou um suicídio coletivo dos seguidores da seita lulopetista.

Duas coisas impedem que a ideia prospere:
- apesar do fanatismo a turma lulopetista gosta do dinheiro fácil, nunca da morte;
- há também o receio de que o sentenciado burle o suicídio da mesma forma que burlou uma greve de fome e permaneça vivo a pretexto de liderar os suicidas.
Saiba mais, em: Suicídio coletivo - Lula “Jim Jones”]


Um pedaço do grupo religioso, com a fé já meio cansada, esperava que, barrado pelo TSE, Lula ungisse imediatamente Fernando Haddad como seu enviado às eleições de 2018. Mas o messias petista decidiu esticar a corda. O prazo para o fim da encenação é o dia 11 de setembro. O PT se dividiu. Os descontentes abaixam a cabeça. Os devotos são mais assustadores, porque não estão sendo cínicos. Eles acreditam mesmo que a autocanonização de Lula dá a ele o direito de desafiar não só a Justiça, mas o próprio bom senso.

Blog do Josias de Souza

 

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Lula “Jim Jones”

Suicídio coletivo 

No dia seguinte à sua eleição para presidente da República em 2002, reunido em um hotel da capital paulista com os principais membros de sua campanha, Lula foi logo advertindo:  – Nesta sala, as únicas pessoas votadas e eleitas fomos eu e o José Alencar.
Em seguida, comentou que haveria lugar para todos eles no seu governo. De fato, estava preocupado com a disputa de cargos. E queria reforçar a sua autoridade e prestigiar Alencar, seu vice.

Condenado a 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, impedido de ser candidato, Lula não tem mais cargos para oferecer a ninguém, mas tem votos. [se tem votos jamais saberemos, visto que não será candidato e a urna eletrônica anula os votos dados a candidatos inexistentes;
uma coisa é certa: eventuais votos que Lula tenha não transfere - Kátia Abreu (candidata a governadora tampão do Tocantins, líder nas pesquisas) perdeu feio logo que recebeu o apoio de Lula.]
 
E é por tê-los, como mostram todas as pesquisas, que subjuga o PT à sua exclusiva vontade de seguir dizendo que apesar da lei, ele será candidato em outubro, e só deixará de ser quando quiser.  Parte dos seus acólitos acredita que Lula é um sábio, quase não erra. E que ao se apresentar como candidato, só se fortalece para na hora certa abençoar outro nome e transferir-lhe seus votos.  Outra parte dos acólitos acha que Lula erra quando adia a escolha de outro nome, e que isso poderá prejudicar o desempenho do partido. Mas não tem coragem para opor-se a ele.

A mais recente pesquisa Datafolha foi celebrada pelo PT como uma prova a mais da força eleitoral de Lula, de como ele continua vivo na memória coletiva e de como tem razão em se dizer candidato.  A pesquisa, porém, trouxe uma informação que o PT preferiu ignorar. Há um ano, quando perguntados em quem pretenderiam votar para presidente, 15% dos eleitores diziam o nome de Lula.  Agora, só 10% dizem a mesma coisa. Lula perdeu, portanto, 1/3 da intenção de voto espontânea. Certamente porque os eleitores, aos poucos, estão se convencendo de que ele não será candidato.

Quanto mais o PT demorar a indicar um candidato à vaga de Temer, mais eleitores de Lula se sentirão à vontade para fazer suas escolhas pessoais sem esperar uma ordem de cima. Elementar.  O PT parece estar para Lula como milhares de pessoas nos anos 70 do século passado estiveram para James Warren “Jim” Jones, fundador e líder nos Estados Unidos do culto Templo dos Povos.  Em novembro de 1978, na Guiana inglesa, pouco mais de 900 fiéis de Jim Jones, estimulados por ele, espontaneamente tomaram veneno e morreram. Foi o maior caso de suicídio coletivo até hoje.  Em uma fita gravada na ocasião, ouve-se a voz do pastor dizendo: “Cometemos um ato de suicídio revolucionário para protestar contra as condições de um mundo desumano”.

Blog do Noblat - Veja