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sábado, 16 de dezembro de 2023

Lula joga no incêndio - Revista Oeste

J. R. Guzzo

A dificuldade que o PT tem neste momento resume-se a um fato básico: a sua volta ao governo deu errado

 

Luiz Inácio Lula da Silva, durante o videocast Conversa com o Presidente, no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF) | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Há pelo menos uma coisa que não muda nunca na vida do PT. 
A cada vez que encontra uma dificuldade prática, fica mais radical. 
Nunca procura uma solução construtiva para sair da dificuldade que encontrou. Não tenta construir uma proposta, ou apresentar uma ideia. Não aceita negociar nada — o único tipo de negociação que o PT entende é a compra e venda, e a única forma de negócio que conhece é dar dinheiro do Tesouro Nacional para os políticos profissionais que estão em oferta no mercado, os gatos gordos da máquina estatal e os servidores dos seus sistemas de propaganda. 
Em vez de mudar, melhorar seu desempenho ou trabalhar mais, corre automaticamente para a saída de incêndio que fica do lado esquerdo. 
Essa via de escape, a cada problema, leva o partido para decisões mais e mais extremistas
É o que está acontecendo de novo agora. 
Lula fala, com acessos de cólera, que o PT precisa ressuscitar a militância e fazer “alianças”. Mas fecha com as alas mais doentias da sua direção — e tenta mostrar que ninguém é mais radical do que ele. 

A dificuldade que o PT tem neste momento resume-se a um fato básico: a sua volta ao governo deu errado. 
Era óbvio, mesmo antes de assumir, que não podia dar certo, levando-se em conta que Lula jamais pensou em nada parecido com um projeto coerente para governar o Brasil. 
Tinha apenas um delírio e uma equipe de governo formada quase que unicamente por fugitivos do Código Penal, perdedores de eleição, parasitas irrecuperáveis e gente que passou a vida sem jamais ter nenhum contato com o trabalho, a produção e o mérito. 
Mas não faz mais diferença, a esta altura, examinar por que, exatamente, o governo Lula-3 fracassou tão rapidamenteo fato é que fracassou, e não tem a menor ideia viável para sair do fracasso. 
Lula sabe que não ganhou a eleição de 2022; só é presidente porque foi colocado na sua cadeira pela dupla STF-TSE
Mas a junta de governo que formou com o alto Judiciário lhe deu apenas a Presidência da República — e garante a execução de suas vontades, a proteção penal para os seus aliados e a sua própria imunidade perante a lei. 
Não o ajuda a governar.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Luís Roberto Barroso, presidente do STF, durante instalação da Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20, no Palácio do Planalto | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O STF simplesmente não consegue fazer nada de útil para resolver um único problema real do Brasil ou do governo — nem um que seja. 
Como Lula e o PT também não conseguem, fica tudo travado. 
A casa só não caiu, até agora, por causa da herança bendita que a economia de 2023 recebeu dos quatro anos de governo Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes
Mas não pode viver desse capital para sempre, nem continuar utilizando a mentira, eternamente, como seu único mecanismo de gestão pública. 
As porcas começam a espanar, mais cedo ou mais tarde — no caso, já começaram. A economia não cresce. O emprego não aumenta. Os salários não melhoram. O que estava ruim continua ruim, e pode ficar pior.  
O que teria de acontecer de bom não aconteceu — nem vai acontecer. 
O crime organizado ganha cada vez mais espaço; o desorganizado, também. Há PAC, mas não há obra. As pesquisas de “intenção de voto” que dão a ele e ao PT 100% dos eleitores não servem agora para nada.  
A popularidade do governo começou a cair no primeiro mês, e não parou mais. Lula e o PT ficam doentes com essas coisas.
 
O que adianta, a esta altura, colocar Flávio Dino no Supremo?  
Qual das questões acima ele pode ajudar a resolver? 
Também não resolve nada ficar exibindo o ministro Alexandre de Moraes como um herói do governo e das massas populares. 
, por acaso, um único candidato do PT que queira o seu apoio no palanque, nas eleições municipais do ano que vem?  
É inútil falar ao povo se não há povo. Lula continua incapaz de andar 100 metros em qualquer rua do país; só fala para auditórios fechados e só para os mesmos militantes. 
Seu programa de televisão, no qual vinha tentando imitar as lives de Bolsonaro (com as despesas pagas com dinheiro público), teve de sair do ar por falta de audiência.  
O PT não tem candidatos para as prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro, as duas maiores cidades do Brasil, e em várias outras capitais importantes. 
Suas lideranças começaram a falar abertamente que estão caminhando para uma derrota nas eleições de 2024. 
Lula exige que a militância diga ao eleitor, diante da nulidade do seu primeiro ano de governo, que os resultados vão acontecer no futuro — não houve até agora melhora nenhuma para o cidadão comum, mas vai haver.
Esta é a realidade dos fatos — o “sistema caiu” e os técnicos estão trabalhando junto com o STF-TSE para que o governo passe a operar quando possível. 
Enquanto isso, e sobretudo se as coisas continuarem do jeito que estão, o PT e o seu comandante apostam tudo em jogar gasolina na fogueira e fazer declarações de guerra; é sempre mais fácil do que trabalhar para a entrega de algum resultado, sobretudo quando o Exército está por trás deles para garantir que combatam sem risco nenhum. 
Lula, como sempre, corre para a frente da turma do linchamento. 
Em sua última fala pública, para mais uma plateia só de camisas vermelhas, fez um manifesto pela divisão do povo brasileiro, pelo confronto e pelo rancor; quem não está com o PT é um inimigo que deve ser destruído. “Essa eleição vai ser entre eu e o Bolsonaro”, disse ele na ocasião. Aí, resumiu o que acha do adversário — e, possivelmente, dos 58 milhões de eleitores que votaram nele em 2022. “Se um cachorro late para a gente,” disse o presidente da República, “a gente tem de fazer ele ficar com medo da gente”.

Para o partido do presidente, as finanças públicas do Brasil não são um assunto público, que interessa diretamente aos 200 milhões de brasileiros. São uma questão particular do PT; devem ser geridas com o objetivo exclusivo de servir aos interesses eleitorais do partido e de Lula

Lula, o PT e seus satélites da extrema esquerda sabem que todos os seus esforços para ter uma posição mais confortável no Congresso deram em água de bacalhau. 

Passaram o ano inteiro torrando bilhões de reais do orçamento para comprar o apoio dos deputados e senadores; eles recebem o dinheiro, mas no dia seguinte já estão querendo mais, e a coisa toda continua no mesmo lugar. Sua proposta para resolver o problema do Congresso é jogar ainda mais dinheiro em cima dele. 
A presidente do PT, em público, diz que o ministro da Fazenda está cometendo um “austericídio” com as suas tentativas de suavizar um pouco o déficit financeiro do governo. Exige, então, que o déficit vá para o raio que o parta — senão, diz ela, “esse Congresso engole a gente”.  
É assim que o PT trata o Legislativo, quando os parlamentares não obedecem a suas ordens: como uma ameaça, uma doença ruim que tem de ser combatida, e não como o Poder eleito pelos brasileiros para fazer as leis. “Esse Congresso” é o único que o país tem. O que o PT propõe? Que seja copiado o programa “Mais Médicos” — e que o governo crie um “Mais Deputados”, importando gente de Cuba para lhe dar a maioria de votos que não consegue ter no plenário?
Na mesma linha, o líder do PT na Câmara de Deputados diz o seguinte: “Se tiver que fazer déficit nós vamos ter que fazer. Porque, senão, a gente não ganha a eleição de 2024”. Para o partido do presidente, as finanças públicas do Brasil não são um assunto público, que interessa diretamente aos 200 milhões de brasileiros. São uma questão particular do PT; devem ser geridas com o objetivo exclusivo de servir aos interesses eleitorais do partido e de Lula. Isso não é fazer política. Não é apresentar propostas ou ideias. É extremismo. Não se pensa em diálogo, nem que o dinheiro do povo é propriedade do povo; para eles, o dinheiro é de quem manda no governo. Lula, aí, piora o que já está péssimo. 
Não lhe passa pela cabeça a responsabilidade que tem como presidente do Brasil — e que o obriga, num caso desses, a ter a coragem mínima de optar ou pela posição do seu próprio ministro da Fazenda ou pela posição da presidente do PT. 
Em vez de assumir o seu dever, finge que está dando razão para os dois — quando quer apenas atiçar um contra o outro para favorecer a opção mais extrema.
 
A mulher do presidente juntou-se ao bando que se especializa em ir ao campo de batalha para executar os feridos. “Se tudo der certo”, anunciou num desses comícios cada vez mais neurastênicos que viraram a grife do governo Lula, “o Bolsonaro logo vai estar na cadeia”. Que diabo ela quer dizer com isso? Que o marido já combinou com o STF a condenação do ex-presidente? 
Janja disse também que não se deve chamar mais ninguém de “bolsonarista” — a partir de agora tem de ser “fascista”, direto. 
E os deputados, senadores, governadores e outras autoridades que apoiam Bolsonaro em público — também são todos fascistas?  
E os brasileiros que votaram nele em 2018 e em 2022, exercendo seu direito constitucional ao voto livre? 
Para completar, disse aos que exercem outro direito fundamental, o de dar a própria opinião, e criticam o seu desempenho como a mais óbvia papagaia de pirata que a República já conheceu desde 1889: “Dane-se”. Declarou, enfim: “Eu conquistei este lugar”. É como se tivesse passado num concurso público, ou sido aprovada no exame do Enem.

Poucas cenas de neurose radical, nessa escalada toda, poderiam ser tão instrutivas como os esforços de Lula e do PT para transformar o ministro Alexandre de Moraes em Guia Supremo da esquerda nacional. O ministro, que está hoje nos Top Ten do extremismo político do Brasil, foi o astro do comício em circuito fechado que montaram há pouco para comemorar o “programa de proteção” ao morador de rua — o PAC dos Sem-Teto, exigido por ele e anunciado pelo governo. 

Não há notícia da participação de um juiz da “suprema corte”, como diz Lula, num projeto de propaganda como esse. Mas o pior foi o coro do auditório. Gritava-se ali, diante dos sorrisos do presidente da República e do seu ministro dos Direitos Humanos: “Sem anistia” anistia para os cidadãos que estão sendo condenados pelo STF a até 17 anos de cadeia por terem participado de um quebra-quebra em Brasília. 
É um prodígio, realmente, que se grite contra a anistia num ato de compaixão, como deveria ser qualquer tentativa genuína de apoio aos pobres — e ainda mais diante do ministro dos Direitos Humanos, logo ele. A anistia é um direito humano básico. No Brasil é uma “ameaça à democracia”.

É para onde nos conduziu o naufrágio do governo Lula. Sem solução para nada, num arco que vai do Congresso às eleições municipais, joga tudo o que tem em Alexandre de Moraes, Flávio Dino, cadeia para Bolsonaro, cassação de Sergio Moro, desordem nas contas públicas, STF, Exército, polícia. É assim que Lula, o PT e os seus satélites pretendem sobreviver.

 Leia também “O vício da liberdade"



sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Herança bendita - Revista Oeste

Artur Piva

Uma das grandes especialidades do ex-presidente Lula, que se prepara para voltar à Presidência do Brasil no próximo dia 1º de janeiro, é a administração de “heranças malditas”.  
É como ele resolve todos os problemas que aparecem no seu governo — a culpa de tudo é de quem veio antes, mesmo que não exista culpa nenhuma. Muito pelo contrário: recebe a casa em ordem, mas um minuto depois já está reclamando que largaram um desastre em cima dele, e que não tem nada a ver com qualquer coisa de ruim que venha a acontecer até o último dia do seu mandato. 
Foi assim com Fernando Henrique. Lula recebeu um Brasil sem o pior problema da sua história econômica a inflação, eliminada por seu antecessor com o Plano Real.  
Estava pronta, também, a privatização das telecomunicações, sem a qual o país iria para o naufrágio, do setor de mineração-siderurgia e dos bancos estaduais, que funcionavam como Casa da Moeda particular dos governadores e eram possivelmente os únicos no mundo a dar prejuízo.

Presidente Jair Bolsonaro | Foto: Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo
Presidente Jair Bolsonaro -  Foto: Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo 

Lula se deu bem: aplicou esse conto do vigário, e Fernando Henrique, em vez de expor a mentira, acabou achando que ele, Lula, é hoje o homem que vai salvar o Brasil. A história pode se repetir agora — com a diferença de que Jair Bolsonaro dificilmente fará algum dia o beija-mão que Fernando Henrique fez. 
O novo presidente já acusa o atual governo dos piores crimes econômicos dos últimos 500 anos, e de todos os outros tipos — e a realidade é exatamente o contrário. 
Bolsonaro vai deixar para Lula a melhor situação que o país já teve na passagem de um governo para outro, em qualquer época recente.

Isso é o que mostram os fatos e os números, como se pode constatar por 12 indicadores-chave da situação da economia brasileira neste momento.

1. Inflação
Dilma Rousseff, sucessora de Lula na Presidência da República,
foi retirada do governo deixando como legado uma inflação que era uma verdadeira herança maldita. Em agosto de 2016, quando o impeachment foi concluído, o Índice de Preços ao Consumidor — que mensura o custo de vida — para 12 meses estava próximo de 9%. Nos Estados Unidos, era de pouco mais de 1% para o mesmo período.

Em setembro deste ano, os dois países trocaram de posição. De lá para cá, a inflação brasileira se mantém menor que a norte-americana. No mês de outubro, por exemplo, a variação dos preços ficou em 6,5% no Brasil e próxima de 8% nos EUA.

2. Crescimento
A economia também mostra mais desenvoltura em comparação ao fim da última gestão petista. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu cerca de 4% em 2016. Ao mesmo tempo, o mundo cresceu em torno de 3%, e a China registrou a expansão de 7%.

Para 2022, o FMI estima quase 3% de crescimento para o PIB brasileiro. A projeção para os desempenhos da economia global e do PIB chinês neste ano está praticamente no mesmo valor de 2016.

A recuperação da produção nacional se estabeleceu mesmo num ambiente de incertezas internacionais. Além da invasão russa à Ucrânia, iniciada em fevereiro, o governo do presidente Jair Bolsonaro teve de enfrentar um desafio sem precedentes: a pandemia por coronavírus — uma crise sanitária mundial, que limitou o comércio entre países, quebrou empresas e desorganizou as cadeias produtivas ao redor do globo.

3. Desemprego
Atualmente, a taxa de desempregados no país é de cerca de 8%. Número que só esteve menor em meados de 2015, segundo os levantamentos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Durante a pandemia, a taxa de desocupação calculada pelo IBGE bateu o recorde de quase 15% em dois momentos: julho a setembro de 2020 e janeiro a março de 2021. A destruição em massa dos empregos ocorreu na esteira das medidas restritivas adotadas durante a crise sanitária. Contrariando a posição do presidente, as restrições impostas por governadores e prefeitos seguiam a máxima: “A economia a gente vê depois”.

4. Balança comercial
Em 2016, o valor corrente da balança comercial brasileira — soma de exportações e importações —- fechou em 20% do PIB do país. Em 2021, a proporção cresceu para 30%. O dado demonstra aumento na abertura da economia do Brasil.

5. Superávit primário
Além disso, o superávit primário formado pela quantia faturada com exportações menos a despesa com importações ficou 50% maior. A soma saltou de US$ 40 bilhões, em 2016, para US$ 60 bilhões, em 2021.

6. Arrecadação federal
A arrecadação federal está quase 30% maior que na saída de Dilma do Planalto. No acumulado de 12 meses registrado em agosto de 2016, o valor ficou pouco abaixo de R$ 1,5 trilhão, conforme os dados do Tesouro Nacional. Em setembro de 2022, a soma se aproximou de R$ 2 trilhões.
 
7. Gastos públicos
A partir de junho de 2022, o governo federal voltou a ter superávit primário nas contas públicas acumuladas em 12 meses, ou seja, os gastos passaram a ser menores que as despesas. O saldo positivo para igual intervalo não ocorria desde novembro de 2014 (momento em que a economia global ainda estava extremamente favorável). No dado mais atual, de setembro, o valor extra fechou em praticamente R$ 85 bilhões.

8. Lucro das estatais
As empresas estatais se tornaram lucrativas
. No ano passado, o resultado líquido dessas companhias fechou próximo de R$ 190 bilhões, 40 vezes que os pouco menos de R$ 5 bilhões de 2016 — e cerca de R$ 230 bilhões a mais que o prejuízo de R$ 32 bilhões registrado em 2015.

9. Reservas internacionais
Para mitigar os efeitos das instabilidades monetárias,
o país possui por volta de US$ 330 bilhões em reservas internacionais. O valor aparece no relatório mais atual do Banco Central, e representa o montante de setembro deste ano.
 
10. Agronegócio

No começo de 2022, as cadeias produtivas do agronegócio brasileiro se viram ameaçadas com a possibilidade de uma crise de abastecimento de fertilizantes. As preocupações ocorreram em razão das sanções impostas à Rússia, por causa da invasão à Ucrânia. Os russos figuram entre os principais fornecedores mundiais desse insumo vital para a agricultura.

Por meio de diplomacia, o governo federal conseguiu garantir a oferta de fertilizantes. Como resultado, o agronegócio brasileiro colhe o recorde de 270 milhões de toneladas de grãos em 2022 — marca que deve ser superada em 2023, com os 310 milhões de toneladas estimadas para a safra seguinte.

Nesse contexto, a produção de carne — somando bovinos, suínos e frangos segue aumentando. Os crescimentos previstos para 2022 e 2023 são de 1% e 3%, respectivamente.

A disponibilidade anual de carne por habitante deve subir para cerca de 3% no ano que vem. Desse modo, a oferta por brasileiro, descontado o volume exportado, ficará acima de 95 quilos.

11. Parcerias com o setor privado
O governo também deixa como legado um programa de parceria para investimentos com a iniciativa privada que garante a injeção de R$ 1 trilhão, entre investimentos e outorgas. A extensa lista envolve por volta de 150 projetos, distribuídos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Pará, e arrendamentos de terminais aeroportuários no Paraná e em Pernambuco.

Considerando também as propostas em estudo, a carteira do programa contém 224 projetos. Um deles, ainda em análise, é a desestatização do Porto de Santos.

Quando Bolsonaro assumiu a Presidência, o porto santista, o maior da América Latina, registrava prejuízos recorrentes. O saldo das operações de 2018 ficou negativo em aproximadamente R$ 500 milhões. Agora, a instalação gera dividendos. O lucro líquido acumulado de janeiro a outubro, por exemplo, já está positivo em R$ 430 bilhões.

12. Obras continuadas e terminadas
O atual governo ainda deu continuidade a obras atrasadas, iniciadas em gestões anteriores
Um caso emblemático é a transposição do Rio São Francisco, que passou por paralisações em diversos trechos.Depois de 15 anos de embaraços e quatro presidentes da República, a transposição que pretende garantir água no sertão nordestino foi concluída.

Outro exemplo é a Ferrovia Norte-Sul. As obras tiveram início em 1985, durante o governo Sarney. A construção do traçado original, que envolve 1,5 mil quilômetros entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP), deve ser concluída até o fim de 2022. Sua estrutura foi planejada para ser a espinha dorsal do transporte ferroviário do Brasil.

Na listagem, também está incluída a Ponte do Abunã, sobre o Rio Madeira, em Rondônia. Inaugurada em maio de 2021, foram sete anos de construção.

No painel sobre obras públicas do Ministério da Economia, são citados cerca de 130 mil projetos iniciados em governos anteriores e concluídos durante o mandato de Bolsonaro. Empreitadas de todos os tamanhos estão na relação: construções e reformas de creches, hospitais, escolas, centros comerciais e outros prédios públicos, além de estruturas como pontes, estradas e ferrovias.

Esse é o legado de um país mais aberto economicamente, com equilíbrio nas contas públicas e em linha com o crescimento mundial, mas que depende da austeridade adotada no governo Bolsonaro para se manter. Depois de eleito, Lula questionou, por exemplo, a necessidade de manter superávits, cortar gastos, garantir a estabilidade fiscal e respeitar o teto de gastos. As falas de Lula dão a entender que sua gestão seguirá o caminho inverso, em direção ao já conhecido precipício petista.

Leia também “O fora Lula só começou”

 

Artur Piva, colunista - Revista Oeste