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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

PMs invadiram hospital e tentaram pegar a bala que matou Ágatha - VEJA

Equipe médica não entregou projétil; Polícia Civil quer que equipe de plantão deponha sobre a ação dos policiais militares

Na madrugada do sábado, 21, logo depois da morte da menina Ágatha Vitória Félix, entre dez e vinte policiais militares invadiram o hospital em que ela tinha sido internada – o Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio – e tentaram levar o projétil que a matara.  Apesar da pressão exercida pelos PMs, a equipe de médicos e de enfermeiros de plantão se recusou a entregar a bala, que posteriormente, seria encaminhada para a Polícia Civil, responsável pelas investigações.

[essa denúncia dos profissionais de saúde do HGV está esquisita, cheira a  informação plantada por traficantes e que os médicos e enfermeiros são forçados a repassar para a polícia;
falam em dez a vinte policiais, uma variação enorme, especialmente quando os policiais nas imediações do local do incidentes eram no máximo 11 -nas proximidades, no local com certeza era um número menor;
apesar da abundância de câmeras existentes no próprio nosocômio e nas imediações, não foram obtidas imagens.
O objetivo do tráfico é queimar os policiais e com isso as operações perderão a força.]
A Delegacia de Homicídios está tentando convencer integrantes da equipe médica a prestar depoimento sobre a invasão. Profissionais que relataram o fato a policiais civis temem represálias. Os investigadores não conseguiram imagens da ida dos policiais ao hospital.

Testemunhas afirmaram que o tiro que atingiu Ágatha foi disparado por um PM, que tentara acertar um motociclista que passava pelo local. Segundo elas, diferentemente do que declarou a Polícia Militar, não havia troca de tiros na localidade da Fazendinha, no complexo de favelas do Alemão, no momento em que a menina foi atingida.  
[nas favelas do Rio e em qualquer área dominada pelo tráfico os moradores declaram o que os traficantes mandam;
- nenhum dos moradores é corajoso, ou louco, o suficiente para ser flagrado prestando declarações contrárias ao determinado pelo tráfico - morrerá no ato ou no máximo nas próximas 24 horas.
A mesma regra vale para os profissional de saúde.]

 

A perícia feita na bala concluiu que não será possível compará-la com as armas dos PMs que estavam na favela foi encontrado apenas um fragmento deformado do projétil.
Na noite de sexta, Ágatha foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento na própria Kombi em que estava ao ser atingida. Como seu estado de saúde era muito grave, a menina foi imediatamente transferida para o Hospital Getúlio Vargas num carro da PM.

Dos 11 policiais militares que estavam nas proximidades do local em que Ágatha foi ferida, apenas dois aceitaram participar da reprodução simulada do crime, realizada na última terça, dia 1º.
Em seu perfil no Twitter, o governador do Rio, Wilson Witzel, comentou o caso e afirmou que tudo “será apurado com rigor”.


Sobre a informação de que policiais militares teriam tentado pegar a bala que atingiu a menina Ágatha, minha posição é firme: tudo será apurado com rigor. Os fatos, se comprovados, são inadmissíveis. Os culpados serão punidos.
Brasil - Revista VEJA

 

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Caso Marielle: 'Crime espiritual e mediúnico', ironiza advogado do ex-PM Élcio Queiroz - O Globo


Desde março afastado de unidades da Polícia Civil , o delegado Giniton Lages, que foi encarregado da investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes , na Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, foi a principal testemunha da audiência de instrução e julgamento dos réus Ronnie Lessa e Élcio Queiroz , no fim da noite de sexta-feira, no Tribunal de Justiça. Em seu depoimento, que durou quatro horas, Giniton enfatizou que as provas obtidas se basearam em dados retirados dos celulares dos acusados e em imagens da câmera OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres). Considerado um radar inteligente, o equipamento captou as letras e os números da placa do Cobalt prata, usado no ataque à vereadora, em 14 de março do ano passado.
 
Ao explicar as técnicas da investigação, o delegado disse que há provas contundentes sobre a participação do sargento reformado Ronnie e do ex-PM Élcio no duplo homicídio. Giniton atualmente está lotado no Departamento Geral da Polícia da Capital (DGPC), mas sem cargo. Ele disse, no entanto, que não foi possível obter imagens que capturassem a fisionomia dos dois acusados. 

A principal evidência de que Ronnie Lessa estaria dentro do Cobalt usado na execução é uma tatuagem dele. De acordo com a denúncia, apesar de estar usando uma luva para encobri-la, o PM reformado descuidou-se num momento e deixou a marca à mostra ao recostar o braço, sem a cobertura, no banco traseiro do veículo, estacionado na Rua dos Inválidos, próximo à Casa das Pretas, onde Marielle participava de um evento no dia do crime. Por uma fração de segundo, o gesto foi filmado por uma câmera da região. A equipe da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP comparou a imagem com fotos, mostrando que ela era compatível com a tatuagem do suspeito.

O titular da Delegacia de Homicídios (DH) Capital, Daniel Rosa, também não tem dúvidas da participação de Élcio Queiroz, como o motorista do Cobalt usado na emboscada, e do sargento reformado da PM Ronnie Lessa como o autor dos disparos. — Não há dúvida quanto a prática do crime por Lessa e Élcio. Os indícios de autoria são robustos, coesos e muito bem concatenados nos autos do inquérito policial. Além disso, eles não apresentaram álibis para o que estavam fazendo no dia dos homicídios de Marielle e Anderson — afirma o delegado que assumiu a investigação do caso desde março deste ano.
“Inauguraram um instituto penal novo: o do crime espiritual e mediúnico”
Henrique Telles - Advogado de defesa do ex-PM Élcio Queiroz
É dessa maneira que o advogado Henrique Telles, responsável pela defesa do ex-policial militar Élcio Queiroz , resume a acusação da DH e do Ministério Público do Rio. O ex-PM é apontado como o motorista do carro Cobalt prata usado no assassinato da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes . Segundo ele, a declaração, em tom de ironia, se dá pela falta de provas que coloquem Élcio dentro do veículo.

— Brinquei que eles inauguraram um instituto penal novo (uma norma jurídica), o do crime espiritual e mediúnico. Só assim para colocar meu cliente dentro do carro, ali no Estácio, onde ocorreu o assassinato da vereadora e do motorista — disse Telles, alegando que antenas acusavam que o celular de Élcio estava na Barra, entre 17h e meia-noite, no dia do crime.

Na denúncia do MP, o celular dos acusados permanece durante toda a noite em um ponto fixo na Barra da Tijuca. Investigadores acreditam que a dupla deixou o celular na casa de Ronnie para criar um álibi.

A Delegacia de Homicídios (DH) investiu no acesso à nuvem dos celulares usados pelos assassinos no dia da morte de Marielle, já que a arma e o carro utilizados no crime nunca foram encontrados. Em depoimento prestado antes de serem presos, quando ainda eram tratados como testemunha, em janeiro deste ano, ambos disseram ao delegado Giniton Lages, encarregado do inquérito na época, que não se lembravam exatamente do que fizeram no dia do crime. Lessa afirmou que bebia demais e que vivia em bares da Barra da Tijuca, onde morava. Já Élcio, compadre de Lessa, não só confirmou o que o amigo dissera, como acrescentou que o policial reformado apresentava problemas de depressão. O ex-PM contou ainda que, possivelmente, tinha ido trabalhar na manhã do dia em que Marielle e Anderson foram assassinados.  
 
A rota traçada a partir de imagens das câmeras — que mostraram o Cobalt usado na emboscada durante a fase do pré-crime — também foi questionada pelo advogado de Lessa. Nenhuma câmera registrou o que aconteceu com o carro depois do crime.
“Não conseguiram captar imagens do carro em nenhuma das rotas possíveis que vem para Barra”
Henrique Telles
Advogado do ex-PM Élcio Queiroz
Não conseguiram captar imagens do carro em nenhuma das rotas possíveis que vem para Barra. Seja pelo Alto da Boa Vista ou Grajaú Jacarepaguá. Nem Linha Amarela ou Zona Sul. Sendo que há câmeras particulares e OCRs da prefeitura nesses percursos. Nada do pós-crime — questiona Telles.

A fala do advogado em entrevista ao GLOBO foi feita após o término da segunda parte da audiência de instrução e julgamento nesta sexta-feira. Todos foram ouvidos, menos os réus. A sessão foi feita por meio de videoconferência já que tanto Élcio quanto Ronnie estão presos na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.

Para a realização da audiência, o juiz do 4º Tribunal do Júri, Gustavo Kalil, foi extremamente rigoroso a fim de evitar o vazamento de informações. A sessão secreta foi realizada no espaço restrito ao oitavo andar do fórum central, com o bloqueio das entradas do nono andar, onde ficam os bancos da plateia que costuma assistir aos julgamentos. O número de vigilantes foi reforçado, como é raro de se ver em audiências comuns, com o objetivo de dar mais segurança às testemunhas e proibir o acesso da imprensa. Durante a audiência, as testemunhas tiveram de ficar trancadas em salas separadas, por ordem do magistrado, para evitar qualquer tipo de contato entre elas. Até mesmo a entrada de comida e bebida era controlada.

A sessão, marcada para 14h, começou com um atraso de cerca de uma hora. A viúva da vereadora, Mônica Benício, foi uma das primeiras a depor no grupo de  testemunhas de defesa. Lessa e Elcio foram denunciados pelo assassinato e também pela tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora da vereadora que estava no carro e sobreviveu ao ataque. O advogado de Lessa, Fernando Santana, também questiona as provas utilizadas na acusação, criticando o uso de evidências telemáticas (a partir dos dados dos celulares) e técnicas. Se basearam somente em prova técnica e telemática que supostamente tinham a percepção de tal coisa ou daquilo, entende? Não há testemunha ocular, nem nada que comprove de forma robusta que ele tenha participado — contesta Santana.


Kalil pretendia concluir a fase de instrução e julgamento no mesmo dia, havendo a possibilidade de audiência terminar de madrugada. Só que um acordo entre defesa e acusação, excluindo algumas pessoas do rol de testemunhas, fez com que a sessão fosse encerrada.Os réus ainda serão ouvidos, mas não há data marcada de uma futura audiência. Os interrogatórios da dupla acontecerão de acordo com a disponibilidade de agenda para videoconferência da Penitenciária Federal de Porto Velho. Para o advogado de Élcio Queiroz, cada depoimento deve durar, em média, três horas.

Em O Globo - Matéria completa
 

terça-feira, 9 de abril de 2019

Perícia: tiros disparados por militares acertaram carro de trás para frente

A perícia feita pela Delegacia de Homicídios (DH) constatou que os militares que mataram o músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, atiraram no veículo onde a vítima estava com a família de trás para frente. Segundo a análise dos agentes da especializada, os homens do Exército estavam posicionados na parte traseira do veículo quando dispararam mais de 80 vezes. Os tiros acertaram as vítimas pelas costas. A perícia será encaminhada ao Exército, que ficará responsável pela investigação.

Segundo agentes da Polícia Civil, os militares que participaram da ocorrência portavam fuzis. Para os investigadores, os militares teriam confundido o carro com um outro que havia sido roubado pouco antes. Na ocasião, os agentes estavam fazendo patrulhamento do perímetro de segurança da Vila Militar, próxima ao local do crime. Desde a manhã desta segunda-feira, dez dos 12 militares que participaram da ocorrência, estão presos por determinação do Comando Militar do Leste (CML). 
[comentário: Mesmo expressando de forma recorrente o pesar dos Editores deste Blog pelo infausto acontecimento que motivou o falecimento do músico Evaldo dos Santos Rosa, não podemos deixar de registrar além do nosso entendimento de que houve um lamentável engano - o veículo da vítima foi confundido com um idêntico, roubado naquela tarde em local próximo à Vila Militar - o fato do veículo ter sido atingido por trás, evidencia que o condutor por alguma razão optou por não parar diante da ordem dos militares;

a condução de veículos em área de segurança ou ao se aproximar de uma blitz, exige que o condutor adote uma série de precauções, visto que os agentes de segurança que estão atuando desconhecem tudo sobre o ocupante, ou ocupantes, que tanto podem ser pessoas de bem - caso em comento - quanto podem ser perigosos assaltantes, o que faz com que qualquer reação inesperada do motorista do veículo, e/ou dos seus ocupantes, seja considerada uma reação hostil à ação dos policiais,  dando ensejo a que estes reajam.

Lamentavelmente, o que ocorreu.  Alguns pequenos procedimentos, válidos tanto para o dia quanto para a noite, podem evitar acontecimentos lamentáveis quanto o desta matéria.
Por isso sempre sugerimos o que segue: 
quando se está dirigindo, ao nos aproximarmos de uma blitz ou de área de segurança  - seja da polícia, das FF AA ou qualquer órgão policial, o correto e seguro é parar, não tentar furar o bloqueio ou fugir de qualquer outro forma - a tentativa de fuga aumenta as suspeitas, é forte indicio de reação e obriga os militares a agir com a força necessária.
 
Durante o dia o  ideal, e seguro,  é parar o carro, desligar o motor e manter as mãos a vista - de preferência sobre o volante;
Se durante a noite, parar o carro, apagar o farol deixando apenas as luzes de presença acesa, acender luzes internas, desligar o motor e mãos sobre o volante.

 
Os policiais ou militares estão sob tensão, não sabem o que vão enfrentar em cada carro que mandam parar e tem o DEVER de chegar em casa vivo.
 


resumindo: se aproximo de uma blitz ou de área de segurança, independente que nos dêem ordem de parar ou não, reduzir a velocidade e evitar qualquer movimento que possa ser mal interpretado e ficar pronto para agir conforme o acima sugerido.] caso aconteceu em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, na tarde deste domingo. No carro, além de Evaldo, estava sua mulher, seu filho de 7 anos, além de uma afilhada do casal, de 13, e o sogro dele, Sérgio Gonçalves de Araújo, de 59 anos. A família estava indo para um chá de bebê. Sérgio e um catador de papel que passava pelo local no momento dos disparos também foram baleados. Evaldo tocava cavaquinho num grupo de pagode e trabalhava como segurança numa creche.

Logo depois do homicídio, o CML divulgou uma nota, baseada no primeiro relato feito pelos militares após o fato, em que alegava que houve um tiroteio e que os militares "responderam à injusta agressão". No entanto, a perícia feita pela Polícia Civil não encontrou arma alguma no veículo.  Na manhã deste segunda, o Exército mudou a versão e alegou, em nova nota, que "em virtude de inconsistências identificadas entre os fatos inicialmente reportados e outras informações que chegaram posteriormente ao Comando Militar do Leste, foi determinado o afastamento imediato dos militares envolvidos, que foram encaminhados à Delegacia de Polícia Judiciária Militar para tomada de depoimentos individualizados". Após os depoimentos dos militares, o CML determinou a prisão dos dez agentes "em virtude de descumprimento de regras de engajamento", ou seja, os agentes atiraram sem que houvesse ameaça alguma.

Os militares envolvidos no caso serão julgados pela Justiça Militar. Segundo o chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Antônio Ricardo Nunes, a justificativa é a lei sancionada pelo ex-presidente Michel Temer em 2017, que tirou da Justiça comum crimes cometidos por militares em serviço. Em 13 de outubro de 2017, Temer sancionou a lei 13.491, que amplia as possibilidades de militares suspeitos de crimes cometidos no exercício da função deixarem a Justiça comum e serem julgados na Justiça Militar, em caso de crimes contra civis.
Segundo a mulher da vítima, Luciana dos Santos Nogueira, os militares debocharam quando ela pediu socorro.  — Por que o quartel fez isso? Eu falei para ele: "calma, amor, é o quartel". Ele só tinha levado um tiro. Vizinhos começaram a socorrer. Mas eles continuaram atirando e vieram com arma em punho. Fui botando a mão na cabeça e gritando: moço socorre meu marido. E eles ficaram de deboche. Eu perdi meu melhor amigo. Estou com ele há 27 anos — disse Luciana.

 Jornal O Globo - Extra



sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A exemplo do que ocorre todo dia 14, hoje, dia em que a morte da vereadora e de seu motorista completa nove meses, Polícia faz buscas em casa de suspeitos

[desde março 2018, todo dia 14 a Polícia realiza ações buscando identificar os assassinos da vereadora Marielle e do seu motorista Anderson - ao concentrar esforços em duas mortes, as autoridades policiais parecem esquecer que tem mais de 50.000 (só as ocorridas em 2016)  cujos autores não foram identificados e milhares de inquéritos estão parados.) 

Nunca é demais lembrar que TODAS as VIDAS HUMANAS possuem o mesmo valor e todas quando eliminadas merecem a atenção das autoridades, ser investigadas  sem nenhum tipo de distinção.]

Agentes da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriram mandados de busca e apreensão, nesta sexta-feira (14), na casa e no gabinete do vereador Marcelo Siciliano (PHS). A ação tem relação com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes há nove meses. As informações são do UOL.

De acordo com o site, policiais apreenderam um tablet, um notebook e documentos na casa do vereador, mas ele não estava presente. No gabinete na Câmara dos Vereadores, um computador foi apreendido depois de agentes precisarem arrombar a porta do local.  Até o momento, o vereador não apareceu para trabalhar. A assessoria do parlamentar informou que ele não tem agenda para hoje e que pretende se pronunciar no fim do dia. Siciliano foi citado por uma testemunha do caso em depoimento para a Polícia Federal. Ele é suspeito de ter planejado a morte de Marielle Franco junto com o ex-policial militar Orlando de Araújo, o Orlando Curicica.

( ...)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpre, na manhã desta sexta-feira, um mandado de busca na casa do vereador carioca Marcello Siciliano (PHS), nas investigações dos assassinatos de Marielle Franco (Psol) e seu motorista Anderson Gomes, em março. No decorrer das investigações uma testemunha afirmou à polícia que Siciliano planejou a morte da vereadora junto com o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica — que está preso em Bangu. Siciliano chegou a depor como testemunha. Ambos negam qualquer envolvimento.

Estou revoltado com isso tudo e continuo indignado com essa acusação maligna que fizeram a meu respeito”, afirmou o vereador ao chegar na Cidade da Polícia, no bairro do Jacarezinho. “Confio na Justiça e estou aqui novamente à disposição para o que for preciso. Na primeira vez que me acusaram, estive na delegacia. Tenho certeza de que no final disso tudo eles vão ver que foi uma baita covardia que tentaram fazer comigo. Eu quero que isso se resolva, pois a minha família está sofrendo e tenho certeza que a família da Marielle não merece isso, merece a verdade”, completou.

Nesta quinta (13), a polícia realizou as primeiras prisões contra suspeitos de envolvimento no crime. De acordo com o canal Globo News, as ordens emitidas pela Justiça atingiram milicianos  e foram cumpridas em 15 endereços no Rio, Petrópolis, Angra dos Reis e em Juiz de Fora (MG).  A atuação de milicianos é a principal linha de investigação do crime. Em nota, a polícia informou que os mandados são referentes a inquéritos policiais instaurados na Delegacia de Homicídios “e que transcorrem de forma paralela às investigações do caso Marielle e  Anderson." 

Em maio, Siciliano foi indicado por uma testemunha como um dos mandantes do assassinato de Marielle. De acordo com áudios divulgados pelo programa Fantástico, da Rede Globo, o vereador teve pelo menos duas conversas telefônicas com supostos milicianos captadas pela Polícia Civil do RJ. [curioso em tudo isso é que em maio uma testemunha (que determinada emissora de TV classificou como 'testemunha chave') fez acusações aos milicianos, ao ex-PM Orlando Curicica e ao vereador Siciliano e só em dezembro, mais de 6 meses após tal acusação é que a Policia Civil realiza buscas no escritório e casa do vereador e realiza apreensões de diversos materiais, incluindo computadores.

Será que ainda esperam encontrar algum indicio no que foi apreendido?]

(...)
A testemunha, que não teve o nome divulgado, diz ser policial militar e miliciano, e que resolveu procurar a polícia depois de ter sido ameaçada de morte pelos supostos mandantes do crime. Segundo o delator, haviam quatro pessoas no carro que interceptou o automóvel onde estava Marielle e o motorista Anderson Pedro Gomes, mortos a tiros no dia 14 de março no centro do Rio de Janeiro – um policial militar da ativa, um ex-PM e dois milicianos.

O delator também apontou o ex-chefe de uma milícia na Zona Oeste do Rio Orlando Oliveira de Araújo, mais conhecido como Orlando Curicica, como mandante do crime junto com o vereador. Ele está preso em Bangu desde outubro do ano passado, acusado de comandar confrontos relacionados às milícias, o que envolveria cobrança de taxa a comerciantes e até assassinatos.
Na ocasião, o vereador classificou as declarações da testemunha como “factóides”A defesa de Cucirica afirmou na ocasião que a testemunha não tem credibilidade por ser um rival do seu cliente. 

sábado, 23 de dezembro de 2017

Policial assassinado em São Cristóvão é o 132º PM morto no Rio em 2017

Cabo havia acabado de deixar o serviço no 5º BPM (Praça da Harmonia), onde era lotado

Um cabo da Polícia Militar foi assassinado a tiros em São Cristóvão, Zona Norte do Rio, na madrugada deste sábado. O crime aconteceu na esquina das ruas São Cristóvão com Figueira de Melo, pouco depois da 1h30m. De acordo com o relato de testemunhas, a vítima, identificada como Melqui Oliveira, passava pelo local no momento em que um bando fortemente armado tentava roubar uma agência bancária. Os criminosos, segundo os relatos, dispararam contra o policial e ele teria reagido. No fogo cruzado, o PM foi atingido por diversos disparos e morreu e não resistiu. Com este caso, sobe para 132 o número de policiais militares mortos no estado do Rio apenas neste ano.
 Perícia é realizada no local onde PM foi assassinado - MARCOS DE PAULA / Agência O Globo

Segundo testemunhas contaram aos policiais, os bandidos estavam em dois utilitários. Os integrantes do bando estariam roubando uma unidade do banco Santander na Rua São Cristóvão quando se depararam com o PM, que estava de carro. Na ação, os bandidos dispararam contra a vítima que tentou se proteger e responder ao ataque. O cabo estava acompanhado de uma mulher que, durante o fogo cruzado, correu para atrás de uma das pilastras na calçada. Ela, que não teve a identidade revelada, não ficou ferida.
— Os homens armados que estavam nos dois carros começaram a atirar no banco. E, no automóvel preto que vinha logo atrás, desceu um moço que era policial, com a menina. Ele tentou defendê-la e sacou a arma. Os bandidos armados com fuzis atiraram muitas vezes contra ele. O bando, depois, fugiu dando tiros ao longo da rua. Eram aproximadamente oito criminosos — disse Juan Torres, de 54 anos, dono de uma fábrica de móveis na região.
— Fiquei muito assustado quando escutei o barulho dos disparos. Muita gente mora por aqui, é um bairro mais ou menos calmo. Mas já não há tranquilidade em nenhum lugar do Rio. São tiros para todos os lados. E em casos como esses são balas de fuzis e não de armas e pistolas pequenas.

Além do carro onde estava o policial, outro veículo também passou pelo local durante o fogo cruzado. Este motorista, no entanto, não ficou ferido. O Corpo de Bombeiros foi acionado para socorrer o PM, mas ele já estava sem vida quando a corporação chegou à Rua Figueira de Melo Melqui havia acabado de deixar o 5º BPM (Praça da Harmonia), onde era lotado, contaram colegas de farda do policial. Ele seria morador da Baixada Fluminense.


Após cometerem o assassinato, os criminosos conseguiram fugir, mas deixaram um rastro de destruição: as portas da agência bancária estavam destruídas, com estilhaços do vidro espalhados pela calçada; e havia diversas marcas de disparos no veículo que era conduzido pelo policial militar e também em paredes e portas naquele trecho das vias. Além disso, pelo número de cápsulas de balas espalhadas pelo chão, era possível ter noção da intensidade do confronto.  — Quando os carros chegaram, dois homens armados deram cobertura para os outros que seguiram na direção do banco. Nunca tinha escutado tantos tiros na minha vida. Em um primeiro momento achei até que fossem fogos de artifício. Vi que se tratava realmente de um tiroteio quando comecei a ouvir gritos — disse um morador do bairro, que pediu para não ser identificado.

Após a morte do policial, PMs do batalhão de São Cristóvão foram até o local e preservaram a cena do crime até a chegada da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), onde o caso foi registrado. Agentes da especializada realizaram a perícia ainda durante esta madrugada.
 
O Globo
 

terça-feira, 24 de outubro de 2017

PM que matou turista na Rocinha atirou contra carro que fugiu de abordagem em 2016



O tenente atirou cinco vezes com um fuzil calibre 556 contra um carro que havia fugido de uma blitz em Irajá

[o repórter que escreveu esta matéria deve ser estagiário do primeiro semestre do curso de jornalismo e induzido pelo seu orientador a ser sempre contra a Polícia.
Também deve ter chegado ao Rio ontem e na cidade de onde veio os bandidos 'trabalham' desarmados e estão sempre prontos a obedecer determinações da autoridade policial.
O cidadão apresenta a matéria de forma a expressar seu entendimento que o tenente Davi errou ao atirar contra um Ford Escort que furou uma barreira.
O policial está de serviço em uma blitz e percebe um veículo que lembra um que estava praticando roubos em um determinado local.

Cumprindo o dever o policial manda que o veículo pare e a reação dos ocupantes do veículo é tentarem empreender fuga ao tempo que disparam contra os policiais.

Tal comportamento, caro repórter, só permite duas deduções: 
- o veículo é realmente o que praticou os atos citados pelo tenente Davi, situação que impõe a imediata captura dos seus ocupantes, com o emprego dos meios necessários para paralisação do veículo e rendição dos seus ocupantes;
- a outra alternativa é mesmo não sendo o veículo suspeito a conduta dos seus ocupantes - efetuando disparos contra os policiais e tentativa de se evadir - impõe sua imediata parada e prisão dos ocupantes, com o emprego dos meios necessários.

Feito o desabafo, vamos à matéria.]  
Os tiros que o tenente Davi dos Santos Ribeiro disparou no carro onde estava a turista espanhola Maria Esperanza, na favela da Rocinha, não foram os primeiros que o oficial deu em direção a um veículo que furou uma abordagem. No início da noite do dia 19 de novembro de 2016, o oficial — que, na época, era lotado no 16º BPM (Olaria) — atirou cinco vezes com um fuzil calibre 556 contra um Ford Ecosport branco que havia fugido da abordagem do grupo de agentes do qual o tenente fazia parte. Nesta segunda-feira, o tenente disparou pelo menos uma vez contra o Fiat Freemont onde a turista estava. Ela foi atingida no pescoço e morreu pouco depois. 

Em novembro do ano passado, Ribeiro estava com mais três agentes patrulhando o Trevo das Margaridas, em Irajá, na Zona Norte do Rio, quando avistou o Ford Ecosport. Segundo o depoimento que prestou, à época, na 38ª DP (Irajá), o veículo tinha “as mesmas características de um auto que estaria praticando roubos em Jardim América”. Quando os agentes tentaram abordar o carro, ainda segundo o relato de Ribeiro, o carro fugiu “realizando disparos de arma de fogo contra a guarnição”. Após a fuga, Ribeiro e um outro agente, um sargento, fizeram disparos — cinco do tenente e três do sargento, todos de fuzil. [a conduta do tenente Davi e dos demais policiais envolvidos na ocorrência de Irajá e na de ontem, favela da Rocinha, foi correta;
o único ponto que merece reparos é que os policiais envolvidos devem procurar aprimorar a pontaria - usar o fuzil efetuando menos disparos e mais precisos, de forma a abater os bandidos.
O fuzil é uma excelente arma, sendo fácil acertar o alvo; basta um pouco de calma e lembrar que a capacidade de fogo da arma não deve ser desperdiçada em apenas um alvo.
Sangue frio e o poder de abate de um fuzil é fantástico.]

Durante a ação, os policiais militares ainda provocaram um acidente de trânsito. Em meio a perseguição, a viatura onde os policiais estavam apresentou uma pane e o Ecosport se distanciou. “Para tentar recuperar a distância que haviam perdido”, segundo o relato do oficial, a viatura acabou colidindo com outro carro. O dono do carro passou mal e precisou ser levado até o Hospital estadual Getúlio Vargas. Por conta do acidente, o carro perseguido conseguiu fugir.

Na manhã desta terça-feira, a Delegacia de Homicídios (DH) pediu a prisão preventiva de Ribeiro, que era lotado no 5º BPM (Praça da Harmonia), mas estava emprestado ao 23º BPM (Leblon) por conta da guerra entre facções na Rocinha. O pedido foi feito com base no depoimento dos ocupantes do carro onde estava Maria Esperanza e do soldado Luís Eduardo de Noronha Rangel, que acompanhava Ribeiro. O tenente preferiu permanecer calado durante seu depoimento. No entanto, na tarde desta segunda-feira, Ribeiro afirmou a agentes da Corregedoria da PM que tentou acertar o chão e acabou errando o tiro.

De acordo com o soldado Rangel, ele, o tenente Ribeiro e outro tenente foram até o Largo do Boiadeiro para tentar abordar um carro “suspeito”, que já havia furado um bloqueio da PM anteriormente. Ao avistarem o veículo, ele e os tenentes foram para o meio da rua e deram ordem para o carro parar. O soldado disse que o veículo tinha os vidros escuros e levantados, não sendo possível ver os ocupantes. Ainda segundo ele, o carro desrespeitou a ordem dos policiais e atravessou o cerco. O soldado disse que ele e o tenente Davi atiraram de fuzil para o alto e que, logo depois, ouviu mais dois disparos, mas que não sabe dizer de onde partiram esses tiros.


quinta-feira, 16 de março de 2017

A DAMA DE COPAS que controla o tráfico e já ordenou mais de 200 assassinatos

Quem é e como age a líder de facção criminosa que aterroriza uma cidade do interior da Bahia, controla o tráfico de drogas local e já ordenou mais de 200 assassinatos

Ela acumula seis processos na Justiça Criminal. Um por tráfico de drogas, quatro por associações com traficantes e outro por homicídio qualificado. Procurada pela Delegacia de Homicídios de Vitória da Conquista, na Bahia, a morena de pele clara, olhos castanhos e batom vermelho tem um mandado de prisão pesando contra ela e no baralho do crime da Polícia Civil ganhou uma posição de destaque graças ao clima de terror e tensão que impôs na cidade. Jasiane Silva Teixeira, 28 anos, a líder da facção Bonde do Neguinho (BDN), que atua na periferia da cidade, é a Dama de Copas do crime organizado no interior do Nordeste. 

A alcunha que lhe foi atribuída em janeiro pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia ajuda a polícia na hierarquização dos integrantes de uma facção e incentiva a população na busca e captura de bandidos procurados. E parece ter se ajustado com perfeição à criminosa. Nos muros de casas populares é possível ler pichações com a inscrição “salve, copas”. O último crime imputado aos mandos da dama, que de nobre só tem mesmo o epíteto, é a morte de dois jovens confundidos com soldados do tráfico em um território controlado pela BDN e assassinados com dez tiros de pistola e revólveres. Segundo a Polícia Civil, os garotos transitavam de bicicleta em um conjunto habitacional do bairro de Campinhos, região controlada pelo crime organizado, quando foram mortos. Os homicídios endossam os números da violência na cidade de 346 mil habitantes, a terceira maior do estado. Desde janeiro, morreram 34 pessoas.
 CRIMINOSA Jasiane Silva Teixeira passou a integrar o baralho da Polícia Civil, ferramenta criada para estimular a participação da população na busca por criminosos

QUEM DÁ AS CARTAS
Morte, violência e sangue são marcas registradas nas ações da BDN. Quem se encarrega das execuções é Juarez Vicente de Moraes, braço-direito de Jasiane. Ela manda, ele executa. Sem dó nem piedade. Segundo uma fonte da polícia, que preferiu não se identificar, Neguinho Juarez era, em 2008, apenas uma mula do tráfico, mas quando o grupo passou à liderança da Dama de Copas, ele foi alçado à gerente.

 BANDIDAGEM Juarez Neguinho, como é conhecido, atua como braço direito da Dama de Copas na execução de membros da facção rival. Ao lado, inscrições em prédios no bairro de Campinhos, território dominado

Foragida, Jasiane apresenta um histórico de resiliência. Prima e namorada do maior traficante da cidade, Bruno de Jesus Camilo, o Pezão, ela sobreviveu, em 2008, a uma fuga após um confronto com a polícia que fez o companheiro perder a vida. Em 2012, mesmo longe da cidade, ela conseguiu reerguer o grupo. Foi partir de então que Neguinho Juarez ganhou a autorização funesta: passou a ter carta branca para assassinar quem atravessasse o caminho da facção. Em março de 2016, ele foi preso, mas saiu da cadeia poucos dias depois por um suposto erro técnico do Judiciário local. Durante o tempo em que esteve detido, teria jurado vingança tão logo recuperasse a liberdade. “A ordem da Dama de Copas para quem não paga eventuais dívidas é pagar com a própria vida”, diz a fonte. Jasiane e seu comparsa seguem nessa toada. Números da Delegacia de Homicídios revelam que 2016 se encerrou com 209 assassinatos ligados à dupla.

 Números da violência em Vitória da Conquista

34 homicídios desde o início deste ano
200 assassinatos registrados em 2016
90% das mortes estão associadas ao tráfico

De acordo com a Polícia Civil, existem mais de dez inquéritos contra os dois. As investigações apontam também uma suposta ligação da BDN com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em Campinhos, surgiram pichações em prédios do condomínio Minha Casa Minha Vida com as iniciais do PCC. Outros indícios revelam que, quando se separou do companheiro para reerguer a facção, a Dama de Copas chegou a se aliar a Paulo T.G., integrante de uma das facções mais conhecidas de Salvador, o Bonde do Maluco, que atua como braço do PCC.


O temor de que as execuções aumentem está relacionado a um conflito local com a rival Bonde do Nem Bomba (BNB). O líder William de Souza Filho controla o lado leste de Vitória da Conquista, demarcado pela BR-116. Desde que assumiu o posto de chefe do tráfico, Jasiane tenta eliminar Nem Bomba da cidade com constantes invasões no território oposto e assassinatos dos soldados do BNB. “Eles rivalizam por pontos de drogas, porém a facção de William não tem um perfil tão violento quanto a BDN”, diz um dos delegados que investiga os crimes. “Os Nem Bomba não querem polícia do lado deles, por isso evitam conflitos sangrentos.” Contra o líder do grupo, segundo a Delegacia de Homicídios da cidade, não há nenhum mandado de prisão até hoje.

Dos 34 homicídios que ocorreram na cidade, 15 têm a Dama de Copas como mandante. Como a facção não abre mão de táticas extremamente violentas para controlar o tráfico de crack e maconha na região, alguns membros relatam ter a intenção de servir ao grupo rival. Porém, aqueles que ousam contrariar os interesses da Dama de Copas e de seu aliado Neguinho Juarez já sabem: o assassinato é praticamente destino certo.

Fonte:  IstoÉ - Fabíola Peres